Cinco razões para matar Fred Weasley.

1. Ele a faz rir.

Harry continuava reclamando de Dumbledore, observei como Ginny queria bater na cabeça dele e evitei rir. Hermione revirava os olhos ocasionalmente e virava a página de seu grosso livro e eu fingia me concentrar na baboseira do meu melhor – amigo apesar de não conseguir tirar os meus olhos daqueles cachos indomáveis.

Crack.

Os gêmeos aparataram com sorrisos gigantes e sem nenhuma cerimônia Fred puxou o livro de Mione e deitou em seu colo. Maldito ousado! E George sentou ao meu lado.

— Você é muito folgado. Hermione murmurou com os lábios apertados, torci para que ela expulsasse meu irmão dali.

— Folgado e lindo. Fred flertou e eu me mexi incomodado, ela revirou os olhos e riu.

— O que vocês querem aqui? Ginny perguntou ao notar o meu profundo desagrado.

— O que mais poderia ser, estamos fugindo da mamãe... George falou.

—... E suas intermináveis broncas. Fred completou. - Mione devagar. Percebi que ela fazia cafuné nele.

— Aposto que vocês merecem todas as broncas. Ela sorriu implicante. - Admita Weasley ou te deixarei careca. Ameaçou segurando a risada e os cabelos vermelhos dele.

— Não é preciso admitir o óbvio, Granger. O maldito flerte novamente.

Hermione riu de novo. Levantei e sob o olhar especulativo de Harry e Ginny saí daquele quarto. Não quero ser acusado de homicídio.

2. Ele a deixa confortável.

Finalmente vamos voltar para Hogwarts, entramos no trem e rapidamente encontramos uma cabine, Harry encostou – se à janela e resolveu ignorar eu, Mione e Ginny. Revirei os olhos e ia propor um snap explosivo quando a porta abriu e com irritação vi Fred surgir.

— George está engolindo Angelina. Meu irmão comentou com um sorriso malicioso.

Vi com incredulidade Hermione abrir espaço ao seu lado e ele o ocupar. Ginny olhou rapidamente na minha direção e puxou assunto com os dois. Eu bufei e fechei os olhos tentando cochilar.

Após algumas horas que realmente dormi, abri os olhos e quase pulei de susto. Minha irmã tinha saído da cabine e minha melhor – amiga dormia tranquilamente no colo de Fred, ele a abraçava pela cintura e tinha encostado o queixo nos cabelos dela, não conseguia ver o rosto de Mione que estava escondido no pescoço do meu irmão.  

— Quando isso aconteceu? Perguntei baixo para Harry ao meu lado.

Ele franziu o cenho. - Assim que Gin saiu.

— Não faça um escândalo e a acorde Roniquinho. Fred praticamente rosnou. Olhei feio para ele.

— O que pensa que está fazendo com Hermione?! Questionei num sussurro furioso.

— Ela parece bem confortável, não acha? Ele me provocou e apertou o corpo dela um pouco mais fazendo minha amiga suspirar, vi como ele estremeceu. A inveja queimou em meu sangue.

3. Ele a beija.

George me interceptou no caminho para a sala comunal, estava irritado com Fred e consequentemente respigava no outro gêmeo. Ginny também apareceu com feições entre a diversão e a preocupação. O que havia de errado com eles?

— Ron. Ela me puxou com força, quase tropecei e eles riram. - Fred quer conversar contigo.

— E por que ele quer falar comigo?! Rebati azedo.

— Porque nesse minuto ele está beijando Hermione na frente da Grifinória inteira. George respondeu com um maldito sorriso orgulhoso no rosto.

Acho que perdi os sentidos por uns segundos, pois meu irmão estava me escorando na parede com um olhar estranho, enquanto Ginny me abanava olhando brava para George.

— ELE O QUE?! Gritei quando finalmente a realidade entrou no meu cérebro.

— Francamente Ron, eles estavam nessa há meses. Gin respondeu impaciente. - Só você não tinha notado.

— Hermione e Fred? Perguntei feito um idiota, era isso que eu era afinal.

