A Caixa de Pandora escrita por Max Lake


Capítulo 2
A caixa


Notas iniciais do capítulo

2° Tema, 2° Round!
Borbulhante



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Pandora pensava na beira da cama. Aquela felicidade fora substituída por inúmeras dúvidas. Quem era o homem? Que caixa era aquela? Como foi parar na mochila? E por que ela a recebeu? Qual a relação com o sonho? 

Pegou a caixa e a analisou. Era quadrada, pequena, fria, mais pesada do que a aparência indicava, possuía algumas escrituras ao redor, vários círculos dentro de outros círculos. Nenhuma fechadura visível, mas havia um botão vermelho no topo. “Abrir ou não abrir?”

Pandora tentou se lembrar de quando deixou sua mochila de lado para alguém mexer e colocar a caixa. Não, ficou o dia inteiro com ela. Exceto quando foi convidada para a festa, ali seria a oportunidade para colocar na mochila, afinal estava distraída. Mas, quem faria isso?

Ignorando a orientação do homem misterioso, Pandora apertou o botão vermelho e a caixa se destrancou. De repente, um ensurdecedor barulho foi liberado e a adolescente tapou os ouvidos, largando o objeto. Pareciam milhões de vozes gritando ao mesmo tempo. Jogou-se no chão e a fechou sem dificuldade, apenas encaixando as partes abertas. Ofegante, Pandora ouviu um vidro quebrando. “Droga”, reclamou.

—E agora? - sussurrou, mas mal se ouviu.

Naquele instante, a campainha foi tocada novamente. Escondeu a caixa debaixo da cama e andou até a área externa. A chuva estava mais fraca, felizmente, mas ela usava um guarda-chuva desta vez. Ao abrir a porta, sentiu um nervosismo interior. Ainda não era sua mãe.

—Ingrid? Oi! Eu não esperava vê-la.

—Não esperava?

Ingrid era a melhor amiga de Pandora. Branca, ruiva, magra e de óculos, provavelmente estava tão borbulhante quanto Pandora por causa da festa de sábado. Surpresa com a indagação, arqueou a sobrancelha.

—Nós combinamos de estudar hoje.

—É, esqueci. Desculpa. Você ouviu algum grito estranho enquanto vinha?

—Não.

A garota com capa de chuva sinalizou para entrar. Pandora permitiu. As duas rumaram até o quarto, Pandora pensava se devia mostrar a caixa para ela ou não. E se mostrar, o que garante que não teria curiosidade em abrir também?

—Você tá bem? - perguntou Ingrid. - Parece distante, distraída.

—Sim, só com um pouco de sono - despistou.

Passando pela sala, Pandora percebeu cacos de vidro no chão, flores e água espalhadas pelo carpete.

—O que houve aqui? Foi seu pai? - Ingrid sabia como o pai de Pandora era instável.

—Não, o suporte já estava frágil - mentiu. Inconscientemente, acabara de decidir não contar sobre a caixa. - Eu vou limpar aqui, pode guardar a capa de chuva ali e aí nós começamos a estudar.

—Certo. Quer ajuda?

—Sim.

—Vi você e o Leo hoje - comentou Ingrid enquanto se ajoelhava perto da amiga.

—É? - Pandora tentava se fazer de desentendida, mas a paixão pelo menino já era do conhecimento de Ingrid.

—Me conta. Ele te convidou? Você vai à festa de sábado?

—Pretendo ir. E você?

—Sim, eu vou. Era o que deveria responder. Tenha convicção, Pandora.

—Desculpa.

A conversa terminou ali. A relação entre as duas esteve estremecida nos últimos dias graças à política no país. Pandora pediu desculpas e conseguiu convencê-la a ir à sua casa para estudar, tentar fazer as pazes e voltar a serem amigas. No entanto, aquele nível de amizade e de confiança de antes talvez nunca mais retorne.

Por outro lado, sua preocupação no momento era a caixa. Precisava se livrar dela, mesmo que ainda tivesse curiosidade para saber o que havia nela. Mas, se o custo fosse sua audição, preferia não arriscar outra vez. “Ou todos os males fugirão outra vez por causa de uma Pandora".


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Notas finais do capítulo

E é isso. Acho que o capítulo foi um pouco morno, mas prometo melhorar no próximo. Deixe aí o comentário, me diga o que acharam e o que pode melhorar.



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