Garoto dos Meus Sonhos escrita por gabis


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas voltei. Espero que ainda tenha alguém lendo aqui... oaidjoiasjoijdasoi

Aí tá mais um capítulo



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Capítulo 22.

Depois do que pareceu uma eternidade olhando pros meus pés, Lippe começou a falar.

_Eer... Babi?

Fingi que não estava ansiosa pra que ele dissesse algo.

_Hm?

_O que diabos você veio fazer aqui? Quer dizer, porque você veio atrás de mim? Sem querer ser grosso, nem nada...

_Ah, tudo bem, é seu jeito..._Disse, sem querer. Ele me olhou de canto. Baixei o rosto, o sentindo queimar._Quer dizer, tudo bem... Eu vim porque o Diego pediu..._Ele fez uma cara frustrada; mordi o lábio inferior, pensando no que falar para consertar._E, bem... eu também fiquei preocupada e... Enfim. Ele me disse que você tinha saído de casa e eu fiquei preocupada, então viemos atrás de você.

Ele sorriu de canto, um sorriso triste, mas sincero, eu dirira, (vai entender...), e sacudiu levemente a cabeça. Não sei se ele ria por eu ter me atrapalhado com as palavras ou por estar satisfeito de eu me preocupar com ele. Na verdade, eu não sabia nem o que eu estava fazendo...

Ele abaixou a cabeça novamente, ainda a sacudindo de leve. Olhei para o outro lado, observando o quanto o lugar era bonito, mesmo à noite. De repente, senti que estava sendo puxada. Só quando minhas costas encontraram o peito de Felippe é que me dei conta que estava sendo abraçada por ele.

Ele colocou a cabeça no meu ombro e suspirou. Passamos algum tempo em silêncio; eu sem saber se o deixava onde estava ou se pedia que se afastasse. Quando estava quase me soltando, mais desconfortável do que nunca ao lado dele, fui apertada com mais força. Em seguida, ele disse:

_Obrigado... Sabe, por estar aqui.

Incapaz de dizer qualquer coisa, murmurei:

_Uhuum... De nada...

Depois disso, voltamos a ficar quietos. Ambos olhamos para o céu, que estava sem nuvens e com várias estrelas, além da lua quase cheia que eu via por trás de algumas árvores.

Depois de algum tempo, ele disse, quase sussurrando, próximo ao meu ouvido:

_sinto falta... de nós dois... juntos.

_Mas estamos juntos... somos amigos.

_Você me entendeu. Mas... somos mesmo amigos? Quer dizer, você não sente mais nada por mim? Somos só amigos?

_Claro que somos amigos. Por que não seríamos? Seria idiotice não nos falarmos mais depois de... tudo...

_Por isso que eu te acho tão especial... Mesmo depois de tudo que eu... de tudo que aconteceu... Você ainda me considera seu amigo...

Ele franziu a testa ao dizer as últimas palavras, como se não tivesse se acostumado ainda a me ter dessa forma: como amiga.

Pisquei os olhos, pensando se estava acordada mesmo ou sonhando. Apenas quando senti a mão de Lippe na minha cabeça é que lembrei do que tinha acontecido. Pensei no telefonema desesperado do meu ex cunhado, na nossa chegada à praça e no abraço de Lippe. Só aí notei que tinha cochilado em seus braços.

De repente, ele disse baixinho no meu ouvido:

_Vou te levar pra casa...

_Humm... Que horas são?

_23:45.

_O que? Caramba, minha mãe vai me matar! Eu disse que já voltava e... perdi a noção do tempo!

_Calma... Não faz nem uma hora que você ta aqui...

_Quanto tempo?

_Uns 45 minutos...

_Mesmo assim... Preciso ir!

_Ok, vou te levar.

Levantei depressa, o que me fez ficar meio tonta e, consequentemente, tropeçar na primeira pedra que tinha na minha frente. Lippe me puxou a tempo, evitando que eu caísse. Me abraçou por trás e me virou para si, deixando nossos rostos desconfortavelmente próximos.

Ele se aproximou, olhando dos meus olhos pra minha boca; meus olhos ficaram fixos nos seus, minha boa entreaberta por causa do choque que a situação causara.

Ele chegou mais perto... e mais perto... Fechei os olhos e segurei a respiração, apenas esperando pra sentir a sensação já tão conhecida que era beijá-lo.

_Pessoal, não sei se vocês notaram que horas são, mas... Opa... Eu juro que não fiz por mal...

A voz de Diego foi diminuíndo até que ele não soubesse mais o que falar. Lippe baixou, aos poucos, os braços, em seguida negou com a vabeça e sorriu ironicamente.

_Sempre alguém no caminho...

Eu entendera perfeitamente o que ele estava querendo dizer.

_Cara, sério, eu juro que não vi nada... eu tava ali sentado atrás da árvore... acho até que cochilei... eu... Caramba, não vai me dizer que você tinha tropeçado, Babi?

Um pequeno sorriso surgiu no canto da boca de Diego, até que ele se espalhou e ele começou a rir alto. Eu só não tinha entendido a graça ainda.

O pensamento do Felippe parecia ser o mesmo que o meu, pois ele estava quase soltando fogo pelas narinas e fuzilava o irmão com os olhos.

_Diego, seu grande idiota, isso não é hora pras suas brincadeirinhas sem graça.

_Mas é que, mano, você já notou que essa garota sempre tropeça quando tá com você? E que você sempre segura ela? E que vocês sempre se beijam, ou quase, quando isso acontece?

_Você fala como se fosse de propósito, Diego...

_Mas, Babi, me desculpa... mas é que parece.

