Fuga em nome do amor escrita por Denise Reis


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal.
Estou de volta com uma nova fic. E, mais uma vez, será completamente diferente das outras. Espero que vocês leiam com bastante atenção, gostem e ao final de cada capítulo, comentem, pois somente assim saberei qual a opinião de vocês, além do que, é uma ótima oportunidade de ficarmos mais próximos.
Um grande beijo no coração, OK?
Denise.



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Março de 2019 -

Era um espaço sinistro com paredes sem vida, tintura velha, desbotada, descascada e em alguns pontos até dava para ver parte do reboco áspero. Não havia janela nem basculante ou qualquer tipo de acesso visual ao mundo exterior e a única porta existente estava fechada. Do teto pendia uma lâmpada enroscada em um bocal enferrujado, onde se formavam teias de aranha. O ambiente tinha baixa luminosidade, ou seja, a luminária não tinha muita serventia, pois apenas quebrava parcialmente a escuridão, o que impedia de ver a falta de limpeza.

Bem ao centro, exatamente sob a gambiarra, jazia uma enorme caixa de vidro transparente cuja estrutura era feita de aço reforçado. Media, aproximadamente, três metros de cumprimento, por um metro e meio de largura e um metro e meio de altura. Sua tampa, também de vidro, era fortemente travada com ferrolhos e cadeados de aço.

A caixa de vidro desempenhava o papel de tanque e suas paredes de vidro eram grossas e resistentes o bastante para suportar murros, chutes e a forte pressão da água.

Naquele exato momento o aquário estava quase seco, haja vista que a água antes contida nele tinha acabado de escoar pelo ralo instalado no solo. Das paredes de vidro do imenso reservatório, desprendiam-se gotas que se dividiam e escorriam livremente até o solo aquoso onde se encontrava uma mulher de cútis alva e cabelos castanhos de corte reto abaixo do ombro. Seminua, aparentemente desfalecida e quase à beira da morte, ela estava abatida e cheia de cicatrizes físicas e emocionais. As únicas peças de vestuário que usava era uma larga camiseta bege, longa o suficiente para encobrir a calcinha de algodão. Seu nome era Emily Byrne, uma Agente Especial do FBI.

Emily Byrne possuía belos traços e, apesar do estado lastimável que aquele ser se encontrava, ainda era possível vislumbrar que, outrora, fora uma belíssima mulher. Suas características marcantes diziam isso. Contudo, o que o cenário não deixava ver é que ela fora a mulher mais amada e a mais feliz, se não do mundo, pelo menos de Nova York. Agora, ela era apenas uma sobrevivente. Sim ela era uma sobrevivente de torturas físicas e psicológicas e na sua pele não havia simples escoriações.... Eram cicatrizes profundas que sangravam seu corpo e marcavam sua mente. Pela pele estavam espalhados vestígios de cortes, chicotadas e pancadas.

Seu corpo magro estava encharcado, as extremidades estavam enrugadas devido a longa exposição à água e sua respiração ainda era difícil e fraca devido ao grande esforço que fizera para sobreviver à imersão, quando, por infelicidade, um forte e ininterrupto jato de água fria a atingiu no peito novamente, arrastando-a para longe, fazendo-a despertar de forma pavorosa. A fúria da água era assustadora e, com certeza, era reflexo da fúria do seu desconhecido malfeitor.

Aquele era o segundo dia seguido em que Emily passava por isso. Isso acontecia de forma sistemática, pois eram torturas de várias formas e por dias consecutivos. Para cada tipo de tortura, havia um local específico. Surras, socos, tapas, cinturadas, amarrações, afogamento e ainda as torturas psicológicas e morais.

Aquele tanque enchia e esvaziava seguidamente e ela não era retirada dali, nem mesmo para se alimentar, muito menos para fazer suas necessidades fisiológicas. O jeito era sorver um pouco daquela água que não tinha noção de onde vinha. Sabia somente que não tinha sabor nem cheiro agradável, porém, tinha consciência que precisava beber, pois já que não lhe davam refeição, precisava, pelo menos, ingerir líquido para não morrer.

