Uma aura sinistra formada pelas nuvens escuras sufocava a Terra e todo o povo terráqueo seguia rumo ao maior deserto do planeta seguindo as ordens de seu mestre. De todas as partes do mundo, chegavam em aeronaves, carros e até mesmo a pé, bilhões de pessoas a se perder de vista se ajuntavam no deserto com suas bagagens em mãos.
— É pior do que eu pensava, todo mundo se tornou servo daquele monstro! - comentou Pan ao se aproximar voando, olhando tudo do alto.
No meio da multidão, havia algumas faces conhecidas, Guerreiros Z que acabaram sucumbindo ao controle de Baby e que inevitavelmente tornaram-se soldados ao seu serviço. Pan já imaginava que pudesse ter problemas e decidiu descer e se aproximar a pé, correndo para junto da multidão que se ajuntava. Entretanto, seu ki foi percebido por alguém que estava próximo dali e este alguém logo seguiu seu rastro, chegando até o local por onde a menina havia passado, era um homem adulto vestindo um gi laranja com o símbolo da tartaruga nas costas e na frente do lado esquerdo, possuía uma cicatriz no rosto e cabelos longos e lisos, presos por um rabo de cavalo. Ao seu lado flutuava um pequeno terráqueo de tipo animal de cor azul esverdeado escuro.
— Por que viemos até aqui tão depressa Yamcha?
— Eu senti um ki vindo desta direção e não era o ki de um servo do Senhor Baby. Só que agora não consigo mais sentir, quem quer que tenha sido, provavelmente o escondeu.
— Tem certeza disso Yamcha? Talvez você tenha se enganado.
— É possível, mas de qualquer jeito vou ficar atento, se for algum inimigo do Senhor Baby, vou matar para deixá-lo orgulhoso!
— Você é capaz de dar a vida pelo Senhor Baby, não é Yamcha?
— Mas é claro que sim Pual, é o mínimo que podemos fazer por ele estar sendo um cara tão legal ao permitir que sejamos seu novo povo!
— É verdade, eu também morreria por ele!
— Vem Pual, vamos verificar aquele lado!
— Sim!
A dupla se retirou, Pan e Gill ouviram toda conversa escondidos no meio das pessoas que estavam ali próximas.
— Ufa! Essa foi por pouco... - disse Pan ao limpar o suor da testa.
— Gill...
Baby observava as pessoas que continuavam a chegar, com Whis em sua companhia.
— Eles estão se reunindo rapidamente, não é?
— Sim, apesar da correria, todos estão se ajudando para chegarem a tempo como o senhor ordenou.
— Quantos terráqueos ainda faltam?
— Boa parte da população da Terra se encontra aqui, mas ainda há uma grande parcela de pessoas que vivem em locais de difícil acesso e que irão demorar para chegar.
— Nesse caso, vamos deixá-las para trás, não podemos perder mais tempo.
— O senhor tem certeza?
— Claro, que sumam junto com a Terra. A mim não me interessam os terráqueos para outro fim que não seja recriar os tsufurujins e o que temos aqui já é mais do que suficiente.
Os dois então desceram do alto em que estavam, ficando visíveis para a grande multidão.
— Olhem, é o Senhor Baby! - disse um homem ao avistá-lo, a multidão começou a adorá-lo como se ele fosse um deus, o que ironicamente era verdade. Ele começou a falar enquanto Whis projetava sua voz para todos escutarem, como se o cajado fosse um microfone de um amplificador.
— Povo terráqueo, não mais vocês serão parte com os nojentos saiyajins, a partir de hoje, vocês serão parte com os tsufurujins! Chegou a hora do início de uma nova era no Planeta Tsufuru!
O povo exclamava em êxtase, Whis ergueu seu cajado para criar um cubo transparente que foi crescendo até envolver a toda a multidão, Baby se colocou lá dentro enquanto o anjo se colocou no topo, batendo o cajado, ele tirou o cubo gigante do chão e como uma nave espacial, ele o guiou rumo ao espaço sideral. Pan e Gill conseguiram um lugar no meio do povo e partiram com eles rumo ao Planeta Tsufuru. Para trás ficaram pessoas que ainda se reuniam e não chegaram a tempo, se sentiam abandonadas, mas ao mesmo tempo continuavam a se ajuntar, na esperança de que seu mestre retornasse, mal sabiam que haviam sido deixadas para morrer.

