One Step Closer escrita por LilyMPHyuuga, Nathy


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente, tudo baum? ^^
Olha eu aqui com um shipp novo, rsrs. É a primeira que escrevo (somente) sobre esse casal, então peguem leve comigo. ^^" Brincadeira, podem dizer o que acham, de verdade. Eu vou apreciar muito. ♥
Decidi escrever sobre esse casal porque é um dos queridinhos de uma amiga muito especial que está fazendo aniversário hoje! ♥ Lorinha do meu coração (conhecida por aqui como ~Leifa), essa fic é todinha para você! Espero que goste! Escrevemos com todo o nosso coração! ♥ Ah, e por favor, finja que é surpresa e que você não viu a capa antecipadamente. :v
~~~~~~~~~~~~~
Nathy: Ahh, eu nem acredito que a minha primeira parceria com a Isinha foi justamente para presentear alguém tão especial para nós. Lorinha, meu amor, receba com carinho a nossa primeira fic Sasusaku, pois foi escrita com muito amor para ti, de tão especial, nos aventuramos em um shipp que é o seu xodó!
Não é pra qualquer um não, hein! Então, esperamos que goste, garota, ou vamos ter socar! ♥ (para quem entende as referências...)

Esperamos que gostem!
Boa leitura! ♥

P.S. 1: o título da fanfic significa "Um passo mais perto";
P.S. 2: fanfic também postada no Spirit.



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“Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”¹

 

 O despertador tocou alto, seguido de um resmungo e o objeto sendo jogado ao chão, uma vez que sua dona não teve paciência de encontrar o botão para desligá-lo. Sakura conformou-se com a hora, mesmo ainda morrendo de sono, e se sentou, espreguiçando-se longa e demoradamente.

Seis e meia e mais um relógio quebrado. Ela suspirou, guardando uma nota mental de comprar outro ao fim de seu turno no hospital.

Levantou de uma vez, tomou um banho gelado para despertar mais rápido, colocou sua roupa de ninja – sua mestra, Tsunade, a alertou que poderia ser útil naquele dia – e desceu para tomar café com os pais, animados e escandalosos como sempre. Ela sorria discretamente, sabendo bem para quem puxara.

Seu pai, com certeza, era mais escandaloso que sua mãe.

Deu um beijo na bochecha de cada um e partiu para o hospital, logo recebendo o aviso de que Tsunade queria falar com ela. Seguiu então direto para o consultório da ex-Hokage, batendo a porta antes de se anunciar.

— Queria falar comigo, Tsunade-sama?

— Sim, Sakura, entre. Feche a porta, por favor. — A garota obedeceu. — Vou precisar que saia de Konoha em busca de uma erva para mim. Vou fazer uma cirurgia daqui a pouco e não vou poder procurá-la. E preciso dela até amanhã.

— Sem problemas. É só me dizer onde posso encontrar.

A loira lhe passou as coordenadas rapidamente, dando detalhes sobre a planta e de como colhê-la corretamente.

— Se quiser levar um time com você, fique à vontade. É uma área deserta e uma erva bastante procurada essa época.

— Não será preciso. Vou mais rápido sozinha.

— Como quiser.

A tutora lhe deu um mapa com algumas anotações e a dispensou. Sakura olhou para a região onde deveria ir e calculou que até o fim da tarde já estaria de volta a Konoha. Talvez ainda fizesse um pequeno desvio para um povoado ali perto, para almoçar.

Já estava quase nos portões da vila quando ouviu seu nome ser pronunciado pelo ninja mais hiperativo do mundo. Também conhecido como Uzumaki Naruto, seu parceiro de time.

— Está indo numa missão, Sakura-chan? — ele perguntou quando se aproximou junto com Hinata, sua namorada. — Não fui avisado.

— É só para mim, não se preocupe. — Sorriu ao ver o rosto aliviado do amigo. Hinata, por outro lado, parecia preocupada.

— Não quer companhia, Sakura-san? Fazer uma missão sozinha... eu e Naruto-kun estamos livres.

— Não precisa, Hinata, obrigada. Só vou buscar uma erva para Tsunade-sama a alguns quilômetros daqui. Até o fim do dia já estarei de volta.

A Hyuuga sorriu, mais tranquila.

— Boa sorte, então.

— Sim, boa sorte, Sakura-chan! — Naruto desejou também.

Os dois acenaram e partiram na direção oposta, de mãos dadas.

