Irmãos escrita por Queenie Malfoy


Capítulo 2
Parte Dois


Notas iniciais do capítulo

Pronto, está ai a segunda parte, espero que gostem, só não revisei, perdão por eventuais erros.
Agradeço aos comentários! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/761682/chapter/2

Clark não estava muito animado em levar Jon até a Batcaverna, Lois estava tranquila e dizendo que o menino só preciasava se desculpar para se sentir melhor, e que seguramente Damian ia perdoá-lo quando visse que estava realmente arrependido, mas sua mulher só tinha conhecido a Bruce e Damian em seu melhor comportamento. Seu amigo sempre era encantador com ela, e o menino, ainda que fosse um pequeno amargurado sempre teve modos impecáveis perto da mãe do amigo.

— Papai, está nervoso? - Jon perguntou, enquanto desciam na escuridão da noite.

— Não, Bruce é um homem razoável, vai te deixar falar com Damian, e tudo ficará bem.

Jon fez seu melhor esforço para não mostrar como isso soava falso. A família de Damian era assustadora, seu pai já devia saber que tinha rosnado para o menino e machucado seu braço, além de tê-lo magoado quando disse coisas horríveis. Jon sabia que foi Damian que disse-lhe para explorar as fraquezas do inimigo se quisesse atingi-lo de verdade, mas Damian era seu amigo, e o tinha feito fugir correndo e com cheiro de lágrimas ao dizer que se ele não fosse um ômega defeituoso teria mais amigos e saberia como convencer a menina a ir com eles, evitando sua morte. Jon estremeceu ao pensar que estava tão bravo e triste que ainda gritou-lhe para deixar de ser covarde, e que não adiantava fugir para Gotham, já que Batman não o ajudaria porque estaria decepcionado com o menino que o único filho que não escolheu e que foi obrigado a aceitar. Esse lado escuro dentro dele, que se deleitou ao ver o amigo fraquejar ao pular do telhado o assustava, seu pai e sua mãe disseram que todos tem lados bons e ruins, e que trabalhavam para controlar os dois, mas ele não queria nunca mais ficar tão bravo para deixar seu lado ruim ganhar.

— Clark. - A voz profunda do pai de Damian ressoou pela caverna quando os viu, fazendo-o tremer.

— Olá, Bruce. - Seu pai disse, com a voz suave de sempre. - Vim com Jon para que ele possa se desculpar, já deve saber que os meninos brigaram e ele se comportou muito mal com Damian.

Jon olhou para o chão, incapaz de encarar os olhos acusadores de Batman.

— Sim, eu já sei. - O homem disse, sem acrescentar nada mais.

— Eu poderia vê-lo para me desculpar? Realmente sinto muito pelo que disse e por ter machucado o braço dele. - Jon disse, arrumando coragem para enfrentar as consequências do que tinha feito.

Batman não respondeu, olhou para cima, na completa escuridão do alto da caverna, e logo, Blackbat saltava do absoluto escuro para ficar bem em frente a Jon, que engoliu em seco. Cassandra era a única irmã de Damian, e a beta não era menos assustadora por isso, seu amigo tinha dito que ela era a melhor lutadora da família, melhor que o próprio Batman.

— Disse a verdade. - Ela afirmou, olhando-o nos olhos com aquela mirada desconcertante e séria dela.

— Entendo. - Bruce disse, analisando por si mesmo o pequeno meio alien.

— Se fizer algo parecido de novo, vou me irritar. - A menina disse para Jon, com o dedo indicador batendo levemente no nariz do menino.

Bruce moveu ligeiramente o lábio superior, e Clark sabia que isso era como um sorriso completo quando já estava vestindo o uniforme, mesmo que sem máscara ainda. Seu amigo estava muito orgulhoso de como Cassie já podia se comunicar com frases inteiras, ainda que preferisse a linguagem de sinais e o silêncio a maior parte do tempo. Ameaças deviam ser uma exceção, Superman pensou com divertimento.

— Eu entendo, realmente sinto muito, senhorita Blackbat. - Jon disse, rapidamente.

Clark fez um esforço para não rir da cara assustada de seu filho, era saudável para ele sentir medo de mulheres fortes. Lois tinha tido um ataque ao saber das coisas que ele tinha dito a Damian, e o jovenzinho estaria de castigo e fazendo trabalhos na fazenda por um bom tempo, além de ter rendido ao dois uma longa conversa sobre alfas sem cerébro e opressores.

— Isso é bom. - Ela disse, sorrindo abertamente antes de beijar Batman no rosto e colocar sua máscara. - Já vou, papai.

Bruce assentiu e a viram sair da caverna com sua moto.

— Bem, Jon, por mim pode subir e falar com Damian sem problema nenhum.

Jon sorriu, realmente, sua mãe tinha razão em tudo, poderia se desculpar. Sua animação morreu aos poucos quando notou o brilho divertido no olhar do cavaleiro das trevas, seu pai dizia que quando ele estava divertido, alguém estava em problemas.

— Bem, a coisa é que meus filhos são irracionais e nunca me escutam. Para conseguir falar com Damian terá que convencer os irmãos dele, está com Dick e Jason agora mesmo, mas certamente poderá passar por eles, não é, Superboy?