No Planeta Supremo, Trunks, Marron, Shin e Mr. Satan aguardavam pelo retorno de Uub e Buu junto à entrada da caverna, com as preocupações que tinham, os pensamentos de todos estavam ocupados e nada conversavam. Goten, no entanto, estava sentado em uma pedra, isolado dos demais, Trunks foi até ele e sentou-se ao seu lado, em outra pedra.
— Está tudo bem?
— Eu queria ter salvado o meu irmão Gohan...
— Não se lamente mais Goten, nós vamos trazê-lo de volta com as Esferas do Dragão da Terra.
— Mesmo assim, eu não podia ter deixado ele morrer e tenho medo que o Baby encontre e faça o mesmo com o meu pai e com a Pan, o pior é que ninguém sabe onde eles estão.
— Eu também estou preocupado com o meu pai, com o Gill e com nós mesmos também, mas nós vamos lutar juntos para não deixar o Baby machucar mais ninguém. O Uub, ele vai conseguir e quando ele voltar, nós teremos como libertar o Senhor Whis e salvar a todos!
— De que adiantaria agora? Nós falhamos, toda a nossa viagem foi em vão, a Terra está para explodir, será uma derrota de qualquer forma.
— Não é verdade, essa viagem nos tornou mais fortes, mais unidos. Veja por você mesmo, eu jamais teria imaginado que o seu aumento de força do qual o Gill me falou se tratava do Super Saiyajin Dois!
— Hum?
— Eu vi você se transformando enquanto lutávamos com o Baby, acho que você estava tão furioso que nem se deu conta. Eu sempre fui mais forte que você e você me superou durante a nossa viagem! Veja a Marron, é alguém completamente diferente de quando nós partimos há um ano e o Uub superou suas dificuldades e seus limites, ficando ainda mais forte! Nós dois, nós recuperamos o gosto por lutar que tínhamos na infância e na adolescência! Tudo o que conquistamos foi para que, neste momento, estivéssemos prontos para enfrentar o Baby e derrotá-lo!
— Eu meio que devo a você por ter ficado mais forte.
— Não seja modesto, você tem se esforçado muito mais do que eu, por isso está mais forte!
— Obrigado Trunks.
— Mas não vá se acostumando, eu vou treinar duro para voltar a ser mais forte que você!
— Ah, eu não vou deixar!
Os dois começaram a rir, o que descontraiu o clima antes de um pequeno momento de silêncio e de Trunks concluir seu raciocínio.
— Não importa se as esferas foram espalhadas pelo universo de novo e se a Terra está para explodir, nós vamos dar um jeito, só não fique assim, está bem?
— Trunks, você sabe que é como se fosse um irmão para mim, não sabe?
— Sei sim e para mim você é o irmão que eu nunca tive Goten, tenho sorte por te conhecer desde que éramos crianças.
— Valeu amigo! - os dois se cumprimentaram com as mãos, de modo que o polegar de um ficasse entre o polegar e o indicador da mão do outro e vice-versa.
— Está tudo bem? - Marron se aproximou deles e perguntou, pois também havia reparado que Goten estava isolado.
— É. - ele respondeu ao olhar para o rosto de seu amigo. - Está tudo bem. Nós vamos vencer, vou fazer meu irmão Gohan ficar orgulhoso de mim, onde quer que ele esteja!

Enquanto isso, Uub e Buu caminhavam cada vez mais fundo na caverna, a luminosidade estava ficando cada vez menor e o jovem terráqueo teve de formar uma pequena esfera de ki para usar como lanterna, quanto mais caminhavam, mais parecia que não chegariam a lugar nenhum.
— Será que essa caverna não acaba nunca? Parece até que não saímos do lugar! - comentou Uub e seu estômago roncou no exato momento em que o estômago de Buu roncou.
— Estou com fome... - comentou Buu ao passar a mão na barriga.
— É, eu também.
Buu parou e pegou do chão um par de pedras que havia ali.
— O que você quer comer?
— Não sei, acho que...
— Chocolate! - Buu o interrompeu, terminando a frase por ele.
— Sim, como você sabia? - indagou Uub, curioso e entusiasmado.
— Não sei, só estava com vontade de comer chocolate também.
— E onde vamos arrumar chocolate em um lugar como esse?
Buu apontou a antena em sua cabeça para a sua mão, disparando um raio de energia rosa nas pedras que segurava, em um passe de mágica com direito a nuvem de fumaça branca, as pedras se transformaram em duas barras de chocolate.
