Questão de Sorte escrita por Hakiny


Capítulo 16
Um Contra Três: A Difícil Luta de Ryu


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capítulo de hoje!



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— Prepare-se para a batalha, Ryu de Otium! — Benjamin disse de forma séria enquanto retirava o casaco e entregava para Ryan.

Sentada no chão, encostada em uma árvore, Yuki tinha uma expressão de tédio em seu rosto.

— Você precisa ter um pouco mais de paciência com seus próprios erros. — Ryan sorriu para a garota.

— Vão vir todos de uma vez? — Ryu empunhava sua espada com um sorriso falso em seu rosto.

— Creio que não há necessidade. — Benjamin disse de forma simplória mantendo seu semblante sério — Eu acabo com isso sozinho.

— Você não deveria subestimar um…

Ryu não teve tempo de terminar sua frase, pois o inimigo sumiu da sua visão repentinamente. O movimento das folhas no chão atrás, fez com que Ryu virasse já desferindo um golpe. A lâmina de sua espada chocou-se com a do inimigo e finalmente seus olhos foram capazes de enxergá-lo. Por um momento Ryu pensou estar sendo atacado por mais de um oponente, mas o rosto de Benjamin se revelando o fez se dar conta da velocidade inumana do adversário.

— Se você morrer não vai completar a sua missão! — Lya explodia tudo ao redor de Ryu.

O garoto que beirava os 15 anos, saltava de um lado para o outro em completo desespero.

— Não pense, apenas escape e por fim…

— Ataque! — Ryu gritou enquanto atingia a professora no rosto.

— Atrevido! — Lya socou Ryu com força o suficiente para fazê-lo rolar pelo campo de batalha.

— Como eu fui? — O garoto se levantava um pouco zonzo.

— Te dou 7.

— Mas eu até consegui te acertar… — Ryu sentiu-se injustiçado.

— Por que eu deixei! — Lya ergueu uma das sobrancelhas — As vezes o aluno precisa de um incentivo.

Apesar da nítida indignação de Ryu ao ter as lembranças trazidas de volta, o desespero dos treinamentos era extremamente necessário naquele momento.

Com apenas uma mão Ryu conseguiu suportar a pressão que a lâmina de Benjamin exercia sobre a sua. Dessa forma ele concluiu que mesmo sendo muito rápido, o inimigo não era forte. Usando a mão livre, Ryu sacou outra espada, apesar de empunhadura dupla não ser a sua especialidade ele julgou necessário.

“A espada negra…” Mesmo a mantendo sempre consigo ele havia se esquecido completamente do presente de Ivan.

— Lento demais! — Benjamin gritou enquanto desferia um golpe contra Ryu.

O guerreiro desviou e tomou distância, sem chance de ter qualquer reação viu a sombra do inimigo novamente em sua retaguarda. A lama que estava sob seus pés o fez escorregar e antes que pudesse alcançar o solo assistiu alguns fios de cabelos serem cortados no ar.

“Preciso lembrar de agradecer a Catherine.” Pensou.

No momento que tocou o chão, Ryu desferiu um golpe cego acima de sua cabeça, ele não se deu o trabalho de certificar o alvo, mas ao ouvir o grito de desespero de Benjamin sabia que tinha acertado algo. Instintivamente ele rolou para longe do oponente e pôde vê-lo caído de joelhos, com a perna sangrando. Ryu se sentiu um trapaceiro, mas não se arrependeu nem por um segundo.

Benjamin se pôs de pé mais uma vez e avançou para atacar. Assim que foi alcançado, Ryu bloqueou a espada do adversário e o acertou na virilha com uma joelhada.

— Lento demais. — Ryu sorriu cinicamente enquanto assistia o adversário se contorcer de dor.

Com a perna alvejada, Benjamin não era nem de longe tão veloz quanto antes.

— Achei que fosse um guerreiro honrado Ryu. — Ryan disse de forma que sua voz foi ouvida mesmo ele estando distante.

