Photograph escrita por Anny Taisho


Capítulo 13
Presente


Notas iniciais do capítulo

Gente, a cada capítulo eu fico mais feliz com como vcs são humaninhas maravilhosas!! Cada comentário tão gentil e carinhoso, não tem como não continuar a fic assim!!! Sobre o capítulo de hoje, aproveitem, respirem fundo, não me matem, tudo tem uma razão de ser, essa fic está toda planejada nenhum cap vem na hora errada ou para enrolar. Kisskiss



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Bolt estava realmente surpreso, Sarada de fato entendia bastante de motores e velocidade. Nunca imaginaria que aquela garota com cara de chata entendia daquelas coisas. Os dois estavam perto dos mecânicos vendo a manutenção de um motor. Shikadai e Chochou estavam mais afastados olhando ao redor, não fazia muito o estilo deles.

A garota se escorou ao lado do Nara com um milk-shake e riu.

— Cara, eu só falei que queria um milk-shake e apareceu alguém com um para mim.

— É o crachá... – disse coçando a nuca –

— É muito louco essa coisa de vocês... Tipo, vocês são podres de ricos.

— Você se acostuma. Como conheceu a Sarada?

— A gente se trombou na faculdade e eu derrubei uma coca nela... Ai a gente começou a conversar e ficamos amigas. Ela é muito legal, a mãe dela é super divertida.

— Sim, a tia Sakura é ótima. Que bom que a Sarada fez amigos aqui, ela ficou muito afetada com a morte do tio.

— Eu vi um monte de fotos no quarto dela... – olhou os amigos – Eles formam um casal bonitinho, neah?

— Tsk... Não sei de nada.

— Oh você é muito chato! Vamos atrás de umas batatinhas, acho que eles vão demorar ali.

— Bora... Deve ter algo mais ali para frente.

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Sakura estava em casa mexendo em uma caixa que tirou do fundo do armário. Achou algumas coisas antigas de quando trabalhava na China, umas fotos dela com Gaara naquela época, dois sapatinhos de Sarada bebê, alguns desenhos que a filha fez e em uma saquinho de veludo achou um colar. Colocou ele na palma da mão e viu do que se tratava. Foi um presente que ganhou de Sasuke.

Era um cordão de ouro com um pingente de coração com detalhes em madrepelóra, tinha usado aquilo durante muitos anos, mesmo depois de já casada com o marido, não porque era algo que Sasuke deu, mas porque foi um presente ganhado em uma situação de muito carinho. E a Haruno gostava de guardar boas lembranças. Em algum ponto ao longo dos anos aquilo acabou guardado.

Ficou olhando um tempo e lembrando.

FlashBack on – Konoha, junho 1996 –

Sasuke estava deitado no assoalho de madeira do lado externo da casa respirando pesado, sentia cada pedaço de seu corpo doer. Nunca em toda a vida tinha se sentido daquele modo, mas também nunca tinha feito aquele tipo de trabalho pesado. Ouviu passos leves em sua direção e quando abriu os olhos viu a cabeça de Sakura pairando sobre sua cabeça.

— Parece cansado, Sasuke-kun!

— Você fez isso de propósito, não foi?

— Ohh... desculpe garoto da cidade, mas todo mundo por aqui ajuda nas tarefas e meu pai precisava de uma mãozinha no pomar.

— Eu estou moído, Sakura! Isso não teve graça nenhuma.

— Ahhh você que pensa. – riu e piscou um olho para ele – Mas agora levanta essa bunda daí, tome um banho que vamos buscar umas coisas na cidade de bicicleta.

— O que?? Ficou maluca? Eu não consigo me mexer!!

— Bem, eu vou sair em 30 minutos, com ou sem você. – se abaixou e beijou de leve os lábios dele antes de levantar e ir ajudar Mebuki na cozinha.

O Uchiha antes estava com raiva, mas não tinha como ficar com raiva de Sakura muito tempo. Respirou fundo e foi tomar um banho porque deveria estar fedendo. Cuidar de um Pomar dava um trabalho desgraçado. Só esperava que Sakura não arrumasse para ele uma bicicleta cor de rosa, porque aparentemente ela via muita graça em curtir com a cara dele.

Tomou um banho gelado lavando o cabelo e esfregou o corpo. Aquela água parecia fazer um milagre nos músculos cansados dele. Depois vestiu seu jeans, allstar e camiseta indo mostrar a Sakura que já estava pronto. Ela estava na cozinha fazendo docinhos para serem vendidos na quermesse na festa da cidade com a mãe e sorriu quando o viu.

