A Primeira Vez escrita por Romanoff Rogers


Capítulo 5
A Primeira Vez que Dissemos Eu Te Amo


Notas iniciais do capítulo

Gente não vou nem me desculpar por ter demorado, por que vou ter que o fazer no final desse capítulo. Eu sempre fico nostálgica e emocionada quando acabo uma fanfic, e vou aproveitar para agradecer o apoio enorme que vocês me deram com essa fanfic, sem isso talvez, meu amor por escrever não seria o mesmo. Muito obrigada ♡ ! Leiamm e comentem!

• quero me desculpar por não ter conseguido acabar o desafio no tempo certo! É sério! Queria ter conseguido! Mas assim, né, já devem ter percebido que sou péssima com prazos.

Boa leitura, peguem os lencinhos!!!!! ♡ E OUÇAM A MÚSICA NO MEIO DO CAPÍTULO!!!



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A primeira vez que dissemos as três palavrinhas... Eu nunca senti tanto medo em minha vida. Um medo absurdo, incapacitante e dormente. Aquele medo absurdamente desesperador e incapacitante que no momento te suga como se fosse te matar. Eu nunca tinha sentido algo tão intenso assim, e depois dali, tudo mudou. Tudo.

(...)

Eu estava na Croácia a sete dias. A missão mais longa que consegui com Fury aqui foi de cinco, infiltração num cassino e descobrir informações sobre terrorismo.

E no tempo que Nick não me arrumava algo novo, restava para minha pobre alma apenas me ocupar com Natflix.

E nesse momento Steve preenche meus pensamentos. Novamente. Isso acontecia a todo instante, meu coração apertava, a garganta fechava. Me peguei olhando o celular para ver se tinha algo do Rogers 28 vezes nesses dias, eu contei. Não tinha nada.

Me perguntei o que ele estaria fazendo. Se ele está tão mal quanto eu me sinto. Se um dia ele vai entender. Lembrei do que ele dizia sobre meu filme preferido, Sharkboy and LavaGirl, que passava na tela a minha frente nesse instante. "Mesmo sendo uma garota de lava, ela pulou na água para salva-lo, e mesmo ele sendo um menino peixe, ele correu até o vulcão para salvar ela também. E o Max? O Max só faz bosta." Um sorriso involuntário surge, mas logo o apago.

Balancei a cabeça, sentindo meu estômago revirar. Aquela viagem era para tira-lo da minha cabeça, mas não foi o que aconteceu. Eu só estava sofrendo sete vezes mais.

Abracei os joelhos, ignorando a musiquinha que o pequeno Taylor Lautner cantava.

Eu me sentia estranha. Mal. Saudade, remorso, culpa por te-lo deixado desse jeito avassalador. A imagem de seu rosto triste vendo o carro ir embora na chuva não saia da minha cabeça. Eu sentia seu beijo em meus lábios. E a sensação de que aquilo foi errado me consumia, mas eu queria fazer de novo.  Errar de novo. Errar sempre.

— Você é ridículo, Max. - Murmurei, desligando a TV.

Acabei pegando no sono por estar a dias sem dormir. Tudo que eu tentei evitar fez uma curva e me atingiu de um ângulo muito pior. E foi nesse momento em que a campainha tocou. Acordei num estalo, me levantando silenciosamente com a arma na mão. Fui até lá com passos largos e encostei na parede ao lado.

— Tasha, é hora de parar de ser idiota. - A voz de Clint me faz relaxar, e mesmo com a piada não consigo deixar de sentir alívio. Assim que abro a porta, abraço-o. Acho que ele não esperava, e nem eu, mas ficamos abraçados no batente da porta por bastante tempo. Minha cabeça deitada em seu ombro, suas mãos firmes segurando minhas costas. Aliviou um pouco dos sentimentos embaralhados.

Me separei dele, encarando-o. Tinha tempo que eu não o via, deixou o cabelo crescer um pouco. Ficou legal.

— Nick disse que fugiu para cá... E eu não podia deixar você sozinha desse jeito, por que você não foge se as coisas não estiverem bem ruins.

É, ele estava certo. Eu fugi.

— Estou feliz que esteja aqui. - Dei de ombros, me virando para esconder o rosto. Fui até a janela e cruzei os braços apreciando a linda vista.

Ouvi ele se sentar no emaranhado de cobertas e esperar eu arrumar coragem.

