Hunt escrita por Ivy Harper


Capítulo 29
Rangers




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— Vocês não se movem até que eu permita, certo? – Stiles imaginou ter perdido sua habilidade de intimidação, mas quando percebeu que Derek corria perigo, não havia ninguém que iria impedi-lo de defender o mais velho.

— Garoto, você está cometendo um erro. – Dean, o rapaz de cabelos loiros estava com as mãos para o alto e fitando Stiles fixamente.

— Calado! Eu não pedi sua opinião. Se eu estou em perigo, então deixe que eu me foda sozinho. – ele continuava com o olhar fuzilante para os dois e se movia lentamente para o lado enquanto apontava a arma na direção dos rapazes.

— Nós só queremos te ajudar, só isso! – Sam também estava com as mãos para o alto, mas parecia tentar persuadir Stiles.

— Ajudar? Atirar no meu namo... – Stiles pigarreou – Atirar no meu amigo vai me ajudar como? – ele continuou andando na direção de onde o grito de Derek havia vindo.

Sam e Dean trocaram olhares por uns segundos e perceberam toda a situação. – Seu amigo é um lobisomem, então? – Dean deu ênfase na palavra amigo e usou aspas com os dedos.

— Sim, ele vem me ajudando com os fenômenos sobrenaturais que acontecem na cidade. – Stiles olhou para trás rapidamente, conseguia ver Derek encolhido num canto.

— Garoto, nós vamos embora, certo? – Sam sentiu sua perna ser cutucada por Dean. – Calma, Dean. Ele tem toda a situação sob controle, não precisa de nós dois aqui. – proferiu.

— Não tem nada de diferente aqui, então vocês já podem ir. Eu e o Derek também estamos indo. Mas se vocês tentarem algo contra nós, eu juro pela minha alma que vocês vão pagar muito caro. – Stiles calmamente abaixou a arma e viu os rapazes abaixarem os braços também.

— Nós iremos nos hospedar aqui na cidade por essa noite, você também é um caçador, sabe onde nos encontrar. – Sam falou num tom calmo.

— Você vai simplesmente deixar isso assim? O rapaz é um lobisomem, e ele é um caçador que está protegendo o bicho. – Dean estava inconformado com a situação.

— Dean, você já fez amizade com demônios e vampiros, não é a melhor pessoa para discutir boas companhias. – Sam ergueu as sobrancelhas e fitou o mais velho.

— Não sabia que eu tinha virado o assunto agora. – ele deu as costas e começou a caminhar. – Se cuida, garoto. Boa sorte com seu namoradinho. – Dean continuou andando e sequer virou para se despedir.

— Ele é assim mesmo. – Sam deu de ombros e sorriu sem jeito.

— Por favor, nos deixem em paz, certo? Derek é assunto meu, se um dia ele ficar incontrolável, eu vou saber o que fazer. – Stiles guardou a arma na cintura.

— Boa sorte, garoto. Pode contar conosco. – Sam também deu as costas e seguiu por onde Dean outrora foi.

Sem esperar nem mais um segundo, Stiles correu na direção de Derek e ajoelhou no chão assim que viu o rapaz sentado apertando a coxa.

— Derek, está tudo bem? – ele tentou remover a mão ensanguentada de Derek do local e percebeu que não tinha sido algo tão grave, mas ainda estava machucado.

— Não é prata, mas é algo que dói. – disse Derek com o tom baixo.

— Calma, eu vou te ajudar. – Stiles desabotoou a calça de Derek e abaixou seu zíper, puxando sua calça cuidadosamente para baixo até ter a coxa do rapaz exposta.

Derek riu e olhou para o rosto de Stiles, que parecia confuso naquele momento.

— O que foi? – ele perguntou curioso.

— Você falou que vai me ajudar e baixou minha calça. – ele gargalhou baixo.

Stiles não conseguiu segurar e gargalhou também. – Por favor, Derek! Agora não. – o garoto começou a mexer na ferida que a bala havia causado e colocou lentamente o dedo lá dentro.

— Você não está ajudando! – Derek gemeu de dor e segurou no braço de Stiles, se controlando muito para não apertar demais e acabar quebrando um osso do garoto.

Stiles não pensou duas vezes, fitou fixamente os olhos de Derek e uniu seus lábios aos dele, iniciando um beijo lento e meio desajeitado enquanto penetrava o buraco da bala com o dedo. Os gemidos de Derek eram abafados pelo beijo, mas as poucos o rapaz parecia relaxar ainda mais, até que finalmente a dor passou e o beijo cessou.

— Pronto. – Stiles colocou a bala na palma da mão. – Mais uma para a conta. – ele sorriu e olhou para Derek.

— Se toda bala for removida dessa forma, eu quero ser fuzilado. – ele riu e sentiu um tapa no braço.

— Calado, idiota. – Stiles segurou firme na cueca da Derek e a puxou, rasgando-a e conseguindo arrancá-la dali.

— Nossa, eu não esperava isso de você. – Derek ficou surpreso com a atitude de Stiles, mas não iria negar nada, caso ele quisesse.

— Isso é só pra estancar o sangramento até chegarmos em casa. – ele amarrou a cueca de Derek na coxa e vestiu novamente a calça do rapaz. – Vamos, tenho certeza que vai estar curado ao chegar em casa. – ele colocou o braço de Derek por cima do seu ombro e o auxiliou a ficar de pé.

— Você é tão incrível. – Derek sussurrou assim que ficou de pé.

— Eu preciso cuidar de você, eu falei que iria. – ele começou a caminhar com Derek na direção da saída do local.

