O vento frio juntamente as fortes gotas de chuva batiam contra o rosto do moreno naquele fim de tarde onde nenhum outro jovem normal ousaria colocar os pés para fora de casa. Aquele dia que costumava ser o seu favorito, mas agora servia como um lembrete doloroso que o atormentava durante os últimos cinco anos em que ele e a garota da sua vida estiveram separados.

Desde que o seu mais profundo e único relacionamento que de fato existiu uma intensidade foi por água a baixo, Perseu Jackson tentou ao máximo procurar o mesmo sentimento em outras relações. Nunca deu certo. Depois de Annabeth, o rapaz teve aproximadamente umas oito namoradas. Cinco anos procurando e nada. O maior deles deve ter durado quatro meses.

Não que o mesmo tivesse problemas com compromissos. Não, definitivamente não era isso. Era bem mais complexo do que um medo ou um trauma, é só que quando você se permite a conhecer o amor de verdade, você simplesmente não pode mais aceitar um relacionamento raso e vazio. E felizmente – ou infelizmente – ele conheceu. O amor tinha olhos cinza, cabelos loiros e o deixou arrasado pondo fim a um namoro de quatro anos.

Annabeth Chase foi a grande amor da sua vida, ele dizia. Quando começaram o namoro aos quatorzes anos — precoce, eu sei. – ele já tinha plena consciência disso, e todos diziam que era besteira. Quando terminaram aos dezoito, Percy continuava a insistir dizendo isso, todos insistiam que era besteira também. Agora aos vinte e três tornava a falar a mesma coisa, e todos os seus amigos o olhavam com pena, como se continuassem achando uma besteira, mas agora fosse doloroso demais para que o jovem ouvisse isso.

Umas ruas mais atrás, Annabeth terminava de ajeitar as malas no seu antigo quarto que em nada havia mudado desde que ela fora embora. A sensação se nostalgia se instalou nela, assim como em todas as outras vezes em que ela voltava ali, depois de tempos sem visitar sua antiga casa. Tantas memórias naquele lugar. Tantas coisas que jamais voltariam.

Ela se assustou quando o barulho de um SMS preencheu o silêncio.

[17:39, 17/2/2018] Sally Jackson: Annabeth, querida! Encontrei Atena na padaria agora a pouco e ela me disse que você estava na cidade. Finalmente, hein, passou um ano sem voltar a San Francisco.

Sally Jackson. Há muito tempo ela não ouvia esse nome, mesmo que o sobrenome a atormentasse por diversas madrugadas de insônia.

[17:41, 17/2/2018] Annabeth Chase: Sally! Perdão pelo sumiço, tia. Acabei de chegar do Reino Unido, finalmente formada. Era complicado voar de um continente para outro com tantos afazeres, mas dessa vez estou pensando em ficar e trabalhar com minha mãe.

[17:43, 17/2/2018] Sally Jackson: Estou morrendo de saudades! Por que não vem aqui agora comer uns cookies? Lembro-me que você costumava adorar...

Annabeth sentiu seu estômago dar voltas. Não sabia se era pela ideia de comer os deliciosos cookies de Sally ou por lembrar-se da última vez que pôs os pés naquela casa.

[17:44, 17/2/2018] Annabeth Chase: Aaaaah, você sabe que falar dos cookies é golpe baixo! Hahaha.

[17:44, 17/2/2018] Annabeth Chase: Também estou com muuuuitas saudades, mas da última vez que fui aí as coisas terminaram mal. Acho melhor evitar, sabe?

[17:46, 17/2/2018] Sally Jackson: Ihh, não se prenda a isso, Anna. Venha sim! O idiota do meu filho disse que iria sair e de lá iria para faculdade, não vai dar outro vexame dessa vez hahaha

[17:47, 17/2/2018] Annabeth Chase: Bom, sendo assim acho que não tem mal kkkk Tomarei um banho e irei passar aí. Beijoss!

[17:48, 17/2/2018] Sally Jackson: Estarei esperando, beijoss!