Sakura se distraiu por alguns minutos enquanto os via se distanciarem. Naruto falava alguma bobagem e Hinata ria, animada. Quando era inverno, o rapaz fazia questão de dividir o enorme cachecol vermelho que ganhara com a namorada. Agora que já não fazia tão frio, Naruto fazia questão de ficar o mais perto possível da moça sem nem disfarçar ou até ligar para o rubor nas bochechas de Hinata – antes de dobrarem uma esquina e saírem da vista da Haruno, ela o viu passar o braço pelos ombros da morena, que ainda sorria abertamente.

A moça de cabelos rosados respirou fundo, como se tivesse esquecido de respirar enquanto vigiava o casal. Ela colocou uma mão sobre o peito, sentindo algo confortável preencher seu coração.

Orgulho, felicidade, ansiedade...

Sakura tinha orgulho do rapaz que Naruto se transformara, no homem gentil que amava Hinata e era profundamente amado de volta. Felicidade por saber que ele estava em boas mãos, assim como sua amiga, e que eles faziam um casal perfeito.

Ansiedade para saber a reação de Hinata quando soubesse que Naruto queira casar o mais rápido possível.

Sorriu e balançou a cabeça, afastando os pensamentos. Não era hora para isso. Poderia falar com Naruto quando voltasse e perguntar quando ele enfim faria o pedido, decidiu. Virou as costas e saiu da vila.

 


Após algumas horas correndo, ela decidiu que preferia ir andando até o povoado. Chegaria lá menos cansada, almoçaria e partiria logo em seguida em busca da erva pedida por Tsunade. A meio quilômetro do vilarejo, porém, parou para beber água e, disfarçadamente, concentrar o seu chakra.

Suas suspeitas estavam certas: ela era vigiada. Alguém a seguia há uns bons metros.

Não era uma ninja sensitiva, mas ao parar para se concentrar, apurou a audição e seu seguidor denunciou sua posição ao quebrar um galho atrás de uma árvore, dez metros atrás de onde ela estava.

Ela suspirou, cansada. Não tinha levado armas além de uma simples kunai, que sempre carregava consigo quando fazia uma viagem rápida. Teve vontade de bater na própria testa com a ingenuidade, afinal Tsunade dissera que não seria a única a procurar a pequena florzinha chamada Calêndula². Mesmo que não estivesse propriamente no caminho da erva, seu nome ficara um pouco conhecido depois da guerra e da missão na Lua... um ninja mais experiente poderia reconhecê-la e associar sua presença com a época de colheita da flor.

O que faria? Atrairia o seguidor para o povoado e pediria reforços? Não se lembrava se haviam moradores ninjas lá... ou seria melhor encurralá-lo ali mesmo? Se houvessem apenas civis no povoado, poderia colocá-los em perigo se a pessoa misteriosa quisesse lutar.

Respirou fundo, tomando sua decisão. Guardou seu cantil com água e subiu uma árvore rapidamente, pegando o seguidor desprevenido ao correr sobre as árvores em sua direção. Ele ainda tentou correr e se esconder, mas Sakura foi mais rápida, encurralando-o e lançando a kunai na direção do coração. O sujeito encapuzado conseguiu se defender rapidamente com uma espada. Trocaram alguns golpes de taijutsu antes da moça usar um golpe novo que aprendera com Hinata: abaixara-se apenas um pouco, atingira o abdômen do homem com a palma aberta – causando-lhe repentina falta de ar – e aproveitou a pequena distração dele para derrubá-lo no chão e tomar sua katana, deixando a ponta encostar no pescoço claro, fazendo um filete de sangue escorrer dali.

— Por que estava me seguindo? — perguntou séria, disfarçando bem o cansaço.

Ouviu um sorrisinho do homem que ainda tinha parte do rosto coberto. Ele apenas levantou o braço direito na direção do capuz e o tirou, fazendo os olhos verdes arregalarem.

— Sa-Sasuke-kun?!

Ela soltou a espada rapidamente, como se a queimasse, afastando-se do rapaz. Pigarreou, arrependendo-se de ter gaguejado e, agora, corado.

— Desculpe, Sasuke — falou menos séria e afoita. — Não o reconheci.

Esticou a mão para ele, para ajudá-lo a se levantar, fingindo não ter visto o estranhamento dele com a ausência do sufixo. Ao contrário, sorriu docemente para o Uchiha.

— Há quanto tempo! — falou contente, caminhando até sua kunai caída. — Por que estava me seguindo? Podia ter se aproximado, sabe? Eu não tentaria matá-lo.

— Não tinha certeza que era você.

Era uma mentira e ambos sabiam disso. Mas ela não fez questão de tirar satisfações... não era hora de criar esperanças. Virou-se para ele, tentando agir naturalmente e rezando para que o Uchiha não ativasse o Sharingan e percebesse seu coração disparado.

