Um Faraó em minha vida escrita por Iset


Capítulo 12
Ninguém segura esse Bebê - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Primeiro, desculpem nao ter respondido os comentários. Farei isso hoje a noite, pelo celular buga e as vezes perco as respostas...



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Ninguém segura esse Bebê - PtI

Voltaram para a casa de Sam e ela certificou-se que o pai já havia saído para chamar o garoto para dentro. Enquanto ele tomava um banho, lhe preparou um café com torradas, que foram devoradas rapidamente assim que ele se sentou à bancada da cozinha.

 

一 Sam, acha que eu sou um problema na sua vida?

 一 Não...quer dizer... é mais... não um problema ruim.. é tipo uma surpresa inesperada. Olha o Clay ele só está chateado, ele é tão certinho deve ser a primeira bronca que ele leva dos pais.

 一 Não ele não está bravo por causa do castigo, ele não gosta de mim. Acha que eu sou um problema que vai destruir a vida dele. Mas não entendo, a vida dele é tão chata que devia ficar feliz se alguém destruísse.一 falou e ela sorriu.

 一 Ele... só está chateado. Sabe, amigos brigam às vezes. A cris e eu quase rompemos a nossa amizade porque nós duas queríamos ser a Docinho das superpoderosas uma vez. Mas depois, tudo ficou bem.

一 Eu disse para ele que ele nunca teria amigos se não fosse eu... Mas é irônico porque eu também nunca tive amigos.

 一 Tem a gente agora 一 falou colocando a mão sobre a dele 一 O Clay é diferente de todo o mundo, ele não tem um grupo porque ele não se encaixa e por mais que ele finja que não se importa, eu sei que ele sente falta de ter amigos.

 一 E ele demonstra isso tratando todo o mundo mal?

 一 Não... é que às vezes é melhor simplesmente não sentir. Quando a minha mãe ficou doente eu cansei de ver ela chorando pedindo para Deus para morrer, eu fiquei furiosa com ela, porque ela queria nos deixar, mas ela só tava cansada de sofrer e de nos ver sofrer por ela. Todo o mundo o julga, sem nem conhecer ele, deve ser por isso que ele é tão chato com as pessoas.

 一 Você é boazinha demais, sua mãe estava doente, mas algumas pessoas só são insuportáveis mesmo.

 一 Melhor voltarmos para escola. E o que passou nos olhos?

 一 Achei na gaveta do seu banheiro - mostrou um lápis de olho - Muito mais prático do que a que usávamos. Precisamos mesmo voltar pro colégio?

 – Tá, se você gosta. Mas tá parecendo um gótico que canta em cemitérios e não pode cabular aula no segundo dia. Anda vamos.

 – Sam... Obrigada por estar sendo tão legal comigo - ele falou pegando na mão dela - Eu sei que eu te assustei um pouco, mas você é a pessoa mais gentil que eu já conheci. Nas duas vidas - ele sorriu e ela sentiu o rosto enrubescer.

 Voltaram para escola no terceiro período, Sam seguiu para sua aula de história e Tut, encontrou Clay na sala de literatura.

 – Está atrasado - o professor advertiu.

 – Desculpe - falou sentando-se a classe.

 Durante um almoço um silêncio reinava na mesa, Jacob passou rapidamente recolhendo assinaturas em um abaixo assinado contra o corte de verba do grupo teatral da escola e seguiu pelo refeitório angariando mais adeptos, enquanto os quatro continuavam remexendo na comida até que Clay cutucou Cris.

 – Tut, vai ter testes pro futebol, devia tentar - falou receosa.

 – Não sei jogar futebol.

— Pode aprender, vai ser um bom exercício social, não acha Sam?

 – Não acho que seja boa ideia, é um esporte violento e os garotos do time são uns babacas.

 – Até o Connor?

 – Principalmente o Connor, se tivesse um concurso mister babaca ele teria todas as coroas - Sam retrucou.