— Eles são dois coelhinhos fofinhos, já tenho tantas piadas para irrita – los. George divagou com um sorriso maldoso. - Agora você. Ele me encarou com seriedade, algo raro. - Eu sei que você tinha/tem uma paixonite pela nossa bela e mandona cunhadinha, mas sinceramente não estrague sua amizade com ela e não foda o namoro deles. Avisou friamente.

— Eu não sei do que está falando. Engoli todos aqueles sentimentos ruins e fingi indiferença.

— É por isso que você nunca teve chance com ela. Ginny falou com pena e eu senti o sabor amargo da derrota.

4. Ele a irrita.

Conversei com Fred e Hermione e fiz o meu melhor para não vomitar sobre o novo casal de Hogwarts. Harry finalmente saiu do casulo de péssimo humor e distraímos um ao outro, apesar de sempre ter a impressão que ele estava me monitorando, avaliando se ia ou não estragar a dinâmica do trio de ouro.

Apontei para onde os gêmeos testavam os produtos nos primeiranistas, queria aplicar uma detenção neles, só por vingança. Mas, Harry disse que não valia a pena que eles retrucariam com força. E ele estava certo, não é bom ser inimigo dos meus irmãos. Sorri sadicamente ao notar Hermione chegar e brigar com os gêmeos, fui me aproximando rapidamente.

— Vocês são impossíveis! Ela tinha a postura altiva, os olhos castanhos brilhavam em repreensão. - Eu devia escrever para Molly. Ameaçou.

Então meu estômago embrulhou, Fred puxou rapidamente minha amiga para seus braços e a beijou. - Você fica muito fofa brava, amor.

— Meus coelhinhos! George os abraçou. - Eu deixo você castigar Fred por nós dois, Mione. O tom carregado de malícia não passou despercebido por ninguém.

5. Ele a ama.

Hermione tinha os olhos úmidos voltados para os céus, fogos de artifícios e o adeus dos meus irmãos. Eles passaram de bruxos encrenqueiros para lendas, tinha orgulho deles.

— Precisamos ajudar Harry. Minha amiga disse e me repreendi pela felicidade que senti ao notar que ela era novamente somente nossa.

— Vamos logo. Meu sorriso fraquejou ao notar a tristeza nos olhos castanhos brilhantes de lágrimas. - Fred vai ficar bem, vocês vão dar um jeito. Consolei mesmo me remoendo por dentro, fazia meses e ainda doía.

— Eu sei, confio nele e em George. Ela sorriu. - Obrigada Ron.

Tudo parecia confuso após a batalha no departamento de mistérios, havia a varinha na minha garganta, as explosões e feitiços, Sirius morto e Hermione ferida... Levantei de supetão da cama da enfermaria de Hogwarts, olhei ao redor desnorteado.

— Graças a Merlin. Mamãe me abraçou até me deixar sem ar. Depois papai, Ginny e George.

— Onde está Hermione e Harry?

— Harry está com Dumbledore. Minha mãe respondeu. - Hermione ainda não acordou, Fred está com ela.

Levantei aos sons de protestos e fui até a última cama da enfermaria, Fred segurava a mão dela, seus olhos estavam vermelhos e ele parecia literalmente acabado.

— Ela não é uma simples namoradinha, Ronald. Fred me encarou. - Hermione é o amor da minha vida. E eu senti que era verdade, uma lágrima caiu de meus olhos sem que eu pudesse impedir. - Você precisa protege – la melhor quando eu não estiver perto, eu confio meu mundo a você. Entende?

— Fred. Hermione o chamou, seus olhos abrindo devagar. - Não coloque essa pressão em Ron, ok? Ela pediu me olhando e sorrindo. - Eu protejo você. Ela piscou para mim. Eu soltei uma risada engasgada pelo choro.

— Todos nós seremos melhores da próxima vez. Disse com a voz rouca. - E você Fred estará ao lado dela, seu lugar. Afirmei finalmente me livrando do rancor pelo meu irmão. Eles se amavam e eu só podia torcer que eles fossem felizes.

Virei – me quando eles começaram a sussurrar amorosamente. Uma parte minha sempre ia querer matar Fred Weasley, e eu só a escutaria se ele fizesse minha melhor – amiga sofrer.