Operação Spemily escrita por Leonardo Alexandre


Capítulo 23
Capítulo 23 - Contraste


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores...
Espero que gostem desse capítulo. Ainda não acredito que faltam menos de dez pra acabar. Que jornada...
Enfim, boa leitura...

Anteriormente em Operação Spemily:

— Já que a Aria Montgomery não é sua namorada, acho que o senhor não vai querer as informações que eu tenho. — Caleb murmurou dando de ombros, então virou as costas e fez menção de ir embora.
— Espera. — Ezra bufou irritado, estava sendo manipulado por um garoto de 17 anos. — Que tipo de informações?
A expressão de deboche com a qual Caleb tornou a olhá-lo era desagradável de tão presunçosa. — Posso entrar?
— Sim, senhor Rivers, entre.
— Quer mesmo isso? — Hanna perguntou, ofegando. — Ou só tá bêbada demais?
— Claro que eu to a fim! Faz dias que não paro de pensar em você. Nua. Se arrepiando ao meu toque. — Aria respondeu mordendo o lábio inferior. — Ah, como eu quero isso! Estar bêbada só tira minha paciência de dirigir até um hotel. Preciso te sentir agora.
Aquelas simples palavras fizeram Hanna sentir um pulsar mais forte entre suas pernas e o impulso de puxar Aria para recomeçar o beijo foi incontrolável.
— Essa vadia de merda vai me pagar. — Ezra murmurou entredentes.
— Você tem mesmo que ir? — Hanna perguntou com os braços cruzados.
— Pela milésima vez, sim, eu tenho, as passagens estão compradas. — Aria respondeu revirando os olhos.
—Para de tentar estragar meu momento. — Spencer reclamou, encarando sua amiga com uma careta. — Foi uma luta conseguir convencer meus pais que ia viajar com ela. Vai ser a única semana que vou ter pra ficar tranquila com a minha namorada. Não me arrasa.
— E eu vou ser a única a ficar largada aqui, sozinha e abandonada. — Hanna bufou, se jogando na cama da baixinha. — Eu odeio vocês três, suas cachorras.
— Odeia nada. Só tá puta da vida porque vai ficar na seca. — Replicou Spencer com uma risadinha maldosa.



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Depois de passar uma tarde bem agradável na companhia dos Hudson-Hummel, Emily e Spencer voltaram para a pousada, tomaram um banho quente juntas, trocando beijinhos e carinhos, e por fim deitaram agarradinhas para assistir televisão como um perfeito e tranquilo casalzinho ao cair da noite.

— Adoro esse filme. — Comentou Emily, aconchegando mais ainda sua namorada em seu corpo. — Nunca enjoo de ver.

— Essa é a primeira vez que assisto. — Spencer constatou, semicerrando os olhos logo em seguida, já com uma pontinha de ciúme precoce nascendo no peito. — Esse não é um dos filmes que a senhorita costumava ver com suas ex-namoradas, é?

— Claro que não, amor. — Respondeu, rindo de leve. — Pra ser sincera, eu nunca fui desse tipo de programa com minhas ex. Eram mais baladas e festas.

— Isso devia me tranquilizar? — Questionou ironicamente enquanto erguia um pouco a cabeça para encará-la.

— Amor, ouça o que vou dizer agora e entenda que é muito sincero. — Emily respirou fundo, arrumando tempo para pensar nas palavras certas. — Você é a única garota no mundo que me faz sentir tão plena e feliz quanto sou desde que estamos juntas, independente do quão complicado seja e tudo o que temos que passar. Te amo de corpo, alma e coração. Tá, eu admito que saí com um monte de meninas, mas... Talvez tenham sido tantas porque nenhuma delas tinha o que eu estava procurando. Já você? Você é tudo que eu preciso e mais do que eu poderia um dia sonhar em ter. Não se preocupe com meu passado, amor. Porque você é meu futuro.

