Capítulo 141

Setembro de 2018

Um dia eu estava em meu quarto, no meu computador, quando me ocorreu a ideia de fazer uma pesquisa sobre a doença que eu tinha quando humana e foi o motivo que me permitiu me transformar em vampira. Eu sei que papai não transformaria alguém que tivesse uma chance de viver ainda como ser humano.

Meus irmãos estavam todos morrendo quando foram transformados. Exceto Alice e Jasper que não foram transformados por papai. Alice corria mesmo risco de morrer e por isso foi transformada em vampira, mas Jasper assim como papai foi atacado. Carlisle transformou Esme também porque ela havia pulado de um penhasco e tentado de suicidar. Mamãe realmente iria conseguir se papai não a tivesse encontrado. Ela iria conseguir o que queria, mas ela não sabia que iria reencontrar papai e isso a deixou feliz por ele tê-la transformado em vampira também.

Encontrei em um site médico (obviamente eu não poderia simplesmente perguntar para Carlisle, eu não quero que ele precise pensar novamente nisso, pois pode deixá-lo triste e eu não quero fazer isso com papai) que tinha um artigo sobre endometriose, que essa doença não mata, apenas esteriliza.

Mas se a doença em si não mata então por que me transformaram? Eu queria e ainda penso o mesmo, mas eles não fariam isso apenas por minha vontade. Minha irmã Bella também pediu muito para meu irmão Edward, mas ele não cedia e só transformou a esposa porque ela estava morrendo por causa do parto de minha sobrinha. Ou será que Carlisle é diferente de Edward e ele permitiu que Esme me transformasse porque ela queria?

Eu não tenho nenhum arrependimento, pois nada na vida humana foi bom para mim, exceto o tempo que eu passei com meus pais. Mas é exatamente por eles que eu estou aqui e desejei me tornar praticamente imortal.

Vou falar imediatamente com papai no escritório dele. Vou até lá e antes que eu bata na porta ele me chama:

— Pode entrar, filha!

Abro a porta e entro determinada, não estou zangada nem magoada, mas eu quero entender o que levou meus pais a me tornarem uma vampira como eles.

— Papai, eu quero fazer uma pergunta para você.

— Sim, querida – ele marca a página do livro que estava lendo e olha para mim enquanto fecha o compendio de medicina.

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— O que houve criança?

— Pai, eu estava vendo na internet que a endometriose não mata, é verdade?

— É, verdade – ele parece envergonhado, como se eu o tivesse desmascarado.

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— Então por que você e mamãe concordaram em me transformar se eu não estava morrendo? Não me entendam mal, eu sou muito grata, mas só quero entender.

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— Você realmente não estava morrendo por causa da endometriose em si, mas a doença teve metástase e estava comprometendo todo o seu organismo. Você logo morreria devido a infecção no sangue.

— Ah! Papai me desculpe por ter desconfiado de você. É claro que você e mamãe só pensavam em me salvar.

— Tudo bem querida. Você não estava morrendo como seus irmãos, mas poderia morrer logo, como foi o motivo que levou o amigo de Alice a transformá-la em vampira. James estava atrás dela e queria seu sangue, pois o sangue dela era muito mais apelativo para ele do que o sangue de Bella. Alice viu isso e sabia que iria ser morta então pediu para que seu amigo a transformasse.

Depois de instantes Carlisle continua:

— E além do mais você tinha refluxo, porque não disse nada para nós?

— Eu não achei que deveria, era problema meu e eu tinha que lidar com isso.

— Isso poderia também causar alguns problemas.

— Depois de algum tempo eu não senti mais.

— Eu lhe dei remédio para o estômago sem você saber, me desculpe.

— Tudo bem pai. Eu não disse, mas é claro que você iria perceber algo de errado comigo.

— Não se sinta mal criança, você nasceu prematura então isso é uma das consequências. Seu sistema digestivo não estava bem formado. Assim como seu senso de equilíbrio foi prejudicado.

— Talvez foi por isso que eu voltei a ser um bebê quando mamãe me transformou.

