Batalhas e Memórias escrita por KLKaulitz


Capítulo 4
Liberdade


Notas iniciais do capítulo

Música do Capitulo
Sharon den Adel - Safe and Sound



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Sthepan chegou nos aposentos da filha e viu com os seus próprios olhos o que esperava com tanto anseio durante muitos anos. Helena estava chorando desesperada. Serafina já havia retornado e estava trocando a roupa de cama. Leonel apareceu quando sua mãe saiu com um sorriso no rosto, mas ele não estava feliz. Sabia pelo olhar devastado de Helena que ela jamais concordaria com aquele casamento.

− Não fica assim minha filha, agora você poderá herdar todas as minhas terras e se casar com o Leonel

− Eu não quero falar sobre isto agora Sthepan – disse Leonel se intrometendo – Não vê que este é um momento muito delicado para Helena?

− Ah deixe de bobagem Leonel, daqui a duas semanas este casamento irá acontecer! – Disse feliz tomando sua taça de vinho, havia ficado a noite bebendo.

− Duas semanas? – Perguntou Helena

− E para que enrolar mais? Só estávamos esperando por isto, mas graças aos Deuses acabou de acontecer. Agora Helena, levante-se deste chão, parece louca!

− Eu quero ficar sozinha!

− Mas você ainda não escolheu seu presente

− Eu não quero nada de você!

− Ora... deixe de bobagem, pelos nossos costumes eu tenho que lhe dar um presente, pois bem escolha o que quiser e eu darei.

− O que eu quiser? – E de repente o rosto de Helena ganhou cor

− Sim, o que quiser.

− Eu quero poder sair mais vezes sem ter que fugir ou me esconder de você papai!

− Como assim Helena?! – Perguntou Sthepan se assustando

− Isto mesmo que você escutou

− Acho melhor eu me retirar, isto já é pessoal de mais – Disse Leonel saindo

− Não irei permitir tal coisa

− Você disse o que eu quiser!

− Disse, mas o que você quiser que eu possa dar a você, como uma joia, um vestido novo até mesmo um cavalo minha filha.

− Eu não quero essas coisas, quero a minha liberdade.

− Isto eu não darei, não aceitarei minha filha vivendo como uma mulher qualquer, daqui a duas semanas você se casará e não quero que manche o nome da família.

− Como pode dizer que eu mancharei o nome da família por apenas querer sair e ver as outras pessoas!

− Eu já disse que não e ponto final!

− Então eu não irei me casar!

− Não ouse me desafiar Helena, você não sabe do que sou capaz!

− Vai me bater? Me algemar em casa?

− Se for preciso sim!

− Eu o odeio! – Ela se levantou e apontou o dedo – Quero que saia do meu quarto, nunca mais irei falar com o senhor novamente!

− Você perceberá que é para o seu bem, mas não irei mudar a minha opinião! Você só sairá aqui desta casa quando um de nós dois morrer! – E então o conde saiu batendo a porta.

Serafina percebendo o que aconteceu entrou no quarto para ajudar Helena a se trocar. Ela estava chorando ainda mais.

− Menina Helena sinto muito, mas não fique assim, pense que logo tudo será diferente

− Será Serafina? sinto me presa, como um passarinho em uma gaiola.

− Não fique assim menina, parte o meu coração, agora vamos, tem que se trocar.

E assim chorando ela se trocou. Sabia que em breve seu pai exigiria que ela fosse com ele ao castelo. Não conseguiria encarar William após o ocorrido de ontem, ainda mais agora que seu casamento se confirmaria daqui a duas semanas. Sentiu que seu mundo estava desmoronando.

Leonel bateu na porta. Tinha uma notícia para dar Helena. Serafina abriu e ele adentrou ao aposento.

− Helena?

− Sim? – Ela disse de costas pra ele, estava sentada penteando o cabelo.

− Seu pai pediu para avisar que achou melhor preserva-la devido ao ocorrido de ontem.

Ela olhou pra ele insatisfeita. Ao mesmo tempo que se sentiu aliviada, também ficou magoada.

− Sinto muito, prometo voltar a tempo de conseguirmos conversar melhor para acertarmos algumas coisas

Ela mexeu a cabeça em afirmativo. E colocou sua escova de volta na penteadeira. Ele saiu. Helena ainda ficou olhando pela janela do quarto quando os dois saíram a cavalo.

Enquanto isto no palácio, William estava debatendo com seu conselheiro a importância de reformular algumas leis. Todos os homens influentes do reino que havia convocado já estavam entre eles inclusive Sthepan. Ele é claro não deixou passar o fato de que quando o Conde havia chegado, ficou desapontado ao perceber que Helena não veio. Mas já esperava por isto, devido ao ocorrido de ontem. Reparou também que Leonel olhava pra ele diferente, parecia arrogante. Deixou ele pra lá.

Após muito debate, eles estavam todos reunidos no jardim pois o banquete seria servido. William aproveitou que Sthepan estava sozinho e aproveitou para cumprimentá-lo e conversar sobre o ocorrido.

− Conde Sthepan

− Meu rei

− Peço minhas sinceras desculpas pelo acontecido ontem, eu não sei o que se passou pela cabeça de minha irmã

− Ah sem problemas, entendo que minha filha estava deslumbrante ontem, deve ter causado algum tipo de desconforto nas mulheres.