— Abre o jogo, Tasha. - Fechei os olhos, e fui até ele só porque bateu o frio. Me cobri, de frente para Clint, que me encarava sem pressão, a cabeça tombada para o lado. Só querendo dizer que tudo bem. - Eu estou indo para Dublin, amanhã, achei melhor dar a volta e vir aqui um dia antes de...

— Eu gosto do Steve. - Soltei, jogando a cabeça para trás, e tapei os olhos para impedir as lágrimas de se formarem. Não adiantou. Que confusão.

Ele primeiro ficou em silêncio.

— Eu sei. - Barton disse, e eu destapei os olhos para encara-lo desconfiada.

— O que? Não sabia não. Eu escondo as coisas muito bem. - ele abriu um sorriso, soltou aquela risadinha estranha que parece um tratorzinho, e me encarou de novo.

— Não dessa vez. É óbvio. E eu vi Steve antes de ontem... Bem mal. - Engoli em seco, desviando os olhos. - E minha teoria se confirmou. Os dois estão apaixonados. Mas... Eu ainda não entendi qual o problema.

Fechei os olhos, negando com a cabeça.

— Esse é o exato problema, Barton. - murmurei, irritada.

— Por que, Natasha?

Suspirei, soltando um sorriso debochado. As lágrimas se formaram mais firmes.

— Você acha que eu conseguiria fazer ele feliz? Clint, pensa, eu não consigo dar uma vida pra ele. Eu não consigo... Ser quem ele quer. Não posso ter filhos. - Senti uma lágrima escorrer, mas rapidamente a limpei. - Homens como ele não gostam de garotas como eu. Não sou de quem ele precisa, eu... minha conta... Está pingando vermelho e eu não quero que ele se suje.

Soltei tudo, respirando fundo, e o quarto começou a fechar, assim como minha garganta. Notei que eu chorava, mas não liguei para isso. Tive vontade de descarregar um cartucho na parede quando vi a cara de pena de Clint.

— Eu não sou como ele. - Dei de ombros, sentindo minhas lágrimas caírem em mim. - Eu fui embora por que... Eu amo ele.

— Oh, Nat. - Clint limpou minhas lágrimas com os polegares e eu me contentei em analisar minhas próprias unhas.

— Não preciso de pena, Clint.

— Eu estou com pena sim. De ver você se menosprezando tanto. Agora olha para mim. - Obedeci, focando em seus olhos sérios. - Você está sendo injusta. É ele quem decide se você é o que ele quer ou não. É ele quem decide se te ama ou não. Você faz ele feliz todos os dias só por estar respirando. Todos nós, aliás. E sua conta? Ela não existe, Natasha, por que a pessoa que a criou não existe mais.

Cruzei os braços, desviando os olhos para sua blusa. Eu me sentia uma completa idiota por estar... agindo como uma adolescente. Coisa que eu nunca tive a oportunidade de ser, mas não sabia que doia tanto.

— Ele te faz feliz? - Clint perguntou, se abaixando para alcançar meus olhos. Os fechei, respirando fundo.

— Mais que qualquer coisa.

— Então você já tem sua resposta.

É. Eu tinha. Só não tinha coragem.

— Por que está aqui, Clint?

— Vim te levar de volta. - Ele deu um pequeno sorriso.

(...)

Meu coração apertado esmagava minhas entranhas, parecia que eu tinha levado um soco. As palmas das minhas mãos suavam e tremiam, minha respiração estava pesada. A ansiedade me consumia.

Estávamos quase chegando em Nova York. Ele vai aguentar olhar na minha cara? Me perdoar? Ainda... Vai me amar? Eu não suportaria ir embora de novo.

Não falei nenhuma palavra com Clint desde que entrei no jato. Ele cantava músicas country enquanto dirigia o quinjet, mas eu não conseguia prestar atenção em nada que ele falasse comigo.

E o jato pousou no hangar da base, toda minha ansiedade começou a borbulhar como refrigerante, e eu queria descer logo. Assim que o fiz, saí andando com passos largos e rápidos, com Clint atrás de mim para me carregar se precisasse.

Ele não estava em lugar nenhum. Mas Fury saberia onde ele estava. Abri a porta de seu escritório num baque, e ele virou a cadeira para ver quem é. Juro que ele ficou pálido como se tivesse visto um fantasma.

— N-Natasha? Merda... O que...? - Ele se levantou, vindo até mim com o olho arregalado. - Você está bem? Cadê o Capitão?