— O que fez com aqueles caçadores só pra me defender, foi muito bonito. – ele seguia pelo caminho enquanto vangloriava Stiles.

— Eles não serão os últimos, vou atravessar na frente de qualquer um, Derek. – Stiles parou por uns instantes e abraçou o mais velho, sentindo seu corpo ser envolvido também.

— Vamos para casa, eu quero te agradecer por isso hoje, eu preciso te agradecer da melhor forma. – Derek sussurrou próximo do ouvido de Stiles.

— Indo! – o garoto riu baixo e continuou o caminho até o carro.

●●●

Já era de se esperar, assim que chegaram em casa, a única coisa que Stiles fez foi ajudar Derek no banho e depois os dois deitaram juntos para dormir, não tinham forças para fazer nada além daquilo. A caçada as górgonas havia sido em vão, tudo foi estragado por Sam e Dean, e provavelmente os rapazes continuariam na cidade até acharem algo a respeito do assunto também, mas a pergunta que ecoava na cabeça dos dois era: quem havia chamado eles?

Após uma noite de sono não muito confortável, Stiles e Derek acordaram, afinal, ainda tinham que ir para a escola no dia. Por sorte, o mais velho não tinha mais ferimento nenhum na coxa, parecia nunca ter levado um tiro ali.

— Você teria coragem de me transformar em um lobisomem, Derek? – Stiles virou na direção do rapaz enquanto ele dirigia para a escola.

— Que tipo de pergunta é essa, Stiles? – Derek passou pelo portão da escola e estacionou o carro.

— Não sei, eu fiquei curioso. Se um dia eu me machucasse de tal forma que a cura seria somente se eu virasse um lobisomem, o que você faria? – ele realmente estava interessado na resposta.

— Você sabe que isso não é nenhuma cura ou benção, não sabe? Isso é quase uma maldição. Eu já te falei tudo que passo sendo um lobisomem. – ele respirou fundo e fitou Stiles assim que desligou o carro. – Eu não sei se ficaria pior se te deixasse morrer ou se te transformasse em um lobisomem. – ele olhou com pesar para o garoto.

Stiles percebeu o desconforto de Derek e segurou sua mão com força. – Desculpe, não foi minha intenção te deixar assim. – ele olhou para os lados e puxou a mão do rapaz para um beijo rápido.

— Está tudo bem, você até me deu o que pensar. Agora vamos. – Derek sorriu sem jeito e saiu do carro.

Stiles acompanhou o mais velho e colocou a mochila nas costas, logo avistou seus amigos na porta da escola e pausou no meio do caminho.

— Está tudo bem? – Derek olhou para o garoto e parou também.

— Eu não faço a mínima ideia do que contar para eles hoje, eu não pensei em absolutamente nada. – ele sentiu seu corpo gelar e já percebeu o olhar fuzilante de Lydia de longe.

— Você sabia que essa hora um dia ia chegar, infelizmente chegou hoje. – Derek continuou andando e Stiles o seguiu, em passos mais lentos.

— Vou ter que contar a verdade. – proferiu o garoto com um pesar na voz.

— Mas cuidado com o que fala, não vai revelar tudo de uma vez. – orientou Derek.

— Não se preocupe. – Stiles finalmente se aproximou dos amigos, Derek seguiu em frente e apenas acenou com a cabeça para os garotos antes de entrar na escola.

— Você tem muito o que explicar, mocinho. – disse Lydia olhando fixamente para Stiles.

— Podem perguntar. – ele respirou fundo e fitou ela de volta.

— Primeiro, o que você fazia com o professor de educação física? Chegaram juntos a escola hoje. – atentou Lydia.

— Esqueci de abastecer o jeep e faltou gasolina, estava vindo a pé quando ele passou de carro por mim e me ofereceu uma carona. Como já estava atrasado, aceitei. – Stiles foi rápido no gatilho, mas a história tinha um fundo de verdade, afinal, o jeep estava na reserva e Derek realmente lhe ofereceu uma carona.

— Quanto a ontem, o que está rolando com vocês? O que aconteceu na floresta? O que foi tudo aquilo? – Lydia continuou com as perguntas, ninguém lá falava nada, apenas ficava atento as resposta de Stiles.

O garoto olhou fixamente para cada um dos seus amigos que lá estavam. Scott, Liam e Lydia, havia chegado o momento para falar toda a verdade da sua vida secreta.

— Eu espero que vocês entendam e não me julguem ou não me achem um louco por contar isso a vocês. – ele falou um tanto infeliz, mas estava na hora.

— Não vamos te julgar nunca, estamos aqui para te apoiar em tudo. – disse Scott apalpando o ombro do garoto com um sorriso no rosto.

— Então... – Stiles foi interrompido quando viu a porta de abrir e Derek aparecer.

— Stiles, o diretor quer nos ver agora. Os guardas florestais estão aqui, e você com certeza vai querer estar lá. – ele olhou para os garotos que pareciam perdidos. – Vamos, é importante! – ele abriu a porta para dar espaço.

— Eu volto logo! – ele passou corrido pelos amigos, Derek havia salvado o garoto mais uma vez. – Eu te devo uma. – ele sussurrou ao passar pelo mais velho.

Os dois seguiram rápidos para a sala do diretor e assim que Stiles abriu a porta, se deparou com uma imagem conhecida.

— Sr. Stilinski e Hempshire, quero que conheçam os guardas florestais, Diego e Harry. – falou o diretor apontando para os rapazes.

— Eu não acredito nisso. – lá estavam na frente de Stiles, Sam e Dean mais uma vez.


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