A loira respirou fundo enquanto separava uma roupa e seguia em direção ao banheiro. Ela queria ver Sally, mas ir naquela casa, justamente naquele dia era algo que a assustava – Se ainda estivessem namorando comemorariam hoje 9 anos juntos, como um casal.

Mesmo tendo sido ela que pôs fim no namoro deles quando disse que não acreditava num relacionamento a distância, já que estariam em continentes diferentes, ela nunca de fato esqueceu ou deixou de amar o moreno. Partia seu coração toda vez que via nas redes sociais um novo relacionamento de Perseu.

Quando saiu do chuveiro, pegou um moletom antigo que estava no seu guarda-roupa e um guarda chuva e seguiu para casa da sua ex-sogra.

— Onde vai nessa chuva, querida? – Perguntou Frederick, seu pai, antes que ela cruzasse a porta.

— Ver Sally. Ela me convidou. – Explicou a garota ao ver o olhar confuso de Frederick.

— Está certa disso? Da última vez que foi fazê-la uma visita encontrou Percy e passou o resto da sua última semana aqui chorando, trancada no quarto.

— Ela disse que ele saiu, depois iria para faculdade, então temos tempo.  Além de que não tenho mais 19 anos. Acho que somos mais maduros para não ficar discutindo com nossos ex’s a cada vez que dermos de cara um com o outro.

— Se você diz... – Ele finalizou e voltou a atenção para a tela do seu notebook.

A casa de Percy ficava umas três depois da sua. Eles eram quase vizinhos, e Annabeth agradecia aos deuses por não ter encontrado com ele ainda desde que chegou, e torcia para continuar assim, mesmo sabendo que seria uma missão quase impossível.

Quando bateu a porta não demorou dois segundos para que Sally aparecesse e a recebesse com um abraço esmagador. Ela sentia falta daquilo.

— Ah, querida! Você está tão linda! Senti tanta a sua falta! – Sally exclamou.

— Digo o mesmo, tia! – Respondeu a garota. – Passar esses anos sem poder vir aqui conversar com a senhora foi quase uma tortura.

— Vamos para cozinha, hm? Seus cookies estão esperando, e temos muito para por em dia.

E assim foi se seguindo o resto da tarde, e se iniciando a noite. Annabeth nem percebia o tempo passar, até que tocou no assunto proibido.

— Me diga, Sally... – Pediu. – Como ele está?

— Ah, querida. Ele está como sempre. No último semestre da faculdade, só sai de casa para a universidade, ou para a praia. Parou até de se afundar naquela quantidade de namoros falidos, nesses últimos meses, está realmente focado em terminar seu curso.

Aquilo era novidade para loira. Ela nem sabia que Percy estava numa faculdade até receber a mensagem de Sally, muito menos no último semestre. Isso significava que ele começou alguns meses depois que ela foi para Oxford. Era até engraçado, já que o fato dele ser extremamente despreocupado em relação ao futuro dele(s) contribuiu muito para a decisão final dela sobre o relacionamento.

 - Percy, você tem que entender que não é assim que as coisas funcionam, droga! – Ela berrou, em seu quarto. Tinha acabado de contar que iria para Oxford. Era uma oportunidade gigantesca.

— Como não, Annabeth? – Ele passou a mão pelos fios rebeldes de cabelo exasperado. – Eu te amo, e achei que você também me amasse! Isso não é o suficiente para você?!

— Não fale besteiras, idiota! É claro que eu te amo, mas eu não posso abrir mão de tudo que eu lutei desde a minha infância para conseguir! Você melhor que ninguém deveria entender isso, já que sempre me apoiou a seguir meu sonho.

— O que? Você nunca me disse que seu sonho seria a mais de 5000 milhas daqui! E tudo que nós dois construímos juntos, Annabeth?! – Foi a vez dele de gritar.

— Não comece com isso... Você sempre soube que as melhores universidades estavam longes daqui, Percy. Ou talvez não saiba, já que você nunca se esforçou para conquistar as coisas! – Ela retrucou. – Vamos lá, me diga suas ambições? Você quer um futuro para gente, mas não faz o mínimo esforço para nada disso!

