Love Changes Everything escrita por Kriss Black


Capítulo 1
Uma chance para o destino


Notas iniciais do capítulo

Mais uma fic (one fic, na verdade.)... essa fic foi o meu primogênito!!! escrevi quando tinha 15 aninhos... Espero que gostem, sempre gostei de escrever sobre casais não convencionais... Severo e Mione (pura piração!!) deixem um reviews com sua opinião!!
bjs



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               Era uma noite típica de verão, céu azul pinhado de estrelas e um luar estonteante, que refletido naqueles olhos negros tornava-se uma paisagem opaca e sem vida. Severo fitava o céu e achava aquela noite sufocante por sua beleza que tanto o fazia lembrar sua menina. Assolado por seus pensamentos, resolveu sair de seus aposentos a fim de respirar um pouco de ar fresco e tentar esquecer tudo aquilo que estava lhe tirando o sono. Chegou à imensa porta de carvalho e fitou os jardins iluminados pelo luar, uma brisa fresca perpassou seu rosto e ele fechou os olhos ao sentir o leve toque do vento em sua pele. Desde criança Severo gostava de sair na madrugada para sentir a brisa limpa e pura que a noite trazia. Estava com seu cabelo preso num rabo de cavalo, com uma blusa fina e branca e uma calça simples de moletom, sabia que aquilo não era trajes pra andar pela escola, mas tarde da noite quem ele encontraria pelos corredores? Assim que se viu preso dentro de si mesmo, só passou a mão num casaco e saiu pra sentir a noite sobre sua pele alva. Sentou-se na grama em baixo do carvalho que ficava próximo ao lago e deixou-se levar pelo que tanto queria fugir.

 

                Já fazia algum tempo que algo repentino invadiu sua vida de solidão, não queria admitir, mas sabia que ela era a causa de seus temores, de noites mal dormidas, de toda dor que assolava sua alma. Logo ele, um bruxo, professor que com muito orgulho e longos anos de trabalho conseguiu ser temido por muitos, isso sim era sua maior dádiva, quando via o temor passar pelos olhos de seus alunos, colegas e adversários, sentia-se completo e realizado. Porém, todo esse esforço estava caindo por terra há alguns anos, ela não o temia, pelo contrario, o admirava. Isso sim era frustrante.

 

                  Fazia muito tempo que ele não se sentia assim, aliás, só se sentira assim uma vez antes. Ainda jovem se encantara por uma amiga. Às vezes, ao fechar os olhos, podia ver o rosto de Lilian, mas era só a lembrança de um sentimento frustrado, porém vivo por baixo de sua muralha. Lili foi a única pessoa em que ele realmente confiou, a única que despertou algum sentimento bom nele, mas assim como quase tudo na vida, Severo a perdeu. A culpa pela morte dela sempre foi sua companheira durante todos esses longos anos. Severo já era um ser amargo, rude, insensível, mas depois do fatídico dia 31 outubro, ele morreu por dentro e enterrou o que tinha de melhor ali, com Lili.

 

            Mas agora era diferente: Severo sabia das consequências daquele sentimento e talvez não suportasse mais uma perda. Tentou por diversas vezes arrancá-la de sua alma, por vezes a humilhou, a ignorou e a machucou, pra quem sabe assim esquece-la, mas parecia que cada vez que a repreendia, seu amor aumentava por ver a garra daquela frágil menina. Sabia que em sua frente ela era forte, mas sozinha ela precisava de proteção. Ele tentava se enganar ao intitulá-la de “menina”, mas fazia tempo que a menina se transformara em uma mulher de atitude e coragem, talvez as perdas que a guerra trouxe a fez crescer mais rápido, infelizmente ou felizmente, essa era mais uma das consequências dessa batalha terrível.

 

          Essa era sina de Severo Snape, amar incondicionalmente, mas não conseguir viver esse amor. Não conseguia mais suportar isso e naquela noite, ele precisava tomar uma decisão... Mas aquela lua, as estrelas no céu não estavam ajudando, tudo ao seu redor fazia lembrar sua doce amada.