— Eu vim perguntar a mesma coisa. - Murmurei, sem entender nada. Mas a cara de Fury se esclarecia.

— Onde você estava?

— Na Croácia, oras. - Respondi, sem paciência. - Cadê o Steve?

— Oh, droga. - Ele falou, indo se sentar de novo de frente para o computador, e eu me irritei profundamente. O que está acontecendo?

Vi um mapa, reconheci a Somália, e uma estrela branca piscando na tela. O que?

— Natasha... A cinco horas atrás recebemos esse vídeo. - Ele aperta o play, e vejo... Rumlow.

Sorrindo sádicamente para a câmera, segurando um facão.

— Hey, Capitão. Sentiu saudades? - e ele sai da frente, revelando.... eu. Natasha Romanoff deitada no canto da sala com sangue saindo da boca e ferimentos em todo lado. Meu Deus, sou eu! Realmente parece comigo! - Bem, a sua ruivinha disse que você não sentiu, então resolvi ligar para perguntar... Vem aqui para descobrirmos.

Ele abriu outro sorriso, e senti a raiva crescendo em mim. Uma rachadura enorme na mesa indicava que Steve sentiu também. E... ah não.

— Steve disse que tentava te ligar a dias e não conseguiu. Seu comunicador não funcionava... - Merda, desativaram meu sinal.

— Ah, não... Não me diga que... - Encaro Fury, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas. - Não, não...

Tudo ficou dormente. Não ouvi nada, não senti meus pés correndo para fora da sala. Usei toda minha velocidade em direção ao meu quarto, e troquei de roupa em menos de um minuto, com todas as minhas armas, facas apetrechos no coldre e saí correndo de novo. Clint já estava dentro do quinjet, de roupa trocada e arco e felcha a postos. Me sentei ao seu lado, a porta atrás de mim já se fechando, e coloquei o cinto. Rapidamente o motor esquentava para levantar vôo.

— Fury te mandou informações pelo celular. Uma equipe de extração já está sendo preparada para nos seguir dentro de meia hora. - Clint disse, e eu assenti, abraçando meu corpo tremendo. Não me deixei chorar, isso ia piorar tudo. - Ei.

Olhei para ele, que me encarava também.

— Ele vai ficar bem.

E o jato cortou os céus com velocidade máxima. Chegamos em uma hora, que pareceram dois dias. De acordo com Nick, a facção de Rumlow dominou um bairro abandonado na periferia de Mogadíscio.

— Vamos pegar um e faze-lo confessar onde ele está. - murmurei, e Clint assentiu, arrumando as flechas. Estávamos em modo invisível e parados no meio da floresta, ninguém nos veria tão cedo.

Descemos, e vi. O céu estava amarelado como se uma nuvem tóxica tivesse tomado conta do céu. Corremos pela floresta escura sem sermos percebidos até onde o jato de Steve estava.

Vazio, sem sinal dele. E entramos no bairro silencioso. Não havia vozes, nem animais, nem tiros, e a falta do último era bom. Os prédios foram destruídos pela guerra civil, quase não param em pé, e a facção de Rumlow pegou isso para ele.

Avançamos até o ligeiro prédio, analisando tudo com cuidado. Ninguém a vista. E o primeiro que vemos parece novinho e inexperiente. Uma presa fácil. Coloco meu cabo em seu pescoço desprotegido, enforcando-o e impedindo-o de gritar, e Clint puxou ele pela grama até dento da floresta novamente.

O homem caiu gemendo no chão, desorientado e tentando se afastar de nós. Agarrei seu pescoço com voracidade e ódio, e o puxei para cima.

— Cadê o Rumlow? - Rosnei, fazendo questão de assusta-lo.

Ele apenas soltou um espasmo de medo, começando a tremer, e eu acertei um soco com toda força nele, que gritou, mas não tinha ninguém para ouvir.

— CADÊ O RUMLOW? - perguntei de novo, gritando.

— N-No prédio da p-prefeitura... é maior, amarelo, antigo, fica a 5 quarteirões daqui. - ele respondeu, trêmulo, e não demorou para eu o acertar um soco em sua cabeça que o apagou.

Imaginei Steve descobrindo isso da mesma forma, mas sozinho... Me esforcei para acompanhar Clint por onde viemos. Corremos rápido, atirando com silenciadores em qualquer um que os pegava avançando na penumbra da noite. Viramos numa rua cheia de soldados tratando de feridos gritando de dor, e alguns mortos estavam ali entulhados, denunciando que Steve passou por aqui, e acabou com todos esses homens. São muitos. Dezenas. E temo que ele não tenha saído inteiro disso.