— Não diga isso, Annabeth...

— Vamos, me diga. Quantas cartas de inscrição você mandou? Por quanto tempo você disse que queria trabalhar em algo no mar, mas nunca correu atrás! Você só fica aí sentado e espera que as coisas aconteçam por mágica. – Ela continuou. – O que você quer afinal?

— VOCÊ, DROGA! EU QUERO VOCÊ. – Ele berrou com a voz embargada e a pressionou contra a parede.

A garota já não continha mais as lágrimas.

— P-por favor, Percy... – Ela pediu, sentindo a respiração falhada dele contra a sua. – Não torne as coisas mais difíceis.

Ele se separou brutalmente. Finalmente tinha entendido tudo.

— O que você quer dizer com isso? – Perguntou amargo e temeroso.

— Você sabe que não vai dar para continuar isso, Percy. – Ela tentou explicar.

— Não. – Ele interrompeu. – Não se explique. Você diz que eu não luto pelas coisas, mas é você quem desiste fácil demais do que realmente importa. Acabamos. Eu já entendi.

— Percy eu... – Ela ia continuar, mas desabou quando viu ele sair puto do quarto e não voltar mais.

— Annabeth? Alô? – Ouviu a voz de Sally a trazendo de volta para a realidade.

— Perdão, tia. Mas enfim, faculdade? O que ele está cursando?

— Biologia marinha.

Annabeth conseguiu sorrir. Percy sempre tinha tido um grande fascínio pelo mar, ela ficou feliz por pelo menos ele ter seguido uma das sugestões dela.

— O que você estudaria, Percy? – Ela perguntou quando eles eram bem mais novos, após uma aula vocacional no início do ensino médio.

— Não sei. – Admitiu ele, pensativo.

— Biologia marinha? – Sugeriu ela. – Oceanografia?

— Surfe? – perguntou ele, bobamente.

 Na época revirou os olhos, riu e deu um beijo na bochecha dele. Tão cabeça de algas...

— Depois que você foi para a Inglaterra ele tomou um choque de realidade. Obrigada por isso. Se você não tivesse dito tudo aquilo para ele, era capaz do meu filho estar aqui agora pedindo uma cerveja e jogando vídeo game.

Annabeth teve que rir.

— Fico feliz por pelo menos uma coisa boa ter feito para ele. – Concluiu.

Sally franziu as sobrancelhas.

— Como assim, querida? – Ela perguntou, confusa. – Você só trouxe coisas boas para ele.

— Não vejo assim. Eu o magoei demais. Deveria ter insistido no nosso relacionamento.

— Oras, não diga isso, Annabeth. Sempre foi seu sonho, você tinha que correr atrás mesmo. Sou grata por tudo que ensinou a Percy.

— Queria pensar dessa forma... – Ela suspirou. – Mas bem, realmente ensinei algo para Percy. Vejo que hoje em dia ele é um grande conquistador. – Disse em tom de brincadeira, tentando não soar magoada ou amargurada.

Sally fez uma careta.

— Nem me fale. Foi uma o pior que a outra. – Resmungou a sua ex-sogra. – Duravam no máximo 2-4 meses, e nunca achei uma nora tão boa quanto você. Percy diz que só está tentando achar alguém legal para ele, mas todo mundo sabe que por todos esses anos ele só esteve tentando achar alguém que o fizesse sentir o que você fez, Annabeth.

Aquilo a atingiu em cheio. Ela tentava formular alguma resposta, mas não conseguia. Não soube se ficou feliz ou pior ainda quando foi interrompida pela porta da frente se abrindo, e revelando um Percy Jackson bem diferente da ultima vez que tinha o visto pessoalmente – uns 4 anos atrás, quando se encontraram nesse mesmo lugar – totalmente encharcado, e tão surpreso quanto a garota.

Percy tinha agora umas coisas muito diferentes. Ele não costumava postar fotos, então ficou surpresa ao notar as mudanças físicas que o tempo proporcionou a Percy Jackson.