— O que faz aqui? Está indo para Konoha?

Ele negou.

— Vou encontrar meu time no povoado perto daqui.

— Ah! Eu também estou indo para lá, dar uma pausa no meio da missão. Posso acompanhá-lo?

— Claro.

Um homem de poucas palavras, como sempre. Sakura arrumou sua bolsa, limpou a roupa e passou a caminhar ao lado dele. Achou que a viagem seria silenciosa até o vilarejo, mas gostou de se surpreender com o tom rouco cortando o silêncio da floresta:

— Você está bem? — Ela o olhou, sorrindo. Sasuke evitava o seu olhar. — E Naruto? E Kakashi?

— Todos bem, não se preocupe. — Riu baixinho. — Eu também estou.

— Então por que está viajando sozinha?

— É uma missão curta. — Deu de ombros, notando o embaraço do garoto ao seu lado. — Só vou atrás de uma erva ao sul daqui.

— Entendi.

Chegaram ao destino em poucos minutos, fazendo com que Sakura se entristecesse um pouco pela futura despedida. Pararam onde parecia ser a praça central, e antes que a garota se virasse para cumprimentá-lo antes de ir embora, Sasuke falou depressa:

— Não quer almoçar? Conheço um restaurante ótimo aqui.

Foi impossível segurar o sorriso.

— É claro.

Foi rápido, mas percebeu o rubor nas bochechas dele antes que ele lhe desse as costas e começasse a andar. Entraram numa casa que mais parecia um bar, escolhendo uma mesa próxima à janela.

— A especialidade da casa — Sasuke falou para a garçonete antes que ela pegasse seu bloquinho. — Para dois. E suco de laranja para acompanhar.

— Já veio aqui muitas vezes? — A moça de cabelo rosa perguntou quando a atendente mal-humorada se afastou.

— Apenas uma. O prato vale a pena.


“O coração acelerado
Cores e promessas
Como ser corajoso
Como posso amar
Quando tenho medo de me apaixonar
Mas ao assistir você sozinha
Toda a minha dúvida de repente se vai

Um passo mais perto”³

 

Sakura olhava distraída para a decoração do lugar. O queixo sobre a mão e o cotovelo sobre a mesa a deixavam encantadora...

E o simples sorriso a deixava linda!

Sasuke respirou fundo, incapaz de negar a si mesmo que estava contente por tê-la encontrado. E mais: também não queria se despedir.

Estar longe de Konoha nunca tinha sido um sacrifício em anos anteriores à guerra. Porém, depois da despedida que tiveram nos portões da vila, assim que ele foi liberado da prisão, algo nele havia mudado.

Havia se arrependido de não ter deixado que Sakura viesse consigo em sua viagem...

Sasuke sabia que o melhor para ela seria ficar na vila, mas às vezes ele se permitia um pouco de egoísmo e se perguntava se a moça ainda estaria com a proposta de pé, muitas vezes imaginando como seria viajarem juntos agora que os sentimentos dela o alcançaram.

“Uma distração” ele sempre pensava. Sakura seria uma agradável companhia, mas também poderia ser uma fatal distração nas missões que fazia secretamente para o Hokage. Não... arriscar a vida dela novamente não estava em seus planos. Melhor deixá-la longe e segura do que em perigo ao seu lado.

Mas como controlar a vontade de continuar perto? De ouvi-la rir e falar até que perdesse a voz, apenas para que ele pudesse admirá-la mais um pouco antes da próxima despedida?

Porém, com a garota entretida em qualquer coisa além do antigo companheiro de time, a estranha sensação de insegurança o tomava. Achava que Sakura lhe daria cem por cento de sua atenção, como era no passado, e não o quase oposto, em que ela não parecia incomodada com mais uma separação e sequer parecia uma garota apaixonada.

— Você está calada. — Ela o olhou, confusa. — Não me lembro de você ser assim.

Ele precisou abrir um pequeno sorriso para que a jovem entendesse que era uma brincadeira (com fundo de verdade).

— Só vim nesse povoado uma vez também — explicou. — Não conhecia esse... restaurante. — Ela falou baixinho a última palavra, com medo de que alguém a ouvisse, sorrindo em seguida. O rapaz a entendia perfeitamente... não estavam em um ambiente convidativo, afinal. Era até bondade chamar aquele lugar de restaurante.

— Prometo que não se arrependerá.

