Angels Forever escrita por Vlad Petrova


Capítulo 1
Forever Angels


Notas iniciais do capítulo

Essa fic foi inspirada na música "Angels Forever", da Lana Del Rey, e recomenda-se ler ouvindo-a.

=D

Espero que gostem. ♥



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ANGELS FOREVER

Todos conheciam a história.

James Potter havia partido para a guerra combater os nazistas e lutar pelo seu país, mas não retornara.

É claro que os ingleses não enxergavam com belos olhos aquela relação entre dois homens, dado o contexto da época, mas aquilo não importava.

Independente de ser casado com outro rapaz, James Potter era um homem. Um homem do tipo pelo qual os mais velhos prezam.

Ele era um pai de família, apesar da excentricidade de seu lar, era gentil com todos, trabalhador, se dava bem com todos os vizinhos. Era um ser humano formidável.

E também resolvera juntar-se ao exército para lutar pelo Reino Unido contra a Alemanha nas proximidades de 1940.

Seu marido, Snape, não aprovara.

A ideia de que James pudesse ser machucado, que pudesse dar a vida, mesmo que por uma causa tão nobre, como defender a segurança de seu país...

Era pavorosa, impensável.

E como se imaginasse os resultados que aquilo teria, na semana anterior a partida de James, ele o agarrou com força, desespero...

Queria protegê-lo, queria impedir que ele fosse.

Não conseguira.

E vê-lo partir fora a pior dor que ele havia sentido até ali, mesmo com os traumas de seu passado.

Os abusos que sofrera no lar, a perda precoce da mãe e o pai alcoólatra...

James curara todas essas feridas com o seu amor intenso, incondicional.

E agora, Severus tinha que assisti-lo partir, também.

Não se culpava, sabia que tinha sido um bom esposo.

Fazia de tudo para agradar ao marido, e James o amava.

Eles se davam bem.

Muito bem.

Tão bem quanto se pode se dar.

Mas James precisava fazer aquilo, e se Severus realmente o amasse, entenderia.

Então, com lágrimas nos olhos, naquela tarde ensolarada de domingo, ele terminou de arrumar as malas do marido e acompanhou-o até a porta, abraçando-o com força uma última vez.

Eram tão jovens...

Mal haviam feito seus quarenta anos!

Por que James precisava fazer aquilo?, ele se perguntava.

Só queria paz, apenas isso.

E sua paz estava nele.

— Querido... — Snape disse, hesitante, os olhos negros fitando os próprios pés e a cabeça baixa, a cortina de cabelos negros que James tanto amava cobrindo-lhe os olhos para esconder as lágrimas.

James se virou, sentindo o coração pesar.

Aquela era sem dúvida a coisa mais difícil que já fizera.

Deixar Severus, abandonar tudo para salvar o seu país...

Mas ele precisava fazer aquilo.

Precisava por ele mesmo, pelas pessoas que amavam. E até mesmo por Snape.

E além disso, ele estaria em boas mãos.

Sirius e James, os padrinhos da casa ao lado, zelariam pelo bem estar dele e por sua saúde mental, que suspeitava-se que seria abalada.

Afinal, Severus sempre sentira as coisas com uma intensidade que não cabia em um ser humano.

Normalmente, as pessoas eram calmas, cascatas finas, serenas, águas que escorriam em paz e tranquilidade de espírito.

Duas coisas que ele jamais experimentara.

Ele era o mar. Ele carregava o mar dentro de si.

Era as ondas fortes que iam e vinham, era a tempestade que agitava o oceano...

E naquele momento, ele transbordava.

As ondas exprimindo-se em lágrimas salgadas.

Ele se aproximou do marido, abraçando-o novamente com força, e chorou, transbordando-as na camiseta cinzenta que marcava o peito forte de James.

Novamente, ele sentiu o peso no coração, sentiu culpa...

Os belos olhos amendoados estremeceram com o latejar dos dutos lacrimais por detrás dos óculos arredondados, mas ele engoliu a seco, guardou a própria dor, e suportou firme.

Severus precisava dele, mais do que ele mesmo.

E se não estaria ali para ajudar a curar as feridas que ele estava abrindo, pelo menos garantiria que o band-aid fosse colocado antes que o deixasse.