Onde já se viu Severo Snape, um dos professores mais temidos de Hogwarts, apaixonado por uma aluna de 17 anos? Isso era inadmissível! O poder que aquele ser exercia sobre ele era surreal, ele sabia que precisava dela para continuar vivo, mas seu egoísmo e orgulho não deixavam que esse amor explodisse em seu peito. Ali perdido em seus devaneios, Severo tomou uma decisão. Seria difícil, mas ele conseguiria, afinal, ele era Severo Snape, agente duplo. Levantou-se e rumou de volta ao castelo.

 

          Hermione Granger estava a rolar na cama de um lado pra outro, não aguentava mais aquela angustia... Agora todas as noites eram assim, dormia sonhava com ele e depois não conseguia mais dormir, já estava cansada de se sentir tão ligada a alguém que a pisava todos os dias, cansada de se sentir fraca. Bufou e levantou-se da cama num átimo, já que não ia dormir mais, resolveu andar um pouco. Já eram quase três da manhã e ninguém estaria pela escola. Precisava com urgência tomar um ar fresco. Estancou em frente à porta de carvalho ao ver uma silhueta conhecida sentada próxima ao lago. Ele estava magnífico aquela noite, sem seu habitual traje, Hermione pode ver cada músculo que seus anos de agente duplo o proporcionaram, com os cabelos amarrados ela via sua nuca alva, segurou ao Máximo o impulso de ir até ele. Ficou ali, parada, observando cada movimento que seu odiado professor de porções fazia. A quem ela queria enganar? Jamais odiou ele, aquele sentimento de repulsão se transformou em amor, ela tentou se enganar fingindo que era um sentimento banal, “coisa de criança”, e sem que ela percebesse aquele sentimento invadiu e tomou conta de sua alma. O que mais queria e precisava era se perder na imensidão daqueles olhos negros, quando sentia seu perfume, escutava sua voz, seus temores se transformavam em esperança.

 

            Ela sabia que esse sentimento jamais poderia ser demonstrado, aquele amor platônico, como os trouxas intitulam, teria de ser esquecido com o tempo. Mas estava difícil suportar e não demonstrar toda dor que ela sentia quando ele a humilhava, parecia que seu mundo ia acabar cada vez que ele a chamava de sabe-tudo-insignificante, ela se segurava ao máximo pra não dar esse gostinho a ele. Lá no fundo, sua alma chorava e desejava que aquelas palavras duras fossem as mais belas frases de carinho, mas era sonho ou ilusão que Hermione alimentava todos os dias.

 

              Ela escondeu-se quando o viu voltando ao castelo, Severo parecia sereno e seu rosto demonstrava uma angustia, parecia que ele travava uma batalha interna. Esperou ele sumir pelo corredor e resolveu voltar à sala comunal, ele poderia voltar e com certeza uns pontos seriam descontados da Grifinória por ela estar fora da cama. Conforme ia caminhando, era inevitável remoer tudo que estava pesando em seu coração. Não conseguia evitar que pesadas lágrimas escorressem pelo seu rosto, deixou que seus pés abrissem o caminho, seu coração doía... Precisava tanto de um abraço, então sem que percebesse, as lágrimas eram tão intensas que não a deixavam ver quase nada. Ao dobrar num corredor, ela deu de contra com algo.

            Levantou a cabeça para ver o que era seu coração quase parou, ele estava parado na sua frente com uma expressão ilegível. Tentou limpar seu rosto e dar meia volta.

 

- Desculpa Professor! – disse levantando-se.

 

- O que faz fora da cama Granger? – perguntou com autoridade.

 

- Nada de mais, senhor! – Hermione tinha que sair dali, não iria aguentar por muito tempo. – Já estava voltando à sala comunal! – afirmou.

 

- Não sem antes me dizer o que fazia a essa hora fora da cama e com esses trajes! – Severo não se conteve. Só o que passava em sua cabeça era que ela poderia estar indo se encontrar com alguém.