A moça abriu um grande sorriso antes de olhar para a garçonete, que voltara com os pedidos. Agradeceram pela comida, mas Sasuke não tocou nela enquanto Sakura não o fazia.

E o semblante satisfeito finalmente veio, fazendo-o rir baixo.

— Meu Deus, Sasuke! Isso aqui é maravilhoso!

O sorriso dele quase sumiu.

O que houve com o “kun”?

 


O almoço não duraria para sempre, e ciente disso, sabia que não poderia atrasá-la mais. Foram caminhando lentamente de volta à praça, e foi com esforço que ele se virou para Sakura e falou o que tanto segurava:

— Foi muito bom te ver.

Os olhos verdes – que eram sua perdição e salvação – brilharam. Ela corou um momento, mas não desviou o rosto, sorrindo em sua direção.

— Foi bom te ver também, Sasuke. — Ela colocou as mãos para trás do corpo, aumentando o sorriso. — Não esqueça de escrever de vez em quando. Dar notícias... Naruto sente sua falta, sabia?

Sakura deu um leve soco no peito do rapaz, piscando-lhe um olho.

— Até uma próxima vez, Sasuke.

E então deu as costas e partiu, acenando mesmo sem vê-lo.

Ele engoliu em seco.

— E você? — falou baixinho, colocando a mão no lugar em que ela o tocara. — Não sente a minha?

Não conseguiu pensar por muito tempo, pois a voz alta de Karin se aproximando chamou sua atenção.

— Estou falando sério, aquele homem é perigoso! — brigava com Suigetsu, que a acompanhava e fazia uma careta de descrença. — Oi, Sasuke! — Ela sorriu rapidamente para o moreno quando pararam em frente a ele, mas logo retomou o assunto com o outro. — Ele é um nukenin procurado, especialista em botânica, eu vi no Databook! Eu senti uma aura negra passando por nós, mas ele sumiu quase logo que entramos no vilarejo! Parecia estar se escondendo...

Sasuke tinha os olhos arregalados.

— Ou esperando alguém?

— Ou esperando alguém — Karin confirmou, dando de ombros.

 


Decidiu correr. O cansaço e atenção redobrada no caminho a distrairiam do nervosismo que foi se despedir do homem que amava outra vez. Até tentou andar, mas passaria mais tempo pensando nele, trêmula da cabeça aos pés, e atrasaria sua missão. Precisava focar em seu trabalho... Tsunade precisava daquela erva para o dia seguinte. Ela tinha que se concentrar...

Mas o sorriso dele... tão pequeno, mas tão sincero... como ela não via há tempos!

Era algo que mexia consigo muito mais do que queria admitir, e o resultado era aquele: seu corpo refletia, inconscientemente, os seus sentimentos.

Estava tão absorta em pensamentos que nem mesmo percebera já estar no local indicado pela mestra. Balançou a cabeça, afastando os devaneios, quando notara a pequena erva bem ali, na sua frente. Abaixou-se com cuidado para colhê-la, mas fora surpreendida com a ponta fina de uma kunai pressionando levemente a pele de seu pescoço.

— Obrigado por fazer o meu trabalho, rosinha! — soou a voz grossa atrás de si. Sakura engoliu em seco e levantou suas mãos em sinal de rendição, enquanto tentava ficar calma.

— Quem é você?

— Alguém que também está atrás dessa preciosidade e cujo nome não é da sua conta! — disse grosso e rindo debochadamente logo em seguida, fazendo com que aquele som a deixasse enojada.

— Tudo bem. Eu não quero lutar… — ela murmurou na defensiva, chamando a atenção do homem. — Irei apenas me levantar e ir embora, ok? — indagou um pouco mais confiante, o que despertou suspeitas nele.

— Como assim? Não irá apresentar resistência? Acha que sou idiota?!

— N-Não é isso! Apenas não quero pôr a minha vida em risco por causa de uma planta.

— Hum! — ele murmurou em resposta, ainda descrente daquela desistência rápida. — E qual seria a graça deixá-la ir, assim, tão facilmente? — o sorriso frio crescera em seu rosto, embora Sakura não pudesse ver, mas a frase dita a fizera tremer de leve.

— Por favor, juro que não é nenhum truque... e-eu...

— Solte-a! — Ambos foram surpreendidos por outra voz, autoritária, vinda de trás.

— Sasuke?! — Sakura sussurrou, ainda assustada, mas também aliviada por tê-lo ali.

— Agora sim... as coisas finalmente ficaram mais interessantes! — O nukenin em nada havia se amedrontado, e Sakura começava a temer pelo que estava por vir.