— Toma! - Buu disse sorridente ao entregar-lhe uma das barras.
— Que incrível! Como você fez isso?
— Eu consigo transformar qualquer coisa em comida!
— Que legal! Deve ser uma habilidade muito útil, o meu povo não teria passado fome se eu conseguisse fazer isso na época em que fui para o Torneio de Artes Marciais!
— É bem útil mesmo, está gostoso não está?
— Está sim, é o melhor chocolate que eu já comi Mister Buu!
— Me chama só de Buu, igual ao Satan!
— Buu... Engraçado, o seu nome é parecido com o meu.
— O seu nome é Uub não é? Hmm, é bem parecido mesmo.
— Hahah, você é o cara mais divertido que eu já conheci!
— Você também é muito divertido, assim como o Satan!
A dupla continuou a caminhar pela caverna, quando viram a luz no fim do túnel ofuscando seus olhos, eles passaram por ela, transpassando dimensões, finalmente era a saída da caverna que dava acesso ao Cemitério Sagrado.
A saída deu em um hipogeu, um templo subterrâneo gigantesco em altura, formado por pilares e blocos de pedra, a iluminação do lugar era toda feita com tochas que emitiam uma chama espiritual de cor azul.
— Wow, que lugar incrível! - Uub comentou ao ter a primeira visão do local.
Havia duas tochas na entrada e no meio delas uma passarela, na verdade, uma grande escadaria que descia em ziguezague rumo ao salão do templo, escadaria essa que ficava suspensa sobre um buraco escuro e sem fundo, sendo seu único apoio a parede de entrada e o próprio salão do templo, havendo também um baixo guarda-corpo nas laterais da escadaria. Uub e Buu começaram a descer as escadas olhando atentamente a tudo em sua volta, um ar espiritual pairava pelo lugar, podiam-se ver estátuas de Kaioshins importantes ao longe, espalhadas pelos cantos do templo e no final da escadaria, havia mais duas tochas e o acesso ao salão, onde do lado da escadaria também havia guarda-corpo. Em sua frente, seguia uma grande passarela com os dois lados cobertos por água de maneira rasa, eles continuaram a caminhar, o salão era sustentado por grandes pilares dos dois lados e havia mais iluminação com tochas. Pouco depois do centro, a passarela se dividia para os lados e para frente, levando a três portas gigantes diferentes. Foi pouco antes desse ponto, no centro do templo, que Buu derrubou o recipiente que carregava, o qual ficou boiando na água, levou as mãos à barriga, como se estivesse doendo.
— O que foi Buu?
— Não me sinto bem...
— Será que foi o chocolate? - Uub perguntou quando se surpreendeu ao ver o corpo de Buu ficar envolto em uma energia azul. - Buu?
O majin começou a se contorcer, como se sentisse uma dor intensa no estômago, sentiu náuseas e abriu a boca para vomitar, expelindo um tipo de bolha de fumaça branca que brilhava envolta na mesma aura azul que envolvia Buu. Ele vomitou outra vez, o que criou outra bolha e nisso a aura que o rodeava se foi.
— Buu, você está bem? - perguntou Uub ao segurá-lo enquanto as duas bolhas flutuaram juntas diante deles e logo começaram a tomar forma. - O que está acontecendo?
As duas bolhas tomaram forma humana, a primeira se tornou um homem alto e robusto, de rosto intimidador e moicano, trajando o traje típico dos Kaioshins. O segundo era gordo e mantinha uma expressão calma com os olhos fechados, usava moicano e seu traje também era de um Kaioshin, mas era personalizado, pois vestia um colete e uma capa ao invés da vestimenta que envolvia o tórax e descia até atrás dos joelhos, mas ainda mantendo o pano amarrado na cintura, era parecido com Buu em muitos aspectos físicos. Os dois eram brancos e transparentes como fantasmas e brilhavam com a energia azul que os rodeava.
— Quem são vocês? Por que eu vomitei vocês? - Buu questionava com certa seriedade.
— Bem vindos ao Cemitério Sagrado, nós somos as almas que vocês trouxeram até aqui. - disse o homem gordo com uma voz suave e calma.
— Então vocês são as almas dos Senhores Kaioshins que estavam dentro do Buu?
— Isso mesmo Uub. - respondeu o mais alto, com uma voz grave. - Eu sou o Supremo Kaioh do Sul.