 – Está sendo preconceituosa, mal conversou com ele na vida. Não é você que diz que devemos dar chances pras pessoas mostrarem quem são.

 –O Connor é um brigão, egocêntrico e megalomaníaco.

 – Confessa que tinha uma quedinha por ele no fundamental.

 – É, na sexta série, quando eu era uma babaquinha, já me curei desse mal. Eu vou no banheiro - falou se levantando - Não vai vir comigo?

 –Não, tô legal.

 – E a solidariedade feminina?

 – Nunca tive vocação para fiscal do xixi e não tenho a necessidade fisiológica de me olhar no espelho a cada meia hora. Eu sei que não vou gostar do que vou ver mesmo.

 – Eita! Você e o Clay beberam leite estragado, foi? Eu enh.... - falou a garota pegando a mochila.

 – Então Tut, vai fazer ou não o teste pro time?

 – Não, Sam acha os garotos do time uns babacas - falou roubando metade do sanduíche que Sam deixou na bandeja.

 – É mas eles são os reis da escola - Clay falou em tom baixo.

 – Reis? - Tut questionou curioso.

 – Sim, todas as garotas querem sair com eles, são populares e sempre são convidados para as festas.

 – Interessante. Eu gosto de festas, muita bebida, comida, música, animais sacrificados aos deuses, é divertido - falou e os dois arregalaram os olhos.

 – Esse povo antigo tem que por sangue e morte em tudo? - Cris sibilou.

 – Tá, mas você vai ou não fazer o teste? - Clay insistiu.

 – Vou... se você também for - o faraó levantou a sobrancelha desconfiado.

 – Não faço esportes de contato - retrucou no mesmo instante.

 – É só um teste Clay, vai com ele.

 – Tá louca?! - Exclamou a garota a sua frente - Não quero entrar pro time, meu QI é alto demais para isso.

 – Ah tá como se você fosse conseguir passar no teste - zombou a garota.

 – Não é tão difícil atravessar um campo com uma bola na mão.

— Então vai com ele ué... Assim pode ajudar para que tudo dê certo, entendeu? - insistiu a garota.

 – Ahhh... sim claro... entendi.- Concordou relutante e Tut sorriu aos dois.

 Quando Samantha retornou, apenas Cris continuava na mesa, ela olhou curiosa para amiga e questionou sobre os garotos.

 – Foram se inscrever pros testes do time.

 – Clay também?- A garota desconfiou - O que vocês dois estão tramando?

 –Precisamos que ele queira voltar ou ele nunca mais vai deixar o seu porão. Clay acha que ele sabe como voltar, só não quer. Só temos que mostrar a ele que o nosso mundo não é só diversão.

 – E para isso vão colocá-lo no meio de um monte de brutamontes? Cris onde você tá com a cabeça? Ele pode acabar machucado.

 – Falou a garota que jogou ele da janela do segundo andar - revirou os olhos - Sam, eu sei que você tá se sentindo a Bella Swan com um namorado misterioso de centenas de anos, mas mal sabemos o que ele é. Se ele voltou, quem garante que aquelas pessoas que morreram na tumba dele, não foi por culpa dele mesmo, quem garante que quando ele estiver forte o suficiente ele não queira dominar o mundo.

 – Ele não é meu namorado e não é uma má pessoa.

 – Tecnicamente ele nem é uma pessoa, Sam. Mas se não quer que ele faça os testes pro time, tudo bem, ele não precisa ir. Vou para aula.

 – Cris, eu sei que tá sendo difícil tudo isso é loucura, mas dentre todas as pessoas do mundo, nós estamos vivendo uma experiência incrível, isso é especial. Não acha?

 – Especial é ganhar na loteria, isso pode causar a terceira guerra mundial.

 –Ainda vai no shopping com a gente?

 – Sou sua amiga. To com você, mesmo que pule da ponte, mas é meu dever avisar que vai se estatelar no chão. Até depois.

