Follow Your Soul escrita por Nez


Capítulo 42
Capítulo 40


Notas iniciais do capítulo

Eheheh mais um ;)
Tadinho do nosso Sérgio nê? Alguém esperava um situação destas??
Boa leitura ♥



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Capítulo 40

Versão do Sérgio

A única coisa que me vinha á cabeça era o que eu iria fazer quando a Inês estivesse de volta.

O meu pai acabou por ir embora mais cedo do que o previsto. E eu não conseguia estar mais aliviado por isso. Magoava-me ver que a Clarinha estava triste pela sua partida, mas acho que ela finalmente percebeu que nunca mais iríamos ser a família que uma vez fomos. Ainda me lembro da reacção dela quando me viu com o olho negro e inchado.

*Flashback*

-“Sérgio demoras muito? Fogo ,quero ir tomar banho pá! “ – protestava ela do outro lado da porta. Não queria que ela me visse assim. Não queria que ela percebesse quem me tinha feito aquilo, mas se calhar só assim é que ela iria abrir os olhos. Enfim, já estava farto de a ouvir a dar murros na porta e a reclamar e decidi sair. Enrolei-me na toalha e abri a porta, com a cabeça baixa para ela não ver a minha cara.

-“Já podes ir.” – limitei-me a dizer.

-“Aleluia. Com licença…” – disse, empurrando-me e dando-me uma cotovelada, empurrando-me contra a parede.

-“Cuidado Clara a água não vai acabar!” – protestei olhando para ela. Irritava-me esta atitude infantil dela.

-“Eu sei ó…” – ela não conseguiu acabar a frase, e só depois percebi porquê. Burro deixei que ela visse o inchaço na minha cara e olho negro que o pai me tinha deixado de recordação. –“M.a.n.o. , oh mano. O que te aconteceu?” – perguntou dirigindo-se na minha direcção. No inicio não lhe contei, mas acabei por o fazer. Ela no inicio chamou-me todos os nomes possíveis e imaginários, mas quando viu que não estava a mentir, finalmente se apercebeu do tipo de homem que era o pai que ela idolatrava.

Não gostava de ver a minha irmã triste. Eu só a queria proteger de tudo , mas ela já estava a crescer e não a podia prender para sempre.

*Fim do Flashback*

Não me apetecia ficar trancado em casa. Estava farto de estar escondido de todos. Não conseguia responder ás sms da minha própria namorada. Sentia-me tão mal por não lhe conseguir contar o que descobri na ausência dela. Sentia a falta dela, e era ela quem eu mais precisava agora. Apesar de ainda não a conhecer a 100% , tinha noção disso e não iria mentir, sentia que ela sabia muito de mim e eu dela. Era fácil falar com ela, sentia que não me julgava. Era sem duvida o meu primeiro amor, e eu não a queria perder por uma coisa que o meu pai fez. Sei que não era culpado. Mas se não era? Então porque me sentia assim?

Peguei nas minhas chaves de casa e fui dar uma volta até á rua. Em casa eu não conseguia estar. Estas mesmas questões sempre a invadir-me a mente.

***

Seguia pela rua e parece que nem aqui estava em paz. Por onde olhasse só via casalinhos a passear de mãos dadas, a trocar beijos apaixonados e felizes!

Sentia-me tão deslocado naquele momento. Agora que tudo parecia estar bem. Agora que finalmente a Inês tinha revelado o que sentia por mim, agora que finalmente podíamos estar juntos, o meu pai chega num dia e estraga tudo num espaço de segundos. Senti as minhas pernas balançarem e resolvi sentar-me num banco. Apoiei a cabeça nos joelhos para tentar expulsar estes pensamentos. Tentar fugir para um lugar distante era o que mais me apetecia até que ouvi o meu nome.

-“Sérgio? És tu?” – perguntava a voz, mas não a reconheci á primeira, tendo que erguer a cabeça para o reconhecer.

-“Yah. Olá Daniel. Por aqui? Pensei que o pessoal tinha ido passar o Natal á terrinha.” – disse batendo no banco para que ele se sentasse. Não éramos grandes amigos, na verdade mal nos conhecíamos. O meu grande amigo, já não o era mais e sem ele , mais uma vez, estava perdido.