− Ah sim, sem dúvidas. – Eles caminhavam – Reparei também que ela não compareceu esta manhã, espero que não seja por minha causa.

− Não, não, de forma alguma. Helena estava muito cansada, então preferi deixa-la em casa. Ainda mais que as mulheres não gostam muito de assuntos políticos

− Ficaria surpreso se eu, lhe disse-se que minha irmã compreende até mais – ele riu.

− Sephora é uma mulher encantadora, sorte será do homem que a desposa-la.

− Não vejo a hora disto acontecer, eu lhe garanto.

− Eu também não vejo a hora de minha filha se casar, mas graças aos Deuses será logo.

− Tão breve assim?

− Daqui a duas semanas, não mais que isto

− E porque a pressa? – Perguntou ele curioso

− Estou ficando velho, quero conseguir educar meus netos se é que me entende.

− Ah sim, claro.

− Olha ele ai! – Sthepan se referiu no momento em que Leonel se juntou a eles trazendo duas taças e entregando uma ao conde. – Este homem salvará minha herança.

− Fico muito feliz em saber que irá se casar logo – disse William sorrindo cinicamente

− Eu fico honrado. Helena é uma mulher não apenas atraente, mas muito inteligente, ela é uma excelente amiga. Nós seremos muito felizes juntos.

− Desejo toda felicidade a vocês, agora irei resolver alguns assuntos. Com licença – E então saiu.

William estava enojado, estar perto daquele homem o causava desconforto. Não entendia o porquê, além disso ficou muito aborrecido.

Cansado de toda aquela formalidade, pediu licença a todos e se retirou para seu aposento, estava com a cabeça cheia. Não entendeu ao certo porque estava com todo aquele mal humor, mas então entendeu que era por causa dela. O cansaço da noite estava fazendo efeito, havia dormido pouco e muito mal. Não conseguia parar de pensar em Helena. Estava completamente apaixonado e sabia que isso era um problema. Ele estava parado olhando para si no espelho, com as mãos sob a mesinha. Viu diante de si um homem poderoso, mas que não conhecia seus próprios sentimentos. Então um lampejo se fez e ele decidiu sair para esfriar a cabeça.

Colocou seu capuz e voltou ao lugar onde costumava ir toda vez que queria ficar só. Saiu sem que os guardas o vissem, não queria que ninguém soubesse onde ele estava indo. Passou pelos portões do palácio com certa dificuldade mas conseguiu se ver livre de toda aquela confusão. Conseguiu chegar aos tuneis e subir as escadas de acesso a torre. Ficou ali parado olhando o horizonte pensando.

Enquanto isto Helena havia ficado o dia inteiro deitada. Percebeu quando seu pai e Leonel chegaram, mas eles foram direto para seus aposentos descansar, uma vez que não dormiram, ficaram bebendo a noite toda e depois partiram para o palácio onde apostava que eles haviam bebido ainda mais.

Ela então cansada de ficar presa, decidiu fugir. Essa ideia surgiu de forma rápida e aproveitou que a casa estava silenciosa para conseguir. Não sabia onde iria, mas juntou tudo o que podia dentro de uma imensa sacola, junto com suas joias. Abriu devagar a porta e olhou para todos os lados. Livre.

Foi até a cozinha e mais uma vez nem sinal de ninguém. Ela então abriu a porta devagar e com cuidado para não fazer barulho e se dirigiu ao estabulo. Selou o seu cavalo e amarrou sua trouxa de roupas, certificando que ninguém estava vendo montou no cavalo e saiu rapidamente.

Não sabia exatamente para onde ir ou o que fazer, se sentia perdida, deslocada, mas queria fugir dali antes que se tornasse prisioneira.

Helena não tinha nenhum dinheiro, apenas as joias que seu pai havia lhe dado, mas acreditava que conseguiria uma vaga para embarcar em um dos navios. Foi até o cais e tentou negociar com um homem que se dizia ser dono de um dos barcos, mas ele não quis leva-la pois afirmou que o barco só havia homens e que mulheres não eram bem vidas. Ela então voltou chateada para a cidade. Mas não queria voltar pra casa. Se lembrou da torre e então em uma tentativa de ir para lá para encontrar uma solução acabou seguindo para o caminho.

William estava chateado sobre o rumo que sua vida tomava, havia percebido que a cidade era sem graça e sua vida era monótona outra vez, ele gostava da agitação da guerra e o qual divertida ela podia se tornar. Estava perdido em pensamentos quando ele percebeu a mulher mais linda que ele já havia visto. Estava um pouco escuro. Ela caminhava devagar e ele então reconheceu a garota que estava ali com ele a poucos dias. Quando ela o viu, se aproximou. Ele se ergueu e foi ao seu encontro, ainda estava de capuz então ela não podia reconhece-lo.

Levou um susto quando ela sorriu pra ele, com um olhar triste e então ele sentiu toda adrenalina novamente, suas mãos formigavam e seu coração estava disparado. Era Helena!


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer a todos que tenham acompanho em especial o meu querido e amado noivo Lucas. A quem dedico este capitulo.



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