Clark engoliu em seco. Dick era pior que sua própria mãe quando o assunto era sobre seu "bebê morcego", e Jason era o único adulto ômega da família, certamente estava irritado com o estresse do irmão caçula, pobre Jon.

— Bruce, não pode falar com eles?

Seu amigo o olhou como se estivesse louco.

— Que tipo de alfa sem miolos acha que eu sou para ir dizer a Jason Todd como proteger ao seu ômega ligado? - Depois do recado que recebeu via Alfred, sequer se aproximou do apartamento de Jason, esperou obedientemente que seu segundo filho voltasse para a mansão com Damian. O que ocorreu um dia depois, e os dois  estavam calmos e encheram a casa com o aroma acolhedor de ômegas felizes e satisfeitos. Bruce se limitou a não fazer nada para aborrecê-los, já que corria o risco de virar alvo de Alfred e Dick ao mesmo tempo, e aproveitou para relaxar na sala com eles enquanto pôde, desfrutando do som que faziam.

Clark suspirou e olhou para o filho com simpatia.

— Não vai te machucar, você é um filhote também, e Alfred vai estar lá em cima. - Clark disse, segurando o menino pelos ombros e guiando-o até as escadas. - Boa sorte.

Assim que o menino estava fora da caverna, Bruce olhou para o amigo com diversão completa.

— Você é um covarde.

— Ei, Lois já me deu uma palestra completa sobre como devo me comportar para não fazer que Jon pense que ser alfa é ser melhor que os outros, não quero o mesmo com Dick, muito obrigado.

Bruce rodou os olhos, ainda que um de seus maiores orgulhos era o fato que Dick era conhecido tanto em sua identidade civil como Nigthwing por ser um alfa totalmente confiável, e que jamais ultrapassava os limites. O dia em que Dinah disse a Oliver que deveria aprender mais com o menino era uma de suas recordações mais apreciadas.

— Ele vai ficar bem, Jason nunca faria nada para uma criança, talvez só um pouco de terrorismo emocional. Dick vai ameaçá-lo com nunca mais deixá-lo sair com Damian, mas a palavra final vai ser do Jason. - Bruce disse.

— E Tim? - Clark perguntou do beta.

— Ocupado com os Titãs, ou isso ele diz... aposto que está ocupado com seu outro filho.

Clark se removeu, incômodo.

— Não é meu fi...

— Não, Clark. Não me dê desculpas esfarrapadas, sei como é ter uma relação difícil com os filhos, mas não diga que não é seu.

Clark suspirou.

— Eles estão namorando? - Perguntou.

— Acho que sim, mas Tim ainda não me disse nada oficialmente. - Bruce explicou.

Clark assentiu.

— Falarei com Kon-El, sei que não gosta de metas perto dos seus filhos e...

— Si fizer isso terei que chutar a sua bunda, Tim me mataria. - Bruce rosnou. - Deixe-os em paz, falo sério. Sei que ainda pensa no garoto como uma ameaça, mas está bem comportado e Tim está mais feliz e saudável com ele.

— Ele mora com Lex Luthor, pelo amor de Rao! - Clark gritou, Bruce era o paranóico, como podia deixar isso passar?

— Luthor é o único pai  que fala com ele, então, não pode reclamar. - Bruce rosnou de novo. - Agora, sente-se e não estrague nada enquanto eu trabalho num caso.

Bruce começou a digitar no computador e Clark se sentou com cara de emburrado. Conner sempre tinha sido um ponto doloroso para ele, principalmente porque era um clone forjado com o DNA dele e de Lex, uma combinação perfeita dos dois representando o filho que jamais teriam, porque ele tinha decidido anos atrás que o ômega Luthor não era para ele.

X~x~X

Jon estava feliz quando se preparou para entrar naquela sala. Tinha encontrado Alfred no caminho e o homem não só tinha lhe sorrido, mas também disse que perder o controle às vezes acontecia, e que reconhecer os erros era o primeiro passo para a redenção. Entregando-lhe um prato de biscoitos quentinhos e um copo de leite em seguida, dizendo que agradar era o segundo. Seu nariz o informou que os dois ômegas na sala estavam tranquilos, quando entrou viu a Damian sentado entre as pernas de Jason, lendo um livro, enquanto o mais velho olhava o celular. O rosnado de advertência que ouviu veio de Dick Grayson, o alfa com a habilidade de controlar perfeitamente seus aromas estava deitado ao lado dos irmãos no chão.

— Olha só, se não é o pequeno pirralho alfa que machucou meu irmãozinho. - Jason disse, soando perigoso. - Onde estão minhas balas de kriptonita que roubei do Luthor?

Dick não riu como Jon esperava, olhou para ele com os olhos hostis.

— Acho que essas o Bruce confiscou, mas tenho uma reserva no meu quarto, já pego para você. - Disse, sem tirar os olhos do menino.

Damian rodou os olhos, e fez um gesto para tentar se levantar, mas os braços musculosos de Jason o mantiveram no lugar.

