Garoto dos Meus Sonhos escrita por gabis


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Maais um capítulo aí

Espero que gostem!



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Capítulo 29.

A semana seguinte foi quase tão tensa quanto as primeiras semanas depois que voltei a falar com Lippe após terminarmos. Não conseguíamos nos encarar direito e conversávamos pouco. Mas mesmo assim ele esperava ao meu lado até a hora que meu pai chegava. A segunda semana, a semana em que minha mãe chegaria, foi mais tranquila. Nossa amizade voltou ao que era antes.

Às vezes, me sentia fraca. Sentia vontade de tê-lo mais uma vez. Mas é claro que eu não era a única culpada por isso. Ele vivia falando na sua namorada e no quanto ela fazia bem a ele. Eu não sentia ciúme, pois não se tem ciúme daquilo que não é seu. Mas sentia uma certa saudade e, enquanto ele contava de seus momentos com ela, eu lembrava de meus momentos com ele.

Em certos momentos, me perguntava se não tinha sido boa o bastante pra ele, pois não lembrava de ele ter falado comigo tão carinhosamente como ele falava dela ou até mesmo com ela, nas poucas vezes em que os vi falando no telefone.

Minha mãe voltou de viagem e a ida à casa do meu pai ficou menos frequente. Mas não as conversas com Lippe. Falávamos seguido no MSN. Eu estava começando a desconfiar de que ele não amava tanto assim sua namorada, pois ele reclamava com mais frequência dela ultimamente. Uma pequena chama de esperança, que eu tratava de logo apagar, sempre se acendia quando ele falava o quanto ela era teimosa e ciumenta.

Minhas suspeitas foram expulsas quando Lippe, num belo dia, me mandou pelo MSN um depoimento que queria mandar pra ela, me perguntando se estava bom. Pausa pra cara de FUUU. Li o depoimento e disse a ele que estava muito bom. Senti uma pontada de tristexa, pois ele nunca tinha me mandado um depoimento. Isso deveria significar que ele a amava mais do que tinha me amado e... Ai, Jesus, eu tenho que parar de pensar nisso antes que enlouqueça. Mas que era inevitável comparar o ‘meu’ Lippe e o Lippe ‘da Ana’, ah, isso era.

Nossa amizade se fortalecia a cada dia e, apesar dos surtos de ciúme-não-ciúme, eu estava feliz. Tinha perdido um namorado, mas ganhado um ótimo amigo. Lippe continuava sendo palhaço, mas era bom ouvinte e sabia o que falar, quando lhe era permitido. E também aceitava conselhos. Pelo menos os ouvia...

Alguns dias depois de mandar o depoimento pra Ana, ele mandou um pra mim, que dizia: “Obrigado por tudo. Simplesmente obrigado. ♥” Como sabia que Ana era ciumenta, resolvi não responder. Apenas aceitei e fiquei na minha.

Uma semana após ter me mandado o depoimento, Lippe me chamou no MSN dizendo que Ana tinha dado um xilique por ver seu depoimento na minha página. Respondi dizendo que era o preço que se pagava por ser enxerida. Ele riu bastante. Me perguntei, outra vez, se ele a amava tanto assim. Ele não pareceu se abalar pela crise de ciúme de sua namorada. Disse a ela a verdade, mas não ficou correndo atrás, dando explicações.

Durante as duas semanas seguintes, Lippe quase não falou comigo. Quando falou, me parecia abatido. Dava pra senti-lo assim, mesmo pelo MSN. Disse que ele e Ana estavam brigando mais do que ele suportava. Ou seja, ela estava insuportável. Ta, ele não disse isso, mas... Enfim.

No belo dia em que resolvi visitar meu pai, não esperava encontrar Lippe. Mas o encontrei. Ele estava muito abatido.

_Lippe... o que houve? Você parece péssimo...

Ele me olhou com lágrimas nos olhos. Quis achar uma forma de consolá-lo, mas meus músculos paralisaram com o medo de que algo grave tivesse acontecido com ele ou alguém de sua família.

Ele andou até mim e me abraçou, os soluços os sacudindo. A princípio, apenas deixei que ele me abraçasse. Trinta minutos depois, estávamos sentados na varanda do meu pai, ele com a cabeça encostada no meu ombro, finalmente se acalmando, eu acariciando seus cabelos, sem saber exatamente o que dizer.

_Uau... Então... ela já tinha ‘rompido’ uma vez por ciúme, mas voltou atrás... E agora terminou de vez alegando que o depoimento que você me mandou foi a gota d’água?

_Foi... foi isso mesmo.

Pausa dramática.

_E... você a amava?_Forcei minha voz a sair. Eu não queria perguntar, mas precisava saber.

_Eu... eu a amo, Babi. Vai ser difícil esquecê-la.

_Você quer esquecê-la?

_Quero. E preciso. Ouvi ela falando no telefone que finalmente estava livre pra conquistar o meu irmão.

_O que? Ela disse isso? Como... como ela pode fazer isso com você? Que garota va...ca.

Ele quase sorriu. Eu estava furiosa.

