Photograph escrita por Anny Taisho


Capítulo 5
Pega no flagra


Notas iniciais do capítulo

Ai gentes, olá de novo, eu deveria simplesmente guardar o capítulo para ser só um por semana, mas vocês são muito maravilhosas e me mandam tantos comentários que eu fico empolgada e quero contar mais coisas a vocês. Muito obrigada por cada comentário, eles são muito importantes e só para deixar um gostinho... Cap que vem teremos Sasuke e muitas coisas sobre ele vão ser expostas. Aproveitem.



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Aquele era um dia de apresentação, todos os estagiários estavam fazendo um pequeno seminário sobre o trabalho que estavam fazendo na empresa numa sala de reuniões que tinha um segundo piso. Kakashi estava apoiado no guarda vidas no segundo andar as costas dos garotos apenas observando. Era divertido e bem melhor que mexer com a pilha de documentos em sua mesa.

O Hatake podia fazer uma aposta sobre quais deles iam se sair bem. Bebeu um gole de café de sua caneca quando ouviu passos ao seu redor. Com o canto do olho viu Uzumaki Naruto se escorar no parapeito também.

— E ai? Como estão os garotos?

— Nada muito impressionante... Veio matar o tempo também?

— Tsk... vim dar uma olhada na minha estagiaria, ela é uma garota muito esperta.

O mais velho se fingiu de bobo, como se não soubesse quem era a moça que trabalhava para Naruto. No entanto, sabia exatamente quem ela era. Tinha alguma coisa naquela garota que o deixava com a pulga atrás da orelha.

— E você ficou com qual deles mesmo?

— Sarada no Sabaku, a mocinha de cabelos pretos.

— Ah sim... estou vendo. Acho que ela vai fazer seu seminário agora. Como tem sido a experiência dela?

— Melhor impossível, ela tem feito quase todo serviço de secretariado da Moegi e deixando ela livre para fazer o trabalho de análise de sistemas com a equipe. Estou quase contratando ela. – riu baixo –

— Mesmo? – disse com sua face natural de tédio –

— Sim, nenhuma das entrevistas tem dado em nada. As garotas que sabem de secretariado não sabem de programação, e se sabem programar não fazem ideia do serviço de secretária. Moegi me acostumou mal, eu não sei ter uma secretária que não entende quando eu falo termos técnicos.

— Eu vou dar uma olhada nas fichas, você sabe que ás vezes só precisa de alguém com o olho técnico.

— Oh claro, Kakashi e seu faro para talentos. – passou a mão pelo rosto vendo a apresentação – Essa Sarada tem futuro,  parece ter sido criada para o mundo dos negócios.

— É, parece... – o Chefe do RH ia se lembrar de dar uma olhada com mais atenção na ficha dessa garota, afinal era bom demais para ser verdade e tudo o que eles não precisavam era de alguma concorrente colocando um espião dentro da empresa.

— Definitivamente eu nunca o encontro em sua sala, Naruto! – Sasuke entrou colocando o celular no bolso –

— Oh... Só porque quando você me procura eu não estou lá que quer dizer que eu nunca estou lá. Relaxa ai, eu estou vendo a minha estagiária chutar o traseiro dos outros.

Os olhos negros baixaram até o piso debaixo e a garota estava indo bem.

— Foi essa garota que fez o modelo de relatório automático para as planilhas de dados semanais?

— Exatamente.

— Finalmente alguém competente além da Moegi naquele seu setor.

— Hey... – se virou para o amigo para responder e parou o olhando – Caramba!! Eu sabia que a Sarada me lembrava alguém! Porra, Sasuke, ela é você versão menina!

Kakashi deu uma pequena engasgada rindo. De fato a menina era fisicamente muito parecida com Sasuke, na verdade, com a família Uchiha como um geral.

— Não seja idiota. Ela só tem cabelos pretos.

— Você já deu uma olhada de perto? Até esse seu olhar de quem quer matar alguém as vezes ela tem! – coçou a nuca – Se você tivesse um filho, ele não seria tão parecido.

Sasuke correu os olhos novamente, estavam relativamente longe, mas além de uma ou outra semelhança não viu nada demais. Rolou os olhos e pegou o celular no bolso.

— Não fale idiotices. E agora mova esse traseiro preguiçoso, precisamos fechar aquele último balanço da filial Kyoto.