Sasuke pressionou um pouco mais sua katana no pescoço do homem, que apenas sorriu em desafio.

— Não vou falar novamente, solte-a! — Sasuke ordenou entredentes. Em resposta, o homem pressionou ainda mais a kunai na pele de Sakura, fazendo-a gemer de dor, ao passo que seu sangue surgia em um filete.

— Como ousa? — Sasuke sentia todo o seu sangue ferver. O homem o afrontava deliberadamente! Pior, não hesitava em pôr a vida de Sakura em risco, e isso ele não podia aceitar. Rapidamente ativou sua kekkei genkai – seus olhos vermelhos refletiram seu estado de espírito.

Sakura ignorou o incômodo causado pelo corte e, em um movimento rápido, levantou, virando e ficando de frente para aqueles que antes estavam atrás de si. Ela pressentia o pior e não podia deixar que Sasuke entrasse em um confronto perigoso e totalmente desnecessário.

— Sasuke, não! Eu estou bem! Não precisa lutar... — pediu, mas o Uchiha parecia determinado a lutar.

— É, Sasuke, não precisa lutar — ironizou o nukenin. — Sabemos que é inútil, porque eu vou ganhar.

Sasuke deu um passo a mais em sua direção, seu rosto expressava a mesma frieza do outro. Mas, mais uma vez, ouviu a súplica de Sakura para si:

— Por favor, eu estou pedindo... não lute!

Indignado, ele retrucou:

— Acha que posso deixar que esse imbecil te machuque, me provoque e saia como se nada tivesse acontecido?

— Acho! — ela responde rapidamente, aproveitando a distração do homem para se livrar da ameaça da kunai e correr para o lado de Sasuke. — Vamos embora. Agora. — clamou, pegando em sua mão.

O toque o fizera se distrair por um momento. Ele não entendia porque ela estava desistindo tão fácil. Ele não queria ir embora e deixar que o babaca risse deles por causa de uma fuga ridícula!

Mas algo dentro de si despertou ao fitar os olhos verdes. Eles diziam para que confiasse nela. Então, sem mais retrucar, ele fizera um selo nas mãos e ambos desapareceram, deixando o nukenin para trás.

 


— Obrigada! — ele a ouve dizer sincera.

— Pelo quê? Você acabou de abrir mão de sua missão! — ele retruca, carrancudo.

— Por confiar em mim. — A resposta, acompanhada de um sorriso singelo o desarmou totalmente, mas ele não responde. Apenas assente em silêncio.

— Tsunade não irá gostar de saber que não conseguiu a planta.

E então, um sorriso maior se forma nos lábios rosados.

— Quem disse que eu não consegui? — Sua expressão sapeca o surpreendeu.

— Mas…?

— Assim que você chegou, eu aproveitei que ele estava distraído, conversando e se gabando, para camuflar a erva e transformar outra em sua aparência. Um pequeno genjutsu4. — Ela pisca um olho, indicando que a ideia viera dos poderes do Uchiha. — Ele não pegou a verdadeira. Ela ainda está lá, esperando por mim.

Sasuke não evitou o sorriso. Ela ainda o surpreendia mesmo depois de anos...

Sakura, porém, estava tão animada, que não percebera o olhar orgulhoso do moreno para si.

Os minutos que se seguiram foram em total silêncio, mas pela primeira vez, para Sakura, não fora algo constrangedor ou coisa parecida. Já não era mais aquela garotinha desesperada por atenção. Compreendia perfeitamente que esse era o jeito Sasuke de ser. Ela apenas não se incomodava mais... podia se acostumar com aquilo, desde que ele estivesse sempre por perto.

Despertou o garoto de seus pensamentos e o chamou para retornarem ao local da Calêndula. Precisavam concluir a missão.

— Aqui está ela!

Sasuke a observou se ajoelhar, colhendo a planta com todo cuidado possível. Sabia que era chegada a hora de se despedirem... novamente. E por alguma razão que ele não poderia mais ignorar, o coração bateu acelerado, dolorido, ansioso. Por anos ele tentou ignorar tudo de bom que tinha ao seu redor, pois estava quebrado demais – fruto do ódio alimentado dia após dia dentro de seu ser. A vingança era tudo que ele acreditava que havia lhe restado, e por isso não podia se dar ao luxo de amar e ser amado. Ainda que, no fundo, quisesse sentir o amor, acabou escolhendo o caminho da escuridão, então não podia voltar atrás. Seguiu sozinho, acreditando que esse era o seu caminho. Até que lhe fora revelado que nem tudo era como pensava... mas era tarde. Já havia feito escolhas que deixaram marcas irreversíveis, inclusive para aquela a sua frente.

