He Is My Captain escrita por Airi


Capítulo 3
Um dia de cão


Notas iniciais do capítulo

AEEE o segundo capitulo aqui On ; Então, é o mesmo de sempre, leee aiii e me fala o que achou sim? Dessa vez vou mostrar um ladinho de Henry que ninguem ainda conhece! huhuhu, ;suspense; Espero que gostem
Beeijos e boa leituuura!



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Bom, voltando aqui ao presente, estou neste exato momento lavando o chão do barco, ou seria o casco? É, como deu pra perceber ainda não peguei o jeito das coisas e nem decorei o nome delas. Isso porque estou acostumada com coisas simples mais bem arrumadinhas, não um ambiente cheio de homens beberrões e desajeitados. Mas nesse meio tempo pude descobrir mais coisas sobre a rotina da tripulação, eles não se metem em brigas o tempo todo ou param em vários portos como eu pensei, pelo menos não a tripulação de Henry. Eu já estou começando a achar que ele foge das brigas, porque já escutei ele e Mercedes discutindo sobre isso varias vezes e até já escutei o nome de Black Bart no meio. Ah! Pra vocês que não sabem, Black Bart é o outro capitão pirata mais temido por aqui... espero mesmo que ele não seja como Henry. Um nome tão bonito, um cara tão bonito, com uma personalidade horrenda. É... não é nada justo.

Acabei fazendo amizade com alguns homens aqui e descobri que a maior parte deles é mais culto de Henry. Olhando por este ponto até uma galinha era mais inteligente que ele. Mas descobri que Henry também tem um lado bom e amável... todos os homens estão lá com ele, pois ele os tirou de grandes problemas no passado e devem suas vidas a ele como gratidão eterna. Exagerado não? Mas é o código dos piratas e eles não podem quebrar, é a honra deles que está em jogo.

Mas o que mais me chocou e que finalmente estou conseguindo mudar são os hábitos alimentares e de higiene desses homens, ainda estou vendo o dia em que o acabarei com o maldito Rum, por enquanto é a bebido oficial deles. Para o capitão, lavar o chão apenas duas vezes está bom, mas se não for lavado cinco vezes por dia começam a aparecer alguns bichinhos nojentos que fazem barulho quando pisamos neles, então lavo as cinco vezes... coloco sempre os cobertores deles para tomar o sol da manhã, que diga-se de passagem é o melhor para tirar o mofo, ajudo Mercedes a preparar a comida, saiu a tarde andando pelo barco distribuindo frutas, arrumo o quarto de Henry... uffa... será que já disse tudo?

Fico me perguntando como Mercedes agüentou tudo isso por tanto tempo, como ela mesma me disse, está com eles a 5 anos e conhece Henry desde bebê, era amiga da mãe dele. Resolvi nem perguntar muito a respeito já que não pretendo ficar por muito tempo, no próximo porto eu vou descer se lembram? E ai a minha aventura como pirata vai acabar. Ela é uma mulher bem dedicada a todos eles, como uma mãe mesmo... todos aqui a respeitam muito. Por incrível que pareça até Henry abaixa a cabeça para ela. É, pensei que nunca viveria tanto para ver ele abaixar a cabeça para alguém. Se eu fosse a Mercedes teria me suicidado... serio... ela deve amar Henry tanto quanto uma mãe ama seu filho, pois eu mal o agüento algumas semanas, imagine 5 anos? Eu me venderia para o primeiro mercardor que aparecesse. Isso é para vocês verem o quanto ele é... insuportável.

Mercedes vive me falando que um dia eu vou achar alguma das qualidades dele e que nós somos muito parecidos em alguns sentidos e é por isso que não nos damos bem... para ela e os outros tripulantes eu nunca mais vou sair daqui, me deram até um presente.

É sim, um presente! Uma legitima roupa feminina de pirata que Mercedes tinha guardado. Uma calça comprida, com uma blusa curtinha que infelizmente aparece a minha barriga e sapatos prontos para o meu serviço, ah! Sem esquecer a bandana na cabeça para me proteger do sol. Como meu cabelo é muito comprido, ela fez questão de rasgar algumas roupas velhas e prender para mim em um enorme rabo de cavalo, bem alto... para terem uma idéia, meu cabelo vai até metade das pernas, já imaginou alguém trabalhando com isso solto em pleno sol? Nos primeiros dias eu trabalhava assim. E devo admitir, gostei muito da minha roupa nova.

- Mary! Bom dia menina! Já acordada trabalhando? – Falou o velho Bill.

- E você bebendo logo de manhã? – Falei pegando a garrafa de Rum da mão dele – Vá fazer algo útil...

- Mal chegou e já manda em todo mundo né... – ele falou meio triste não querendo soltar a garrafa de Rum.

- Mary tem razão – Mercedes apareceu pegando a garrafa – Rum antes do almoço está proibido para vocês ou então a Mary ficará o dia todo trabalhando no chão e não poderá ajudar com as outras coisas...