— Você é um estraga prazeres! Devia arrumar uma esposa e ter uma família! – disse saindo com o moreno –

— A Uchiha Corp é minha prioridade.

Kakashi viu os dois saindo. Trabalhava na Uchiha Corp desde a época que Fugaku entrou para a presidência, naquela época era um garoto quase e conseguiu uma vaga porque o pai era o chefe da contabilidade. Conheceu Sasuke criança e como ele tinha mudado. Nem parecia a mesma pessoa que foi quando jovem.

Ergueu o corpo e foi para sua sala, tinha arrumado um novo Hobby para matar o tempo de serviço: saber exatamente quem era a nova estagiária. Colocou as mãos no bolso e saiu preguiçosamente do segundo andar do auditório.

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Sarada saiu da faculdade e foi finalmente visitar Tsunade. Ela era quase como uma segunda avó, apesar dela odiar ser chamada assim. Ao longo da vida a loira as visitou diversas vezes em Dubai. A Senju tinha sido a orientadora da mãe durante a faculdade e a relação das duas cresceu ao ponto de se tornar uma amizade de mais de quinze anos. Se identificou na recepção e foi permitida sua subida.

Sua bolsa estava cheia com as coisas da faculdade e do trabalho. Estava organizando uma viagem de negócios de seu chefe e queria que tudo saísse perfeito. Entrou no quarto e deixou a bolsa na mesinha no corredor.

— Tsunade obaa-chan. – disse colocando os pés na salinha do apartamento

— Você realmente é uma garotinha desaforada. – disse juntando as sobrancelhas – Sorte sua que eu gosto muito de você. Pensei que não viria mais.

— Desculpe, a faculdade está me tomando muito tempo. – se aproximou e deu um abraço na mulher –

Ajeitou os óculos e notou de repente como ela estava velha. Em suas lembranças sua avó Tsunade era sempre uma mulher tão ativa e imponente que até esquecia as vezes que ela era mais velha que Mebuki Haruno, sua avó materna. Foi como se os anos tivessem caídos de uma vez nos ombros da Senju.

— Tempo é uma coisa que temos de sobra aos 18 anos, garota... – sorriu – Então me conte, como é viver no japão?

— Ah... aqui é diferente de Dubai, não tem ferraris em cada esquina ou um deserto ao redor... – riu baixo –

— Oh céus, a princesa árabe está tendo que se acostumar a viver com as pessoas normais. – riu alto da careta que Sarda fez –

— Eu não sou uma princesa árabe!

— É sim, querida... Você parece muito com a sua mãe quando está brava! Faz o mesmo bico!!

— Se continuar rindo de mim eu não vou te dar a garrafa de Whisky 70 anos que surrupiei da coleção do tio Kankuro.

— Olhe só, que abusada!!

— O que eu posso fazer? – riu – Como está, Obaa-chan? De verdade... – disse pegando nas mãos com unhas vermelhas.

Tsunade apertou os dedos pequenos de Sarada. Estava velha mesmo. Conheceu a mãe dela quando a mesma tinha 18 anos também. Sorriu e suspirou.

— Eu devo estar ficando gaga já e perdido meus talentos de cirurgiã... Uma garotinha está vendo atráves das minhas emoções.

— Bem, eu tenho uma cirurgiã em casa, então eu aprendi a olhar bem direitinho. Vocês sempre parecem tão calmas.

— Você não confiaria num cirurgião que não consegue sorrir mesmo quando tem um crânio aberto diante de seus olhos. Eu estou bem... na medida do possível. É difícil aceitar que aquele velho idiota morreu antes de mim.

O segundo marido de Tsunade, Jiraya morreu no ano anterior, eles tinham se conhecido na juventude, mas a loira acabou se casando com outro homem e eles só tinham se reecontrado uns vinte anos atrás. E agora ele estava morto e isso parecia ter duplicado a idade nos ombros dela.

— Sabe Sarada, envelhecer é ótimo, você perde medos, ganha experiência, aprende com os erros, fica menos presa as regras sociais... Mas é solitário também, Dan morreu quando eu tinha 30 anos e eu vivi depois disso para ser a melhor cirurgiã que podia... E quando eu estava tão vidrada Jiraya apareceu de novo... Quando me aposentei nós fomos viajar e beber em todos os bares possíveis... E agora eu não tenho mais o hospital e nem ele.