 

           Hermione puxou o casaco que vestia por cima do pijama, tinha esquecido que estava apenas de calça corsário e uma blusa de alça fina ambos de algodão, apenas o casaco a aquecia. Queria entender o que ele realmente estava pensando, ficou rubra com o comentário e cruzou o braço em frente ao corpo.

 

- Desculpa Professor, estava sem sono e resolvi andar um pouco!

 

- Da próxima vez se vista adequadamente! Ou bata a cabeça na parede até desmaiar, pronto, problema resolvido! – disse com seu ar de presunção. – E menos cem pontos para a Grifinória!

 

- Não estou desobedecendo nenhuma regra!! – bradou Hermione não se aguentando.

 

- E ainda ousa me contrariar? Sua... – Severo parou de falar.

 

- Sua o que? – perguntou Hermione. – sangue-ruim? Era isso que o senhor ia me chamar? – tentava aguentar as lágrimas que dançavam em seus olhos. – Quem o senhor pensa que é? Me admiro que ainda tenha essa tipo de preconceito! – por que ele fazia aquilo? Droga Hermione, sai daí, pensou.

 

             Severo não ia dizer aquilo, como ele estava sendo burro! Naquela noite, ela estava ali na sua frente, prestes a chorar e o que ele mais queria não conseguia fazer. Ficou a encarando, até ela não aguentar e sair correndo de perto dele. Ainda ficou alguns segundos observando aqueles longos cabelos ondulados dançarem em sua frente. Sem saber o que ia fazer ou dizer, foi atrás dela.

 

              Hermione não ia ficar mais lá e ser mais humilhada, quando não conseguia mais suportar o turbilhão de lágrimas, saiu correndo de perto dele, não queria ser mais machucada, afinal, ela ainda tinha amor próprio. Saiu do castelo e rumou ao jardim, sentou onde Severo estava antes, tentava conter as lágrimas, mas essas há tanto tempo contidas caíam como cascatas por seu rosto. Abraçou seus joelhos e tentou respirar com mais calma. Sentiu alguém vir andando em sua direção. Nem se deu ao trabalho de olhar pra trás, reconheceria aqueles passos em meio a uma multidão. Fechou os olhos tentando acalmar-se e levantou fitando Severo Snape com uma expressão indecifrável.

 

-Já estou voltando à sala comunal. – sussurrou Hermione tentando controlar a voz.

 

               Nesse momento, foi surpreendida por algo inexplicável. Se não estivesse lá não acreditaria: Severo Snape a abraçou, envolveu-a com seus braços e apertou seu corpo contra o dela a fim de dar total proteção, deslizou a mão em sua costa e acariciou seu cabelo. Ela estava em êxtase e não sabia mais o que estava fazendo, e o abraçou em resposta. Deixou aquele cheiro agradável invadisse suas narinas e se deixou levar pelo momento. Eles ficaram assim por pouquíssimo tempo, mas pareceu uma eternidade.

 

               Severo a soltou e botou o rosto lindo daquela mulher em suas mãos e olhou bem nos olhos dela, se deixou perder naquela imensidão de doçura, nem sabia o que estava fazendo. Quando Hermione bateu nele, espantou-se e se deixou levar pelo impulso de esconder qualquer sentimento que nutria por ela, mas assim que a viu destruída com uma simples insinuação, não se conteve e deixaria por essa madrugada ser guiado pela emoção. Agora, vendo-a retribuir tudo àquilo que demonstrou com seu abraço, o coração dele se encheu de esperança e num gesto de carinho beijou-lhe a testa. Surpreendeu-se com a reação dela ao sentir seu beijo: fechou os olhos e duas grossas lágrimas escorreram pelo seu rosto; com um gesto involuntário capturou a lágrima e acariciou o rosto dela. Como Hermione era macia e ficava linda com aquela expressão confusa.

 

- Por que você fez isso? – ela disse sem querer ao sentir o toque dele em seu rosto.