Eca! Já era ruim demais limpar aqueles bichinhos do chão, imaginem... é, deixa pra lá.

- Ou por acaso se esqueceu que sou eu que deixo os cobertores de vocês daquele jeitinho? – Arrisquei a pergunta.

- Está bem! Já entendi... nada de Rum pela manhã...

- Como?

Henry veio andando com outra garrafa de Rum parecendo decepcionado enquanto olhava para nós.

- Essa não, vai começar tudo de novo Mercedes... – Bill falou já puxando Mercedes pelo braço.

- Não... vamos ficar e ver isso...

Escutei ela murmurando para ele, enquanto Henry vinha vindo, fazendo seu drama habitual.

- Foi o que a Mercedes disse He... é, Capitão... nada de Rum antes do almoço então me de essa garrafinha aqui, sim?

Andei os passos que faltavam para ele chegar perto de mim e quando fui pegar a garrafa ele simplesmente a puxou para cima, o que é golpe baixo já que sou baixinha. Nem preciso dizer o quanto fiquei irritada com a atitude dele. O sorriso vitorioso voltou a ser formar nos lábios dele, enquanto seus olhos brilhavam. E eles brilhavam por apenas uma coisa... a doce vingança.

- Não pode proibir ninguém aqui... não tem autoridade para isso e... – ele fez sua pausa dramática - ... nem tamanha beleza...

- Ou burrice... – falei emburrada cruzando os braços.

- Bill... – Henry falou contente - ... beba o quanto quiser! Eu sou o capitão, eu mando...

- ESCUTA AQUI SEU IDIOTINHA APARECIDO, se pensa que vai falar assim de mim e vou deixar barato está muito enganado! Me de essa garrafa ou eu juro que todas as suas preciosas garrafas de Rum vão parar no mar! E do jeito que você é uma topeira vai nadar atrás delas!

- Mas porque acabar com o Rum?

Henry parecia aborrecido enquanto balançava a garrafa de vidro de um lado para o outro.

- Não Capitão... elas tem razão, pobre Mary, já trabalha que nem uma condenada... não quero dar trabalho a ela...

- Obrigada Biil... – disse gentilmente me virando para ele -... você sim é uma boa pessoa..

- Grandes piratas não são bons! – Ele começou novamente - ... eles são cruéis, maquiavélicos, bonitos, misteriosos, calados, espertos, gentis e sabem como ter todas as mulheres...

- Ahh... jura Capitão... então porque será que você não se encaixa nessa descrição? AH! Já sei... isso porque você NÃO é um grande pirata... você nem pensa antes de falar né? – Falei perplexa – Agora me de essa porcaria de garrafa antes que as coisas fiquem feias por aqui...

Por mais autoritária que eu fosse Henry não iria ceder, então... vamos passar para o plano B! Aquele que eu chamo de “PCIIQO” (plano contra idiotas imbecis que eu odeio). Mudei totalmente minha expressão, me preparando para o bote. Assumi uma postura sedutora, com passos pequenos e delicados fui me aproximando dele. Perfeito! Eu já tinha a atenção dele e ele foi lentamente abaixando a mão com a garrafa.

- Está entendendo o que eu disse Mary? Agora sim é uma boa menina... não vai passar dos limites, satisfazer o capitão não é tão ruim assim, é? – Henry disse crente que tinha ganhado, passando as mãos pelas minhas costas.

- É... tem razão... – Falei mansinha colocando minhas mãos na garrafa.

- Só uma coisa está faltando...

Na mesma hora ele colocou as mãos em lugares inadequados... é, nos meus peitos.

- ..agora sim, melhorou muito...

- ... capitão seu...

Foi ai que voltei ao normal.

- TARADO PERVERTIDO! TIRA AS MÃOS DE MIM!

Falei lhe dando um tapa na cara bem dado. Já tinha pegado a garrafa, o que mais precisava? É... nada...

- O que? – Henry caiu no chão meio desorientado.

- Toma Mercedes... – sai de perto dele e entreguei a garrafa para ela - ... tranque o deposito até amanhã, nada de Rum para a tripulação e é culpa do Capitão...

- Não pode me desautorizar! – Ele se levantou e se aproximou de mim em fúria.

- Não chegue perto... – avisei sorrindo calma e mortalmente para ele - ... tem razão, eu não posso... mas Mercedes pode... certo?

Henry ficou quieto, o que significa... ganhei a rodada. Ele deu uma ultima olhada e se virou indo até o quarto dos tripulantes.

- O que ele vai fazer?

Sim, estou curiosa.

- Vai descontar sua raiva...

- Mercedes! Deveria ter me avisado que ele desconta a raiva neles! Jamais faria isso se soubesse que ele ia... é... o que ele faz para descontar a raiva?

- Só não contei até agora porque sabia que você iria começar a rir... se está tão curiosa assim... vá até lá e dê uma olhadinha... mas... – ela disse me alertando - ... não ria muito alto e venha me ajudar com a comida logo depois...