— Vocês querem falar de honra quando se enfileiram para me atacar sem descanso? — O guardião encarou Ryan — Se isso fosse uma luta honrada eu já teria a vencido pela segunda vez, mas vejam só... Apesar de cansado eu ainda tenho mais uma adversário para enfrentar.

— Hipocrisia ouvir isso de alguém que tem o seu bem estar guardado por uma bruxa Rank SS.— Ryan rebateu — Como podemos ter uma luta honrada se a sorte está ao seu lado, Ryu? O melhor que podemos fazer é usar de toda a nossa força para tentar alcançá-lo.

— O que eu posso fazer? — Ryu sorriu mais uma vez — A sorte não está a favor dos tolos.

A reação do garoto fez com que o semblante de Ryan se tornasse rígido.

Com certa dificuldade, Benjamin se pôs de pé mais uma vez e ergueu a sua espada:

— Eu ainda posso lutar!

— Não! — Pela primeira vez desde que pisou ali, Ryan tinha um tom autoritário. — O Ryu já teve duas vitórias, como ele mesmo disse. Eu sou o próximo adversário.

— Exibido… — Yuki murmurava no fundo.

Em silêncio, Benjamin sentou ao lado da garota e ambos se posicionaram para ter uma melhor visão da luta.

Do outro lado do campo de batalha, Catherine se agarrava a Tommy. Por mais que quisesse ajudar Ryu de alguma forma, entendeu que não estar em perigo bastaria para ao menos não atrapalha-lo.

— Não vai sacar a sua espada? — Ryu perguntou para o adversário.

— Quando for necessário. — Ryan respondeu sem delongas.

Vendo que o inimigo estava pronto para a batalha, Ryu avançou a toda velocidade com a sua espada em punho, mas assim que o alcançou  teve seu ataque interrompido. Usando apenas uma mão, Ryan parou a ponta da espada que estava a poucos centímetros do seu peito.

Um estalo denunciou o partir da lâmina, aquilo era irreal aos olhos de Ryu, mas ele não teve tempo de absorver a situação, pois foi arremessado para longe. Com apenas um chute, Ryan o fez rolar por alguns metros até ser parado por uma pedra que estava no caminho.

Ryu sentiu uma dor excruciante em seu abdômen, nem mesmo os mais duros treinamentos de Ivan, tinham feito aquele estrago.

Com uma expressão séria, Ryan caminhava em passos contínuos até Ryu.

“Que tipo de ser humano tem tanta força?”

— A sua missão acaba aqui Ryu! — Ryan encarou o rapaz.

Foi então que o guardião pegou a espada negra, seu último trunfo, a última arma que ele ainda tinha consigo. Se esse homem era capaz de quebrar uma espada com as próprias mãos, Ryu certamente precisaria de um minério mais forte. Seria essa espada originária da fronteira do sétimo reino com o desconhecido, suficiente para detê-lo?

As esperanças de Ryu foram destruída junto com a lâmina do presente que ele havia ganhado de Ivan. No momento em que ele desferiu o golpe, a espada se despedaçou na mão do inimigo ainda com mais facilidade que a última.

“Maldito souvenir” A mente de Ryu estava mergulhada em indignação.

Sem esboçar nenhuma hesitação, Ryan ergueu Ryu pela camisa e o olhou nos olhos.

— Vou quebrar o seu pescoço e isso será rápido — Ryan tinha uma voz calma — Não é do meu feitio admirar a dor humana.

— Quanta gentileza. — Ryu franzia a testa — O que fará depois? Quebrará o pescoço de Catherine também ou a levará para a fogueira e assistirá ela queimando até a morte?

— Ela não é humana. — Ryan estava inabalável.

Ryu sentiu um aperto no seu coração, ele não havia sido capaz de proteger Catherine e aquilo era doloroso. Se sentia aliviado por não poder presenciar o seu sofrimento, mas ao mesmo tempo desesperado por não poder impedi-lo.

— Põe ele no chão! — Catherine agarrou o braço do inimigo que prendia Ryu.

Com uma expressão de indiferença nos olhos, o soldado do Minus acertou a bruxa no rosto com força o suficiente para que ela perdesse a consciência.