Um homem se lançou contra mim, saindo de seu posto, e rapidamente o derrubei com um chute rápido e forte no rosto e depois uma rasteira. Qualquer um que se aproximasse de mim tinha o mesmo destino. Qualquer um que me impedisse de chegar até Steve morria automaticamente.

Avistei o prédio antigo, e meu coração disparou. Cinco homens de preto e colete a prova de balas tentaram nos interceptar, mas atirei na cabeça de um, eletrocutei outro e chutei com toda força as partes baixas de mais um, e enquanto estava ocupada com sua virilha, senti uma faca cravar nas minhas costas. Gemi, caindo de joelhos, e usei meu auto controle para não gritar de dor. Ouvi um disparo, que o derrubou, e Clint veio até mim.

— Você está bem? - Ele murmura, acendendo uma lanterna para iluminar.

— Tira. - Bufo de dor, sentindo-o agarrar a faca com calma. Ele puxou num estalo, e senti tudo tremer de dor. Clint me colocou de pé, mesmo latejando, e notei um corte em sua testa e outro na boca. Comecei a correr.

Barton não contestou, apenas me acompanhou silenciosamente pelas sombras. Chegamos a frente bem protegida do edifício e resolvemos subir para o segundo andar de um prédio quase todo destruído por bombas, e murmurei para Barton:

— Vamos nos dividir lá dentro. - E atirei na cabeça de três deles de longe e fiz parecer que os tiros vieram da frente. Os outros levantaram as armas procurando de onde os tiros vieram, deviam ter uns doze só na porta da frente, mas Clint e eu nos lançamos da janela em cima deles. Caí em cima de dois homens que ficaram desacordados na hora, já chutando a cabeça de outro. Enfiei dois dedos em seus olhos, que caiu chorando, e me levantei dando uma estrelinha para trás que acertou um deles no nariz. Desviei dos tiros lançados contra mim, e pelo canto do olho vi Barton lançando flechas a todo segundo, atingindo todos no olho.

— Vai, eu cuido desses! - Barton gritou, e eu senti remorso por deixa-lo. Não suportaria perder ele também. - Tudo bem, vai! Entro assim que acabar!

Obedeci, correndo escada a cima para o prédio iluminado. Trombei com um, mas atiro nele antes que ele me perceba. Continuei correndo, analisando sala por sala minuciosamente. Acabado o primeiro andar, fui correndo para o porão. Vi uma cela aberta no canto da sala, com uma ruiva deitada lá. Me abaixei rapidamente, vendo uma máscara com as minhas feições insanguentadas e jogadas ao lado.

Ela está morta. Fechei seus olhos, suspirando, e voltei a correr. Subi os andares depressa, olhando sala por sala no enorme prédio.

— Nat, a equipe de reforço está perto daqui. - Clint diz, no comunicador, e ouço sons da batalha lá embaixo.

— Okay. Vou para os últimos andares, vá para o segundo.

Nem espero sua resposta, começo a correr escada a cima, as vezes atirando em agentes que aparecem no corredor. Tinham muito poucos, algo estava errado. E Steve não percebeu. Nos últimos andares tinham homens desacordados a todo canto, e sei que estou no lugar certo. Estou quinto andar, de frente para a última porta.

Mal respiro antes de abri-la.

Rumlow está lá, com a mão envolta da garganta de Steve. Seu rosto inchado está sangrando, o uniforme azul marinho escuro manchado de sangue. A armadura do Ossos Cruzados está destruída também, foi uma luta e tanto.

— Nat. - Ele murmurou, me vendo atravessar a cobertura até ele.

— MAIS UM PASSO E VAMOS DESCOBRIR SE SEU NAMORADINHO SABE VOAR!

Ele gritou, e eu parei no mesmo instante. Steve me encarava, o olho inchado e apenas a ponta do pé tocando o chão.

— Desculpe. - Ele murmurou, e sinto meus olhos se encherem de lágrimas.

— Eu que tenho que pedir desculpa. - Respondi, sentindo minhas mãos tremendo. Eu tenho que pensar, tirar ele dessa...

— Me poupem dessas desculpinhas de casal! - Ele gargalhou. - Estou feliz por estar os dois aqui. Planejei isso por muito tempo.

