Brincadeiras, Erros Mortais escrita por 2Dobbys


Capítulo 2
Capítulo1


Notas iniciais do capítulo

N.A.: Isto é sangrento, com algumas descrições meias nojentas... pelo menos por enquanto. Eu avisei! :/



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I

George e Fred Weasley são conhecidos em toda a Hogwarts. Nem sempre pelas razões mais nobres.

Desde pequenos que insistem em quebrar as regras, de todo o tipo. Mesmo tendo cinco irmãos, mesmo tendo sido educados da mesma maneira, sempre foram reguilas e descumpridores. Sempre se metiam em alhadas, mas tinham uma grande obsessão: criar as suas próprias brincadeiras mágicas. Ideias não lhes faltavam, oportunidades também não e inspiração muito menos. Quando puseram os seus planos em acção, foram tão bem sucedidos e fizeram tanto furor que começaram a comercializar ilegalmente os seus produtos na escola de Hogwarts. O seu único problema era arranjar cobaias, o que os levou a sofrerem muito pelos próprios erros – as cobaias eram eles mesmos; até que alguns alunos lhes pediam para serem eles próprios as cobaias, desde que depois lhes fornecessem o material sem custos.

Tudo corrias às mil maravilhas… até àquele dia.

Há muito tempo que não se via tão mau tempo naquela zona do país. As tempestades eram de tal forma que a disciplina de Herbologia teve de ser cancelada, tal como Cuidados das Criaturas Mágicas, disciplinas que precisavam do ar livre ou de estufas para funcionarem. A professora Trewlaney, de Adivinhação, passava o dia a chatear o juízo dos alunos, gritando aos sete ventos que aquilo era um sinal de que algo terrível iria acontecer, algo que iria fazer com que morressem muitas pessoas, muito sangue iria ser derramado, causa sem solução possível, sem salvação e coisas piores acabadas em -ão… ninguém lhe deu ouvidos.

Os gémeos, mais uma vez, estavam com problemas em arranjar cobaias para testar uma nova brincadeira mágica: um rebuçado enorme, duro, vermelho escuro e muito saboroso – exceptuando aquele inexplicável ligeiro sabor a metal – que teria a função de formar qualquer objecto em que a pessoa pensasse no seu próprio estômago, saindo inteiro e de pequenas dimensões pela boca do sujeito, sem tocar em nenhuma parte do corpo. Quando atingisse o ar cá fora, iria fazer uma reacção que provocaria o seu crescimento imediato, ficando pronto a utilizar.

Um rapaz repetente do quinto ano foi ter com eles, numa noite, à sala comum. Estava disposto a fazer de cobaia, estando ansioso por demonstrar a confiança em qualquer produto dos Weasleys. Estes felicitaram-no, incentivando-o ainda mais.

- Assim é que é bom de ver! Um autêntico Gryffindor… - começou Fred.

- …Com mais coragem do que à primeira vista se supõe. – finalizou George.

Ambos estavam com um sorriso de orelha a orelha, tipicamente maroto.

- Então… - perguntou o tal aluno de nome Luke – Quando é que experimento?

Eles olharam em volta, certificando-se que ali não se encontrava nenhum monitor a ouvir a conversa; caso contrário, estavam num belo sarilho.

- Amanhã…

- De madrugada…

- Assim, se algo correr mal…

- Podes sempre livrar-te do resto das aulas…

- Ficando em quarentena na enfermaria…

Os três riram. Luke então terminou a conversa – Ok, malta, então até daqui a umas horas…

Os três acordaram antes do tempo previsto, com o ribombar dos fortes trovões que caíam na direcção da floresta proibida… estavam tão perto… ainda bem que o castelo estava protegido. O único problema era terem de passar todo o tempo dentro da escola, e as férias de Natal estavam mesmo à porta… era só mais uma semanita, nem tanto… no entanto, a tempestade não parecia que ia parar tão cedo, obrigando a que o Expresso de Hogwarts ficasse impossibilitado de levar os alunos às famílias e elas também não os podiam vir buscar devido ao tempo péssimo e perigoso.