O jato de água saia de um grosso tubo preso em uma das laterais do aquário. Como nas dezenas de outras vezes, por mais que se debatesse e tentasse se livrar daquela caixa, ela não conseguia sair, pois a mesma estava muito bem lacrada e as travas e os cadeados ficavam na parte de fora.

Era uma luta árdua e Emily já não tinha mais forças, contudo, por mais trágica que a situação se apresentava, ela não esmoreceria. Ela faria o possível e o impossível para continuar a lutar pela sobrevivência. Sua mente não poderia fraquejar. Teria que suportar a dor, suportar a fome e tudo de ruim que lhe estava acontecendo, inclusive as torturas físicas, morais e psicológicas, pois não aceitava o fato de nunca mais ver, tocar, abraçar, acariciar e beijar seu lindo bebê, Flynn, seu garotinho, fruto de um lindo amor. Um amor genuíno e verdadeiro. Por mais que sentisse dor física, ela se esforçava para direcionar seus pensamentos para sua tão sonhada liberdade. Tinha que acreditar nisso. Tinha que acreditar na possibilidade de se salvar e de reencontrar seu filhinho. Ela fora sequestrada alguns dias após a festa de aniversário de um aninho dele e isso já fazia um ano.

Sua situação era cruel. Estava fraca e não conseguia dormir direito, pois, todas as vezes que isso acontecia a água ocupava todo o tanque e ela ficava submersa por cerca de um a dois minutos, tempo suficiente para deixa-la desesperada.

No dia anterior, em um raro momento de lucidez, Emily se recordara de uma antiga reportagem interessante que assistira na TV sobre recordes consignados no Guinness Book. Lembrou-se de um registro de uma nadadora com o maior tempo de apneia do mundo. Na época, dezoito minutos e trinta e dois segundos sem respirar. Só que isso não era paradigma para Emily, visto que não tinha nenhuma experiência de mergulho, portanto, era tentar se salvar e esperar para ver o que iria acontecer. Tinha que contar com a sorte e esperar para saber qual o próximo passo do seu algoz. Na verdade, ela não sabia se haveria um amanhã.

Sem obter êxito, ela tentava tapar com as mãos a entrada da água e se debatia para fugir do forte jato. Apesar do desespero, ela teria que manter sua cabeça fora d’água na tentativa de respirar o pouco ar que ainda remanescia ali dentro, até ficar totalmente submersa.

Faltava ainda quase um metro para a capacidade máxima de água, quando Emily viu uma pessoa entrar na sala, envolta em um grosso agasalho escuro preso a um capuz sobre a cabeça.

Mesmo estando em uma situação de risco e de muitas dores, Emily não tinha como negar sua vivência em investigação. Ela fora treinada para identificar pessoas e viveu grande parte de sua vida fazendo isso. Mesmo sem ver rostos de pessoas, ela sempre conseguira identificar formas, vozes e gestos. Ela percebeu fácil que a altura e o jeito de caminhar daquela pessoa, em especial, não era a mesma do seu carrasco. Ao constatar isso, sentiu seu peito e seu pescoço esquentarem e seu coração ameaçou parar. Tais sintomas, não eram resultado de fome ou mesmo da água que entrava no tanque e sim porque tinha certeza que sabia quem era a pessoa que adentrara no recinto e essa pessoa estava longe de ser má.

Mesmo distante e com a baixa luminosidade, seria capaz de apostar que aquele era o amor da sua vida... O homem que a amou incondicionalmente. O homem que ela jurou para si mesma que faria o possível e o impossível para proteger.

Com passos rápidos o visitante se aproximou e ao fixar os olhos nela, tirou o capuz sobre a cabeça.

Com o coração aos pulos ela pode confirmar que sua suposição estava certa. Aqueles eram os olhos azuis mais lindos e expressivos que conhecera, no entanto, naquele momento estavam sérios e preocupados, mas ela guardava a imagem deles brilhando e sorrindo por vários motivos, dentre eles traquinagem, diversão, amor e paixão.

Estava frente a frente com Richard Castle... Seu escritor favorito, o amor da sua vida e o único homem que conseguiu alcançar, penetrar e possuir seu coração e sua alma.


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Notas finais do capítulo

A opinião de vocês será de grande importância para mim, então, que tal nos encontrarmos nos comentários?
Obrigada!
Bjsss



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