— Ah, Sev... — Ele disse culpadamente, olhando para a casa.

Como sentiria falta do aconchego de sua casa, do calor de seu Severus... Da tranquilidade e da segurança que ele lhe passava.

Sentiria falta do sofá onde ele e o marido passaram tantas noites agarrados, ouvindo as músicas de que mais gostavam no rádio falho, sentiria falta do cheiro de Severus...

Aquele cheiro etéreo, que ele adorava.

Cheiro de alecrim, de manjericão.

Dos temperos que ele utilizava na cozinha.

Cozinhar para o marido era um de seus hobbies favoritos.

Quando chegava de seu trabalho como bibliotecário, ele tomava um banho, trocava-se, e ia para cozinha.

Eles tinham uma estranha conexão, sabe?

Daquele tipo que só pessoas que se amam de verdade são capazes de entender.

Tudo o que James sentia, Severus sentia em dobro.

Sentia dor, sentia desejos... Sentia medo.

E mesmo quando compartilhavam desses sentimentos negativos, era em James que ele encontrava a segurança.

Definitivamente, o cheiro daqueles temperos perseguiriam James em sua mente por toda a vida ou até que retornasse.

Ele ficou ali, abraçando-o até que não pudesse mais, e depois virou o rosto de Severus delicadamente para si, vendo seu rosto marcado pelas lágrimas.

— Voltarei antes que aquela safra de temperos estrague, sim? — Sorriu, acariciando os lábios do amásio, e uniu os lábios aos dele. — A guerra acabará logo, e poderemos viver o resto de nossas vidas juntos, em paz.

Severus assentiu, esforçando-se para sorrir.

— Você promete? — perguntou, com a voz fanha.

James sorriu novamente.

— É claro que sim, querido. — E com um último beijo na testa de seu amado, ele apanhou a mala, e partiu com um olhar de quem se desculpa e um sorriso esperançoso.

Snape sorriu de volta e o assistiu partir na direção da luz do sol.

Ah, como sentiria falta dele...

Como sentiu. Nos dez anos que se passaram.

Depois daquele fatídico dia, ele assumira uma rotina completamente diferente, que perdurou até o seu fim.

Ele havia retornado ao velho hábito de fumar – coisa que, sabia, James não aprovava.

O cheiro de cigarro o incomodava.

Mas ele precisava, precisava se acalmar de alguma forma.

E não lhe agradavam as bebidas, então no tabaco ele encontrara alguma paz, conforto.

Todos os dias, ele ia até os jardins de sua casa, olhava para o céu e esperava a chegada do carteiro logo depois de acordar.

— Bom dia, Sr. Finnigan — dizia ele. — Alguma coisa para mim?

Nas primeiras semanas, aquela conversa foi até que considerada usual pelo mensageiro.

Mas com o passar do tempo, os vizinhos começaram a notar aquela estranha obsessão, e devem ter dito algo ao carteiro.

Algo que o deixou perturbado, porque depois que o tempo foi-se passando e Severus continuava a fazer aquilo, todas as manhãs, quando ele lhe respondia à mesma pergunta, ele olhava para o bom moço copioso, triste...

Com compaixão, quase culpa.

Como gostaria de poder ajudá-lo...

— Sinto muito, Sr. Snape — ele dizia, decepcionado. — Tenho algumas contas, algumas notas da biblioteca municipal comigo, mas... — E ele suspirava, revirando o amontoado de correspondências de novo. — Nada de James.

E a reação dele era sempre a mesma.

A de profunda angústia, que perdurava por cerca de trinta segundos, e depois era substituída por um sorriso esperançoso, acompanhado por lágrimas.

— Tudo bem, Sr. Finnigan — ele dizia. — Vou continuar esperando, obrigado.

E entrava para casa, ansioso pelo dia seguinte.

Continuou cozinhando os pratos de que James mais gostava, ouvindo as músicas que eles mais costumavam ouvir, e lavando as roupas que ele havia deixado para trás.

Queria garantir que elas não mofassem e nem ficassem com cheiro de guardado quando seu marido retornasse.

Mas o tempo foi-se passando.