Levantaram-se e dirigiram-se à sala comum, ainda de pijama. O Sol ainda não tinha nascido e estava longe de o fazer.

- Então – perguntou George acendendo a lareira – Ainda queres ser a nossa cobaia?

Luke deu um sorrisinho cínico – Achavam que ia desistir?

- Não, apenas perguntamos por hábito.

- Há quem desista no último momento.

- Eu não sou desses! Estou preparado. Venha o que for!

Fred retirou do bolso um invólucro com algo dentro. Ao desmancha-lo, mostraram o enorme rebuçado vermelho-vivo. Luke pegou nele e meteu-o à boca, engolindo-o pouco depois de saborear o pouco bom sabor que aquilo tinha, antes de aparecer o estranho gosto metálico.

Ficaram um tempo à espera, observando atentamente a expressão de Luke. Este ficou com um ar ligeiramente nauseado, até fechar os olhos. Os gémeos começaram a ficar preocupados, até ele parecer que ia vomitar. Pouco depois, viram-no regurgitar algo pequeno. Ao sair de dentro do organismo de Luke, o pequeno objecto ficou maior, mas pouco. Tinha-se transformado numa agulha demasiado fina e longa para o tamanho normal. Pegaram nela e observaram-na: de alguns prismas, a agulha nem se via, de tão fina que era. De sobrolho franzido, Fred falou – Luke, pensaste em agulhas quando te demos o rebuçado?

Ele, já parecendo mais aliviado mas ainda um pouco pálido, sussurrou – Não… pensei num clip.

- Num quê? – perguntou George, confuso.

- Nada, esqueçam, é um objecto muggle… a minha mãe costumava usar muito disso antes de saber que o meu pai era feiticeiro…

- O pai deve saber o que é… - comentou George com Fred. Arthur Weasley, pai dos gémeos, trabalhava no Ministério da Magia e adorava tudo o que tivesse a ver com muggles.

Vendo que Luke continuava com ar pálido e com a mão no estômago, disseram-lhe para se ir vestir e para ir com eles tomar um pequeno-almoço antecipado.

- Anda lá! – disseram os gémeos quando ele se mostrou relutante – Anda comer que o teu problema é fome!

Ao caminharem em direcção ao Salão Principal, Luke estava cada vez mais cadavérico. A claridade repentina dos relâmpagos também não ajudava em nada. Parecia-lhe cada vez mais difícil movimentar-se. Fred ia anotando cada 'sintoma'. Ao chegarem a meio do castelo, nas escadas, Luke parou.

Ao olharem para ele, os gémeos ficaram deveras preocupados.

Luke estava agarrado ao corrimão como se a sua vida dependesse disso, ofegante. Respirava com uma dificuldade crescente, e as suas roupas ficavam gradualmente mais encharcadas com o suor que lhe escorria por todo o corpo, fazendo com que o cabelo e a roupa lhe ficassem completamente colados. O seu olhar estava desfocado… mas não conseguiam ver muito bem devido à súbita escuridão que inundara o castelo como um manto espesso. Quem é que lhes mandara esquecerem-se das varinhas no dormitório?

- Hey, Luke! O que se passa meu?

- Queres que te levemos à enfermaria?

Luke arranjou forças para abraçar a barriga e abanar a cabeça, balbuciando com voz embargada - …é tarde de mais…

Um novo trovão se fez ouvir, juntamente com o enorme e repentino clarão do relâmpago. Com a claridade, os gémeos conseguiram ver melhor os olhos do jovem rapaz, deixando-os em estado de choque.

Luke tinha os olhos raiados de sangue. Tinha-se criado uma leve película em torno deles, do género das cataratas, impedindo-o de ver algo mais do que apenas a cor vermelha do seu próprio sangue. – O que é que se passa comigo? – conseguiu perguntar com voz débil.

Os gémeos tinham o cérebro a trabalhar a mil à hora. Que erro crasso é que tinham cometido? Começaram imediatamente a fazer mentalmente a lista de tudo o que tinham posto, os métodos… tudo batia certo! Ou será que não?

