Follow Your Soul escrita por Nez


Capítulo 35
Capítulo 33




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33º Capitulo

Ali estavam elas á minha espera. Conseguia ver a minha mãe e a minha avó a segurar a Fá para não correr para mim , lá ao fundo. E , claro, já estava  a doida da Rita no meu abraço.  De repente sentia-me em casa. Ok, isto não faz sentido. Claro que me tinha que sentir em casa, afinal eu estava em Lisboa – a minha casa. Mas Tavira também já assumia uma parte no meu coração, e em tão pouco tempo ganhou tanta importância para mim como Lisboa.

-“Ai mana que saudades fogo!” – dizia a Rita, quase a esborrachar-me.

-“Ãh… mana… nã-não consigo respirar!” – disse a custo.

-“Ãn?! Oh desculpa mana.”- disse ela afastando-se e rindo nervosa – “Mas nunca mais falámos. Mudança de casa sabes como é? Agora têm de ir lá instalar as coisas todas outra vez.”

-“Eu sei mana. Mas também tenho andado um pouco ocupada” – disse dando um grande sorriso ao lembrar-me dele.

-“Ocupada? Com o quê? Pelo sorriso , não tens andado a discutir com a tua prima…” – ela olhava-me com ar desconfiado e super curioso.

-“Já te conto a grande novidade!” – disse rindo –“ agora vamos ter com elas.”

E assim dirigimo-nos para elas, abraçadas. Ao aproximar-me constatei que a minha mãe continuava igualzinha, é como se eu nunca tivesse ido embora. Apenas uma diferença se fazia notar – o seu rosto já não carregava mais uma expressão de sofrimento ou tristeza, agora dava lugar a um lindo sorriso cheio de alegria.

-“Filha…” – disse ela assim que estávamos mais próximas. As lágrimas vieram-me aos olhos. Apercebi-me de que a minha mãe me tinha feito muita falta nestes últimos meses, bem como a minha querida avó e a minha cadelinha.

Fomos a conversar até ao carro, e no carro até chegar a casa. Bem , já nem me lembrava bem da casa. O meu quarto estava exactamente na mesma, estava tudo como deixei quando me fui embora. Assim que entrei no quarto a doida da Fá foi logo para cima da cama, saltar para a minha cara para me lambuzar toda , a doida. Estava a desfazer a mala e a mimar a Fá quando senti alguém entrar no meu quarto e a fechar a porta. Assustei-me.

-“Agora vais contar-me as novidades todinhas!” – disse a Rita dando o seu sorriso malandro e sentando-se na cadeira que estava ao pé da secretária.

Comecei por contar-lhe como a Ana insistiu para que eu fosse ao baile , e de como o meu vestido era lindo. Liguei o portátil para que ela visse algumas fotos que tirámos no baile, mesmo antes do parvo do João me ter beijado.

-“Ele fez o quê?!” – perguntou surpresa.

-“Ele beijou-me mana. Foi horrível, foi um beijo tão bruto, tão sem paixão, tão…”

-“Tão diferente de um beijo do Sérgio?!” – disse ela interrompendo-me.

-“Isso mesmo. Tão diferente de um beijo dele. Bem…saí dali a correr a chorar que nem uma doida. Adivinha quem foi atrás de mim?” – perguntei-lhe sorrindo.

-“Nããã… O Sérgio foi atrás de ti?”

-“Foi e falámos tudo o que tínhamos a falar um ao outro. E isso tornou a minha noite perfeita.” – era como se ao contar-lhe isto, estivesse a reviver tudo, cada momento dessa noite.

-“Mas e agora? Tu estás aqui? Vocês namoram ou assim? Ou foi só mais um de muitos beijos?

-“Agora somos oficialmente namorados. E eu estava a planear passar estas férias a conhecê-lo melhor, a estar com ele. Mas a minha mãe ligou-me.” – disse deixando de sorrir.

-“Mas não querias vir?” – perguntou a Rita com uma voz triste.

-“Não é nada disso maninha. Claro que estou contente por estar aqui. Tinha imensas saudades tuas, da minha família. Vocês são especiais, mas… mas agora ele também é especial para mim.” – agarrei-me á almofada para tentar preencher este vazio que estava a sentir .

-“Eu sei mana. Mas vais ver que te vais divertir imenso aqui, e, não digo que não vás dar pela falta dele, mas estas semanas vão passar a correr. Prometo!” – e abraçou-me enchendo-me de beijinhos, e , claro a Dona Fá também me lambuzou toda.

* * *

O dia passou num instante. Quando olhei para o relógio eram 20h27m.

-“Fogo já?!” – perguntei.

-“O que foi? Já o quê?” – perguntou a Rita meio á nora. Como sempre.

-“Já são 20h e tal. Fogo. O dia passou a correr.”

-“Mas não era isso que querias?” – disse ela a rir.

-“Pois tens razão.” – admiti –“ ele ainda não me disse mais nada.” – disse cabisbaixa olhando para o telemóvel á espera que tocasse.

-“Oh mana. Deve estar ocupado com alguma coisa. Vais ver que daqui a pouco chovem sms dele.” – disse ela tentando animar-me. O que é certo é que depois do jantar ele ainda não me tinha dito nada. Comecei a questionar-me se se passava alguma coisa. Mas decidi esperar até ao dia seguinte.

Já estava a ficar tarde e a Rita tinha que se ir embora. Eu bem que tentei que ela ficasse a dormir cá em casa, mas a mãe dela não achou muita piada. Disse que íamos ter muito tempo para estarmos juntas. Bem… nisso ela tinha toda a razão. Tínhamos exactamente 3 semanas para estarmos juntas.

Na manhã seguinte acordei como normalmente, mas desta vez com a Fá ao meu lado. A minha doida dormiu na minha cama, se a minha mãe a visse matava-a. A minha mãe comprou-lhe uma caminha, mas ela ia sempre dormir na minha cama á noite. Saudades penso eu.

Peguei no telemóvel e qual foi o meu espanto quando vi que o Sérgio não me tinha mandado mensagem nenhuma. Será que se passava alguma coisa? Olhei para as horas e ainda era muito cedo para ligar á Rita a pedir-lhe opinião. Ela de manha não funcionava lá muito bem. Por isso, para passar tempo, fui tomar um banho e vestir algo quentinho para ir passear a Fá á rua.

Peguei nas chaves de casa e na minha mala onde estava a carteira – caso me apetecesse comer ou beber um café. Assim que peguei na sua trela, ela começou logo aos saltos – já sabia onde ia.

Ao passear sozinha na rua lembrei-me dos tempos em que vivi em Lisboa. Parece que foi há muito tempo atrás, mas a verdade é que foi há menos de um ano. Em menos de um ano eu perdi o meu pai, perdi a grande relação que tinha com a minha mãe e fui viver para outro lugar sozinha. Em tão pouco tempo , tanta coisa má aconteceu. Ia tão distraída nos meus pensamentos que nem dei conta que a trela estava a cair. E quando a senti a fugir-me das mãos já não a consegui agarrar, e a Fá sentindo-me livre começou a correr feita doida.

-“FÁ ! FÁ! ANDA CÁ FÁ!” – gritava desesperada enquanto corria atrás dela. Mas a cadela não parava , claro.

Ouvi um som muito forte, parecia um camião. CAMIÃO?!

-“FÁÁÁÁÁ!” – gritei, mas ela estava exactamente no meio da estrada –“NÃÃÃOOOOOOOOOOOO!”


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Notas finais do capítulo

Ai o q vai acontecer a Fa??



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