Spencer se permitiu sorrir, toda boba e derretida por sua namorada. — Boa resposta.

— Foi de coração. — Murmurou beijando-a com carinho.

— Eu sei disso, amor. — Dito isto, o silêncio confortável voltou ao quarto enquanto as garotas tornavam a prestar atenção na televisão.

— Deviam fazer uma versão lésbica desse filme. — Em comentou de forma aleatória algum tempo depois. — Mas não uma cópia, só a base da história toda.

— Por quê?

— Por quê? — Repetiu rindo. — É uma pessoa que está enrolada em um determinado número de relacionamentos de vai e volta. É drama lésbico puro.

— Você entende bem disso, né? — Outra vez, Spencer usou um tom sério e cortante.

— Vou calar a boca que é melhor pra mim.

Agora ambas davam risadas feito bobas, deixando a quase briga de lado para curtir a companhia uma da outra. Era em momentos como aquele que tinham a mais plena certeza de que tomaram a decisão certa ao escolher ficar juntas, e a determinação de passar por cima de qualquer obstáculo que se levantasse contra elas crescesse ao máximo.

Como o dia havia sido cansativo, nenhuma das duas demorou a pegar no sono.

(...)

No dia seguinte, Emily aproveitou ter sido a primeira a acordar para ficar observando sua namorada por alguns minutos, até que os olhos castanhos começaram a se abrir devagar, na mesma velocidade em que os sorrisos se formavam nos lábios de ambas.

— Bom dia, meu amor. — Spencer murmurou baixinho, ainda com a voz de quem não acordou totalmente. — Porque está me olhando?

— Bom dia. — Fields sussurrou enquanto fazia um carinho no cabelo bagunçado dela. — Porque você é linda.

A Hastings riu e comentou. — Parece que alguém andou tendo algumas aulinhas com o Augustus Waters.

— Quem é Augustus Waters? — Questionou franzindo de leve as sobrancelhas.

— Um dos amores da minha vida. — Respondeu sem hesitar.

Emily arregalou os olhos e retrucou. — Como é que é?

Só quase um minuto depois, Spencer se deu conta do que havia dito e riu, tratando de tranquilizar sua namorada. — É um personagem de um livro, amor.

— Ah bom. — Emily suspirou e relaxou os músculos dos ombros, os quais nem havia percebido terem ficado tensos.

— Mas, sabe? Nem o melhor escritor do mundo criaria um personagem tão incrível quanto Emily Fields. — Murmurou fazendo-a sorrir antes de beijá-la com carinho. — Vamos tomar um banho?

— Claro. — Respondeu retribuindo o sorriso.

Cerca de uma hora depois, Spencer estava sentada na poltrona terminando de amarrar os cadarços de suas botas pretas de cano médio para dar uma volta com sua namorava pela pequena vila, na intenção de passear curtindo a liberdade de poder agir como um casalzinho apaixonado sem medo das consequências e, se encontrassem coisas interessantes, comprar presentes para seus amigos, afinal, eles mereciam por se empenhar tanto em fazer dar certo a grande e complexa Operação Spemily.

Porém, antes de acabar, ouviu o toque suave do celular em sua bolsa.

— Ué? Pensei que era pra deixar os celulares desligados. — Emily murmurou confusa enquanto passava perfume.

— Sim. É mesmo, amor. — Respondeu com um sorrisinho envergonhado. — Mas esse é meu celular Hudson-Hummel. De vez em quando eles me ligam ou mandam mensagens, em especial quando estou por aqui. Não conseguiria simplesmente cortar o contato com as únicas pessoas que me fazem sentir parte de uma família de verdade. Depois de tanto tempo sendo a Hastings imperfeita, é mágico descobrir o real significado dessa palavra, sabe?

— Tudo bem. — Fields também sorriu, compreensiva. — Então é melhor você atender antes que a ligação caia.

