Harry e Gina: a vida após as batalhas escrita por Ravena Witch
Notas iniciais do capítulo
Acontecimentos que precedem à Batalha de Hogwarts; a batalha que pôs fim à segunda Guerra Bruxa. Espero que gostem.
Harry estava deitado em seu dormitório, mas, diferentemente do que pensara não conseguia dormir, apesar de sua exaustão; já havia se alimentado, com o ensopado de fígado e rins que Monstro lhe trouxera, mas a adrenalina da luta ainda percorria seu corpo, impedindo-o de desligar-se.
Sabia que por todos os lados do castelo havia pessoas felizes pelo fim de uma luta que já durava tantos anos, entretanto a felicidade tinha uma fina e perene travessia para a dor da perda, pois, para que aquela guerra tivesse fim, muitas vidas foram sacrificadas, vidas estas, que ele próprio, Harry, amava: Colin, Tonks, Remo, Fred e, inesperadamente, Snape, juntavam-se hoje a um grande buraco em seu peito, o qual já estava ocupado por Dobby e Edwiges, e que a mais tempo habitavam Cedrico, Olho tonto, Dumbledore, seu padrinho Sirius e seus pais, Lílian e Tiago. A dor intensa era tão absurdamente inacreditável que o estupor era ainda maior. A Batalha de Hogwarts havia sido a batalha derradeira da guerra contra Voldemort, mas a dor que ela deixaria seria eterna.
Harry queria ficar sozinho, amargar seu passado e pensar em seu futuro, que lhe sorria no formato dos lábios mais lindos os quais já vira, lábios rosados, amados, que pronunciavam seu nome com tanta doçura que lhe acalentava o coração. O garoto havia desistido de seu amor, para lutar aquelas batalhas, mas agora a esperança lhe assustava, tomava todos os pensamentos de Harry, e a única coisa que ele queria era ver de novo aqueles cabelos ruivos envoltos em seus dedos. Mas, e se, por acaso Gina não o quisesse mais, e se seus irmãos e pais não aceitassem o relacionamento dos dois, o que Harry faria com todo aquele amor que ficara guardado em seu peito por mais de um ano?
O garoto sabia que em algum momento deveria descer a torre e se juntar a todos os presentes no parcialmente destruído Salão Comunal, mas temia a reação de todos, pois, diferentemente do que pensavam, suas ações não foram heroicas ou nenhuma terminologia parecida, foram ações necessárias, e, claro, conjuntas. Perdido em pensamentos Harry não percebeu o barulho que estava se formando à porta de seu quarto.
— O meu senhor acabou de salvar o mundo bruxo e quer descansar. – a voz franzina de Monstro despertou Harry de seus devaneios.
— Monstro, precisamos ver se ele precisa de algo. – A voz de Luna, sempre sonhadora, chamou a atenção de Harry.
— Monstro já alimentou Harry Potter, ele está dormindo.
— Monstro, saia de nosso caminho. – era a voz ríspida da professora McGonagall. Harry ficara surpreso por até mesmo a professora estar ali a sua procura.
— Sinto muito senhora, mas eu sou o elfo do Senhor Potter e digo que ele está bem.
Harry se impressionou com aquela cena, pois somente um elfo doméstico poderia contrariar a palavra de Minerva McGonagall. Ninguém ousaria desafiar seu olhar duro e austero. Entretanto a voz que se seguiu foi mais doce com Monstro.
— Monstro – falou Hermione – não estamos duvidando de você, sabemos que cuida muito bem do Harry.
— Sim, minha senhora. – Monstro nunca havia chamado Hermione de Senhora. Aquele era realmente um dia épico.
— Mas precisamos conversar com ele Monstro.
— Monstro – Harry falou de dentro do quarto – pode deixá-las entrar. Não tem problema.
Harry podia ouvir, enquanto se sentava na cama e afastava as cortinas, as lamentações do elfo, dizendo que todos haviam acordado o seu senhor. As três mulheres entraram no quarto, seguidas por Neville Longbottom.
— Senhor Potter, estão todos preocupados com o senhor no Salão Comunal, com o seu sumiço após o fim da batalha. – A professora nunca perderia o ar de educadora na concepção se Harry, e ele teve que segurar o impulso de dizer “Desculpe professora!”
— Eu precisava de um tempo pra mim professora.
— Sim Harry, entendo, agora que vejo que está bem voltarei com a notícia para o salão e o deixarei com as senhoritas Granger e Lovegood.
— Obrigado professora. – respondeu Harry.
Assim que a professora saiu, as garotas abraçaram Harry dando risadas, ambos caíram na cama, esparramados, emocionados e aliviados por poderem ter aquele momento, após tantas dúvidas se veriam novamente após a última noite. Harry se sentou, com as garotas, cada uma, deitada em um de seus ombros.
— É ruim estar feliz, mesmo com tantas perdas? – perguntou Luna
— Não Luna, não é ruim, na verdade é muito bom. – disse Hermione – apesar de tudo.
— Como está tudo lá embaixo? – perguntou Harry.
— As coisas estão se ajeitando Harry – Hermione se afastou de Harry e se encostou no espaldar da cama, enquanto Luna ia se sentar no chão. – A euforia e a tristeza estão misturadas em todos nós – uma lágrima escorreu no rosto de Hermione – Nossos mortos estão sendo levados para serem cuidados, e o Ministério está começando a agir, e, ao que parece Kingsley continuará como Ministro da Magia.
— Não haveria escolha melhor. – Luna disse e Harry só poderia concordar.
— A Senhora Weasley queria saber como você estava Harry, antes de ir, você sabe... - Hermione não pode continuar, era doloroso demais, triste demais, injusto demais.
— Fred – disse Luna, quase em um sussurro, e seus olhos também estavam marejados em lágrimas.
— Bem, - disse Hermione sacudindo a cabeça – as pessoas estão se dispersando, e acho que nós também devíamos ir Harry. Nos preparar para o que virá. Podemos ir para minha casa, ela está vazia, e, até que busque meus pais...
— Ou podemos ir ao Largo Gimmmauld.
— É uma boa ideia. – respondeu Hermione.
— Eu vou para casa, faz tanto tempo que não vou até lá. – Luna se levantou e deu um beijo de despedidas nos dois. Depois, saiu saltitando, como normalmente andava pelo castelo.
— Mione – disse Harry – Eu estava pensando no Teddy.
— Sim. – fungou – eu também pensei nele quando vi... Lupin e Tonks. Ah Harry!!!
Hermione se deitou novamente no ombro de Harry, chorando. Aquele momento suspenso fez Harry pensar em sua vida. O quanto havia perdido, quantos havia perdido, mas também em quanto havia ganhado. Aquelas mortes lhe doíam particularmente, Fred: o que seria de Jorge sem o irmão? Como seria a vida dos Weasley após essa tragédia? Tonks: a bruxa mais engraçada que conhecera, era inacreditável pensar que nunca mais a veria transformar seu próprio nariz na mesa do almoço. E Lupin: O último dos Marotos, que acabara de encontrar um pouco de felicidade com a mulher e o filho recém nascido. Ted, seu afilhado. Não, Ted não estava sozinho, ele tinha a avó, e tinha a ele próprio.
— Mione, não fique assim. Os Weasley ficarão bem, com o tempo eles ficarão, sei que sim. E Ted também não estará sozinho, estaremos ao lado deles.
— Eu sei Harry, eu sei.
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Espero que gostem!
Se gostarem deixem seu comentário.
Besos.