Os meses transformaram-se em anos.

A guerra chegou ao fim.

O tempero estragou, o carteiro foi substituído e James Potter não voltou.

Mas as saudades continuavam, na mesma proporção que a esperança das promessas de um novo dia, com novos informativos, novas cartas...

Alguma pista que indicasse que o Sr. Potter estava voltando para a casa.

Ele não renunciou a esses hábitos nem um dia sequer.

Continuou vivendo a sua vida, atendendo aos visitantes da biblioteca, e esperando pelas cartas que nunca chegaram.

Os vizinhos comentavam, é claro.

E seus comentários não eram nem um pouco sutis, mas maldosos.

Mesmo as viúvas de algumas das casas ao lado espantavam-se com a obsessão de Severus por seu marido, e faziam comentários cruéis, que, é claro, Severus sempre acabava por escutar.

O cigarro lhe fez mal a saúde em muito pouco tempo.

Quando deu-se conta, que tossia muito e que já não conseguia mais fazer com maestria as tarefas que antes fazia, ele tentou parar, mas não conseguiu.

Talvez fosse muito tarde, ou talvez ele só precisasse de mais tempo.

Quando seu James retornasse, ele pararia, definira.

Mas havia se isolado de todos, e aquilo começava a preocupar cada vez mais os moradores da região.

O boato é que estava louco, caducando próximo dos cinquenta.

Sirius e Remus, numa noite qualquer, tão vazia como tantas outras eram desde que James o havia deixado, bateram na porta, trocando olhares sombrios antes de entrarem, preocupados, afoitos...

E sentindo a esperança voltar no peito, Snape saltou do sofá, com um sorriso enorme abrindo-se em seu rosto...

As lágrimas já caíam.

Não recebia visitas havia tanto, tanto tempo...

Qual não fora a sua decepção, ao descobrir que, contrariando os seus sonhos mais frequentes, não era James quem lhe esperava, mas sim os seus padrinhos, que de bairro haviam mudado fazia muito tempo?

— Severus. — Cumprimentou Remus, sorrindo complacente.

Sirius fez um movimento com a cabeça, olhando-o com a mesma pena que todos olhavam por ali.

Não se importou, nem percebeu... Já estava acostumado.

Mas a decepção em seu rosto foi nítida, e mal interpretada pelos padrinhos, por um momento, que temeram ter feito algo de errado...

— Chegamos numa hora ruim? — foi Sirius quem perguntou.

Ele tentou não ser mal-educado, abaixou a cabeça, choroso, e fez que não com a cabeça.

— Eu apenas... — disse, hesitante, e pausou, suspirando. — Pensei que fosse James.

Ele virou as costas para a porta, se encaminhando para o sofá e deixando que os padrinhos fechassem a casa.

Antes de o fazerem, pelas costas de Snape, trocaram olhares receosos.

Talvez os vizinhos estivessem corretos.

Fosse hora de procurar ajuda ou de interná-lo.

Mas Remus ainda optava por uma conversa firme e adulta, às claras com Severus.

Deviam isso a ele, deviam isso a James.

À sua memória, conforme já haviam aceitado fazia tempos.

Eles se assentaram, cada um de um lado de Snape.

— Severus... — começou Sirius, hesitante. — Você está bem? — ele disse, observando o anfitrião.

Ele sorriu, sem olhá-los, acendendo um cigarro que havia pescado do maço.

Deu um profundo trago e bateu as cinzas no receptáculo que estava sobre o criado-mudo ao lado.

— Acho que sim... — Revelou, sem olhá-los. Seu olhar parecia insensato, alucinado. Obcecado. Via-se de longe. — Fui a uma cartomante hoje. Ela me disse que os ventos estão mudando, que pode ser que James esteja perto de voltar.

Ele sorriu, uma lágrima escorrendo pelos seus olhos iluminados.

Remus ergueu as sobrancelhas e Sirius uniu os lábios numa fina linha de desaprovação.

Lupin abriu a boca para falar, de maneira mais eufêmica e diplomática como de costume, mas Sirius foi mais rápido.

— Snape, precisa seguir em frente — disse de uma só vez, como quem serve de maneira brusca um tapa na cara. — James não voltará.

