Sam acordou em um local escuro, sentada em uma cadeira amarrada, tendos seus pulsos para trás também amarrados. Apertou bem seus olhos para em seguida abri-los naquela sala que estava na penumbra. Antes que pudesse falar qualquer coisa, ouviu uma voz um tanto irritante, já sabendo a quem pertencia.

— Ora, ora, ora... Scott sabe que você está me mantendo acorrentada? – perguntou Sam em fim abrindo os olhos e vislumbrando Malia Tate a sua frente.

— Cala boca. – se aproximou Malia de Sam.

— Não me mande calar a boca. – rosnou a finlandesa.

— Agora conta o que veio fazer aqui?

— Não sei se você sofre de algum problema senhorita, mas já mencionei esse motivo. – tentou mexer nas amarras, enquanto olhava cada ponto daquela sala que só agora havia percebido que se tratava de um porão. – “Ótimo.” – pensou ela arqueando uma das sobrancelhas.

— Qual é? Eu sei que está mentindo, por que não desembucha logo?

— Me pergunto se o alfa aprovaria sua atitude, coiote. – sorriu torto perante a sua provocação, mas Malia sendo Malia não levou aquilo numa boca e acabou socando o rosto da finlandesa.

— Quem você pensa que é?

Sam levantou a cabeça mostrando seus olhos alaranjados, em volta dos olhos agora haviam linhas esverdeadas. Quando ia quebrar as amarras, a porta foi aberta passando por ela Chris Argent e Scott McCall.

— Malia o que é isso? – perguntou Scott.

— Estava tentando descobrir qual é a dela. – apontou para outra que estava amarrada.

— Isso não é motivo para sequestra-la! – Disse o alfa de estupefato.

Samantha sorriu torto como se houvesse falado um “touché”, debochando da coiote. Malia iria retrucar Scott, mas ao olhar o rosto da garota, não hesitou em pular contra o hibrido, arranhando seu rosto com as garras.

Cansada de ter seu rosto retaliado, Blake quebrou as correntes e pegou no pescoço de Malia correndo rapidamente pela sala e a encostando na parede. O som ecoou pelo lugar e os olhos da menina estavam totalmente alaranjados e olhava sem parar para a coiote.

O caçador pretendendo chamar a atenção da híbrido para salvar a outra, atirou no braço da finlandesa que a soltou imediatamente, fazendo a coiote cair sentada no chão. Ela olhou para o caçador estreitando os olhos.

— Aí!! – gritou. – Não precisava atirar, caçador. – rosnou ela tentando enfiar os dedos no buraco e puxar a bala.

Scott caminhou até Malia verificando como a mesma estava. Resfirou fundo e se virou para a Sam.

— Me perdoe pelas ações dela. – Se desculpou, afinal não tinha pra que fazer mais inimigos.

— Sem problemas. – falou evidenciando seu sotaque, enquanto soltava a bala no chão. – Apenas mantenha a sua coiote longe de mim. – tornou a olhar para o McCall. – Precisando de ajuda, sabe aonde me encontrar disse por fim.

Enquanto saia deu uma boa olhada no caçador e saiu caminhando para o lado de fora. A medida que andava os arranhões começaram a fechar e ela suspirou, saindo correndo dali pela floresta. No porão, tanto o Argent quanto McCall esperava por uma resposta adequada da coiote.

— E então Malia, por que isso agora? – perguntou o alfa soando cansado.

— Ela me parece suspeita. – resmungou Malia.

— Você não pode atacar todos que achar suspeito. – Chris falou ao ver o alfa suspirar.

[...]

A híbrido andou até a escola aonde deixou sua moto, não que tivesse tido a escolha de sair de lá, é claro. Montou na moto e dirigiu de volta para o apartamento de aluguel.

Na manhã seguinte ela estava novamente lá. As aulas haviam passado e Sam pegava suas coisas para se dirigir ao ginásio para treinar Lacrose. La da arquibancada estavam Malia e Lydia. A raposa e o hibrido revezava os passes, a cada hora marcando o gol. O capitão do time passava as instruções entre eles e os demais.

Scott alertou Kira para sempre estar passando a bola para Liam ou Sam. Já Malia estava a espreita, desconfiando da desconhecida. Lydia por outro lado revirou os olhos.

— Não sei o que tem contra ela. – Falou a ruiva.

— Não sei o que você não tem contra. – retrucou Malia.

— Ela é poderosa o suficiente para nos matar, e se esse fosse o objetivo dela já teria o feito. – Argumentou a banshee deixando a coiote sem respostas.

— Se você diz. – Malia respondeu mal humorado dando de ombros. Nada tirava de sua cabeça que aquela gringa descolada não era de confiança.

— Deveria se focar em hoje a noite. Afinal, quem vai causar o apagão no campo vai ser você. – Disse a Banshee apontando seu dedo no peito da coiote. Voltou ao prestar atenção no jogo e especialmente na garota que deixava Malia inquieta.

Passado algumas horas e o treino já havia acabado. O cheiro de maçã verde de seu shampoo indicava que ela havia acabado de sair do banho. Novamente a garota de longos cabelos vermelhos mexia em seu armário após terminar seu banho. Ouviu passos e o cheiro lhe era familiar até que percebeu alguém encostar no armário ao lado.

— Pelo menos você têm bom gosto para roupas. – disse a ruiva olhando para a outra que ainda não havia se virado para olha-la.

— O que você quer... – terminou de mexer em suas coisas para olhar a outra. – Lydia? – olhou para ela pegando a escova e começando a pentear os cabelos molhados.

— Vou ir direto ao assunto: Venha comigo para planejarmos o que acontecerá no jogo. Sei que quer colocar as mãos nos caçadores tanto quanto nós, então por que não trabalharmos juntos? – Falou a Banshee olhando agora para a finlandesa.

— E como vou saber se a sua amiga não vai me matar? – perguntou a finlandesa apontando a escova contra a Banshee.

— Bom, ela não vai. Mas se for o caso, você poderá ataca-la. – respondeu Lydia olhando diretamente nos olhos da híbrido.

Sam pareceu pensativa durante algum tempo, no entanto logo o sorriso torto surgia em seus lábios e ela largou a escova dentro do armário.

— Nesse caso, eu vou. – disse ajeitando os cabelos por fim.

— Então vamos logo. – Saio Lydia puxando a Blake pelo pulso para seu carro.

Entraram no carro e seguiram para o lugar onde se reuniram para organizar seus planos. No QG estavam todos da McCall pack, Peter, Derek e Theo, esperando a chegada de Lydia. E quando ela em fim chegou atravessando a porta, um rosnando foi escutado e olhos mudaram quando o hibrido atravessou a porta.

— O que ela faz aqui? – Apontou Malia questionando a Banshee imediatamente.

Um sorriso largo surgiu naquele rosto e os olhos foram de azuis para laranja. E tudo o que fez por fim foi cruzar os braços e esperar a explicação da ruiva.