— Levem-a para o cavalo, partiremos logo. — Ryan ordenou.

Seguindo a ordem do superior, Benjamin pôs Catherine sobre os ombros e se afastou dali.

— Não toque nela! — Ryu tentava com todas as suas forças se livrar do domínio de Ryan.

— A vida não passa de uma fase que antecede a eternidade. Apesar de fazer as escolhas erradas, tenho certeza que Deus reconhecerá a sua fidelidade e o recompensará no paraíso. — Ryan tinha uma voz gentil — Seja complacente e…

As palavras do Minus foram interrompidas por inimigo invisível. Sem compreender o que estava acontecendo, Ryu se viu no chão, livre do domínio do adversário.

Ao seu lado o cabo da espada negra tinha sua lâmina reconstituída como se o minério que a formava fosse líquido.

Ainda confuso, Ryu tocou a lâmina que aquela altura já estava novinha em folha, e tão dura como antes.

— Um tesouro celestial? — Ryan usava uma das mãos para estancar o sangue em seu ombro. — Já que estamos no mesmo patamar, não há porquê eu me segurar com você.

“Se segurar?” Ryu tinha uma expressão de incredulidade em seu rosto. Será que mesmo com toda aquela força monstruosa ele ainda tinha mais a mostrar?

O guerreiro não precisou esperar muito para que suas questões fossem esclarecidas. Ryan tirou do seu bolso uma empunhadura vazia e a estendeu a frente do seu corpo.

— No início da nossa batalha, você me perguntou se eu não sacaria a minha espada… — Ele sorriu — Aqui está.

Uma luz de cor azulada brilhou em forma de lâmina e preencheu a empunhadura vazia. Era como se pequenos raios circundassem a energia estranha que compunha a espada.

Sem muito esforço, Ryan brandiu a espada e uma onda de explosões fez todo o chão ao redor de Ryu se quebrar. Instintivamente o garoto rolou para uma direção segura.

O Minus moveu sua arma novamente e mais uma vez Ryu viu tudo ao seu redor se despedaçar enquanto ele corria desesperadamente pela sua vida.

— Escolha um objetivo e essa espada o perseguirá com a intensidade da sua vontade.

“Aquilo não era uma metáfora” Ryu refletiu. No momento em que ele sentiu que precisava proteger Catherine com toda a sua força, alcançou a liberdade. Então ele só precisava pensar em alguma coisa para se livrar dos ataques do inimigo.

Ryu segurou a espada com força e se concentrou. No momento em que fez isso a arma tomou a forma de um escudo gigante, mas tão leve quanto um papel.

— Isso é resistente?

Uma onda de energia poderosa fez com que Ryu fosse empurrado para trás, algumas árvores ao seu redor foram completamente despedaçadas, junto com o chão que o cercava.

— Já entendi. — Ryu estava assustado — resistente.

Em Vanitas, as preparações para a cerimônia de recepção dos aventureiros estava em andamento. Lya conferia pessoalmente o desenrolar de tudo.

— Você está estressada. — Kai acompanhava cada passo da garota.

— Eu não tô estressada. — Lya reposicionava os talheres na mesa.

— O Ryu já é grandinho e sabe se cuidar sozinho. — Kai ignorou a resposta da garota.

— Eu não estou preocupada com o Ryu! — Ao fim da frase da bruxa uma taça explodiu na mesa.

— Vai ser descontado do seu salário. — Hendrick dizia de forma tranquila enquanto passeava pelo salão.

— Sim, senhor. — Lya fez reverência, mas assim que o perdeu de vista sua postura relaxou e ela resmungou — Eu odeio esse cara.

— O atraso do Ryu e da Catherine é perfeitamente compreensível! — Ivan se aproximou dos dois bruxos — Eles saíram de Otium um dia depois de todos.

Apesar das palavras sensatas, estava escrito na testa de Ivan que ele cultivava tanta preocupação quanto Lya.

— Espero que esteja tudo correndo bem. — Lya suspirou.


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Notas finais do capítulo

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