 Samantha retornou a aula pensativa, no período seguinte, encontrou Tut na aula de psicologia, onde sentaram-se juntos para fazer uma redação, na saída da aula foi encurralada pelas três garotas lideradas por JJ no corredor.

 – Samantha... Faz tempo que não conversamos - Jéssica sorriu cinicamente acompanhada de Kim e da ruiva Ginger.

 – É, desde que você jogou xarope de milho nas nossas cabeças no baile da oitava série - Sam falou e as outras garotas riram.

 – Foi engraçado, mas jamais imaginei que fosse rancorosa. Eu não sou, então, Sarah saiu das líderes e precisamos de uma nova lobinha pro time, tá a fim?

 – Líder de torcida, não é muito a minha praia, mas obrigada pelo convite - falou tentando passar pelas garotas e J.J segurou seu ombro.

 –Qual o seu lance com o garoto novo?

 – Lance? Nenhum, ele é meu primo.

 – Sabia que ele se inscreveu pro time de futebol?

 – Sei.

 – Bom, Connor não gostou muito da idéia, mas o curioso é que ele não gosta do seu primo porque ele é gato e um potencial rival no time. Ele não gosta do Tut, porque ele anda para cima e para baixo com você... Não acha inapropriado que todo o mundo na escola ache que o meu namorado tá a fim de outra garota? 

— Ah... comentam isso é? Deve ser ruim - falou tentando escapar das meninas que fecharam o cerco - J.J eu não tenho nada com o Connor.

— É claro que não tem, olha para mim, ele não seria louco de trocar tudo isso. Mas eu odeio esse tipo de comentário, odeio que as pessoas pensem que haja uma rixa entre nós por conta de um garoto, então, esteja no próximo ensaio das lobinhas, se nos verem juntas - sorriu simpaticamente - amigas, não vai ter motivos para esse tipo de boato, não acha?

 – E se eu não for? - questionou.

— Eu vou garantir que a sua vida seja um inferno - falou sorrindo - Amanhã depois da aula - deu dois tapinhas de leve no rosto da garota.

— Ah merda! - Exclamou irritada ao ver as garotas se afastarem.

 Quando o sinal bateu Sam aguardou os amigos na frente da escola, tentou esconder-se atrás do livro quando viu J.J passar na companhia de Connor, mas não impediu que a garota de despedisse dela como se fossem amigas íntimas, causando espanto no namorado.

 – Que foi aquilo? - Cris aproximou-se curiosa.

— J.J acha que o Connor tá a fim de mim e é adepta do amigos perto, inimigos mais ainda. Ela quer que eu entre pras lobinhas.

 – E você aceitou?

— Claro que não, mas ao que parece ela vai me obrigar.

 – Tá, vamos pensar em alguma coisa. Agora vamos logo pro shopping eu tô morrendo de fome.

 – Clay vai com a gente?

— Ele tá de castigo, vai ter que ir para casa. Vai ser legal, podemos ter uma tarde de garotas.

 – Eu não sou uma garota - Tut franziu a testa.

— Você ama glitter, jóias, tem o cabelo grande e ele tá usando lápis de olho?

— Maquiar os olhos invoca poderes divinos de Hórus, sobre a nossa saúde. E sua definição de feminino é bem rasa e estereotipada - Explicou ele.

— Tá, perai um cara de quase quatro mil anos me chamou de machista? - questionou Cris.

Chegaram ao shopping por volta das quatro da tarde, como de costume Samatha correu para a área baby, uma ilha cercada de grades onde os pais deixavam os filhos pequenos aos cuidados de uma babysitter, para que pudessem fazer compras com tranquilidade.

 – Olha aquela não é uma fofura? - sam disse batendo palmas chamando a atenção da bebezinha que engatinhou até a grade.

 – Fofura como os macaquinhos no zoológico, enquanto estão presos são umas gracinhas, aí você tira da jaula e eles berram e cagam em você. Vamos Sam, eu tô com fome.

