Basket Case escrita por majestyas


Capítulo 1
| devorando a cauda para recomeçar |


Notas iniciais do capítulo

Dedico a todos que sonham com Dramione.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/763453/chapter/1

 

— Todos sabem que o Draco Malfoy é um caso perdido. — Rony comenta, olhando de relance para o loiro sentado não muito longe. Ele estava concentrado em um livro sobre medibruxos famosos e estava sozinho. Desde que seus amigos haviam morrido, ele é frequentemente visto sozinho.
— Rony, também não é assim. — resmungou Hermione, sem nem ao menos saber muito bem o por quê. Ela só achava que depois de uma guerra, não fazia muito sentindo implicância adolescente. Eles eram adultos agora. E o passado havia ficado para trás.
— Claro que é, Mione! — o ruivo fez uma pausa para pegar mais comida — pessoas ruins sempre continuam ruins. E o Malfoy é um filhote de comensal, então...
— Rony, já chega! — a castanha falou exasperada com a insistência do amigo. Ele insistia em viver no passado, parecia que não tinha amadurecido nada.
— Harry... Harry, você concorda comigo, não é? — o ruivo teimou.
Mas Harry não estava prestando atenção. Ele estudava com afinco para os exames que estavam próximos. Logo ele se tornaria um auror e para isso precisava se esforçar.
— Cara! Para com isso, você não precisa estudar. — o Weasley revirou os olhos, dando um tapinha no livro do amigo — você é Harry Potter, pode ser o que quiser.
— Ele pode ser Harry Potter — Hermione imitou o tom do amigo — mas ainda precisa estudar para conseguir o que quer por mérito próprio.
O ruivo apenas revirou os olhos, sem dar real atenção a amiga. Certas coisas custam a mudar, afinal.

— • • • —

Hermione precisava urgentemente terminar um trabalho de História da Magia para entregar no dia seguinte. Com tantas coisas para estudar, ela não tinha reparado que este em especial ainda não estava pronto. Então ela ficou no canto da biblioteca por horas, até pegar no sono, exausta. Foi acordada por um suave balançar em seu ombro e uma voz conhecida, mas nunca tinha ouvido em um tom de gentileza.
— Granger, já está tarde. — Draco Malfoy dizia, até conseguir acordar a grifinória. Ela se assustou e quase caiu da cadeira onde estava — nos trancaram aqui dentro.
— O-o quê? — pergunta, ainda desnorteada.
— A bibliotecária simplesmente não conferiu se todos tinham saído. — ele revirou os olhos — eu me distrai lendo e você dormindo. Teremos que esperar até o amanhecer.
Todos sabiam que agora os cômodos eram trancados com magia depois de um certo horário. Agora só bastava esperar.
— Você parece... Diferente. — solta Hermione, corando em seguida. Ela disse sem querer, era algo que rondava sua mente, mas não cabia a ela dizer.
O loiro sorriu para ela, o que a deixou surpresa mais uma vez.
— Tem uma frase... Eu até mesmo gravei. Ela diz muito sobre o que estou sentindo: “Aprendi que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência. Mas, aprendi também, que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei.” 
— Charles Chaplin? — surpreendeu-se a garota.
— Não sou um ignorante. — o loiro revira os olhos — aprecio a arte trouxa, apesar do meu pai não ser grande apoiador.
Ela estranhou a expressão que ele fez ao falar do pai. E, como já estava sendo um pouco intrometida, não custava ser mais.
— Você tem problemas com seu pai, não é? — Hermione não queria ser indiscreta, nem mal educada ou fazer o sonserino se sentir mal. Ela só queria entender.
— Está tão na cara assim? — ele diz com sarcasmo, se jogando em uma poltrona.
A garota foi cautelosamente para perto, sentando-se na poltrona ao lado.
— Bom, sim. — murmurou.
— Meu pai nunca foi do tipo fácil. — Draco suspira — na verdade, talvez nem mesmo o difícil chega aos seus pés.
— Queria poder dizer que eu entendo, mas na verdade não. — a castanha cora — sempre fui muito amiga do meu pai. E da minha mãe também, é claro.
— Eu amo minha mãe mais que tudo. — ele comenta, seu olhar se perdendo nas prateleiras — ela sempre me defendeu. Apesar de não amar meu pai, ela me ama.
— Por que ela se casou? — perguntou suavemente, sabendo que o assunto era delicado.
— Família. — ele suspirou — honra e poder era tudo para os Black. Meus avós fizeram ela se casar com um sangue puro logo quando tiveram oportunidade. Não queriam que ela cometesse o mesmo erro que minha tia Andrômeda.
Hermione pensou na mãe de Tonks e toda sua história difícil para ficar com seu grande amor trouxa.
— Então sua mãe não amava seu pai? Nem eram amigos, nem nada?
— Nem nada. — continuou o loiro — eles se conheciam da escola, mas só isso. Minha mãe disse que depois que os pais morreram ela pensou em se separar, mas então eu nasci. Ela quis que eu tivesse uma família e também temia pelas dificuldades e preconceito que sofreria.
O coração da grifinória se apertou. Ela como mulher sabia as dificuldades que uma mulher tem que enfrentar. Logo ela, que sofreu tanto por ser nascida trouxa, por sua aparência quando mais nova, por ser uma garota que se destacava por sua inteligência.
— E agora? — murmurou.
O loiro soltou um longo suspiro e deu um pequeno sorriso.
— Meu pai está preso em Azkaban. E agora estamos bem, eu acho. — ele diz — ainda temos todos os bens dos Black e Malfoy. Mudamos de endereço... Estamos construindo uma nova casa. Mamãe está muito animada com a idéia de um recomeço. E eu, com um futuro melhor.
Eles sorriram, sentindo a esperança. Mas o olhar da castanha foi rapidamente desviado para a tatuagem de cobra no braço do loiro.
— Você queria isso? Você sabe, se tornar... — ela engoliu em seco — Comensal da Morte. — completou, um pouco temerosa. Mas ela queria tanto saber. Sempre foi curiosa e Draco Malfoy parecia um grande quebra-cabeça.
— Nunca. — ele suspirou — fui coagido pelo meu pai. Olha, eu nunca fui uma boa pessoa. Eu sei, tá legal? Todas as vezes que eu fui maldoso na escola... — ele nega, abaixando sua cabeça — era apenas um reflexo do que eu aprendi a minha vida toda. Mas agora eu estou livre para ser o que quiser, ser como eu quiser. Cometer meus próprios erros, fazer minhas escolhas sem medo. Aquela pessoa que eu fui antes da guerra era apenas uma sombra. Esse sou eu.
Hermione encara Draco sem saber o que dizer. Apesar de nunca ter gostado dele e várias vezes realmente desgostado, ela entendia. Uma criança mal criada não tinha culpa de crescer má. E ele teve o amor da mãe, que o fez querer ser melhor. Essa era a chance de redenção de Draco. O futuro era dele agora.
E talvez ela pudesse fazer parte disso...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Basket Case" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.