— você também queria, filha. Você não foi tratada com carinho como as crianças precisam. Mesmo sendo prematura e requerendo mais cuidados do que os bebês que nascem no tempo certo.

— Ah papai! Obrigada pó você e mamãe serem tudo que eu precisava.

— Não precisa agradecer querida. Você também é o que nós sempre desejamos no fundo de nossos corações, mas nem sequer ousávamos pensar. Você trouxe alegria para nossa vida.

Eu estou tão emocionada que iria chorar se pudesse, meus pais humanos jamais me disseram isso. Nem sequer me faziam sentir. Se eles cuidaram de mim foi só nos primeiros anos, mas de que adianta se depois me maltrataram e eu não me lembro de nada do começo? Esme e Carlisle sim cuidaram de mim desde o primeiro dia, quando eu ainda era humana e ainda nem era filha adotiva deles.

Dou um abraço bem apertado em papai para lhe mostrar o que estou sentindo.

— Oh, meu amor! – ele afaga meus cabelos.

— Eu amo você – digo com a voz embargada.

Eu não posso chorar, mas a minha garganta ainda fica apertada. É assim que nós vampiros choramos.

— Também te amo muito filha.

...XXX...

14 de setembro de 2018

De repente eu fiquei curiosa sobre a minha arvore genealógica de quando eu ainda era humana. Pesquisei com o sobrenome da minha mãe e descobri que Esme foi minha tetra-tia-avó, obviamente porque mamãe não teve filhos para que eu fosse sua descendente direta. Fiquei realmente surpresa ao saber disso, mas não tanto, pois eu sou a reencarnação do filho de Esme. Sou irmã de mim mesma em outra vida. Eu era um menino e agora sou menina. Talvez alterne os sexos a cada vez. Será que eu já vivi antes ainda? Por volta do século XVIII?

Pesquisando mais fundo encontrei algo ainda mais surpreendente ainda que me deixou boquiaberta. Não apenas sou descendente de mamãe, mas também de papai. Carlisle é tetratetratioavô de Esme, porque papai também não teve descendentes diretos. Os dois realmente se conheceram por destino, talvez estivessem predestinados.

— Mamãe! – eu chamo sem gritar porque sei que Esme pode ouvir mesmo do quintal. Eu sinto sua presença e sei exatamente onde ela está.

— Estou aqui filha, o que foi?

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— Eu estava pesquisando sobre meus antepassados humanos e acabei descobrindo algo surpreendente: você e papai são parentes! E mais eu sou descendente de vocês dois; vocês são meus pais de verdade.

— Oh sweetie! Você sempre foi nossa filha, mesmo se não fôssemos seus antepassados. Você foi meu filho no passado!

— É verdade, mamãe. Isso é mesmo curioso. Eu renasci na mesma família.

— Isso é maravilhoso querida! Carlisle vai gostar de saber disso.

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Março de 2019

Muito tempo já se passou desde que Jasper pediu para Alice se ela queria ter filhos. Minha Irma respondeu que não, mas o marido sabia como ela se sentia sobre o assunto. As palavras podem ter dito algo, porém o sentimento dizia o contrário e ele sentiu o que a esposa estava sentindo.

Jasper não queria pedir para Carlisle, não porque não quisesse sua ajuda, mas porque Alice pediu para não incomodá-lo. É claro que papai estaria disposto a ajudar se pedissem. Jasper procurou duas crianças em um orfanato. Um menino e uma menina.

Estava quase desistindo quando chegaram mais dois irmãos em um abrigo onde ele estava.  Foi paixão a primeira vista, quando meu irmão os viu foi instantâneo o reconhecimento. Os jovens eram adolescentes e dificilmente conseguiriam ser adotados, pois os humanos preferem bebês. Jasper teve cuidado ao conversar com eles e fazer a proposta. Eles ficaram muito empolgados ao saber que iria virar vampiros e não fizeram escândalo como meu irmão temia.

Caso os adolescente fizessem alarde ele poderia desmentir as crianças dizendo que era imaginação deles. Logo Jasper entrou com o pedido para a adoção. Os meninos ficaram super felizes por logo conseguirem um lar. Os pais perderam a guarda dos filhos devido aos maus-tratos e negação de direito de educação e exploração de trabalho infantil.