_Mas não é!_Gritei, com a voz esganiçada.

Dessa vez, inclusive Lippe riu. Desfiz a cara feia e sorri, constrangida. Mordi o lábio e esperei que ambos parassem de rir. Então, falei:

_Eer... Será que podemos... ir?

_Podemos, claro._Lippe se virou pro irmão: _Vou levar a Babi em casa. Você vai pra casa e avisa que eu já to indo... explica meio por cima o que aconteceu, que eu já chego.

Diego arqueou uma sobrancelha:

_E por que é que não a levamos, nós dois, em casa e depois vamos, nós dois, pra nossa casa?

_Por que você é metido.

Diego sorriu maliciosamente:

_Saquei... _Ele estendeu o “e”, fazendo uma careta e gestos estranhos com as mãos, como se estivesse tentando explicar que tinha entendido algo que nem eu entendia o que era. Ou seja, algo que não tinha.

Saímos do parque, nós pra um lado e Diego pro outro — nossas casas eram pro mesmo lado, mas conhecíamos uma espécie de “atalho”, que depois de muito tempo convencemos o Diego a usar — caminhamos por um longo tempo em silêncio, até que resolvi quebrá-lo:

_O Diego... sempre se metendo, sempre vendo coisas onde não existe...

Ele me olhou como quem diz: “pelo amor de Deus, me beija”, olhou pra cima, olhou pra mim de novo com um sorrisinho de canto e perguntou:

_Será mesmo que não existe?

Me engasguei e fui incapaz de encará-lo. Depois de alguns segundos me recompondo, voltei a olhá-lo e disse:

_Nós dois sabemos bem que não existe mais nada entre nós, Lippe. Foi você quem quis assim e eu me acostumei.

_Mas eu ainda não me acostumei...

_Que pena... mas, fazer o que... é a vida.

Ele então, de repente, parou de caminhar. Parei também, começando a ficar nervosa.

_O que houve?

_Não adianta, Babi, você é péssima mentirosa. Não adianta me dizer que se acostumou, porque eu sei que não. Da pra ver que você quer me beijar tanto quanto eu quero.

No fundo, eu sabia que ele estava certo, mas ouvir isso da boca dele me causou um certo choque. Rolei os olhos, negando com a cabeça. Sim, eu estava sendo orgulhosa.

_Não consigo mais aguentar. Danem-se as consequências, dane-se o que você vai pensar depois. Eu preciso muito fazer isso.

Abri a boca pra perguntar o que — mesmo sabendo a resposta — mas ele não deixou que eu falasse. Colocou o dedo indicador nos meus lábios semi-abertos e se aproximou devagar, como se, mesmo dizendo não se importar, tivesse medo da minha reação. Eu, tola, continuei parada, sem mover um músculo. Ele me abraçou e então me beijou.

Não sei por quanto tempo nos beijamos, mas foi um longo tempo. Quando conseguimos parar, foi que me dei conta do que estava fazendo. Quis correr, mas não queria sair dali. Forcei-me a lembrar de tudo o que nos fez terminar e, sem pensar mais, saí correndo. Ele foi atrás de mim e me segurou.

_Babi... porque você ta chorando?

Passei as mãos pelo rosto, secando as lágrimas que eu nem notara escaparem.

_Não estou mais._Ele quase riu_Me deixa ir embora.

_Sozinha? Nem pensar. Olha, se você está preocupada que eu vá te beijar de novo... Não fique. Eu vou te respeitar... Foi... foi inevitável. Eu precisava disso. Precisava de você.

Eu sabia que ele não me deixaria ir embora sozinha, então apenas virei as costas e continuei andando. Fomos até minha casa sem trocar mais palavra alguma. Ele me acompanhou até a porta do prédio. Quando eu estava entrando, ele disse:

_Obrigado.

_Pelo que?

_Por ter ido atrás de mim... Ter me acalmado... Ter me beij...

_Não. Fala. Mais. Nisso.

_Tudo bem... Obrigado pelo você-sabe-o-que... E não pense que eu vou desistir disso. De nós... entende?

Rolei os olhos e bati a porta. Me virei pra subir as escadas bem a tempo de ouvi-lo dizer:

_Tchau pra você também.

Entrei em casa devagar, pois tinha quase certeza de que minha mãe estava dormindo. Pois é, eu estava enganada. Assim que pus os pés em casa, ela começou a me xingar. O pior: com razão. Ouvi tudo quieta, depois fui pro meu quarto. Coloquei o pijama e me atirei na cama, totalmente esgotada, triste e confusa. Qual era o problema daquele garoto? Aff.

Permaneci pensando nisso pelo que pareceram horas. Quando estava quase dormindo, meu celular tocou. Meio zonza, olhei a hora, pensando que era o despertador. Focalizei o celular e notei que era uma mensagem. Esfreguei os olhos, imaginando se teria visto certo. Olhei outra vez: era do Felippe. Se eu já estava confusa, depois da mensagem, ficara ainda mais. Era o trecho de uma música — uma das minhas preferidas, por sinal — que dizia: “E desde quando você se foi me pego pensando em nós dois (8) Sinto sua falta; boa noite."

Encarei o telefone, completamente chocada. Porque diabos ele estava trazendo à tona tudo o que eu demorei séculos pra enfiar no fundo da memória?


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Notas finais do capítulo

Capítulo pequeno, mas importante. Isso parece até desculpa pra capítulos pequenos... mas é a real aosdaopskdoasodps
Maais pra frente vai dar pra notar alguma importância aqui...
Enfim. Até o próximo, que pode, ou não, sair rápido.
Bjbj :*