 – Ah... Cris vai dizer que não gosta de bebês, todo o mundo gosta de bebês.

 – Todo o mundo que não tem um monstrinho desse em casa, toda vez que penso que vou poder dormir em paz, minha mãe diz que tá grávida de novo. Anda vamos, não dá para ficar perto dessas coisas sem necessidade, nem de mulher grávida é contagioso - falou puxando a amiga.

— Eu vou adorar ter um bebê um dia- Samantha suspirou e Tut levantou a sobrancelha, voltando o olhar para a garotinha na grade. Caminharam até a praça de alimentação, onde o egípcio provou seu primeiro hambúrguer.

— Posso comer mais um. Isso é sexo em forma de comida - falou e as garotas se entreolharam.

 – Considerando que você era casado com a sua irmã, isso com certeza deve ser melhor. Já pensou eu ter que me casar com o Chris? Eca....- a garota falou.

 – Seu irmão também se chama Cris?

 – Sim, Christian, Cristhina, Crislaine, Christopher e Pâmela - Meu pai finalmente venceu a aposta sobre o sexo do bebê e pode escolher o nome, o que foi muita sorte dela porque as opções viáveis com Cris estavam escassas... Ia acabar se chamando Crisântemo.

 – É um nome bonito - Tutankhamon observou.

 – Para quem se chama Tutankhamon, é sim.

 – Preciso ir a casa de banho.

 – Banheiro - corrigiu Sam - É só seguir aquelas plaquinhas alí. Ah toma dinheiro e pega mais um hambúrguer - falou entregando dez dólares em sua mão.

 – Entre no bonequinho que não tiver usando saia! - gritou Cris enquanto ele se afastava e a amiga balançou a cabeça negativamente - Qual é ele usava saia no Egito.

 Tut caminhou pelo corredor de acesso até o banheiro onde inúmeros cartazes ostentavam propagandas de lojas. Parou diante de uma delas onde um rapaz presenteava uma moça, e ambos com um olhar apaixonado se beijavam na próxima foto. Parou um senhor que passava pelo corredor e perguntou o que havia dentro da caixa, este respondeu apenas que devia ser algo que a garota queria e seguiu o caminho. O faraó foi ao banheiro e retornou a praça de alimentação, onde as garotas conversavam empolgadas, as deixou ali e seguiu para a entrada do shopping. Avistou o espaço baby e viu a babá desdobrar-se trocando a fralda de um bebê enquanto embalava o carrinho de outro que chorava com o pé. Correu o olhar pela grade até avistar a bebezinha a qual Samantha havia se encantado e tentou inutilmente chamar sua atenção. Sem resultado, tirou o cordão do pescoço e balançou rente à grade e imediatamente a menina engatinhou até ele, que curvou o corpo sobre o beiral e pegou a criança, deixou os dez dólares na cerca e saiu com ela pelos corredores apinhados de gente. A bebezinha sorriu com o amuleto na mão e imediatamente o levou a boca.

 – Não, isso não é de comer. Está com fome? - questionou a bebê que balbuciou e voltou a colocar o cordão na boca - Onde eu encontro uma caixa para por você? Um presente deve ser dado embalado - falou enquanto corria o olhar pelo corredor e avistou uma lixeira. Andou até lá, virou todo o lixo no chão e pegou o saco do lixo.

 Retornou a praça de alimentação e avistou as garotas olhando pros lados preocupadas.

 – Onde você andou? - Sam questionou assim que o viu e ele pôs a saco de lixo sobre a mesa que começou a se mexer e as garotas se afastaram assustadas.

 – O que tem aí dentro? - Sam arregalou os olhos.

 – Um presente! - Ele falou com um sorriso.

 – Para mim, se for um gato, o meu pai é alérgico... ele...

 – Abre, não é um gato. Embora sejam animais adoráveis. - Disse com um sorriso galante.