Meu irmão vai ele mesmo transformar os dois. Um deles vai fazer como Edward e com a menina vai pedir para que ela beba um suco envenenado.

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12 de Março de 2019

Jasper estranhamente sai sozinho e quando volta traz dois jovens vampiros consigo. Não há dúvida porque ambos têm os olhos cor de rubi.

— Jazz, quem ... – pergunta Alice.

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Agora eu tenho certeza que ela não fica vigiando o marido sempre, pois se cuidasse não teria sido surpresa.

— São nossos filhos, querida.

— Oh! – exclama se aproximando do menino.

— Mãe? – este pergunta.

Minha irmã fica tão emocionada que afaga o rosto do rapaz.

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— Sim; oh meu Deus como você é bonito! Como você se chama querido?

— Jason. Jason Alison Hale Cullen.

— Oh! E está menina linda como se chama? – se aproxima da garota.

— Ashley Cynthia Hale Cullen.

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— Oh! Obrigada Jazz – se vira para agradecer ao marido.

Ele sorri satisfeito ao ver e não apenas ver, mas sentir o que a esposa está sentindo. Como ela está feliz! Jasper gosta de ver a esposa assim radiante de alegria.

Eu fiquei ao lado de meus pai assistindo ao encontro. Alice no apresenta:

— Seus avós Esme e Carlisle e sua tia Caroline.

— Bem vindos à família! – Esme acolhe os recém chegados.

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— Jasper o que você fez?!

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— Eu não mordi nenhum deles. Eu fiz como Edward e como Esme, pois eu sabia que não conseguiria morder nenhum deles. – meu irmão se explica, mas com o olhar de quem não precisa dar nenhuma satisfação.

No entanto quando ele e Alice aceitaram viver com a família de Carlisle aceitaram também viver sob suas regras. E meu irmão não deveria ter feito isso sem consultar papai. Se tiver que ir embora por causa disso pode ir, mesmo que minha irmã não goste muito de ter que deixar a família que adotou e que a acolheu no último meio século.

Minha irmã compreende agora por que o marido não apareceu nenhum dia com os olhos vermelhos e fica contente pelo que ele fez. Jasper é capaz, só precisa que lhe dêem mais confiança.

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— Agora já foi feito querido, não podemos punir os jovens por causa do pai – Esme afaga o braço do marido.

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— Sim, você está certa querida. Apenas cuidem bem deles e não os deixem fazer nenhuma bobagem – diz para os filhos.

Ashley e Jason parecem que não estão entendendo o que está acontecendo ou Jasper os mantêm sob controle. Ao menos para ele será mais fácil evitar que os filhos façam alguma coisa que não devem.

— Você é muito bonita tia! – me cumprimenta Ashley.

Eu teria ficado vermelha se ainda pudesse corar. Nunca fui uma pessoa muito atraente, minha beleza era e ainda é comum. No concurso de beleza que teve no colégio eu nem ousei me candidatar, foi minha colega representar a turma.

— Você parece muito com a vovó. – Emenda Jason. – Parece que são parentes de verdade.

— É bom que pareçamos tanto – diz Esme. – Todos nós somos aparentados.

— Quantos anos a senhora tem? Não parece tanto – pergunta Ashley curiosa e Jasper a olha severamente.

— Tudo bem Jasper, a menina só está curiosa. Eu tinha 26 anos quando meu marido, avô de vocês me transformou.

— Uau! – exclamam os dois jovens.

— E quantos anos o senhor tem vovô? – pede Jason e recebe um olhar igualmente de alerta do pai.

— Eu tinha 23 anos quando fui transformado em vampiro.

— Jasper falou muito de você para nós, Sr. Cullen. Ele disse que o senhor nasceu em Londres no século dezessete!

— É verdade, eu nasci em 1640 ou um ano antes ou depois, não me recordo bem. O tempo não era marcado com tanta precisão como atualmente. Mas me chame apenas de Carlisle, agora somos uma família.

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