— Viu mãe, falei que o Sasuke-kun ia estar ótimo depois de ajudar o Otou.

— Hum... sente e coma alguma coisa, daqui na cidade é uma boa pedalada. – a mulher pegou um copo de suco e colocou um sanduiche e bolo na frente dele – Eu vou fazer a lista de coisas que precisa trazer para mim e será que podia passar na casa dos Homura e aferir a pressão deles. Eu estou ocupada aqui.

— Pode deixar, Okaa-san. Vou pegar a maleta, está no armário da entrada?

— Sim, Sakura.

Terminou de comer e agradeceu saindo com Sakura. Eles foram até um galpão e graças a Kami havia uma bicicleta rosa com grande cesta e uma outra normal. E havia ainda mais uma outra ali guardada.

— A gente não pode ir de carro?

— Eu não sei dirigir. – disse prendendo a maleta de enfermeira da mãe –

— Eu sei e a gente não precisa pedalar.

— Gosto de pedalar! Não seja preguiçoso!

— Não foi a princesa ai que ficou o dia inteiro trabalhando!

— E você acha mesmo que Dona Mebuki me deixou sentada cinco minutos, neah? Vamos Sasuke-kun, vamos aproveitar nosso dia, o caminho é lindo! Ou será que você não sabe pedalar?

— Não seja boba, eu só queria fazer menos esforço...

Ela estava linda com um vestido branco leve de alças e um tênis leve. Sakura conseguia linda com praticamente qualquer coisa que usasse. Era muito estranho como ela havia o envolvido de um modo que era estranho estar sem a companhia. Nenhuma garota o deixava tão confortável.

— Então, vai ficar me olhando com cara de bocó ou vamos logo?

Ela riu e saiu pedalando. Sasuke chacoalhou a cabeça e saiu atrás dela. De fato o caminho até a cidade era muito bonito, na verdade, parecia saído de algum conto de fadas. Eles foram conversando levemente e a rosada cumprimentando as pessoas pelo caminho. Todo mundo naquela cidade parecia conhecer ela e a família, mas era um conhecer diferente.

Muitas pessoas em Tóquio conheciam os Uchihas, só que certamente quase ninguém sabia de fato quem era cada um dos integrantes. Tudo era muito impessoal. A casa dos pais dele era impessoal. Não que dona Mikoto não trabalhasse muito para ficar o mais parecido possível com um lar, mas ainda sim era difícil lidar com a aura pesada que lá havia.

Eles compraram as coisas na cidade, passaram na casa do casal de idosos e Sasuke teve certeza vendo a cena que Sakura seria uma grande médica. Tudo parecia tão natural para ela, o caminho que ela trilharia já estava pronto. E nisso se sentiu perdido, ela não sabia o que fazer.

Na volta, eles pararam em uma pequena clareira que dava vista para campos de arroz para segundo Sakura verem o pôr-do-sol mais bonito que se tinha notícia. Ela havia pegado alguns lanches num Kombine na cidade e agora estavam ali aproveitando um tempo.

A garota estava escorada na árvore sentada e ele deitado com a cabeça no colo recebendo um carinho leve.

— Por que tem três bicicletas na casa dos seus pais?

— Porque nós somos três oras! – riu tomando refrigerante –

— Vocês três andam de bicicleta por ai?

— Minha mãe faz visitas de rotina as famílias que moram no nosso bairro e ela vai sempre de bicicleta. E eu e meu pai gostamos de passear nos fins de semana, é algo que sempre fizemos.

— Hm... que estranho...

— Nem todo mundo faz parte de uma família milionária e intocável, Sasuke-kun, as coisas por aqui são bem mais simples.

— Você e seus pais parecem muito próximos.

— E nós somos! A gente é uma pequena família e foi assim que sempre vivemos.

— E não tem irmãos?

Sakura deu uma risada e sorriu para ele.

— Como está perguntador hoje em... – viu o Uchiha ficar vermelho – Minha mãe diz que um filho já era trabalho suficiente e que ela não daria conta de trabalhar tendo duas crianças para cuidar e ela não queria largar o emprego.

Aquilo era estranho, porque a mãe dele sempre esteve em casa cuidado dele e Itachi. No japão na verdade é muito comum que mulheres depois de ter filhos não trabalhassem, afinal, serviços como babás eram bastante caros.

— E onde ficava quando era criança?

— No hospital de Konoha tem uma creche para funcionários, eu fiquei lá até quase um ano e meio, depois meu pai se cansou disso e eu ficava com ele aqui ou na loja na cidade. Segundo otou-san não fazia sentido a gente ter uma casa tão grande e boa e eu ficar enfurnada numa creche.