Como se arrependia... mas tampouco podia agir como se nada tivesse acontecido. Sua consciência não o permitia tal proeza. Assim, novamente, se despediu dos seus únicos amigos – ela inclusa –, prometendo que seria alguém diferente, e que a viagem era necessária para que se redimisse. Partiu, deixando parte do seu coração em Konoha...

Com ela.

Não era digno de ser amado, muito menos por alguém como Sakura. Ele reconhecia que ela era a luz em seu caminho de trevas. E ela não merecia alguém com os demônios e pecados dele. Não quando a fizera chorar incontáveis vezes. Não quando tentara matá-la – esse fora o estopim. Agradecia aos deuses por não ter conseguido, pois nunca teria se perdoado se o fizesse. Já era difícil demais ter que conviver com a culpa de ter tirado a vida do seu irmão.

No entanto, um sentimento egoísta se manifestava. Precisava dela, não podia mais seguir ignorando esse sentimento. Era grande demais para continuar fingindo que não existia.

Forçou-se a interromper seu conflito interno quando a viu ficar de pé. Ela bateu em suas vestes para retirar os vestígios de poeira, ficando de frente para si. Ela pareceu relutante por um momento. Ele engoliu em seco, coçando a garganta em seguida. Precisava dizer...

— Bom! Obrigada pela companhia, Sasuke!

Ele não conseguiu responder. Estava confuso, ansioso, quase trêmulo...

Mas para Sakura soou como indiferença. A jovem suspirou, tentando afastar os pensamentos negativos. Não queria mais se permitir abalar com isso, embora ainda magoasse.

— Hã... — Tentou pensar em algo para puxar assunto, nada lhe ocorrera.

— Sakura! — Aquele jeito dele pronunciar o seu nome ainda a arrepiava.

— Quê? — Tentou não parecer ansiosa. Sasuke ainda relutava.

— Como estão as coisas em Konoha? — Bufou mentalmente por não ir direto ao assunto.

— Ah! — Ela não escondeu sua frustração. Ele percebeu, e isso acendeu uma esperança em seu coração. Esperança essa que estava morrendo no almoço que compartilharam. — Você poderia vir comigo e ver pessoalmente, que tal? — O crispar dos lábios do outro a fez continuar. — Sabe... você faz falta, Sasuke. Não precisa ficar a vida inteira por aí, vagando sozinho. Você não está sozinho. Tem o Naruto... aquele cabeça-oca te vê como um irmão. E tem o Kakashi-sensei, ele é como um pai... ou um irmão mais velho para nós... — Ela sorriu um pouco, mas hesitou em continuar, decidindo por se calar.

Mas ele a instigou:

— E você?

Ela tossiu, limpando a garganta, e desviou o olhar, pondo uma mecha atrás da orelha, falando baixinho:

— Eu também sinto a sua falta. Você também tem a mim... sempre teve.

— Sakura... eu... — ele estagnou.

— Você...? — Ela insistiu. Ele suspirou baixo, tomando coragem para dizer.

— Todo esse tempo, eu não consegui aceitar todas as atrocidades que fiz, e por isso, usei do meu orgulho para ferir ainda mais, porque sei que não mereço perdão...

— Mas já te perdoamos...

— Deixe-me falar, por favor — ele murmura, enquanto segura a camisa na direção do peito.

— Desculpe-me.

— Eu juro, eu quis te dizer o quanto me importava, o quanto eu te admirava, o quanto eu queria apagar o passado e recomeçar do zero, mas sabemos que isso é impossível. E eu não posso ser egoísta a ponto de querer que você seja minha. Porque eu, simplesmente, não te mereço. Porém, preciso te pedir perdão, do fundo do meu coração.

— Sasuke! — Sakura estava atônita. Nunca, nem mesmo em seus melhores sonhos, ela imaginou ouvir tudo aquilo do seu grande amor. Contudo, ainda faltava algo... ele apenas estava pedindo perdão, e ela queria muito mais do que aquilo. — Pode parecer loucura, mas eu já te perdoei há muito tempo. Antes mesmo de ter consciência disso... porque eu não consigo sentir nada além de amor por você.

E pela primeira vez Sakura viu Sasuke arregalar os olhos, surpreso com algo.

— Obrigado, Sakura. Isso é muito importante para mim. — Ele fechou os olhos e deixou transparecer um sorriso aliviado.

Sakura suspirou, por outro lado. Parecia que ele não diria nada mais além daquilo, nada do que ela realmente esperava.