— Obrigada, Em. Sabia que ia entender. — Constatou feliz, levantando-se para beijar a bochecha dela e pegar o celular para só então sair do quarto. — É só um segundo, tá?

“Oi, mãe. Bom dia.” — S

“Bom dia, querida.” — Embora não pudesse ser vista, Carole sorria largo ao falar com sua menina. — “Tomou café hoje, meu amor?”

“Ainda não, mamãe. A Em e eu vamos sair já já, então decidimos comer na rua.” — S

“Cuidado, filha. Não vai comer qualquer coisa em qualquer lugar. Eu não quero minha bebezinha com a barriguinha doendo.” — C

“Relaxa.” — Spencer assumiu um tom forte de vermelho, mas tentava não transmitir a vergonha em sua voz. “A senhora sabe como sou chata com comida. Não vou comer porcaria, prometo.”

“Sei mesmo.” — Respondeu rindo. — “Mas enfim... Não foi pra isso que te liguei. Na verdade, tenho novidades pra você.”

“Ok. Pode falar então.” — S

“Filha... Minha querida e amada filhinha.” — C

“Sim, mamãe?” — S

 “Chegou.” — C

“O que cheg... Pera! A senhora tá falando da...” — S

“Sim!” — A senhora não poupou a animação.

“O que?! Já? Mas eu nem contei pra Emily ainda.” — Spencer não conseguia conter a euforia, embora tivesse uma clara ponta de nervosismo em seu tom.

“Então conta agora.” — Carole pediu, também extremamente empolgada.

“Não foi a senhora que me ensinou a ser sutil, mamãe?” — S

“Foi sim, minha filha. Mas não quando estamos todos morrendo de ansiedade aqui em casa. Acredito que você não quer ficar órfã e nem sem irmãos.” — C

Spencer riu alto e balançou a cabeça em negativa antes de responder. — “Ok, minha linda e amada mãezinha. Hoje não porque vou fazer um passeio com a minha namorada que a gente tá merecendo. Mas amanhã bem cedinho eu vou aí e converso com ela depois do café da manhã. Combinado?”

“Combinado.” — C

“Então até amanhã.” — S

“Até amanhã, meu amor. Ah! Antes que eu esqueça, leva um casaquinho quando for sair. Tá bom?” — C

“Mãããããe. Nem tá frio.” — S

“Spencer Avery Hudson-Hummel.” — C

Sempre que era chamada assim, sentia o corpo inteiro arrepiar, mas estava bem longe de ser por medo. Era por um calor especial que emanava de seu coração.

Como havia dito minutos antes à Emily, depois de anos se sentia parte de uma família de verdade. Por isso nem havia como se negar a obedecer.

“Sim senhora, mãe.” — S

“Ótimo. Beijos. Mamãe te ama.” — C

“Eu também te amo. Muito, muito, muito. Tchau.” — S

Assim que ouviu o toque de chamada encerrada, Spencer entrou de novo no quarto e encontrou Emily sentada na cama, olhando para o nada com um sorrisinho bobo enfeitando o rosto bonito.

— Espero que esteja pensando em mim. — Brincou descontraída.

— Sabe que eu só penso em você. — Respondeu se levantando para beijar sua amada. — Podemos ir?

— Deixa só eu pegar um casaco. A mamãe me mandou levar e é capaz de chover só de deboche se eu desobedecer ela. — Murmurou ainda em tom animado.

Emily riu e disse. — Conheço bem essas mandingas de mãe. Acho até melhor eu levar o meu também.

Enquanto Isso, Em Um Lugar Imundo

— Onde eu posso encontrar a garota? — O ruivo perguntou com seu tom rouco e rude por natureza.

— Bem aqui nesse endereço. — Ezra lhe entregou um papel junto com algumas notas de cem dólares. — Vou dar um jeito dela estar lá no horário.

— Tem algum pedido específico? — Indagou enquanto contava o dinheiro.