-“Obrigada!” – disse sentando-se –“ Eu não tenho família em terra nenhuma a não ser aqui, por isso fui um dos poucos que por aqui ficou.” – justificou, acabando por se seguir o silêncio. Não sabia o que dizer e não me apetecia muito conversa da treta, mas mais que isso, não me apetecia estar sozinho.

-“Então e a Ana?” – lá fui eu para a conversa da treta. Sabia perfeitamente que ela não estava em Tavira.

-“Não passa as férias aqui. Fiquei meio que desorientado sem ela. Agora que finalmente tínhamos tempo de sobra para estarmos juntos…” – reparei que ele olhava para o céu e , que naquele momento, se encontrava tão distante como eu antes estava.

-“ Ya meu. Sei o que isso é. Também estava a contar estar este tempo todo com a Inês…Mas afinal…”

-“Ela foi passar o Natal a Lisboa não foi?” – perguntou, ao qual respondi com um aceno.

-“Mas sabes… ainda bem que ela não o passou aqui. Está lá com a mãe e sei que está feliz. Aqui não estaria tanto.” – o que eu desejava era contar, contar a alguém o que guardava comigo desde que o meu pai me contou. Mas sentia-me com medo de ser julgado. Sentia-me um fraco no momento.

-“Aposto que ela ia adorar estar aqui contigo Sérgio. Ela gosta mesmo de ti. Eu sei ,porque quando estou com elas as duas, não se calam. Tenho que confessar que estava  a ficar enjoado de ouvir e voltar a ouvir a história de quando tudo começou. Sem ofensa!” – disse rindo e dando-me uma cotovelada.

Só consegui sorrir por saber, mais uma vez, que o que ela sentia por mim não era fruto da minha imaginação.

-“Posso fazer uma pergunta indiscreta?”

-“Escusas de perguntar. Este olho negro deve-se a uma discussão.” – conta Sérgio conta , ouvia dentro de mim, e era o que me apetecia. Também o que podia acontecer de mal? Ele contar á Inês? Ela teria de saber certo?

-“Ah…” – reparei que não ficou muito contente com a resposta. E foi então que decidi revelar o que me andava a atormentar estes dias, a um namorado da melhor amiga da minha namorada ,e que eu mal conhecia.

-“WOW! Demasiada informação. Não acredito. ‘tás a falar a sério?”

-“Achas que ia inventar uma barbaridade desta? Eu não gosto do meu pai mas não exageremos.”

-“PORRA! E o que vais fazer?”

-“Não faço a mais pequena ideia. Desde que soube isto que não consigo falar com ela. Sinto-me culpado sabes?”

-“ Percebo que te sintas assim. Não deve ser nada fácil. Mas sabes que tens que falar com ela.” – disse apoiando o braço no meu ombro. Nesse momento senti falta do , antes, meu grande amigo João. Desde aquela noite que praticamente já não nos falamos. Sei que ele gosta da Inês e , conhecendo-o como o conheço sei que não ia desistir facilmente, mesmo que disso dependesse a nossa amizade.

-“Eu sei. Mas ela vai passar-se. Ela adorava o pai. E por causa do meu ela agora nunca mais o vai ver. Nunca mais. E sinto-me mal comigo mesmo, porque ao mesmo tempo fico feliz por isso, porque senão nunca a teria conhecido. Sinto-me um monstro agora pá.” – suspirei apoiando a testa nas minhas mãos.

-“Deixa-te de burrices pá. Não és monstro nenhum. É perfeitamente normal o que estás a sentir. É uma pena, mas um facto que se não tivesse sido assim, vocês nunca se teriam conhecido. Mas agora… se gostas mesmo dela , não lhe podes esconder isso. Põe-te no lugar dela. Imagina que ela não te mandava sms e tão pouco respondia ás tuas, o que irias pensar? Não lhe podes fazer isso meu. Não se faz!”

-“Tens razão. Eu tenho que falar com ela. Vou agora mesmo fazer isso.”

-“Isso!” – deu-me palmadinhas nas costas motivando-me. Como é que eu nunca tinha falado com este gajo? Claramente ele era fixe. Diferente do João sem dúvida, mais sério, mais maduro, mas epá. Eu também já não me sentia mais o mesmo.


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Notas finais do capítulo

Digo-vos os próximos capítulos vão ser ... uii :P
So tenho mais 3 capítulos prontos pa postar, portanto irei postar um cada dia)
Beijinhooos



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