Capitulo 1

- “Inês posso sentar-me ao teu lado?” – perguntou-me o Sérgio. Não sabia bem o que responder, não queria ser desagradável. A sorte foi que a minha prima apareceu.

-“Desculpa Sérgio, mas este lugar já está reservado. Direitos de família compreendes?”- ufa a minha prima Mariana chegou mesmo a tempo. Mas notei um pouco de rispidez nesta sua resposta demasiado curta. Não dei muita importância.

-“O Sérgio é um namoradeiro, um mulherengo, tem cuidado priminha. Não queiras ser mais uma na lista dele.” – Avisou-me a minha prima Mariana. Mas aquele tom meio agressivo na sua voz … ela nem disfarçava, é como se repentinamente tivesse havido uma mudança dela para comigo. Não percebi! Será que estava com ciúmes? Não. Não acredito.

-“Silêncio!” – ordenou o professor de História. Nem me tinha apercebido que a aula já tinha começado. Prestei atenção ao que o professor Carlos dizia, este era o seu nome já agora.

Deu o toque para o intervalo e todos saíram a correr. Pareciam uns animais - parece que isto também era igual em todas as escolas.

Fui até ao bar com a minha prima comprar algo para comer - um croissant pareceu-me bem, tinham um aspecto delicioso. Sentei-me numa mesa junto da Carolina e daquela miúda loira da minha turma, a Ana. A nós juntou-se a Mariana.
A Carolina perguntava-me o que estava a achar da nova escola e do professor Carlos. Quanto á ultima questão desatámos a rir. Ahah podia ser um senhor simpático, mas não deixava de ser o típico professor de história: baixo, cabelo com inicio de calvície e, claro, a barriga saliente, parecida á de uma grávida de 7 meses. Enfim. Acho que era capaz de me habituar a esta minha nova vida.

O meu primeiro dia de aulas estava a chegar ao fim e eu tinha sobrevivido - só podia ser um bom sinal.

Esta tarde iria com a Carolina e com a Ana ao centro comercial, decidi aceitar o convite que Ana me fez enquanto estávamos no bar.
Finalmente tocou. Sai da sala com a Mariana e a Ana e encontrámos a Carolina no portão da escola.

Eu e as minhas primas fomos almoçar a casa e ,só depois é que nos iríamos encontrar com a Ana na estação.

Foi uma tarde bem passada. Vimos um monte de lojas, fizemos umas compras e ainda lanchámos. Elas fizeram-me imensas perguntas sobre como é que era a vida em Lisboa, o que eu fazia lá para me divertir, se tinha muitas amigas, se tinha algum namorado, esse tipo de perguntas. Senti-me como se estivesse num interrogatório policial. Mas até achei engraçado. Depois foi a minha vez de fazer as perguntas. De certa forma essa tarde serviu para nos ficarmos a conhecer melhor. Curiosamente sentia como se já fossemos as melhores amigas. Estranho, mas agradável.