— Eu só quero que garanta que ela vai se lembrar disso pelo resto da vida. — Cuspiu as palavras com raiva. — Como não me importa, apenas faça.

— Pode deixar. — O homem sorriu e guardou seu pagamento na carteira, em seguida levantou e saiu do bar xexelento.

(...)

Hanna entrou em casa largando a mochila ao lado da porta e suspirando alto de alívio por estar livre daquele tédio que era o colégio sem Aria, Emily ou Spencer. Sentia-se uma boba por não ter arrumado algo para fazer também durante uma semana tão desnecessária, mas isso não importava mais. Só precisava aturar mais um dia e em fim teria o sábado e o domingo inteiros para não fazer absolutamente nada.

Depois de tomar um bom banho quente para tirar o estresse do dia chato, desceu para preparar um lanche, deparando-se com um bilhete preso com um imã em formato de coração à sua geladeira.

“Encontre-me em frente ao bar Girls Like Girls às 20h, ok? É bem fácil de encontrar e bem tranquilo. Acho que você vai adorar a vibe de lá.

Beijos

— A”

“Ué, já? Achei que ela só ia voltar no domingo.” — Pensou consigo mesma abrindo um sorriso largo enquanto fazia uma “dança da vitória” ao som de All That Matters - Justin Bieber, que tocava em seus fones de ouvido.

Parecia que todas as horas horríveis até ali haviam desaparecido e existia apenas a animação com aquele reencontro tão esperado.

As horas passaram ligeiras e logo Hanna estava estacionando em frente ao tal bar, que de fato era bem fácil de encontrar. Dando uma olhada rápida ao redor, não conseguiu ver o carro tão conhecido de sua melhor amiga. Mas, imaginando que ela devia apenas estar alguns minutos atrasada, desceu sem se preocupar.

Porém, antes que tivesse tempo de dar ao menos quinze passos, sentiu sua boca ser tapada por uma mão coberta por uma luva de couro preto, e seus braços sendo imobilizados atrás das costas, então foi arrastada até um beco mal iluminado a poucos metros dali.

— Essa é uma noite que você não vai esquecer, boneca. — Disse o homem ruivo com um sorrisinho de canto imperceptível por conta da barba volumosa.

Depois dessas palavras, tudo o que Hanna ouviu foi um zumbido alto e insuportável, vindo junto com a dor forte em sua cabeça pelo impacto de duas mãos enluvadas se chocando uma de cada lado dela ao mesmo tempo. Então tudo se tornou dor em questão de segundos e, em seguida, a escuridão a engoliu.

Enquanto Isso, Em New York City

A música alta da boate estava abafada pelas paredes de azulejos brancos do banheiro enquanto uma garota pálida e esguia era pressionado contra a parede por um corpo pequeno e delicado que abrigava uma pegada potente e firme.

— Você até que beija bem, ruiva. — Aria murmurou beijando o pescoço e passeando as mãos pelas coxas alvas da desconhecida.

— Você também, morena. — Respondeu embrenhando os dedos no cabelo escuro. — Qual é seu nome mesmo?

— Amy. — Mentiu o primeiro nome que lhe veio à mente porque não queria conhecer aquela garota, apenas curtir uma noite insana com ela (e depois com qualquer outra que lhe atraísse de alguma maneira).

— O meu é Melanie. — A desconhecida respondeu à pergunta não feita. — Ou só Mel.

— Será que posso provar esse Mel? — Pediu se ajoelhando.

— À vontade. — Sorriu provocante.


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Notas finais do capítulo

Caso estejam se perguntando, o filme é Três Vezes Amor. Não existe um filme lésbico baseado nele, mas existe uma fic e ela é maravilhosa. Não é minha, então podem acreditar que eu to recomendando de coração: https://fanfiction.com.br/historia/374587/Amor_Ao_Cubo
No mais, o que acharam dessa montanha-russa emocional vulgo capítulo?
xoxo
Atenciosamente, Leonardo A. Guedes.



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