Ele estava sem dúvida alguma mais forte, seu cabelo não era mais rebelde como costumava ser, mesmo com a chuva. Era possível também notar que ele estava com uma barba por fazer, e seu rosto estava bem mais definido, dando a ele uma aparência bem adulta.

O rapaz também não pode deixar de olhar para Annabeth, que pouquíssimo tinha mudado. A única coisa que ele podia notar era seu rosto que estava mais maduro, porém, nada que ele não tivesse visto enquanto stalkeava a garota pelo menos uma vez por mês.

Sally notou o clima ficar tenso, então tratou de se pronunciar.

— Ainda são 19h, não deveria estar na universidade? E por que está ensopado? Não saiu de carro?

— Não fui hoje, precisei espairecer na praia, começou a chover, mas eu acabei ficando por lá mesmo estando com o carro. – Ele respondeu ainda sem tirar os olhos da loira alguns metros a sua frente.

— Hm, é... trate de ir se secar. Eu fiz cookies.

— Tudo bem. – Ele olhou para a mãe, mas logo voltou seu olhar para a loira. – Olá, Annabeth.

Ela ficou surpresa, achou que ele iria a ignorar e se trancar no andar de cima.

— Olá, Perseu. – Ela respondeu.

— Enfim, irei tomar meu banho. Até já.

Ideias começaram a se fazer na cabeça loira de Annabeth. Ele cogitou sair correndo e pular a janela, ou fingir um desmaio, ou simplesmente dizer que ouviu sua mãe a chamar – mesmo que isso parecesse coisa de criança – mas ela sabia que de nada adiantaria e uma hora ou outra teria que encarar o problema.

— Annabeth, te peço desculpas, mesmo. Achei que ele estaria na faculdade. – Pediu Sally, visivelmente constrangida.

— Tudo bem, tia. Sei que não foi sua culpa, e além do mais, uma hora ou outra isso iria acontecer.

Enquanto Annabeth ainda procurava um jeito de sair daquela enrascada, Percy – no chuveiro – tentava entender como se meteu nela. Ele passou o dia pensando em como seria o reencontro deles, e agora ela estava lá, na sua cozinha, e todos os sentimentos trancados a sete chaves pareciam se soltar de uma só vez dentro do rapaz.

Percy sempre foi um cara orgulhoso. Ele não costumava voltar atrás nas suas decisões, mas dessa vez ele sabia que precisava fazê-lo. Nunca conseguiu esquecer Annabeth, e nunca conseguiu se apaixonar por um novo alguém. Ele sabia o que precisava ser feito, e dessa vez faria.

Desceu as escadas rapidamente, depois de apenas ter terminado seu banho e vestido uma roupa.

— Annabeth. – Ele chamou, recebendo os olhares para si. – Podemos conversar?

— Percy... – Sally começou, preocupada.

— Tudo bem. – Respondeu a loira, após respirar fundo.

Enquanto eles andavam até o quarto de Percy, Annabeth não pode deixar de notar as coisas em seu caminho. Continuavam as mesmas desde quando eles eram adolescentes e ela ia furtivamente para o quarto do namorado, sem que ninguém visse. Ela sorriu ao lembrar.

— O que foi? – Perguntou o moreno, curioso.

— Nada. – Ela riu. – Só estava lembrando-me das vezes que pra subir aqui, tínhamos que fazer toda uma missão quase impossível.

 Ele riu também.

— Lembro-me bem de que no meu caso era bem mais difícil. Eu tinha praticamente que escalar até sua janela...

— E aquela vez que você caiu de vez, e teve que correr com a bunda doendo antes que minha mãe chegasse para ver o motivo do barulho?

— Eu fiquei sem sentar por quase dois dias... – Ele disse fazendo uma careta e Annabeth gargalhou. – Mas ainda sim foi melhor do que enfrentar a fúria da tia Atena...

Tantas recordações...

— Mas enfim, do que quer falar? – Ela perguntou, quando entraram no quarto e o clima ficou tenso.