 

                   Snape é puxado à realidade ao ouvir a voz dela e tinha duas alternativas: fingia que nada tinha acontecido ou dizia tudo aquilo que estava lhe consumindo há tempos, ao fitar aqueles olhos cor de mel brilhantes pelas lágrimas e pelo luar que os banhava, percebeu que não tinha mais nada a ser feito, tinha que explicar tudo, eles precisavam disso, ele merecia pelo menos uma vez deixar-se levar pelo coração. Respirou fundo ainda fitando aqueles olhos com de mel, tão doce e voraz. Já era hora dele quebrar aquela muralha ao seu redor, e se tinha uma pessoa que merecia conhecê-lo de verdade era ela.

 Então Severo respirou fundo e disse com uma voz que não era a sua e sim de um homem completamente entregue ao amor.

 

- Perdoe-me!- disse acariciando o rosto dela ainda preso em suas mãos. - Nunca saberia como te dizer isso. – abaixou a cabeça como se admitir isso o envergonhasse. - Estava indo agora mesmo, ter uma conversa com o Prof. Dumbledore.  Tinha decidido que me demitiria, pois não aguento mais isso.- levantou o rosto e fitou Hermione com desespero. - Você não imagina como tem sido difícil, como tem sido miserável minha vida desde a morte de Lily! – respirou pesadamente. - Mas há alguns anos uma pessoa invadiu minhas defesas e me deixou sem saber como agir! – ele a olhou de novo e continuou. - Então hoje, eu caí em mim e vi que não tinha como continuar me oprimindo, então resolvi conversar com Alvo, mas você apareceu e tudo aquilo que tinha decidido perdeu o sentido... - a sua voz quebrou e ele ficou em silêncio.

 

              Hermione estava sem reação, será que ele estava dizendo realmente aquilo? Severo ainda segurava seu rosto e a encara de um jeito diferente. Talvez fosse um sonho, uma ilusão, mas será que sua imaginação seria tão fértil assim? Será que ela seria capaz de fantasiar um dialogo desses? Severo Snape sem sua muralha? Completamente vulnerável? Hermione balançou a cabeça pra clarear as idéias libertando seu rosto das mãos dele. O contemplou por alguns segundos e disse:

 

- O que você realmente quer dizer com isso? Não consigo te entender! – Hermione não sabia como estava conseguindo falar com ele sem os termos de aluna/professor, essa situação estava tornando-se surreal. Severo continuou em silêncio por um tempo e então respondeu como se fosse a coisa mais obvia do mundo.

 

- Ora, a Senhorita Sabe-tudo ainda não conseguiu perceber? – Hermione quase caiu quando viu um meio sorriso desenhado no rosto dele. - Eu te amo, é simples! – agora sim um sorriso esplandeceu na pele alva de Severo. - Não sei desde quando, nem como, mas de um dia pro outro você passou de dona sabe-tudo, a mulher dos meus sonhos! – Severo deixava-se levar. - Já tentei te arrancar de mim, mas fracassei nessa missão fui derrotado por esse maldito sentimento! – perpassou uma sombra no olhar dele. - Sei que sou velho e rabugento, mas já que nos encontramos essa noite! Resolvi deixar a máscara cair e te contar tudo, talvez ainda me restasse alguma esperança desse sentimento ser recíproco! – o coração de Severo batia descontroladamente em seu peito, a cada palavra dita Hermione arregalava os olhos. - Sofri esses anos todos por uma mulher que nem sequer soube o quanto eu a amei, às vezes me pergunto se seria diferente se ela soubesse! Quis arriscar dessa vez, o que sinto por você me angustia e não me deixa viver em paz. – Severo nem se importava mais com a maldita lágrima que brincava em seus olhos, ele sustentou o olhar sugestivo dela a fim de lhe demonstrar que tudo o que disse era verdade.

 

                Hermione ainda tentava assimilar tudo o que tinha ouvido, Severo Snape estava se declarando? E o pior: isso não aconteceu agora, era um sentimento antigo! E ele ia fugir?! Anda Hermione faz alguma coisa! Ele te ama também! Pensou exasperada.