— E eu sou o Sagrado Kaioshin.
Foi então que Uub reparou bem no espírito do Kaioshin rechonchudo, aquela não era a primeira vez que o havia visto.
— Você... Eu me lembro! Quando eu tinha seis anos, você apareceu para mim e disse que alguém precisava da minha ajuda. Eu não entendi e fiquei assustado, mas você me tranquilizou e só me disse para levantar a mão para o céu enquanto segurava em meus ombros. Depois, você sumiu de repente e nunca mais o vi, nunca soube o que tinha acontecido exatamente naquele dia e nem se aquilo tinha sido um sonho ou se tinha sido real, mas não posso estar enganado quanto a isso, tenho certeza de que era você!
— Sim Uub, já faz algum tempo, não é? Você cresceu bastante. Sei que deve estar confuso ao me ver novamente sabendo que sou uma alma que vivia dentro do Buu, mas logo irá entender tudo.
— Desde que fomos absorvidos, nossos corpos ficaram em casulos dentro do Majin Buu até serem dissolvidos e se tornarem parte permanente dele, morremos e nossas almas ficaram presas no corpo dele, sem poder seguir para o Outro Mundo para que Enma Daioh pudesse nos mandar para cá.
— Somos eternamente gratos, pois graças a vocês, poderemos finalmente descansar em paz.
— Não há de quer! - disse Uub sorridente ao coçar a cabeça.
— Contudo, vocês não vieram até aqui para só nos libertar, não é mesmo? - perguntou o Supremo Kaioh do Sul. - Tudo foi um acaso que os permitiu entrar aqui, não é verdade?
— Fico sem jeito de dizer, mas foi isso mesmo. - Uub confessou.
— A gente também não sabia que vocês ainda estavam aqui dentro... - explicou Buu ao coçar a barriga.
— Entendo. - completou o Kaioshin do Sul. - Parece que não tem muitas lembranças do que houve com você há alguns anos atrás, quando o mago Moro escapou da Prisão Galática.
— Nós estamos aqui pela água da Fonte Sagrada da Existência, precisamos de um pouco apenas, para libertar o Senhor Whis para que ele nos ajude a salvar o Senhor Bills e todo o povo do Planeta Terra! - explicou Uub.
— Nós sabemos. - o Sagrado Kaioshin falou calmamente. - Há uma razão para que os Kaioshins passados permitissem sua entrada aqui Uub, pois apenas Buu era quem deveria entrar e eles decidiram que vocês dois entrassem juntos assim que perceberam quem você era, eles desejam ver do que vocês dois são capazes juntos e suas verdadeiras intenções.
— Vocês vão testar a gente?
— Sim! - respondeu o Supremo Kaioh do Sul. - Os Kaioshins passados mandam dizer que, se vocês querem usufruir da água da Fonte Sagrada da Existência, terão primeiro que derrotar a nós, os dois Kaioshins mais poderosos em toda a história do Universo 7!
Os Kaioshins começaram a brilhar, seus corpos fantasmagóricos ganharam cores e solidez, o Supremo Kaioh do Sul vestia-se de verde e preto, seu cabelo e pano da cintura eram laranja enquanto que o Sagrado Kaioshin coloriu-se em azul, com o pano sendo laranja, capa e cabelos roxos e o colete preto com detalhes em amarelo. A aura azul brilhante que os rodeava sumiu e uma auréola surgiu sobre suas cabeças, pois eles haviam recriado seus corpos originais. Uub olhou excitado e logo sacou seu bastão, se colocando em posição.
— Uma luta? Por que não disseram antes? Eu achei que vocês iam fazer a gente escolher uma dessas portas para descobrirmos onde está a fonte, mas uma luta é bem mais interessante!
— A gente vai lutar contra eles Uub?
— Sim Buu, você gosta de lutar?
— Claro, é bem divertido!
— Então vamos mostrar para eles o quão forte nós somos!
— Tá! - Buu se aprontou para o início do combate.
— Nós estamos prontos e lhes damos a honra do primeiro movimento. - disse o Sagrado Kaioshin.
— Deem tudo de si e que o melhor entre nós vença! - disse o Supremo Kaioh do Sul.