— Nós. – Ele respondeu, brevemente.

— Nós?

— É.

— Não acho que tenhamos muitas coisas para dizer. – Ela se remexeu desconfortável. – Você já disse tudo que tinha para dizer quando nos encontramos da última vez, e eu não vim aqui para brigar.

— Eu também não te chamei para isso, Annie. – Ele disse, num tom doce que surpreendeu a loira. – Inclusive, quero te pedir desculpas.

— O que? Pelo que?

— Por ter sido um idiota. Eu não poderia ter agido daquela forma quando terminamos, eu deveria ter te apoiado e ficado para te mostrar que poderíamos sim ter feito dar certo, mesmo com todas as milhas entre nós. Era o seu sonho, eu agi muito mal contigo.

De repente Annabeth sentiu sua garganta ficar seca, mas antes de tentar formular uma frase ele continuou.

— E depois quando nos encontramos eu voltei a agir de maneira estúpida. Era minha chance de tentar mais uma vez. Pedir desculpas e falar que não tinha te esquecido, mas eu sou um idiota orgulhoso que não aceita estar errado. Eu joguei minha mágoa pra cima de você, sendo que deveria buscar minha felicidade ao seu lado. – Desabafou o garoto. – Me desculpa. De verdade.

Tudo aquilo era algo inesperado para Annabeth Chase. Ela estava sem palavras, mas se esforçou a tentar.

— Eu que te devo desculpas, Percy. Você tinha razão, sempre teve. Eu dizia que você não corria atrás das coisas, mas na verdade eu que desisto fácil demais do que realmente importa.

— Eu estava errado. O que importava era tudo que você tinha lutado por toda sua vida para conseguir. – Ele respondeu, triste e conformado.

— Não, Percy. O que importava era a gente. Eu e você. Tudo que a gente viveu. Mas quando me dei conta disso já era tarde demais. – A moça se lamentou. – Eu que sempre fui pontual cheguei atrasada na hora mais importante.

— Talvez não... – Disse o moreno.

— Como assim?

— Talvez não seja tarde demais, Sabidinha. – Confessou ele, e Annabeth pode ouvir seu coração acelerar em menção ao apelido. – Talvez estejamos no tempo certo.

— Não diga bobagens, Cabeça de Algas. – Ela rebateu, virando as costas para ele e fingindo estar interessada nos posters da parede. – Nós tínhamos tudo para dar errado, e demos. Sempre fomos tão diferentes...

— Não diga isso, por favor. A gente deu certo sim! Não é porque acabou que deu errado. Recuso-me a encarar desse jeito. Fomos tão felizes juntos... eu daria tudo para reviver todos aqueles momentos. – Percy se indignou. – Foi difícil sentir que eu não era o suficiente para você, que eu era apenas alguém que não valia a pena insistir, mas cá estou eu abrindo mão de todo meu orgulho, se isso significar ter você de volta!

Ela ia contrariar, se manter forte em sua decisão, afinal, eles já tinham se machucado demais nesse relacionamento, mas toda sua força de vontade foi por água a baixo quando sentiu Percy Jackson atrás dela, com o rosto quase em seu pescoço, e por extinto ela virou grudando seus lábios no dele, que pareceu surpreso com a iniciativa.

Era algo calmo e ao mesmo tempo desesperado. Carregava toda a saudade e a paixão trancada no peito de ambos por muito tempo. Mostrava tudo que eles sentiam e tudo que queriam continuar sentindo no lado um do outro, e a melhor parte foi quando eles abriram os olhos, e viram que era real, e não suas mentes pregando peças.

— Eu senti tanto sua falta... – Ele confessou, com as testas ainda grudadas.

— Nem me fale. – Ela respondeu o abraçando apertado.

— Como a gente fica agora? É tudo tão complicado...

— Eu não sei. Acho que seu mundo seria mais fácil se eu não tivesse voltado.

— É, talvez, - ele concordou, com um certo brilho nos olhos – mas não seria meu mundo sem você nele.