Subitamente, os gémeos foram varridos pela compreensão.

Há uns meses atrás, ainda antes das aulas começarem, eles tinham ido à Bourgin & Bourks, onde tinham comprado uma pequena seta de metal para pregarem uma partida ao loiro oxigenado do Malfoy. O dono da loja tinha-lhes dito que a seta possuía uma magia incerta, como era exemplo o destruir de tudo em que a ponta tocasse… mas não deu mais pormenores. Ele apenas queria vender, e os gémeos apenas queriam comprar alguma coisa que fizesse alguns danos razoavelmente sérios àquela peste ambulante com forma de gente, em vez dos pequenos 'estragos' que mme. Pomfrey poderia emendar de imediato. Queriam que ele sofresse por tudo o que tinha feito de mal às outras pessoas, pensando em utilizar a seta quando as aulas começassem.

Infelizmente, o local onde andavam a preparar todas as brincadeiras era escondido, o que não lhes permitia terem um espaço arrumado e organizado. A pequena divisão tinha montes de tralha espalhada, cheia de pequenas ou grandes coisas que eles escondiam do resto do mundo até eles acharem melhor revelar através de partidas. A seta era uma dessas coisas, logo, não tardou até desaparecer por entre a barafunda que havia em torno do caldeirão, onde preparavam os seus produtos. Fred e George costumavam ficar concentradíssimos e muitíssimo meticulosos quando o assunto em questão tinha a haver com as suas brincadeiras. No entanto, houve um dia em que a sua mãe, Molly Weasley, quase que os ia descobrindo. Começaram a tentar arrumar tudo às três pancadas, com magia, o que os fez desconcentrar e não prestar a devida atenção ao que os rodeava… não viram a pequena seta cair dentro do caldeirão, ouvindo-se um pequeno 'plouf!'. Eles ouviram, é claro, ficando imediatamente alerta e a tentar descobrir o que caíra lá dentro. O problema é que não encontraram nada, ficando apenas com a impressão que tinha sido imaginação deles, com a preocupação de serem apanhado em flagrante. Mais tarde, andaram à procura da seta, mas nunca a encontraram. Afinal, já sabiam o que lhe tinha acontecido.

Uma ameaça de vómito pela parte de Luke fê-los voltar ao presente. Por pouco que não escapavam ao pequeno jacto de sangue que lhe saía da boca.

- M-mas q-que… - começou George completamente lívido.

Estavam em estado de choque. Nunca nada semelhante lhes tinha acontecido. Como é que haviam tido tanto azar?

- E-eu vou ch-chamar a mme. Pomfrey… - começou Fred. Ele tentava encontrar a tão aclamada coragem dos Gryffindor, mas não a achava. Estava completamente paralisado pelo medo e choque.

Quando estava mesmo para desatar a correr em direcção à enfermaria, um grito agoniante vindo de Luke fê-lo estacar, com os pêlos da nuca a ficarem eriçados.

- Dói tanto… por favor, matem-me! – suplicou Luke quase a gritar com os olhos a começarem a derramar sangue em vez de lágrimas.

- Nós… o q-quê?

Ele continuava à beira da loucura – Matem-me! Não suporto,… não consigo… matem-me, MATEM-ME! – gritou ele já com a cara marcada com duas fileiras de sangue a escorrer dos olhos. Estava fortemente agarrado à barriga, no chão, já que não tinha mais forças para ficar de pé. Tremia como se estivesse a levar um Cruciatus bem forte.

Os gémeos não precisaram de falar nem de se entreolharem para se perceberem. Ambos encontraram coragem suficiente e foram em simultâneo ter com Luke, para pegarem nele e o levarem até à enfermaria. Ao se aproximarem, tiveram de forçar os braços do rapaz, que teimava em mantê-los em torno da barriga. Quando os conseguiram afastar, paralisaram.