Uub e Buu ascenderam juntos ao ataque, alternando seus movimentos de voo e no momento oportuno da aproximação, Buu atacou o Sagrado Kaioshin com um chute de perna esquerda e Uub usou o bastão contra o Kaioshin do Sul, golpes que eles bloquearam com os braços ao serem afastados para lados opostos, separando os combates. O Supremo Kaioh do Sul fugiu de Uub, que investiu novamente, tentando usar o bastão em um golpe vertical, mas o braço direito dele segurou o golpe como uma rocha e nisso usou a perna esquerda, chutando o bastão para o alto. Isso lhe abriu a guarda e o jovem terráqueo socou-lhe o estômago com a esquerda e tentou chutar-lhe com a perna direita, que acabou presa pelo braço esquerdo do Kaioshin. Ele aproveitou a oportunidade e lhe deu uma cabeçada no peito, golpeou-lhe prensando a cabeça com força com a palma das mãos e terminou com um golpe de marreta que o lançou em diagonal para baixo. Uub caiu no chão do templo e foi arrastado em meio à água rasa, mas rolou para o lado e se pôs em pé outra vez. Ele viu o Kaioshin do Sul se lançando contra ele com uma esfera de energia verde carregada em sua mão direita e a lançou, o jovem terráqueo teve tempo apenas de saltar e a esfera espalhou água ao ricochetear o chão e as paredes, voltando para atingi-lo no ar.
— O que? - Uub estava surpreso, quando o seu salto o levou até o seu bastão, que ainda estava no ar e não havia caído. Pegando-o, ele o girou e o usou para rebater a esfera que, novamente, quicou no chão e nas paredes.
Uub teve tempo de descer mais uma vez e o Kaioshin tentou acertá-lo com um soco, mas ele saltou para trás e o punho acertou o solo, o jovem terráqueo viu então esfera retornar pela terceira vez e usou o bastão novamente para rebatê-la e acertar o Kaioshin em cheio em uma explosão direta. Foi quando ele reapareceu diante de Uub e lhe atingiu a queima-roupa com uma esfera de energia verde idêntica a anterior, jogando-o para longe.
Buu e o Sagrado Kaioshin trocavam golpes em alta velocidade acima do solo, rapidamente o majin ganhou vantagem e o afastou com um soco no tórax. Comprimiu então ar em seus pulmões e lançou uma nuvem de fumaça e energia contra o Sagrado Kaioshin, que, ao recuperar-se, também comprimiu ar nos pulmões e respondeu com o mesmo ataque. Uma pequena disputa teve início e uma ventania tomou conta de todo o templo, até que o Supremo Kaioshin levou vantagem e venceu Buu, que recebeu o ataque em uma explosão. Os Kaioshins se reagruparam, enquanto Uub e Buu se reerguiam lado a lado.
— Eles não estavam brincando, realmente são muito fortes! - comentou Uub ao limpar o sangue da boca e guardar o bastão.
— É, mas nós somos mais!
— É assim que se fala Buu, chegou a hora de pegar pesado!
Eles envolveram-se em suas auras de ki e avançaram juntos em movimentos de voo alternados novamente, mas muito mais rápidos, os Kaioshins não conseguiram acompanhá-los e eis que o Sagrado recebe uma voadora na barriga por parte de Uub a ponto de afundar a perna.
— Sagrado Kaioshin! - exclamou o Kaioshin do Sul, pouco antes de receber um gancho no queixo por parte de Buu, que esticou o braço e o agarrou pela perna na sequência, puxando-o para si para lhe dar outro soco no queixo e terminar juntando as mãos em um golpe de marreta que o despencou até o chão.
Uub por outro lado usou o cotovelo esquerdo para golpear o Sagrado Kaioshin na nuca em um golpe semelhante, lançando-o próximo do Kaioshin do Sul. Ele e Buu então se afastaram e se posicionaram lado a lado, ficando a direita e a esquerda respectivamente, juntaram suas quatro mãos e começaram a preparar um Kamehameha combinado.
— Agora! - exclamou Uub, antes de gritarem em uníssono. - HA!
Um grande Kamehameha veio até os Kaioshins, causando uma grande explosão. Uub e Buu desceram ao chão e os Kaioshins surgiram entregues ao resultado da luta.
— Como nós imaginávamos, fomos derrotados... de novo. - disse o Sagrado Kaioshin antes dos seus corpos voltarem a serem almas de cor branca e no instante seguinte, os danos causados ao templo pelo combate simplesmente foram consertados em um passe de mágica, como se a luta nunca tivesse acontecido.
— Quer dizer que nós vencemos? - perguntou Uub enquanto os Kaioshins se aproximavam.