— Tt. - Damian sisseou para o maior, que nem se moveu. - O que veio fazer aqui, Kent? Não vê que está aumentando a idiotice desses dois?

Jon abaixou a cabeça, sentindo lágrimas se formarem nos olhos. Os irmão de Damian não iam deixá-lo falar com ele nunca mais.

— Vim pedir perdão. - Jon disse, corajosamente. - Sinto muito, Damian, por ter sido um menino malvado e horrível e ter estragado nossa amizade. Eu fui muito malvado.

Damian o olhou com confusão.

— Kent, não poderia ser malvado nem que tentasse. - Disse, com cara fechada. - Só estava triste e irritado e eu fui idiota ao tentar tocar num alfa enraivecido e....

Jason rosnou para Damian, dando-lhe uma mordida no pescoço para chamar sua atenção.

— Já pode parar de falar merda. - Disse, com voz cortante. - É culpa dele, e só dele. Não se responsabilize pela ações de um alfa descontrolado.

— Jason está certo, Dami. - Dick disse, tranquilo. - Jon realmente não é malvado, mas foi estúpido e descuidado com a força que tem. Se quer perdoá-lo, vá em frente, mas foi culpa dele e não sua.

Damian os olhou com receio. Sua mãe o teria batido até que aprendesse a se defender, mesmo de um alfa superpoderoso, seu avô teria pensado em algo pior, para ele seu status não era desculpa para fraqueza. Viver com seu pai era uma coisa muito diferente, mesmo depois de tanto tempo, e ele amaldiçoou seu corpo por delatá-lo, seu cheiro deve ter alertado Todd, que o aproximou mais do próprio torso e o cobriu com as abas de sua jaqueta, praticamente escondendo-o dos demais.

— Desculpe-me, Damian. - Jon repetiu, estendendo o prato e o copo de leite. - Alfred me disse que era para vocês... vou indo, se não quer ser mais meu amigo, eu entendo.

— Tt, não seja estúpido, Kent. Não é tão ruim assim, te perdoo dessa vez. - O menor dos Wayne disse, ocultando o rosto dentro da jaqueta do irmão quando viu o sorriso tolo de Jon.

Dick pegou o prato e o copo do menino e colocando-os no chão,  se sentando ao lado de Jason, na mesma posição que o ômega.

— Venha aqui. - Disse, abrindo os braços para o menino.

Jon chegou no colo do alfa rapidamente, sorrindo e exalando um cheiro satisfeito.

— Jay não vai soltá-lo tão cedo, então, podemos comer esses biscoitos e ver um filme.

Jon assentiu, buscando os olhos de Damian, notando como seu amigo estava com as bochechas levemente vermelhas, mas que não lutava contra os braços de Jason ou tentava sair de dentro da jaqueta dele.

— Todd é muito pegajoso. - Disse, maliciosamente.

— Ei! Não foi o que disse quando invadiu minha cama, pequeno demônio. - Jason disse, envergonhando-o ainda mais ao perfumá-lo na frente do amigo, que viu como o maior esfregava o nariz e as bochechas por seu rosto e pescoço, fazendo o caçular reclamar sobre isso.

Dick aproveitou que os ômegas discutiam amigavelmente para murmurrar no ouvido de Jon:

— Se voltar a machucá-lo não porá os olhos nele pelo resto da sua vida... e se for algo mais sério, quero que se lembre que posso ligar para Talia e me livrar de você em dois tempos.

O mais assustador para Jon, era que o cheiro do homem não mudou, mas seus olhos eram aço puro, mostrando que falava muito sério, ou fingia muito bem. Damian estava errado, seu pai não era assutador se comparassem com esse irmão.

X~x~X

— Bruce! Dick está aterrorizando meu filho. - Clark disse, entre impressionado e irritado.

— Podia ser pior, Jon podia ter ficado no lado ruim de Alfred. Agora, pare de espionar as crianças. - Bruce rosnou.

— Lois vai me matar, ele está de castigo, mas não tenho coragem de tirá-lo dali agora, Damian o deixou segurar sua mão enquanto assistem um filme, são tão fofos.

Bruce fez um som de irritação, murmurrando algo sobre ligar para Lex Luthor para comprar kriptonita para defender seus filhos de aliens hormonais no futuro.

— Lex desfrutou muito desses hormônios para te ajudar. - Clark brincou.

Bruce o olhou com superioridade.

— Ele desfrutou mais quando esteve comigo.

X~x~X

Quando a mansão tremeu um pouco, os garotos Wayne olharam para Jon, que deu de ombros.

— Papai gritou e alguma coisa explodiu, não estava prestando atenção.

— Estão brigando de novo. - Dick disse, despreocupado. Bruce e Clark sempre brigavam e faziam as pazes.

— Alfas sendo idiotas, sem novidades. - Jason disse.

Todos ouviram Alfred caminhando até o relógio e Dick sorriu largamente.

— Querem ver como intimida os dois? - Propôs.

— Sim! - Foi a resposta uníssona na sala.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E foi isso, o que acharam?
Nos lemos por ai, espero voltar com mais desse universo logo.
Beijos



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Irmãos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.