Hunt escrita por Ivy Harper


Capítulo 18
A diferente point of view




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Uma xícara de chocolate quente, uma brisa suave, uma varanda, uma noite tranquila, um bom livro e uma lua minguante no céu, era a receita para a simplicidade, e Derek conhecia bem aquilo.

O rapaz repousava em sua casa após o longo dia na escola, ele trabalhava os dois horários, afinal, não era sendo um lobisomem que conseguia pagar suas contas, sempre foi conhecedor das suas forças e suas origens, sabia que se daria bem em alguma coisa fora do mundo sobrenatural, e encontrou um jeito iniciando a carreira de professor de educação física, embora não ficasse muito tempo nos lugares, mas conseguia algum dinheiro para se manter.

Por mais que não tivesse a vida dos sonhos, ele era feliz com o pouco que tinha e aproveitava tudo da melhor forma, pois não sabia quando um caçador simplesmente chegaria e atiraria uma bala de prata em seu peito.

Sua família era conhecida, por isso utilizava o nome falso de Hempshire ao viajar para novas cidades, às vezes utilizava até dois nomes diferentes, pois já havia fugido de alguns locais perigosos.

O apartamento que Derek vivia não era dos melhores, mas ele fazia de tudo para tornar aquilo seu lar. Era organizado, limpo e seus vizinhos não eram os piores, então ajudavam para que o clima fosse harmonioso naquele andar.

Ele estava em sua varanda, vestindo uma calça de moletom cinza, uma regata branca e os pés descalços, tomando seu chocolate quente e lendo um dos seus livros de histórias medievais, amava o tema e tinha até uma espada de decoração na parede da sua casa.

O celular do rapaz tocou e o mesmo desviou sua atenção, caminhou até o sofá, onde o aparelho estava e atendeu, era seu primo e melhor amigo, Jake.

— Ei, irmão. – Derek falou com empolgação e sentou no sofá.

— Grande Derek, como vai meu primão? – perguntou o rapaz do outro lado da linha.

Desde pequeno, Derek e Jake foram criados juntos, por sorte o outro não nasceu lobisomem, era um ser humano sem nenhuma característica sobrenatural, sempre fez de tudo para defender Derek, embora nem sempre pudesse se arriscar, visto que o primo poderia apanhar que se recuperaria, já ele não seria tão rápido.

Ele e Derek tinham características físicas parecidas, a única diferença é que o rosto de Jake era um pouco mais magro, pareciam até irmãos, por isso se tratavam dessa forma.

— Estou do mesmo jeito. Sempre procurando... – Derek respirou fundo, Jake sabia do que ele falava. – Mas e você? Faz tempo que não nos vemos. – ele perguntou tentando mudar o clima.

— Sei que gosta quando estou bem, então é isso, espero que fique bem por saber disso. – Jake riu do outro lado da linha. – Quando pretende aparecer? Estou com saudade do seu abraço, grande Derek. – ele falou mais baixo naquele momento, por algum motivo desconhecido a noiva de Jake tinha ciúmes de Derek, talvez por serem tão unidos, eles não sabiam ao certo.

— Só espero que Skyla não tenha ouvido isso, ela certamente viria até aqui cortar meus braços com uma faca de prata, pra se certificar de que eles não cresceriam novamente. – Derek riu e foi seguido por Jake. – Eu também estou com saudade do seu abraço, Jake. – ele completou.

— Alguma pista dele? – perguntou sem precisar se prolongar.

— Encontrei-o semana passada, mas a caça foi interrompida por uma bruxa, uma harpia e um caçador. Esse último também está em busca dele. – Derek ouviu o primo arfar surpreso do outro lado da linha e riu da situação.

— Mas o que virou essa cidade? O centro do sobrenatural? Onde você foi se meter, grande Derek? Eu não consigo te defender longe. – Jake parecia preocupado.

— Sabe que não precisa me defender, eu consigo me defender sozinho. – Derek tentou acalmar Jake.

— Não é questão de precisar. Eu quero estar perto, é a última pessoa que restou da família, Derek. Eu não sei o que faria se você... – ele pausou.

— Eu entendo, grande Jake. Acredite, eu queria lhe abraçar agora, dar um daqueles que você conhece, que inclusive já quebrou seu braço uma vez. – Derek riu e ouviu Jake rir também.

— Você sempre me deixa feliz nos piores momentos, é isso que eu amo em você. – Jake já havia mudado o humor.

— Olha só, o Jake me ama. Vou gravar essa ligação para no dia do casamento mostrar que tenho algo contra. – ele gargalhou.

— É melhor não fazer isso, se você realmente disser que tem algo contra, eu largo a Skyla no altar e vou correndo contigo pro bar mais próximo. – Jake também gargalhava.

— Tenho saudade dos tempos que você ficava bêbado, porque eu felizmente não sou afetado pelo álcool. – Derek pigarreou se vangloriando do fato.

— Lobisomem maldito! A família só me passou genes ruins, isso daí ninguém quis me passar. – ele riu mais uma vez.

— Acredite, irmãozinho. Você não ia gostar. – Derek esticou as pernas e colocou-as em cima da mesa de centro.

— Irmão, preciso desligar. Skyla acabou de me perguntar com quem estou falando, ela certamente já sabe, mas seu nome é proibido dentro dessa casa. Tenho amor ao meu pinto. – ele gargalhou.

— Você ama coisas tão pequenas, irmão... – Derek também riu. – Logo agora que me acomodei você desliga? Mas tudo bem, pelo menos voltarei a ler. – ele levantou do sofá.

— Vai lá estudar suas histórias da idade média, quem sabe um dia você não vira um guerreiro e sai por aí de armadura matando geral? – Jake estava feliz, falar com Derek definitivamente mudava seu humor. – Se cuida, irmão. Por favor, se cuida mesmo. Eu não posso te perder, eu te amo, sacou? – o tom do rapaz era sério.

— Eu também te amo, irmão. Você nunca vai me perder. – Derek sentiu uma presença diferente no andar, ele conhecia os cheiros e barulhos de todos os vizinhos, mas havia algo mais ali. – Boa noite. – ele não demonstrou preocupação na fala antes de desligar, sabia que Jake poderia ficar pior.

O rapaz largou seu telefone no sofá mais uma vez e caminhou em passos lentos até a porta, seus olhos brilharam num azul intenso, sua natureza agindo por si só, era um mecanismo de autodefesa.

Assim que se aproximou da porta, o cheiro ficou mais forte, mas agora ele sabia quem estava ali, o cheiro era conhecido. Seus olhos retornaram a cor normal, e antes que alguém pudesse bater, Derek colocou a mão na maçaneta e abriu a porta, surpreendendo a pessoa do outro lado.

— Eu sabia que você viria. – ele falou com um sorriso no rosto ao ver Stiles segurando uma mala em sua frente.


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