— Ta bem -ela abriu a ponta e fechou logo em seguida apavorada - Tem um bebê aqui dentro!

 – Disse que queria um, eu peguei para você - ele falou sorrindo - já pode me beijar agora.

 – Eu não entendo muito de bebês mas acho melhor deixar esse saco aberto - Cris observou e Sam tirou a menina do saco.

 – Onde pegou esse bebê?

 – Na loja de bebês.

 – Você roubou um bebê do playground?

 –Não eu paguei por ela, e aquela pobre mulher tinha muitos, deve estar agradecida e agora você tem o bebê que queria.

— É foi uma excelente ideia trazer um faraó para viver no mundo atual, agora além de roubo de artefato histórico e falsificação podemos adicionar sequestro a nossa ficha criminal. - Cris sentou-se a cadeira pasma - Tut, não pode pegar um bebê que não é seu, e eles não estavam a venda. Estavam lá pros pais esquecerem por duas horas que a vida deles agora se resume em gastar em fraldas para oito quilos de carne rosada cagar em cima. Mas agora não importa vamos para cadeia.

—Ainda não deram falta da bebê ou estariam anunciando nos auto falantes, só precisamos devolvê-la. - Sam observou.

— Mas é o seu presente. Você devia estar feliz e me dar um beijo, como no cartaz.

— Dá na cara dele ou eu dou? - respondeu juntando sua mochila.

 

— Eu não alcanço ele é muito alto. - respondeu a amiga - Mas acho melhor devolvermos esse bebê logo antes que sintam a falta dele.

 –Tá, Tut me dá sua jaqueta, precisamos esconder ela - Sam falou e jogou a jaqueta por cima do bebê em seu colo.

Caminharam disfarçadamente até o playground onde deram de cara com meia dúzia de guardas do shopping conversando com a babá aflita.

 – Droga eles já sabem! Podemos explicar para eles que foi só um mal entendido.

 – É e eles vão chamar os nossos pais e a menos que você consiga ressuscitar a múmia do Akhenaton também, nosso faraó não tem um pai, então eles vão procurar os documentos e descobrir que ele não existia até ser matriculado na nossa escola.

 – Que escolha temos, vao ver ele na câmera daqui há alguns minutos.

 – Não se pedimos pro Clay apagar, ele fez isso com o museu, não fez?

 – E o que fazemos com o bebê?

— Deixamos ela numa loja e avisamos a segurança, simples! Agora vamos que eles estão olhando para gente. Disfarcem -falou e Tut passou o braço sobre o ombro de sam que o encarou irritada.

 –Estou disfarçando.

 Adentraram o banheiro infantil do shopping e trancaram a porta, Cris ligou para Clay que se recusou veemente em envolver-se naquilo, mas bastou ela pronunciar a palavra cúmplice para que o garoto mudasse de idéia sobre hackear o sistema se segurança do shopping. E no mesmo instante que os seguranças acessaram o horário do desaparecimento do bebê as imagens foram deletadas, juntamente com todas as imagens das câmeras por onde Tut passou com a criança.

 – Eu sou muito bom - disse o garoto ao observar o rostos confusos dos seguranças pela tela do computador ao não encontrarem nada. Cris pegou o pacote de fraldas e o lenço umedecido que haviam de cortesia no banheiro infantil e Sam olhou-a intrigada.

 –Já vamos devolvê-la, não vamos precisar disso.

 – Minha mãe vive tirando dinheiro do meu cofrinho para comprar fralda para minha irmã, isso me garante uma semana com grana para comprar lanche na escola - Explicou ela.

 Andaram até uma loja de departamentos e colocaram o bebê num carrinho de compras.

— Tudo bem, deixamos ela aí e chamamos a segurança.

 

— Não podemos deixar um bebê sozinho num corredor - Tut observou - Alguém pode roubar ela.