— E eu nem lembrava que você existia. - falei, tentando me manter forte. Ele abriu uma carranca raivosa que se transformaria em violência se eu não agisse rápido. - Solta ele. Eu fico aqui.

— Não, Natasha... - Steve murmurou.

— Você ouviu ele. - Ele sorriu. - Não.

Respirei fundo. Pensa, Natasha.

— Quem te colocou nessa sombra? Quem sempre te superava nos treinamentos, nas missões, Rumlow? Eu. Sempre fui a queridinha do Fury, não é?

Ele franziu as sobrancelhas e fechou mais a mão na garganta de Steve.

— Solta ele, deixa ele ir e você tem a mim. Pode fazer o que quiser comigo.

— Tudo bem. - Ele respondeu, e senti meu estômago revirar.

I Found (Música) - leiam ouvindo ela apartir daqui, tô mandando!

Ele não tem tempo de fazer nada, Steve soca seu nariz com força fazendo-o cair. Comecei a correr, mas não cheguei a tempo. Ele chutou as pernas trêmulas de Steve, que se desequilibra e cai da murada.

O momento passou em câmera lenta. Um grito avassaladoramente alto escapa dos meus lábios sem eu nem tentar evitar, e tudo desmorona. Gritei até a garganta estourar. Gritei como se o mundo fosse acabar naquele instante. Gritei porque meu mundo estava desmoronando. Gritei como se o grito tivesse o poder de trazê-lo de volta para mim.

A distância até a murada pareceu um quilômetro. Caí de joelhos debruçada sobre ela, com lágrimas rolando desesperadamente quando vejo o corpo de Steve colidir com um carro lá embaixo.

Ele caiu. E eu não o via mexer nem um músculo sequer. Não fui capaz nem mesmo de ouvir um grito de dor. As lágrimas caiam rápidas e geladas, uma enorme dor no peito me imobilizou.

Subitamente olhei para trás, e vejo o desgraçado rindo como se não houvesse um amanhã. E realmente não vai existir. Para nenhum de nós dois.

Me levantei bruscamente, e meu corpo, sem aguentar o embalo, cambaleia e cai. Rumlow riu mais alto ainda. Senti vontade de socá-lo até não restar mais nada naquela carcaça suja e imprestável. Mas não consigo. Não sei ao certo o que, mas algo segurava meu corpo no chão.

Virei-me em direção à murada e vi o corpo de Steve caído em cima do carro lá em baixo novamente.
Um gunhido me escapa pela boca, e tenho que tampá-la para que mais nenhum seja capaz de sair. Mas os soluços vêm, rasgando minha alma. Eu queria voltar no tempo. Queria protege-lo, mas eu não podia! A impotência me dominou totalmente, eu queria ter caído, não ele!

As lágrimas que antes estavam um tanto contidas, agora descem constantemente, grossas e pesadas, buscando a liberdade. Muitas delas caem aonde não consigo ver. Muitas delas caem para o aconchego do corpo de Steve. Aonde eu quero estar.

Parei para pensar. Um mísero segundo é o suficiente para que a decisão seja tomada. Um mísero segundo é o suficiente para eu estar de pé, secando as lágrimas.

Meu olhar assassino parou sobre Rumlow, que me olha como se eu fosse uma palhaça, e suas risadas ficam piores ainda quando começo a andar em sua direção.

— Pare de rir.

— Se não o que? Vai me matar? - Ele se levantou. - Oh ruivinha, você não quer fazer isso.

Continuei andando.

— Isso não vai trazer ele de volta, certo? - Ele debocha.

Fico cara a cara com ele.

— Você não pode me vencer. Não sem ele.

Gritei novamente, tirando uma faca do coldre, e antes que ele notasse, ela já estava enfiada em seu pescoço.

Ele cuspiu sangue, sem tirar os olhos de mim.

— Eu já venci.

Solucei novamete, com cada vez mais lágrimas cortando meu rosto como uma lâmina. Tirei a faca de seu pescoço e enfiei em seu peito várias vezes, gritado de raiva e com o sangue espirrando em mim.

A dor no peito me fez parar, suja de sangue e soluçando sem controle. Me arrastei até a murada, prendendo meu gancho na grade, e pulei, caindo agaixada no chão, devastada por lágrimas. Cambaleei até o carro, vendo o sangue escorrendo do teto até formar uma poça no chão. Subi no capô depressa, me debruçando sob o corpo de Steve.

— Não, não, não, S-Steve... Por favor... - Murmurei, abaixando a cabeça em seu peito.