Respirou fundo, tinha ficado em Tóquio por mais de dois meses porque não via muito motivo para voltar a sua casa. Olhou a garota e fechou os olhos um momento.

— Mas você não veio aqui para ouvir uma velha chata se lamentar. Vamos, traga a garrafa do tal Whisky... – piscou um olho –

A jovem apertou forte a mão da avó ante de ir buscar sua bolsa, ela conseguia ver que muitas das características da mãe na mais velha. Sakura acabou sendo a filha que Tsunade não teve, Mebuki tinha até certo ciúmes. Pegou a bolsa cheia e quando tirou a garrafa do fundo acabou derrubando um monte de coisas.

— Oh droga! Eu preciso de uma bolsa maior!!

Falou se abaixando e indo catar suas coisas. Tsunade foi ajudar rindo do nervosismo dela, Sarada era como a mãe, tinha um complexo de fazer as coisas perfeitas que chegava a ser assustador.

— Calma, Sarada, foi apenas um acidente... – foi quando pegou um crachá que tinha caído junto das coisas dela e viu a foto da menina e o lugar – O que está fazendo na Uchiha Corp?

A filha de Sakura arregalou os olhos e ficou nervosa! Droga!! Tsunade não tinha que ter visto aquilo! Ela ia contar a mãe e ia acabar magoando ela!! Levantou rápido muito nervosa.

— Eu... Eu posso explicar, Obaa-chan!

— Pois então comece que eu não tenho a vida toda!

Eram tantas coisas acontecendo que Sarada não sabia bem como verbalizar. Não tinha podido conversar sobre aquilo com ninguém. Sentou se sentindo uma criminosa.

— Eu... Eu só queria saber como ele é... Eu juro!! Juro que não vou falar nada!! Eu só quero saber...

— Saber o que? Você tem pais maravilhosos que te amaram desde o primeiro momento! O que tem na cabeça?

— Eu sei, tá!! – disse começando a chorar – Não quero magoar ninguém!!Eu só queria saber quem é o homem que me deu essa aparência! E que de algum modo contribuiu para ser quem eu sou! Toda vez que eu olho no espelho tem uma sombra, uma parte que eu não consigo entender! Eu amo muito meus pais! Eu só... eu só queria saber... e ver...

A Senju ficou com pena vendo sua garotinha daquele jeito. Ela tinha direito de ter curiosidade no final das contas. Deu um passo para frente e a abraçou para acalmar aquele choro.

— Calma... Calma, criança, o mundo não está acabando. Era óbvio que isso ia acontecer um dia.

— Eu não vou falar nada para ele, isso magoaria minha mãe, e eu não quero que ela fique mais triste. Só vou ficar lá para entender algumas coisas sobre mim e depois vou embora, ninguém vai nem sonhar com nada!

— Olha Sarada, muitas coisas aconteceram quando você foi nascer e antes disso. Você vai viver e ver que muitas vezes as relações não são bem como nos livros ou filmes... As pessoas falam coisas, fazem coisas e se arrependem... E tomam decisões que acham certas e com o tempo não tem mais volta. Mas acredite em mim quando digo que tem assuntos que é melhor não desenterrar.

— Eu não vou, não vou!!

— Assim como sua mãe refez a vida, o Uchiha pode ter feito o mesmo e seria muito mais dor de cabeça que algo bom.

— Eu sei. – respirou fundo – Não conta para minha mãe, por favor.

— Eu não deveria fazer isso, mas vou te dar um voto de confiança. Mas precisa me prometer que se por qualquer motivo for contar a ele, vai primeiro falar com a Sakura. Por favor, criança, não faça nada do tipo sem a sua mãe saber!

— Eu não vou! Não vou! Mas prometo para você, Obaa-chan!

— Certo! – passou os polegares pelo rosto dela enxugando as lágrimas – Agora pare de chorar, dá rugas! Vamos beber uma dose desse Whisky maravilhoso e você vai me contar direitinho essa história.

— Tá... Tá... Obrigada!

— Não me agradeça, agora desfaça essa cara de choro!

Aquilo ia acontecer uma hora ou outra. Era melhor ficar de olho na menina e evitar maiores problemas. Sakura não estava em condições ainda de lidar com isso, a viuvez ainda era um fardo muito pesado para ela.


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