 

- Você tem certeza do que está me dizendo? – que pergunta mais idiota Granger. - Quero dizer isso não é um sonho?- ela dizia não coisa com coisa, abaixou a cabeça e tentou encontrar as palavras certas. – Se for um sonho, por favor, não me acorde nunca! –Hermione resolveu eliminar o pouco espaço que havia entre eles deixando somente espaço para que ele pudesse ver os lábios dela se mexendo quase num sussurro.

 

- Desejo esse momento há muito tempo! – sorriu docemente. -Você não imagina o quanto esperei e desejei ouvir isso de você!  – aproximou-se dele devagar, encostando seu nariz no dele, delicadamente roçando seus lábios nos dele e aproveitando ao máximo aquela sensação, sorriu e disse. – Amo você!

 

             Ao ouvir aquilo Severo segurou-a pela cintura encaixando seus corpos, tomando-lhe os lábios com firmeza e carinho. Hermione arfou com o toque repentino dele e entregou-se àquele primeiro beijo de amor. Seus lábios dançavam com ardor e desejo, as mãos ágeis de Severo percorriam as costas dela, enquanto Hermione o segurava pela nuca tentando aproximar ainda mais seus corpos, o beijo foi perdendo o ritmo tornando-se uma dança lenta de lábios, onde eles apenas gravavam o gosto um do outro, tentando transmitir todo amor que emanava pelos seus poros. Quando o ar ficou extremamente necessário eles se separaram e encostaram as testas, ambos de olhos fechados.

 

- Obrigado!- disse Snape.

 

- Shiii. - Hermione fez ele se calar com um beijo. – Não agradeça! – sorriu. -Nossas vidas já estavam entrelaçadas há tempos, já está na hora de você ser feliz! – ela o fitou com intensidade. - Depois de tudo que você passou merece ser amado! E eu é que agradeço por você me amar também! E por nunca ter dito nada a Lili, se tivesse dito ela não deixaria você escapar e esse momento nunca aconteceria! – finalizou beijando o queixo dele.

 

Snape sorriu com o argumento dela, mas não disse nada, apenas a beijou mais uma vez e outra... Aquela noite ele seria apenas um homem apaixonado, o professor Snape ficara nas masmorras, só o que importava agora era o sabor daquela mulher e o amor que ele dedicava a ela.

 

           Depois daquela noite eles não foram mais os mesmos. Claro que em sala de aula Severo não mudara em nada, apenas diminuiu o número de vezes que falava mal de Hermione. Era difícil esconder de todos aquele amor, principalmente quando Severo via Rony babando em cima dela. Hermione se divertia com as caras que Severo fazia toda vez que olhava pra eles, mas também temia pela segurança do amigo. Certa noite ela argumentou com Severo dizendo que ele era um bobo por ter ciúmes do Ron, eles eram quase irmãos assim como ela e Harry. Por hora pareceu que ele se convencera e nessa mesma noite, Severo disse a ela que havia contado sobre eles a Alvo, mas como sempre ele já sabia. Por enquanto teriam que esconder o amor deles, já que Severo era professor de Hermione e a comunidade bruxa não veria essa relação com bons olhos. Isso não importava muito pra eles, já que essa situação não seria por muito tempo; Hermione se formaria em dois meses. O que seriam dois meses de espera se eles teriam a vida toda.

 

          Numa noite em que os dois conversavam distraidamente nos aposentos de Snape, Hermione perguntou uma coisa que estava lhe incomodando desde a noite que tudo se esclareceu entre eles:

 

- Severo você ia embora sem me dizer nada? – Ele adorava quando Hermione pronunciava seu nome. -Ia fugir de mim?

 

Snape respirou fundo e disse, com um pouco de vergonha, mas sem perder o velho hábito de ser superior a todos.

 

- Mas que presunçosa a senhorita é! – disse cutucando o nariz dela. -Não ia fugir de você e sim de mim!

Hermione riu e disse:

 

- E se eu não estivesse aparecido, você teria partido sem me dizer nada? – um nó subiu a sua garganta só de imaginar aquela possibilidade.