— Estou... Feliz... - Ouço-o murmurar, e levanto a cabeça para encarar ele. Soluço, tocando minha mão suja em seu rosto. - Por você... estar bem..

— Não fala, por favor. - Disse, acariciando seu rosto. - Clint está vindo com reforços, Ste, você vai ficar bem...

Ele sorriu, e vi uma quantidade preocupante de sangue em seus dentes.

— Você é tão linda. - Isso me faz chorar mais, engasgando com o meu próprio ar.

Seus braços estavam abertos, alinhados com as pernas caídas na janela do carro preto. O sangue escorria silenciosamente por todos os lados, pingando no chão como um cromometro da morte.

— Me desculpe por ter ido embora. - Disse, acariciando seu rosto. Tracei círculos em seu queixo, do jeito que ele gosta.

— Não há nada... pelo que se desculpar, Tasha. - Seu braço trêmulo encontra minha bochecha, e sinto seu toque quente melado de sangue. - Não chore.

— Eu te amo. - murmurei, fechando os olhos para as lágrimas caírem. - Eu te amo verdadeiramente, eu sempre te amei. Com tudo que eu sou.

— Eu também te amo, ruivinha. - Ele sorriu, e eu vi que uma lágrima escorreu de seus olhos.

— Mesmo você gostando de gelatina de pepino. - Soltei uma risada fraca, mas ele só teve forças para sorrir e fechar os olhos.

— Eu amo gelatina..de pepino. - ri de novo, mantendo meu rosto perto do seu.

— Está tudo bem. Você vai ficar bem. - repeti.

— Eu sei. Você vai? - Seus olhos se abrem para me ver, e eu abaixo a cabeça, deixando todas as lágrimas possíveis escorrerem e se perderem meio ao sangue. - N-Natasha.

Fechei os olhos. Não quero ve-lo morrendo. Quero ver Steve Rogers sorrindo para mim, dançando comigo.

— Quando eu te vi no gelo, eu soube. - murmurei, com fleches daquele dia passando pelos meus olhos. - Eu senti você comigo desde aquele momento.

— Você... É um anjo? - Ele falou, assim como na Primeira Vez que nos Falamos, e eu abri um sorriso cheio de dor.

— Sim.

Pobre soldado congelado.

Comecei a cantar Panic! At The Disco para ele. Ele sorri, fechando os olhos, e se contenta apenas em me ouvir cantar, como na Primeira Vez que Saímos Juntos.

— Agora... Orange Colored The Sky.

A música que ouvimos no The Forties. Cantei também. E depois, "Put Your Head on My Shoulder", a música que dançamos.

— Você me disse... Para ter coragem. - ele murmurou, rápido. - Disse que as coisas.. ficariam cada vez mais... difíceis. Mas que eu precisava... ter coragem. Agora é sua vez.

Fechei os olhos novamente, sem deixar de acaricia-lo. Eu estava como ele ficou na Primeira Vez que Cozinhamos Juntos? Agora eu o entendia, eu sentia na pele. O desespero, as lágrimas. Eu não consegui parar de chorar nenhum segundo, me sentia entorpecida, apenas esperando o pior.

— Eu não tenho coragem, estou com medo.

Celei nossos lábios num beijo ardente, não me importei com nada, apenas em beija-lo. Nossas línguas dançando com a energia de sempre, minhas mãos em seu cabelo. Nada precisaria mudar.

Não quero ver ele morrer. Não abra os olhos, não abra os olhos...

O beijei de novo, dessa vez segurando seu rosto firmemente. Dessa vez foi melhor que A Primeira Vez que nos Beijamos, e eu queria fazer isso para sempre.

Não abra os olhos....

Não abra...

E não abri os olhos nunca mais.

Essa foi a Primeira e Última Vez Que Dissemos Eu Te Amo.


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Notas finais do capítulo

Gente. Desculpa. Comentem, meus apaidonadinhos, me digam o que acharamm :( !!!!!!!!!!!!!!

Como eu sempre digo: Muito obrigada. Foi uma honra.
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Ai vem fanfic nova!!!!!!!!!!! Não me chamem de irresponsável, eu acabei essa para começar outra! Ela é inspirada no filme "Escola de Espiões". Ela logo sai, espero vocês lá!

*daqui a pouco tem Castle, You're a Terrible Liar, Eres e Crossing Lines!

Ouviram a música??? Grr, comentem