Virando-se para esconder a sua frustração, ela completou:

— Bom, então é isso. As portas de Konoha sempre estarão abertas para você.

— Tsc. — Ele desdenhara com a boca. — Achei que seria mais irritante. — Provocou e sorriu de lado ao notar que sua expressão não era ultrajada, mas sim leve, quase divertida.

— Depois de tudo... acho que eu mudei bastante.

— Pois não devia. — A resposta a surpreendeu um pouco, mas não a abalou.

— Eu passei alguns anos ouvindo que meu jeito era irritante. Achei que já estava na hora de mudar.

Era uma brincadeira, mas ele não riu. Ao contrário, engoliu em seco.

Não é que preferisse ser bajulado, mas aquela nova Sakura parecia muito superficial, artificial... quase robótica. Como se não quisesse demonstrar um pingo de seus verdadeiros sentimentos. E Sakura não era assim... Sakura era livre, espontânea, escandalosa... viva!

E isso a tornava única.


“O tempo fica parado
Há beleza em tudo que ela é
Terei coragem
Não deixarei nada levar embora
O que está na minha frente
Cada suspiro
Cada momento trouxe a isso

Um passo mais perto”³

 

— Pois eu prefiro seu jeito irritante.

E se aproximou antes que perdesse a coragem, colando seus lábios no dela.

Sakura ainda ficou estática, em choque, por alguns segundos antes de ceder e se entregar completamente ao beijo. Provar dos lábios do garoto que sempre amou era um sonho virando realidade. Poderia dizer que estava no céu, mas seu coração batendo desenfreado era a prova de que estava mais viva do que nunca.

Assim como ele...

Quando ela passou os braços pelo pescoço do moreno, Sasuke tirou sua mão do rosto da moça e colocou na cintura fina, puxando-a para mais perto, aprofundando o beijo e sentindo que poderia morrer em paz agora que estava com a mulher de sua vida.

Sim, Sakura era única... sempre seria. Ainda era cedo para lhe dizer, mas Sasuke definitivamente a queria como sua esposa! Ela era a única que poderia carregar o fardo de ser uma Uchiha ao seu lado. E, quem sabe, lhe gerar herdeiros e dar continuidade ao seu clã...

— Não posso acreditar. — Ela sorria largamente após o beijo, a testa colada na dele, os olhos ainda fechados. — Por favor, não me belisque. Deixe-me ficar assim com você só mais um pouco.

— Só mais um pouco? — Ela confirmou. — Mais um pouco eu posso deixar.

Sakura riu baixinho.

— Eu amo você, Sasuke-kun. — Os olhos verdes se abriram e encararam os negros, ambos brilhando como nunca. — Sempre amei. E sei que sempre será assim.

— Acho que eu gosto de você também.

— Só gosta? — Provocou.

— Sua irritante. — Eles riram. — Eu também amo você.

O sorriso da jovem de cabelos rosados se alargou.

— Isso quer dizer que você voltará para Konoha comigo?

Sakura se afastou assim que ouviu a resposta séria:

— Não...

— Não?! — Ele balançou a cabeça, em negação. — Então o que foi tudo isso? Por que me beijou? Você está brincando com meus sentimentos, é isso?

— Claro que não, Sakura, eu... — Respirou fundo. — O que eu sinto por você não tem nada a ver com a vila. Eu não estou pronto para voltar... não ainda.

— Então eu vou com você! — rebate rapidamente. — Não há nada que me impeça agora, principalmente agora...

— Sakura, você não pode abandonar Konoha — interrompeu. — Será considerada uma fugitiva.

— Eu falo com Tsunade-sama, então! Explico a ela...

— Não será preciso. Você não vai sair de Konoha.


“Eu não posso continuar
E deixar você perder tudo
É mais do que posso suportar”5

 

Dessa vez Sakura não fez questão de esconder sua dor. Os lábios tremeram e os olhos encheram-se d’água, mas ela não desviou o rosto. Fez questão de mostrar, enfim, o quanto aquela separação a machucava.

De novo.

— Por favor, não faça isso. — Foi ele quem desviou o olhar. — Não quero brigar.

— Então volte comigo! Volte comigo, Sasuke, e eu prometo que não reclamarei de mais nada! Você nunca mais vai precisar se incomodar comigo! Desde que...

Ele dera aquele passo de distância muito rápido, puxando-a de volta para seu abraço e calando-a ao beijar os lábios rosados mais uma vez.