_É, ela disse. Fazer o que? São coisas da vida. Só o que me deixa realmente chateado, é que provavelmente ela só ficou comigo pra se aproximar dele.

_Cara... que raiva.

_Calma, Babi. Não pira.

Me arrependi mais ainda de ter apresentado Ana e Diego. Se não o tivesse feito, Lippe não estaria sofrendo. Parabéns, Babi. Palmas pra você, campeã. Enfim. Essa foi a explicação final do meu arrependimento. Hoje é um novo dia.

Estava chato em casa sozinha — minha mãe tinha viajado de novo esta manhã (legal, né?) — então resolvi fazer surpresa pro meu pai e ir até sua casa. Fazia cerca de dez dias que não nos víamos.

Fui saltitando até a rua de trás. O dia estava bonito. Escuro, mas bonito. Com certeza choveria e não ia demorar, então resolvi me apressar. Cheguei na casa do meu pai e... Ah, maravilha. Ele não estava.

Sentei na varanda, que aliás estava sem telhado por causa da reforma, e enquanto amaldiçoava minha sorte, ou a falta dela, rezei pra que meu pai chegasse logo. Caso contrário, eu tomaria o banho de chuva do século. Os primeiros pingos caíram e logo passaram. Aí Lippe apareceu com seu violão, que eu não sabia que existia, na varanda de sua casa.

Alguns minutos mais tarde, começou a ventar muito e eu notei, tarde demais, que deveria ter ido pra casa. Meu pai possivelmente estyava preso no trânsito e não voltaria tão cedo. Ótimo, agora eu realmente tomaria o banho de chuva do século indo até em casa. Isso se um raio não me atingisse antes, com a minha sorte. Enquanto pensava na minha burrice, ao invés de sair andando, começou a chover forte. E mais forte. E mais forte. Saí correndo da varanda e quase caí ao descer os degraus, devido a água empoçada na calçada. Soltei um grito de pura raiva e só aí Lippe me notou.

_Babi! O que pensa que ta fazendo, sua louca? Devia ter ficado em casa!_Ele gritou e, mesmo assim, tive dificuldade pra ouvir, devido a chuva cada vez mais forte. Céus! Como isso é possível?

_Eu não tinha ideia de que meu pai não tava!_Berrei de volta, ficando com ainda mais raiva. Ele falou algo, fazendo gestos estranhos com as mãos, mas não pude ouvi-lo, pois um trovão fez um estrondo na mesma hora. Também não pude entender seus gestos, já que a chuva forte e meus cabelos molhados no rosto dificultavam minha visão. Fechei os olhos com força pra tentar enxergar algo quando os reabrisse. Assim que o fiz, Lippe estava na minha frente, agarrando meu braço e rindo da minha cara de assustada. Ele parou na varanda de sua casa pra pegar seu violão e marchou pra dentro de casa, ainda me puxando pelo braço.

_Eu tava dizendo pra você sair da chuva e vir pra cá esperar ela passar, sua doidinha.

_Eu n-não ent-t-tendi... A ch-chuva t-tava atrap-palhando._Eu tinha me molhado demais enquanto estivera lá fora. Estava tremendo de frio.

_Vem comigo. Vou pegar uma toalha e uma camisa minha pra você se secar e trocar de roupa.

_N-não precisa... Eu espero ficar seca.

_Nem pensar. Se continuar molhada, vai ter hipotermia e pegar uma gripe. Vem!

Rolei os olhos e fui. Ele era chato e convincente.

_Aqui. Acho... acho que essa serve.

Eu ri. Ele me olhou confuso.

_Essa é a mesma camisa que eu usei na noite em que você bebeu..._Ele sorriu também.

_Se troca e depois desce... Vou fazer, sei lá, um chá ou chocolate quente. O que você quiser.

_Hum... chocolate quente.

_Certo. Vou pegar também um cobertor. Não vou te deixar só com a minha camisa, passando frio.

_Lippe!

Aí ele saiu, batendo a porta, que por sinal, bateu e voltou um pouco. Não me importei e tirei a roupa molhada , me secando em seguida. Terminei de me secar e, enquanto abria os botões de sua camisa pra vesti-la, tinha a estranha sensação de estar sendo observada. Coloquei a camisa e desci.

_Bom... ficou um pouco curta, mas... Não tem problema. Obrigada, Lippe.

Ele me olhou de cima a baixo e ficou alguns segundos apenas me encarando, sério. Senti meu rosto esquentar e me segurei com força no corrimão, desviando os olhos e mordendo o lábio inferior.

_Eu, hum... Vou pegar o chocolate, lá na cozinha.

_Certo...

_Escolha um filme e vá se enrolando no cobertor.

_Sim senhor!

Fiz o que Lippe me disse e esperei. Ele voltou com duas xícaras enormes de chocolate quente. Ele colocou o filme que eu tinha escolhido, fazendo uma pequena careta ao ver qual era e veio se sentar ao meu lado. Os créditos de abertura mal tinham começado quando a luz apagou. Estremeci com o susto.

_Odeio temporais. Realmente odeio.

