Miranda: Midwinter escrita por wickedfroot, mandyziens, HappyCookies


Capítulo 5
CreamSoda Substance




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Minkis Mackenzie

— O pó é mágico, se atirado em alguma coisa, no caso o pinguim é enviado para o lugar que o atirador estava pensando. — Eu disse, enquanto limpava as lentes dos meus óculos.

— Exato, mas o pó tem duração limitada, depois de usado em algo ele perde o efeito, esse aqui, por exemplo, é totalmente inútil agora — Completou Greeny, limpando a lente do microscópio que usamos para analisar o pó.

— Temos algum telepata por aqui? — Disse Thay tentando descontrair o momento, porém sua piada foi em vão.

— Nossa amiga, você é muito engraçada, parabéns. — Respondeu Greeny sarcástico.

— Eu me preocupo com a Lina... Nós não devíamos ter a deixado ir atender a porta, eu poderia ter ido!’ — Lamentou Juan colocando sua nadadeira em sua nuca.

— Como diz o ditado, não adianta chorar pelo Cream Soda derramado. A única coisa que podemos fazer é procurar uma maneira de nos proteger — Terminei.

***

Há 6 anos. 

Quando eu ainda estava no Gary’s School, eu me sentia tão culpada por estar fazendo algo que não ajudasse no meu futuro e no futuro da ilha.

Todos falavam que eu não deveria me dedicar tanto para uma profissão sem importância como cantora e escritora. Deveria usar toda essa inteligência para prestar vestibular de advocacia, engenharia e medicina, sempre esses clichês.

Professores, colegas e familiares cobravam de mim uma nota excelente, eu nunca poderia fracassar, pois com esse erro, sem dúvidas, eu nunca conseguiria terminar o colégio e assim nunca teria futuro.

Não! Eu não posso fracassar! Eu tenho que ser perfeita, a pinguim perfeita! Eu sempre tenho que ficar em primeiro no mural, se não, o que irão pensar de mim? Ninguém gostaria de uma aluna na sua universidade que tirou nove, que horror!

Mas eu iria mostrar que eu sou a pinguim perfeita, que sou tão inteligente quanto Gary! Imagine, irei ser tão importante para a ilha que irão fundar um colégio com meu nome. "Mackenzie’s School" seria perfeito. Não. Será perfeito.

Fui direito para meu computador e peguei todas minhas anotações para revisar o máximo possível. Irei passar horas revisando para conseguir o primeiro lugar do mural, irei conseguir ultrapassar aquela pinguim do oitavo ano!

Eu pesquisei sobre diversas coisas, coisas que iria aprender daqui uns anos. Absorvi diversas coisas e claro, comprei diversos livros. Eram sobre todos os assuntos existentes, de matemática até magia.

Eu nunca irei fracassar, irei ser a pinguim perfeita, e todos admirarão o meu conhecimento.

***

Estava no final da tarde, o céu estava muito lindo na minha opinião. Greeny estava fazendo waffles e eu estava ao seu lado fazendo chocolate quente. Coloquei alguns marshmallows na bebida, e óbvio, acabei roubando alguns, mas ninguém precisa saber disso!

Levamos os waffles e o chocolate quente á sala, colocando as canecas e pratos sobre o tapete. Nos sentamos sobre o carpete e começamos a discutir como poderíamos desenvolver um pó completamente novo e útil para nós. O debate foi diversas vezes interrompido com diversos ‘’humm!’’ vindos de Thay que saboreava seu waffle com cobertura de morango e com vários ‘’ai!’’ vindos de Juan, que queimava seu bico enquanto tomava seu chocolate quente.

Até que pensamos em algo que poderia dar certo, misturar dois pós usados e ver se é possível formar um útil. Mas graças a meu conhecimento sobre esse assunto, sei que é necessário de uma substância para conseguir formar algo novo utilizando dois materiais usados.

Passamos o resto na noite discutindo qual poderia ser a tal substância, e resolvemos continuar o assunto no dia seguinte, já que era tarde e Thay e Juan precisariam acordar cedo para tentar programar um rádio, para verem se conseguimos contato com mais algum pinguim.