— Juraaaa??? - falou e a bebezinha sorriu voltando a colocar o medalhão na boca.

 – Ele tá certo - Sam concordou e o telefone de Cris tocou.

 – O que estão fazendo aí? Larga logo esse bebê e saiam! - a voz de Clay ecoou no viva voz.

 – Está nos vendo?

 – Eu hackei as câmeras esqueceu? -falou e Chris acenou para a câmera.

 – Eu tô parecendo uma criminosa desse ângulo?

 – Não, continua com a mesma cara de retardada, agora saiam daí!

 –Que grosseria! Sinceramente sam da próxima vez que quiser fazer amizades novas, risque da sua lista nerds esquisitos e faraós ressuscitados. Vamos embora, um de nós fica observando de longe para ver se o guarda vai achar.

 – Devolve meu medalhão bebê- falou Tut tentando puxar a jóia da criancinha que fez cara de choro - Ah ela vai chorar - falou desistindo.

 – Ah vocês dois são uns frouxos - Cris exclamou - Tudo bem bebê, o recreio acabou, passa logo isso aqui - falou tomando com força o amuleto da bebezinha que começou a chorar -Vamos embora.

 – Espera, cadê o olho? Tut constatou olhando a jóia e voltaram o olhar a menininha que sorria com os olhos brilhando intensamente - por Rá, ela engoliu!

 

 

***

 


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Notas finais do capítulo

Curiosidades Faraônicas:



Crianças no Egito Antigo

A ternura pela criança é um traço constante e encantador da civilização egípcia ao longo de toda a sua história. A arte egípcia sempre usou como tema a infância e todo o mundo que a envolve. Também não faltam textos evocando as alegrias desse período da vida e outros lembrando que a missão dos pais traz mais satisfações do que dissabores. Os filhos eram altamente desejados pelos egípcios até porque, práticos como eram, viam neles o instrumento da preservação dos ritos do culto funerário, que eram indispensáveis para a continuidade da vida após a morte.
Os egípcios gostavam de crianças e as tinham sempre por perto. As valorizavam como iguais, algo pouco comum em culturas tão antigas. Os filhos dos pastores acompanhavam seus pais ao campo e um grande proprietário quando visitava suas terras também ia acompanhado de toda a família. Os filhos dos artesãos circulavam pelas oficinas tentando ajudar em alguma coisa. Mesmo os soberanos viviam rodeados pelos filhos. O faraó Akhenaton e sua esposa Nefertiti saiam acompanhados pelas filhas. Se permaneciam no palácio - nos conta o egiptólogo Pierre Montet - as princesas ficavam junto deles, não só nas horas de repouso mas também quando se ocupavam de negócios do Estado.
A iconografia, ao lado de alguns textos literários ao estilo das instruções apresentadas acima, costumavam também retratar um ambiente formal e muitas vezes idealizado, mas em alguns momentos podemos ver exemplos de amor paternal, especialmente durante o Período Amarniano, quando vemos o faraó Akhenaton segurar suas filhas, acariciá-las e até brincar. Outro é Tutankhamon: ele nunca foi retratado cuidando de nenhuma criança, mas em seu túmulo foram encontrados dois corpos pequenos de bebês falecidos provavelmente um antes de nascer e o outro ligeiramente após o parto. Acredita-se que ambos sejam meninas e suas filhas. Independente da verdade o fato é que estas crianças foram sepultadas justamente no espaço do sepulcro reservado para guardar os órgãos internos do próprio Tutankhamon, mostrando a importância que elas ocupavam em sua vida.

Não há nenhuma representaçao conhecida de Tutankhamon com seu pai Akhenaton, o que se levou a questionar a legitimidade dele como herdeiro do trono. Mas testes de DNA modernos confirmaram que se tratavam de pai e filho e hoje acredita-se que Akhenaton estava tão obcecado com o legado que queria deixar em Armana ao lado de Nefertiti, que desconsiderou os filhos que não viessem dela.



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