_Calma, não vai durar muito... eu acho. Pelo menos aqui falta luz e logo volta.

_Espero que você esteja certo.

Continuamos tomando nosso chocolate e ficamos em silêncio depois de acabarmos. Não soi um silêncio tenso. Foi... agradável, eu diria.

_Eu vou lá em cima buscar outro cobertor. Acha que pode ficar um minuto sozinha?

_Eu sou perfeitamente capaz de ficar um minuto sozinha, mas... primeiro, aposto que nem eu levaria tanto tempo, mesmo com pouca luz. E segundo... Não precisa pegar outro... Esse é bem grande. Vem cá...

_Tem certeza?

_Óbvio, Lippe.

Ele deu de ombros e se enfiou na ponta oposta a que eu estava do cobertor. O espaço vazio no nosso meio fez com que ambos sentíssemos frio. Instintivamente, nos aproximamos. Em poucos minutos, estávamos quase abraçados; eu estava com a cabeça encostada em seu ombro e ele com a sua cabeça encostada na minha. Conversávamos despreocupadamente.

_Babi...

_O que?

Quando ele me chamou, não imaginei que estivesse olhando pro meu rosto, então me virei. Quando o fiz, ficamos a centímetros um do outro.

_O que... foi, Lippe?

_Eu... esqueci o que ia dizer.

Ele chegou mais perto... E mais perto... Minha razão e meu coração discutiam mais uma vez sobre o que eu deveria fazer. Da última vez, eu dera ouvidos à razão. Estava na hora de empatar a partida. Ele chegou ainda mais perto e dessa vez eu não virei o rosto. E depois de muito tempo, nós nos beijamos de novo. Não durou muito. Logo nos soltamos, como se estivéssemos fazendo algo errado.

Baixei a cabeça e encarei o tapete no chão, sentindo meu rosto esquentar. Lippe também olhava o chão. Parecíamos duas crianças colocadas de castigo por riscar a parede e colocar a culpa uma na outra.

_Lippe, eu...

_Não, me desculpa. Eu não devia...

Aí nós nos olhamos de novo. Mas dessa vez ele não se aproximou e nem eu. Fomos ao mesmo tempo. Nos beijamos com muito mais entusiasmo do que da outra vez. Virei mais o corpo, pra ficar de um jeito mais cômodo no sofá. O cobertor já tinha caído e com certeza não eram mais só minhas pernas que estavam a mostra. Lippe me puxou, me fazendo ficar em cima dele, um joelho de cada lado de suas pernas.

Ele me apertou mais contra seu corpo e aí eu notei que não era só eu que estava perdendo a cabeça. Eu queria Lippe e ele me queria também. Minha razão gritava pra que eu me soltasse e fosse embora na chuva mesmo, mas meu coração e meu corpo queriam permanecer ali. Mandei a razão plantar batatas e continuei agarrada ao Lippe, que me apertou mais, alternando os beijos entre minha boca e meu pescoço.

_Babi... a gente não deveria... Você tem certeza do que ta fazendo?

Lippe segurou meus braços e me olhou sério quando segurei firme a camisa que ele vestia e me preparei pra tirá-la.

_Felippe... São raras as vezes que eu tenho tanta certeza de algo, então... Cala a boca e vê se me ajuda. Tirar a própria camisa é um bom começo.

Ele sorriu e se levantou, comigo no colo. Realmente seria melhor continuar no quarto o que começamos na sala e... Enfim.

Entramos no seu quarto e dessa vez não teve aquela enrolação da primeira vez. Estávamos com mais pressa, digamos. Ele só parou pra fechar a porta e depois foi direto pra sua cama. Estava tão macia quanto das últimas vezes em que eu dormira aqui. Tinha seu cheiro e isso era o que mais me enlouquecia. Lippe tirou sua camisa e aí mais uma vez meu coração provou pra minha razão que era ele quem me dominava; que ela estaria sempre ali, presente, o ajudando nas horas difíceis, mas que não passaria disso. Meu coração sempre venceria.

Começamos tudo com muita pressa. Desaceleramos em seguida e agora chegávamos em um ponto em que apenas nos olhávamos, sorrindo, e fazíamos carinho um no outro. Sua mão subia e descia acompanhando a linha da minha coluna e a minha puxava de leve os seus cabelos na nuca. Aos poucos o sono foi me vencendo. Me aconcheguei melhor em seus braços, de forma que meu rosto estivesse apoiado em seu peito e ele me abraçou mais forte, ainda com a mão nas minhas costas. Pouco antes de adormecer, pude ouvi-lo sussurrar, não exatamente em meu ouvido, mas perto o suficiente pra que eu ouvisse:

_Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

Hum, confuso? Não, nem um pouco.

Então, ta realmente chegando no final... Algumas coisas vão mudar, outras não... É.

O próximo não demora Reviews?

P.S.: DehLautnerJonas mto mto mto obrigada pela recomendação e pelo review *---* Vc não imagina o quanto fiquei feliz! Nuna imaginei alguém lendo GDMS até de madrugada

Bjbj, até logo (=