No dia seguinte, acordei extremamente cedo, mas ao ir à sala, percebi que não era a única. Thay e Juan estavam tentando programar o rádio sentamos no tapete e Greeny estava no sofá de coloração vermelha lendo um livro verde, e ao seu lado havia outros três livros enormes, provavelmente todos tirados de minha estante, e um detalhe, os quatro livros eram encapados com cores frias, a maioria em tons escuros de verde.

Fui em direção ao pinguim que estava lendo e sentei ao seu lado e peguei um dos livros, sendo mais detalhada, o de coloração pistache. Comecei a ler calmamente, prestando atenção em todas as letras escritas no livro. Apenas parava minha leitura para ajeitar meus óculos ou para refazer meu coque, e sem ser esses motivos citados, nada me tirava a atenção.

Mas eu deveria ter adicionado mais um motivo para a pausa da minha leitura, pois quando estava terminando de ler a página quarenta e oito, um barulho mediano tomou conta das paredes de gelo do iglu, e o ruído vinha da minha frente. Tirei o livro do meu rosto para ter melhor visão e abaixei a cabeça, tendo visão de Thay e Juan sentados no tapete, um rádio na frente deles e os dois dando um highfive. O tal barulho vinha do rádio, isso significava que eles haviam conseguido entrar em contato com algum outro pinguim.

Eu iria dar um grito de felicidade, mas no momento em que abri o bico para soltar urro, Juan olhou para mim e colocou sua nadadeira na frente do bico, demonstrando que era para nós fazermos silêncio.

Escutamos um barulho do rádio, e a voz de uma pinguim soar:

— Olá! Algum pinguim aí? — Disse ela em um tom doce, tão doce quanto chocolate quente.

Nenhum de nós respondeu, afinal, estávamos desconfiados.

— Bem, eu sou a Merida Hypocrate — A mesma pinguim disse, mas logo outra voz ecoou.

— E eu sou a Anna! — Disse a voz de uma outra pinguim, uma voz mais grave.

De fundo, foi possível escutar uma terceira voz, dessa vez, era parecida com a da primeira pinguim, mas também era um pouco mais grave:

— Ei, sosseguem! Esse é o último peixorro quente restante, vamos dividir. 

Nós quatro nos entreolhamos e percebemos que elas também estavam tentando sobreviver, e pelo jeito, elas já estavam no nível de escassez de comida. Quando Greeny foi abrir o bico para dizer um "oi" ás três pinguins, foi possível escutar uma batida na porta das garotas. Nós levamos um susto, principalmente Greeny que caiu para trás.

Nada falamos, estávamos em choque, elas iriam sumir! Nós escutamos o diálogo entre elas, e escutamos as duas pinguins falarem "atenda, Anna!", me fazendo lembrar de quando falamos isso para Juan.

Não conseguimos escutar nitidamente o que ocorreu, apenas escutamos a primeira voz dizer "Corre, Meme!", que provavelmente seria a dona da terceira voz. A ficha caiu, nós poderíamos ter ajudado três garotas, mas ao invés disso ficamos em silêncio. Olhamos para a janela, que estava na nossa frente e vimos o encapuzado sair do iglu vizinho, e ficamos em choque. As três pinguins eram nossas vizinhas, Santo Sensei! Ao invés de ajudar as pinguins, nosso lado covarde não permitiu. E se elas foram torturadas?

Nos escondemos, afinal, todo cuidado era pouco. Enquanto estava atrás do sofá vermelho, esperando o encapuzado ir embora, fiquei pensando. Quando eu e Greeny analisamos o pó, vimos uma substância estranha, ela era usada para fazer Cream Soda. E... Santo Sensei! É isso! A substância que precisamos se usa para fazer Cream Soda! E como um outro pó que provavelmente estará no nosso iglu vizinho, poderemos criar um pó totalmente útil!

É, com certeza, eu nunca saberia que Cream Soda, a melhor bebida do mundo, poderia nos ajudar a criar um "teletransportador".


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