— Sirius! — repreendeu-lhe Lupin, abismado com a insensibilidade do marido, que já conhecia, mas esperava que fosse contida num momento como aquele.

Snape não pareceu se incomodar com a rigidez.

— Ele voltará, sim — disse com frieza, ainda evitando o olhar dos padrinhos de casamento. — Ele me prometeu.

— Snape, ele partiu fazem exatos dez anos — quase gritou Black. — Ele não vai voltar, está morto. Há uma diferença entre luto e teimosia. Você está agindo como um maluco!

— Basta, Sirius. — Lupin interveio muito sério, e Sirius levantou-se resmungando. Foi até a cozinha pegar um copo d’água, deixando-os sozinhos.

— Ele vai voltar, vamos nos reencontrar — disse Severus convencido, a frieza original lhe retornando ao olhar. — A cartomante disse.

Ele parecia querer muito se convencer daquilo, a todo custo, mais do que aos outros.

Lupin o olhou preocupado, e viu que seria perda de tempo continuar a debater aquele assunto.

Eles fizeram alguma hora ali, tentaram conversar sobre alguns assuntos aleatórios, sugerir que eles saíssem juntos em algum momento para que Snape talvez conhecesse alguém de quem gostasse – o que foi declinado de maneira não muito educada –, demonstraram preocupação com o estado de perturbação do antigo vizinho, e sugeriram que ele não fumasse tanto.

Nada adiantou.

Saindo dali, então, eles decidiram ao entrar no carro depois de secas despedidas:

— Passaremos aqui para interná-lo amanhã — concordou Lupin por fim, dando a partida no carro.

Já haviam considerado as opções de onde poderiam colocar o amigo caso ele realmente não estivesse mais lúcido.

O que eles não podiam imaginar é que a cartomante estava certa.

Realmente, ele e James se reencontrariam naquela noite.

E quando se encontrassem, Severus não estaria malcuidado e com os cabelos despenteados, aparência desequilibrada como estava naquela noite, nem estaria cheirando a cigarro da forma que ele sabia que James não gostava.

Estaria lindo, jovem... Como no dia em que eles se conheceram.

Ele fez a janta com os temperos favoritos do marido, se alimentou, subiu, banhou-se e ajoelhou-se no quarto com os cotovelos apoiados na cama de casal como de costume, fazendo suas habituais orações, e sentindo como sempre suas esperanças num amanhã melhor renovarem-se bruscamente.

Ele sorria, ao fim das rezas em latim.

E por fim, foi-se deitar, cobrindo-se.

Como nas outras noites, ele teve um sonho estranho, mas aquele em particular, foi muito real.

Ele nem sentia que estava sonhando.

No sonho, tudo que havia a sua volta era luz branca e alguns contornos acinzentados, como rabiscos de lápis numa folha de papel, feita por um adolescente entediado.

Ele tinha de novo os seus dezesseis anos e James também tinha.

Ele estava lá, parado. Com aquele rosto angelical, aquele ar etéreo que ele tanto amava, e aquele sorriso que iluminava-lhe os dias mais sombrios e lhe trazia paz e esperança.

Sorriu, com as lágrimas já escorrendo pelos seus olhos, e correu na direção do esposo descamisado, com o coração a milhão.

— James, v-você... — Disse, entre soluços, como se fosse real. — Você voltou.

Havia tranquilidade em sua voz, juventude, espírito... Havia vida.

Ele era ele, novamente.

— Achou que eu quebraria as minhas promessas? — Sorriu ele, aninhando Snape em seus braços fortes. Afagou os seus cabelos negros.

Severus riu.

— Bem... O tempero estragou — disse ele, risonho. — Então acho que você está um pouco atrasado.

Ele subiu os olhos negros para os do esposo, e seu sorriso foi diminuindo, se tornando menos galante, caloroso.

Ele viu, no olhar de James, aquilo que vira no olhar de Remus, de Sirius, do Sr. Finnigan, o carteiro, e também de alguns dos vizinhos mais chegados.

Viu pena, compaixão.

Não entendeu, deu um passo para trás vacilantemente, relutante em desvencilhar-se dele.