— Seu pai cuidava de você? Tipo, cuidar mesmo? – aquilo era completamente chocante ao Uchiha –

— Sim, eu ficava com ele no pomar, ele fez um chiqueiro na época que dava para montar em diversos lugares. Ai ele me dava comida, trocava fraldas, dava banho e quando dona Mebuki chegava do hospital eu já era um bebê prontinho.

— Eu acho que mal lembro do meu pai em casa quando era criança.

— São famílias diferentes... Seu pai é um CEO de empresa.

— Eu acho que ele nem sabia a diferente entre mim e o Itachi ás vezes.

Sakura não queria entrar naqueles métodos, cada família tinha uma dinâmica e não cabia a ela julgar. Apesar de achar que a família dele em geral era muito separada. Tudo era tão formal, nem parecia um lar.

— Sabe, quando eu tive que ir para escola, chorei uma semana toda, não queria deixar de ficar em casa. – riu –

— Você tem cara mesmo de quem era chorona.

— Hey!! Seu cretino, estava bonzinho a tempo demais...

— Você não estava reclamando desse cretino ontem quando eu entrei no seu quarto. – Sasuke deu um daqueles sorrisos que matava uma torcida inteira.

— Se eu reclamasse, alguém podia ouvir e você tomar umas vassouradas. – riu e olhou ao redor – Eu gosto tanto daqui, sabe... Estou louca para me formar e vir trabalhar no hospital de Konoha!! Ser uma médica da cidade, conhecer todas as pessoas... talvez ser uma pediatra ou obstetra.

— Parece mesmo um bom lugar para viver aqui. – se sentou – Você vai ser uma médica muito boa.

— Olha só, um elogio vindo da sua boca...

Passou a mão pelo cabelo depois pegou no bolso. Recentemente Mikoto tinha pegado aquele colar e uma pulseira que gostava muito e dado a cada um dos filhos. Segundo ela eram joias de família que ela usou e que eles deveriam dar a alguém especial. No ínicio achou aquilo uma breguisse, mas depois de ver Izuna, a noiva do irmão usando a pulseira, pareceu bem legal. Não super cool ou algo assim, mas Sakura era uma pessoa que tinha cativado ele bastante.

— Isso é pra você... sabe, para compensar todas as vezes que eu vomitei no seu alojamento.

A rosada ficou surpresa e pegou a peça entre os dedos, parecia tão delicada e cara.

— Oh... não precisa! Isso parece muito caro, Sasuke-kun.

— É um presente, Sakura, não seja chata! Vamos, deixe eu colocar em você.

Um pouco a contra gosto acabou deixando ele colocar o colar em seu pescoço. Era tão lindo e delicado, Sasuke tinha de fato um lado bom.

— Ficou bom, devia usar sempre.

Sorriu e deu um beijo nele, Sakura sabia que aquele era o jeito de Sasuke dizer que se importava com ela. Ele não era muito bom com palavras. Ia usar aquele cordão todos os dias.

Flashback off

Sakura ouviu a porta do apartamento abrir e foi ver Sarada, ela tinha passado o dia com o primo e queria saber como foi. Atravessou o corredor descalça e sorriu vendo a filha toda despojada.

— Então como foi o dia, querida?

— Nossa mama, foi tão legal!! Estou ansiosa para ver o motor de um fórmula 1!! E você não vai acreditar, Chochou e o Shika ficaram super amigos.

— Mesmo? Que bom! É sempre divertido ter um grupo de amigos quando se é jovem!

Sakura ainda estava com o colar na mão e de repente pensou um pouco. Hoje em dia aquela peça não combinava mais muito com ela, mas era uma peça bem bonita. E havia sido um presente gentil e pensando bem, não havia nada mais justo que Sarada ficar com ele.

Ouviu a filha contar como foi o dia  calmamente e depois se aproximou dela.

— Sara-chan, eu estava mexendo nas minhas coisas e olha o que eu achei... – mostrou o colar – Eu acho que isso não combina mais muito comigo, mas ia ficar lindo em você.

— Wow... que lindo, mama!! – pegou o colar – É tão delicado e elegante!! De onde é isso?

— Oh... eu não sei, eu devo ter comprado ou ganhado. – sorriu – Quer ficar com ele?

— Claro!! Vai ficar ótimo com todas as minhas roupas!

— Então faça bom proveito, querida. – beijou o rosto dela –

Era um bom destino dar aquele presente a Sarada, de algum modo era como dar um presente de Sasuke a ela.

Continua...


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