Season of the Witch escrita por Nightshade


Capítulo 15
Fogueira II


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoinhas!!

Aqui está mais um capítulo, continuação do anterior, com um pouco de drama e mistérios sobre o passado de Mina!

Peço de coração, por favor, não odeiem a Miranda, ela passou por muita coisa e tem seus motivos para agir assim!

Espero que gostem!!!



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Mina 

 

Minhas lágrimas já haviam parado de cair, mas o leve pânico ainda me fazia ficar com falta de ar. Era sempre assim, quando o assunto “morte” era envolvido eu tinha um leve ataque. As aulas de História, em todas as escolas que frequentei, eram piores; morte de um líder, morte de um soldado, um mártir... por que não deixavam essas mortes no passado?

Mas ainda assim, a história da Terceira Esposa me tocara de forma que apenas poucas outras já tinham tocado. Apesar da morte, isso tudo me fez pensar que... talvez, morrer por um bem maior, não fosse algo tão ruim.

Voltando a mim, notei que meus dedos estavam entrelaçados aos de Seth Clearwater e meu braço se arrepiava. Ele tinha me levado para longe da fogueira e para perto das árvores altas que haviam ali.

Paramos de andar e ele se virou para mim.

— Você está bem? – ele perguntou, segurando meus ombros – Quer ir para casa? Quer alguma coisa? Eu...

— Eu estou bem. – o cortei, esfregando o rosto para me livrar das marcas de lágrimas secas – Eu estou melhor agora. Não foi nada.

Ele ainda me observava com uma atenção constrangedora, mas tinha me soltado e colocado as mãos no bolso de um jeito quase tímido. Franzi o cenho, não estava gostando muito de como ele estava me fazendo sentir vulnerável; detestava corar e sentir a cabeça leve.

Ergui o rosto e o encarei diretamente. Seus olhos, amendoados e castanhos escuros, me encararam de volta com algo próximo a... adoração neles. Subitamente, precisei respirar fundo, porque algo não me permitia desviar o olhar do seu. Que espécie de feitiço era aquele? E os olhos dele... pela poderosa Morgana, eu já tinha visto aqueles olhos em algum lugar antes, mas onde? Isso era algo que eu queria muito saber.

E então, aconteceu novamente o que havia acontecido mais cedo enquanto eu conversava com Alice. Me veio uma visão.

Eu vi o próprio Seth Clearwater, porém ele parecia menor, mais baixo e até mesmo mas novo. Parecia nervoso e corria para a floresta. E então uma coisa surpreendente aconteceu: ele, do nada, se transformou em um lobo.

Mas não qualquer lobo.

O lobo que estava na floresta perto da minha casa.

O meu lobo.

A visão se desfez e eu ofeguei, me afastando alguns passos dele. Ele me acompanhou, preocupado, como se simplesmente não conseguisse se manter afastado de mim. Honestamente, não sabia como estava a expressão em meu rosto naquele momento, mas também não estava com presença de espírito para mantê-la neutra.

— Miranda, você... – ele começou.

— Eu já disse que estou bem! – meu tom saiu mais ríspido do que queria, e eu me arrependi assim que vi um ar magoado passar por seu rosto. Engasguei com a respiração – Olha, me desculpe mesmo, mas eu... Eu só quero voltar para a minha casa.

— Quer que eu te acompanhe...

— Não precisa! – tirei o celular do bolso e digitei uma mensagem para Cassandra – Minha tia vai estar aqui em apenas alguns minutos!

Minha voz estava ficando estranhamente esganiçada, e isso estava me irritando. Muito.

Ele me olhou com cuidado. Os olhares dele... Eu estava me sentindo sufocada com tanto... sentimento que estava ali.

— Eu quero esperar minha tia sozinha, por favor. – dei as costas para ele e mirei a estrada.

— Miranda, você quer que eu deixe você? – a voz dele estava triste e eu senti meu coração apertar. 

E então meu sangue ferveu.

Trinquei meus dentes e apertei as mãos em punho, sem mudar de posição. Que direito, que direito ele achava que tinha sobre mim? Eu era uma bruxa, feiticeira, como tal era senhora de mim mesma! Não respondia perante ninguém! Ninguém me controlava e meu espírito era livre!

Inspirei o ar e exalei audivelmente. 

— Eu preciso ficar sozinha por um momento. – falei, agora mais controlada – Por favor, diga a minha prima que eu fui embora mais cedo e diga a Bella Swan que gostei muito de conversar com ela hoje. Transmita minhas desculpas aos outros. – falei formalmente.

Por um momento, achei que ele não faria nada disso, mas ouvi um suspiro.

— Se é o que você quer... – a voz dele estava triste, mas não me deixei amolecer.

Quando me virei após um tempo, ele não estava mais ali, e eu senti novamente um aperto em meu peito. Balancei a cabeça, me concentrando no carro de tia Cassandra que se aproximava.

— Está tudo bem? – ela perguntou, quando entrei.

— Sim. – menti – Só quero ir para casa. Estou cansada.

Sempre irei agradecer por Cassandra não ser do tipo intrometida. Ela apenas me encarou preocupada, mas deve ter achado que eu contaria na hora certa.

Não fiz mais nada, a não ser me jogar na cama, quando cheguei em casa. Já era quase meia-noite e a lua estava alta no céu. Ouvi um uivo alto e triste, e meus olhos lacrimejaram ao lembrar da expressão no rosto de Seth.

Ele era o lobo que me consola-la naquele dia na floresta, e agora algo me dizia que ele sofria por minha causa. E eu não estava ali para consola-lo.

Duas lágrimas escaparam de meus olhos, e um soluço de meus lábios. Eu queria ser Anastácia pela primeira vez, e me envolver sem medo de nada.

Mas não podia, não era seguro. Eu não era segura. Eu não era boa.

Neste momento, eu estava culpando e amaldiçoando a magia em meu sangue.

Fechei os olhos com força. Gostaria de ter visões sobre o futuro, como Anastácia, assim saberia exatamente o que fazer.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez, não odeiem a Mina, ela tem seus motivos para agir assim, e eles serão revelados mais para frente!

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