Tinha medo que ele partisse de novo.

Mas olhou em seus olhos, com a voz falha.

O que havia de errado, afinal? Não estavam juntos, ali? Será que James não tivera a intenção de voltar? Será que...?

Não sabia o que pensar.

James continuou o encarando.

— Voltei faz muito tempo, querido, bem antes que o tempero estragasse. — Explicou, suspirando pesadamente. Ouviram-se barulhos de riscos suaves, e uma cadeira espaçosa projetou-se ao lado de James. Ele se sentou, e puxou Snape sem dificuldades para o seu colo, voltando a afagar seus cabelos enquanto o olhava. — Praticamente, eu nunca estive longe.

Ele não entendeu.

Enxugou as lágrimas, e continuou encarando muito sério o esposo, esperando que ele terminasse.

— ... quem você acha que era o anjo que lhe tocava em meio a todas as suas orações depois de um tempo? — Sorriu novamente, solidário.

Como num insight, Snape entendeu.

Tossira tanto naquela noite, subconscientemente... Muito mais do que nas outras.

Sentira as cordas vocais estremecerem, as vias respiratórias falharem...

Mas não acreditava que aquilo fosse realmente o que temia.

— Eu estou morto, não estou? — perguntou, desconcertado.

James assentiu pesadamente, o sorriso se desfazendo e os lábios sendo molhados por lágrimas salgadas que, daquela vez, não vinha de Snape, mas sim dele próprio. Encharcavam os óculos arredondados.

— Nós dois estamos — confirmou sombriamente. — Eu lamento muito, querido.

O olhar sóbrio de Snape cortou o horizonte de pura luz branca, e ele analisou o cenário do que aparentemente seria o seu novo lar, suspirando.

— Não lamente — disse com sinceridade, embora houvessem notas de tristeza em sua voz; o inseguro lhe assustava, e eles estavam deixando tudo o que haviam construído em bens materiais para trás. — Não quero viver num mundo em que você não esteja comigo.

E voltou os olhos ao esposo, sorrindo carinhosamente.

Aninhou-se novamente em seus braços fortes, e James deu-lhe um beijinho inocente na testa.

Houve um silêncio.

Ele ficou ali, sentindo o coração de Potter que ainda pulsava apesar da ausência de uma anatomia física completa, calmo, sereno... Quase uma melodia hipnotizante.

O som mais belo e tranquilizante que Severus jamais ouvira em toda a sua vida.

E depois de um tempo, rindo como quando era adolescente, James falou:

— Viu? Eu disse que voltaria.

E Snape riu também, roçando o queixo e o rosto no peito desnudo do amado.

Eles ficaram ali, assistindo o tempo passar, sem dizer uma palavra, e quando o cansaço veio, James envolveu sem dificuldades Snape em seus braços e levantou-se.

O corpo agonizava no quarto vazio, mas Severus já não sentia nada.

E com um suspiro pesado, acompanhado de um meio-sorriso complacente, o Sr. Potter disse:

— Está pronto para ir, querido? — aveludara a voz ao proferir aquelas palavras.

E sorrindo, em paz, Snape deu uma última olhada na luz à sua volta, olhou James nos olhos uma última vez ali e assentiu.

— Estive esperando por isso desde que partira.

O sorriso de James se alargou, cortando o horizonte das maçãs de seu rosto, e ele deu um beijinho inocente nos lábios de seu amásio.

— Bem, agora estou aqui — disse contente. — E não irei mais deixá-lo. Nunca.

Severus sorriu, acariciando o rosto do amado, e perguntou-lhe:

— Você promete?

E ele riu, um riso fino, etéreo...

— Eu prometo.

E dizendo aquelas palavras, asas brancas brotaram em suas costas desnudas e Snape reteve as pálpebras num sono leve, sentindo o vento bater em seu rosto e bagunçar os seus cabelos conforme eles tomavam altitude.

E como anjos, partiram daquela vida juntos.

“Eles nunca entenderão

O tipo de pessoa que eu e você somos

Abaixem as suas cabeças,

Levantem as suas mãos.

Eles eram anjos para sempre.

Para sempre anjos”

FIM


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Notas finais do capítulo

E então?



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