— Sim, o resultado era esperado. Não podíamos estar mais satisfeitos em ver que não são mais uma ameaça ao Universo e agora temos certeza do futuro que lhes espera. Talvez vocês ainda nem imaginem, mas vocês dois, juntos, estão destinados a grandes coisas! A força da natureza mais poderosa dos tempos imemoriais ainda vive em vocês!
O Sagrado Kaioshin devolveu até as mãos de Uub o recipiente esférico ao levitá-lo magicamente e os encaminhou até a grande porta central, onde ambos Kaioshins estenderam as mãos e ela se abriu, ao longe, a visão daquela linda fonte os encheu de alegria, a Fonte Sagrada da Existência era enorme e estava no meio daquele grande salão. A água que jorrava não parecia ter nada de especial, mas era brilhante, a mais límpida das águas, sem resíduo algum de impureza. Ela inundava o chão e percorria por todo o salão em todas as direções, salão esse que estava repleto de lápides, cada uma representava um Kaioshin do passado, parecia um grande coliseu, onde estátuas de Kaioshins estavam junto à escadaria que subia rodeando o salão, cujo final do teto não se conseguia ver. Com os pés submersos na água rasa, Uub e Buu caminhavam lentamente observando a tudo em sua volta.
— Bem vindos ao coração do Cemitério Sagrado! - disse o Sagrado Kaioshin.
— Esse lugar é muito grande! - Buu disse boquiaberto, pois a mansão do Mr. Satan não era nada diante daquela imensa sala.
— Aqui descansam incontáveis gerações de Kaiohs e Kaioshins, que viveram em épocas imemoriais, muito antes mesmo da história conhecida pelos homens. - comentou o Supremo Kaioh do Sul.
Uub foi até a fonte e abriu o recipiente esférico, o encheu com água e depois o fechou.
— Conseguimos Buu! - Uub disse ao mostrar o recipiente cheio em sua mão.
— Nós cumprimos nossa missão em guiá-los até aqui e agora chegou o momento de enfim adentramos ao nosso descanso eterno. - disse o Sagrado Kaioshin.
— Um momento Sagrado Kaioshin. - Uub o impediu de se retirar ao chamar-lhe a atenção. - O que o senhor quis dizer antes sobre o Buu e eu? O que vai acontecer com nós dois?
Ele não respondeu de imediato e, em silêncio, se aproximou de Buu, colocando a mão em sua cabeça.
— Buu, nossos poderes ainda viverão em você depois que formos para nossas tumbas, use-os bem para proteger o Uub, pois vocês dois compartilham uma mesma existência.
— Hum? - Buu estava naturalmente confuso e Uub parecia mais ainda ao observar e ouvir tudo ali ao lado.
— O futuro e a forma como ele é escrito depende apenas de vocês mesmos, mas isso não quer dizer que precisam ter medo dele, apenas se esforcem para escrevê-lo da melhor maneira e as coisas acontecerão quando tiverem de acontecer.
O Sagrado Kaioshin retirou a mão da cabeça de Buu e seguiu com o Sagrado Kaioh do Sul para um lugar vazio do cemitério que parecia estar reservado para eles, onde duas novas lápides se formaram saindo do chão. Das duas lápides que jaziam ao lado, duas bolhas brilhantes em azul ascenderam da água, elas tomaram forma humana e deram origem a duas almas que já descansavam há algum tempo, a da esquerda era um Kaioshin velho de corpo rechonchudo e a da direita era uma Kaioshin mulher, pois tinha feições e corpo feminino, com o moicano indo até a altura dos ombros, eram os finados Supremo Kaioh do Norte e Supremo Kaioh do Oeste, respectivamente.
— Nós estávamos esperando por vocês, sentíamos sua falta... - disse a Kaioshin do Oeste.
— Nós também, mas agora poderemos finalmente descansar juntos. - disse o Kaioshin do Sul.
O quarteto de Kaioshins se juntou e se posicionou junto à suas lápides.
— Adeus Uub, adeus Buu, mandem lembranças ao Shin e nunca se esqueçam de cuidarem um do outro, não importa o que aconteça!
Foi com as palavras finais do Sagrado Kaioshin que as quatro almas começaram a se dissolver na água em direção a suas lápides e duas novas estátuas surgiram no templo, o Supremo Kaioh do Sul e o Sagrado Kaioshin finalmente puderam descansar em paz.