— Não ouse dizer algo assim novamente — disse seriamente. — Grite, brigue comigo. Fale por horas, me irrite com a sua incapacidade de ficar em silêncio. Mas não diga que não irá me incomodar... Sakura... você não vê? É isso que eu amo em você.

As lágrimas correram livremente pelo rosto da chunin, mesmo com ela fechando os olhos força, tentando impedi-las. Sasuke esperou pacientemente que ela se acalmasse para enxugar o rosto bonito que tanto admirava.

— Eu prometo a você, Sakura: nós iremos ficar juntos. Você é minha e eu sou todo seu. — Beijou a testa dela demoradamente. — Há algo que preciso fazer aqui fora. Aguente só mais um pouco, por favor...

 


Chegou em Konoha ao pôr-do-sol, cabisbaixa. Nem de longe tivera o dia normal que imaginaria ter quando acordara pela manhã. Partira numa missão, reencontrara aquele que era dono de seu coração, disse que o amava e descobriu que seus sentimentos eram retribuídos.

Poderia estar com o melhor dos humores agora, mas infelizmente voltava sozinha. Mesmo com a promessa de que se reencontrariam, que passariam o resto da vida juntos, Saura ainda sentia a dor da inevitável despedida.

Uma lágrima teimosa caiu ao recordar-se do poke que ele lhe dera na testa, sorrindo docemente e dizendo um simples “até a próxima vez”.

“Que a próxima vez não demore” ela rezou.

Respirou fundo, limpando o rosto e encarando o céu, que aos poucos ganhava tons azuis-escuros no meio do roxo crepuscular... cores que a faziam lembrar de Sasuke.

“Aguente só mais um pouco” ele pedira.

Tudo bem, ela esperaria mais. Já o esperara a vida inteira quando ele a considerava uma irritante... poderia aguardar tranquilamente agora que Sasuke a amava.

Abriu um pequeno sorriso, o coração enchendo-se de nova esperança.

Arrumou a postura e passou a andar mais firmemente até o hospital, a fim de entregar a florzinha que ajudara, indiretamente, a curar seu coração.

E lembrou a tempo de passar numa lojinha, para comprar um despertador novo – mesmo que ele provavelmente quebrasse na manhã seguinte.

 


Estava atrasado. As chances de ela brigar consigo por horas antes de finalmente abraçá-lo e matar as saudades eram enormes. Mas ele precisava arriscar, afinal. Estar nos braços dela depois de meses valeria todo e qualquer esporro que viesse antes.

Inconscientemente, lembrou de uma frase que ouvira:

“O lugar em que alguém está pensando em você, é o lugar para onde você deve voltar”6.

Sakura era o seu lar... o lugar para o qual deveria voltar.

Foi com esse pensamento que Uchiha Sasuke atravessou os portões da vila de Konoha.

 


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Notas finais do capítulo

1 - Trecho da bíblia - Mateus 6:21;
2 - Calêndula: De sabor amargo e perfume suave, a famosa mal-me-quer é um bom cicatrizante. Soldados da guerra civil americana, no século XIX, usavam a planta para tratar feridas nos combatentes. Hoje seus benefícios à pele são bem conhecidos e ela é largamente empregada na indústria cosmética. A tintura alivia sintomas de traumatismos e pomadas e compressas à base de calêndula ajudam a tratar furúnculos e varizes. Seus efeitos não param por aí: ela também serve para regular a menstruação e amenizar cólicas. (Fonte: https://saude.abril.com.br/bem-estar/conheca-e-saiba-usar-37-plantas-medicinais/)
A planta não é rara, como diz a história, mas no texto deixei assim porque não conheço muitas ervas medicinais, muito menos as raras;
3 - Trechos da música “A Thousand Years”, da Christina Perri;
4 - Segundo o “Naruto Wiki”, Sakura é capaz de realizar genjutsus, apesar disso nunca ter sido mostrado. (Fonte: http://pt-br.naruto-pedia.wikia.com/wiki/Sakura_Haruno);
5 - Trecho da música “Watch Over You”, da banda Alter Bridge;
6 - Naruto, em Naruto Shippuuden, episódio 90.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Então... é isso. xD
Queria pedir desculpas pelos números 4, 5 e 6, que não quiseram ficar sobrescritos aqui no site. Eles não estão largados no texto, eu juro, rsrs. O significado deles está aí em cima. ^^"
Lorinha, você gostou? Dá de ler? ^^"
E vocês, leitores? Gostaram? Nossa fic SS está boa para uma primeira? ^^"
Espero que tenham gostado! ♥
Até uma próxima vez! =* ♥



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