- Sim senhora! – Falei animada indo atrás de Henry.

Abri com cuidado a porta do quarto dos tripulantes, pois alguns ainda estavam dormindo, mas ele não estava lá... estranho...

Foi então que escutei passos mais a diante e segui o barulho, que deu em uma pequena porta de madeira semi-aberta. Entrei devagar apenas colocando a cabeça dentro só para ver o que tinha lá. Estava escuro com uma pequena velinha acesa e uma foto de uma mulher muito bonita. Cabelos logos e loiros com os mesmo olhos de Henry.

Esperai... é a mãe dele?

- Oi... como está mãe? Desculpa ter te deixado aqui sozinha por duas semanas... é que.. tive muitas coisas para fazer sabe... não se sentiu sozinha não é?

Entendi porque Mercedes disse que eu iria rir. Ele estava falando com uma foto, como se a pessoa estivesse viva, mas neste momento não sinto vontade de rir e sim de ir até ele e perguntar o que acontece e se ele está bem. O rosto marcado pela expressão de dor e angustia esta me matando, Henry não é assim! Ele sempre é chato, convencido, feliz... esse sorriso triste e olhos semi cerrados como de alguém que está com muita dor está deixando louca! Ele se sentou ao lado da cômoda, pegando a foto e dando um leve beijo nela.

- Temos uma nova tripulante...o nome dela é Mary... – ele disse sorrindo sinicamente - ... bonita... inteligente... mas chata e arrogante... você teria gostado de conhecer ela, afinal, era você que vivia dizendo que um dia apareceria alguém bom o bastante para me contrariar... e ai está ela...

Certo... eu ouvi direito? Ele está falando mesmo de mim? Tá, não gostei do chata e arrogante, mas jamais pensei que ele fosse capaz de querer tirar conclusões sobre o que eu sou...

A medida que ele foi falando com a foto me impressionei mais ainda. Henry estava tão doce, amigo e admito que ficou charmoso com aquele sorriso sincero no rosto. Mas eu tinha que ir, antes que ele percebesse que eu estava ali ou Mercedes me matasse por não voltar e ajuda-la com a comida. Mas quando me virei para ir...

- Não quero que ela vá embora... digo... a Mary, sabe mãe...

... ele disse o que mais me pegou de jeito.

-... posso não suportar ela e a insolência dela comigo... – ele disse meio arrogante - ... mas ela me lembra você... mandona e sempre preocupada com os maus hábitos do papai... lembra? Eu realmente senti falta disso... de alguém puxando o meu pé... mas depois de amanhã chegaremos ao porto mãe, e ela vai embora... acha que eu devo pedir para ela ficar? Ela faz bem a tripulação e Mercedes também gosta dela...

Ele me queria ali, queria que eu ficasse... foi ai que comecei a pensar seriamente em fazer parte da tripulação.

- Não... não vou fazer isso! – Ele gritou colocando a foto dela de volta na cômoda - ... não trairei meu orgulho perguntando tal coisa a uma mulher e muito menos alguém como ela... esqueça o que eu disse mãe, ela é apenas uma garota insolente!

É... digamos que como ele estava muito emocionado por falar com a mãe dele, em foto, deve ter ficado meio fora dos limites de seus sentimentos...ele não estava mais parecendo aquele homem que briguei a alguns minutos atrás... ou seriam horas? Comecei a dar pequenos passos para cair fora dali o mais rápido possível, mas ao passar a cabeça pela porta para sair, ela se abriu e Henry apareceu na minha frente, surpreso em me ver.

- Mary... o que está fazendo aqui? – ele perguntou serio.

- É... bom...Como assim o que estou fazendo aqui? O que você está fazendo ai sozinho no escuro?

- Você está aqui a muito tempo?

Henry tentou esconder sua curiosidade na voz enquanto passava as mãos pelos cabelos loiros, puxando algumas mexas.

- A tempo suficiente para...

- Capitão! – escutei um dos homens me interrompendo - ... temos problemas...

- O que aconteceu Matt?

- É Black Bart... ele está no porto onde vamos parar... alias... estamos parando...

- Mas...

Henry fez uma expressão inocente enquanto olhava para suas mãos contando os dedos.

-... não íamos chegar só amanhã? - ele falou com a voz fininha de tanto medo.

- Contou errado, capitão... – falei dobrando mais alguns dedos dele - E porque ele está com tanto medo do Black Bart?

- Bom... – ele se aproximou do meu ouvido e falou baixo - ...ele é o pirata que deveria ser o mais temido Mary... ele está caçando Henry por.... roubar seu titulo.

É... estamos em grandes problemas agora, o que dificulta ainda mais a minha volta a vida normal,em terra.

 


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Notas finais do capítulo

E é isso! *--* ; Será que eles vão se safar dessa? ; Não sei! ainda to pensando! XD ; UAHSUASHAUS, obrigada por ler! Beijos :*