- M-mas que porra…

Luke tinha uma camisola vestida bastante fina e que estava colada ao corpo. Embora a luminosidade não fosse muita, conseguiram ver algo que se mexia onde seria o lugar do estômago. Pareciam muitas minhocas a contorcerem-se para romperem a camisola, ficando assim livres do pouco espaço. Quando as 'minhocas' começaram a contorcerem-se mais ainda, Luke quase uivou de dor. Apenas se ouviam os gritos, já nem se importavam que alguém soubesse que eles andavam pelos corredores, apenas queriam ajuda, queriam que aquele rapaz parasse de sofrer por um estúpido erro de organização deles. Foi quando Fred teve a percepção do que se estava a passar, arregalando os olhos em choque.

- George, baixa-te e cobre-te! – gritou ele para o irmão, fazendo o que ele próprio dissera.

George fez imediatamente o que o irmão lhe dizia, largando os braços de Luke para se proteger a si mesmo. Para ele já não havia esperança; agora percebia o que se passava, embora continuasse a achar aquilo estranho. Rapidamente se agachou, cobrindo a cabeça com os braços, ao mesmo tempo que protegia o seu peito com as pernas, ficando numa espécie de posição fetal tal como estava Fred. Não havia tempo para fugirem, nem valia a pena.

Rapidamente ouviram um último grito de Luke, o mais terrível, o mais agonizado, seguido por um silvo de vários objectos finos a atravessarem o ar.

Os gémeos gritaram de dores ao sentirem algumas coisas finas, quentes e afiadas se lhes cravarem na carne. Finalmente puderam ver os estragos.

Os seus braços e mãos estavam como cactos, cheios de 'espinhos', embora neste caso estivessem cheios de agulhas longas e finas a penetrarem muito lentamente na carne dos membros. Nada as parava; quando se tentava retirá-las elas nem se moviam. Aquilo era agonizante, uma verdadeira tortura. Finalmente olharam para o corpo de Luke: havia sangue espirrado à sua volta, empapando ainda mais as roupas; por todo o corpo se viam pequenos buracos por onde aquela onda de agulhas tinha saído, furando todo o corpo. Parecia que o rebuçado se transformara numa bola prensada de milhares de agulhas, explodindo de seguida, libertando agulhas imparáveis a 360º, furando todo o corpo do portador. Luke tinha a face completamente furada, inclusive nos olhos e ouvidos. De todos eles saíam jorros de sangue espesso, principalmente nos ouvidos e olhos. Eles repararam que o couro cabeludo ainda estava intacto, ou seja, as agulhas ainda lhe estavam a fazer o cérebro em picadinho. Ia demorar, mas iriam perfurar o crânio e continuar a 'voar' para todo o lado… iam haver muito mais vítimas. Nada podia parar aquela praga.

Ver o estado de Luke fê-los sentirem-se fortemente nauseados, não demorando muito a despejar o estômago com o pouco que ainda tinha do dia anterior. Sentiam-se doentes.

Havia sangue e vómito misturados; eles próprios sentiam a dor de serem perfurados lentamente por agulhas incandescentes, sentindo o seu sangue escorrer. Não conseguiam andar, não se conseguiam articular – nem a nível motor nem mentalmente. Só lhes restava que alguém tivesse acordado com tantos gritos… eles precisavam de avisar os outros…

Ao ver Fred a desmaiar de dor, George perdeu momentaneamente a esperança de poderem avisar alguém. Se eles estavam a sofrer horrores apenas com os braços, mãos e pernas a serem dilacerados, sentindo dada pedaço seu a ser perfurado com uma lentidão nata, juntamente com o sangue a sair dos vasos sanguíneos e inundar toda a região, nem queria imaginar o que Luke sofrera… foi a pensar na vítima cuja morte eram responsáveis que George caminhou em direcção à escuridão em que a sua mente estava a mergulhar, não chegando a ver alunos e professores a correrem na sua direcção, guiados pelos relâmpagos.


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Notas finais do capítulo

N.A.: Não se preocupem, vai haver caps mais leves e caps deste género no decorrer da fic... embora tenha tendência pra ir melhorando ao longo da história...

Bjooooo

Reviews!!!!!!!!!!!