Snape ficou um pouco em silêncio vendo as reações dela, às vezes Hermione era muito transparente, sabia que aquelas perguntas estavam a incomodando há algum tempo. Respirou fundo e disse num tom de voz que só Hermione conhecia.

 

- Você foi o anjo que me resgatou do poço que eu mesmo me joguei anos atrás!

- Severo segurou as mãos dela. - Você me fez ver o quanto estava sendo covarde e egoísta, como todo bom sonserino! – sorriu. - Talvez se estivesse chegado à sala de Dumbledore jamais teríamos conversado, e essa noite só habitaria nos nossos sonhos.

 

               Hermione estava sentada em frente à lareira, aconchegada nos braços de Severo, este estava completamente mudado; era incrível como ele mudava quando eles estavam assim, a sombra daquele professor autoritário ficava escondida e só restava um homem feliz. Era Severo Snape agora era um homem feliz. Hermione acomodou-se mais perto dele como se estivesse com medo que aquilo não fosse real e disse:

 

- Foi Merlim que me fez sair do meu quarto! – ele estreitou seus braços ao redor dela. - Não sei se ia conseguir viver sem você, estava definhando aos poucos sem você!

 

                Hermione enfim conseguiu desabafar, não conseguiu conter umas lágrimas teimosas. Snape a abraçou; de imediato ela foi tomado pelo perfume inebriante dele, não pode conter o arrepio que perpassou seu corpo ao senti-lo tão próximo.

 

- Eu amo você, Sua boba! – sussurrou próximo ao ouvido dela. - O que importa é que estamos aqui, juntos! – a segurou mais forte. Hermione sentiu cada músculo dele encostar em seu corpo. - E se depender de mim, ficaremos pra sempre! – esclareceu Severo – Demorei tempo demais pra te encontrar e você não se livrará de mim tão fácilmente! – Severo ria, mas parou abruptamente ao ver a expressão no rosto dela. – O que foi Hermione?

 

              Ela estremeceu ao ouvir ele a chamar pelo primeiro nome, ainda não tinha se acostumado. – Sabe, você está muito bonito hoje! – Snape ergueu uma sombrancelha. – E acho bom você não andar assim pelo castelo! – ela esparramou suas mãos no peito dele, sobre a camisa azul clarinha que ele usava. – Quem diria, Prof. Snape sem suas asas de morcego!? – ela riu gostosamente da cara que ele fez.

 

- Você ouviu algo do que disse antes Granger? – perguntou cruzando os braços.

Se ele queria intimidá-la, mas não deu muito certo porque ela só pode ver como os anos de agente duplo haviam favorecido o corpo do seu amado professor.

 

- É verdade estamos juntos agora. – disse Hermione sorrindo, saindo de seus devaneios carnais. – Desculpa por ser assim, mas quando vejo você assim! – ela apontou pra ele. – Sem seus trajes normais perco o foco! – ela sorriu ainda mais ao vê-lo bufar. – E sinto lhe informar que por mim, Prof. Snape, também ficaremos juntos pra sempre! – aproximou-se mais dele pra beijar-lhe o queixo e seus lábios. - Amo você, Severo Snape!

 

- Sei que sim! – disse ele voltando a abraçá-la. – Também amo você, Hermione Granger! – Severo beijou-a docemente, e continuaram a noite conversando e se curtindo.

 

             Agora Severo sabia e sentia tudo aquilo que Alvo sempre defendeu, o amor sempre merecia uma chance, se ele podia amar e ser amado qualquer outra pessoa no mundo poderia desfrutar desse prazer. Pois eles se encontraram por acaso ou pela força do destino, agora não importava o que passou e sim o que virá pela frente. Hermione se sentia segura nos braços dele e sabia que tudo agora correria bem, eles se amavam e seriam felizes.

 

 

                                                            FIM

 

 

 


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Notas finais do capítulo

E ai, mereço um reviews???
Sinceramente o Snape merecia uma chance... quem melhor que a Mione pra proporcionar isso a ele??
Bom espero que tenham gostado... pois eu amei escrever essa one!!!
opiniões, sugestões, criticas?? deixem um reviews!!
bjinhos