No fundo da alma escrita por RosaDWeasley


Capítulo 12
Harry James Potter


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeey galera!!

Tudo bem com vocês... apareci mais cedo do que imaginava com a continuação da história.
Espero que gostem do capítulo!!

Beijos!



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“ O menino que sobreviveu”. Harry revirou os olhos e largou o profeta diário de lado, a maioria das notícias, ou fofocas, relacionadas a ele começavam sempre da mesma forma, mesmo que já tivesse se passado dois anos do fim da guerra, os títulos sempre começavam com “herói”, “grandioso”, “eleito” ou “salvador” sempre o faziam revirar os olhos e se perguntar qual era o problema daquela gente. Ele estava tomando seu café no largo Grimmauld, na manhã de uma terça-feira, Monstro estava cuidando da faxina da casa e Harry tinha acordado chateado, não sabia que pelo dia que o aguardava, por saudades da Gina ou por estar trabalhando tanto e não ter tempo para os amigos e a namorada, ele repassava mentalmente sua vida pós guerra até aquele momento. Pela primeira vez, apesar de todos os contratempos da sua vida de Auror, estava em paz. Faltavam muitos comensais da morte para serem capturados e muitas outras coisas para se descobrir, mas Harry se sentia em paz e finalmente, parece que a vida tinha tomado um sentido que não fosse só o de se manter vivo e procurar uma forma de matar o pior bruxo das trevas de todos os tempos.

Estava trabalhando no ministério, o curso de Auror finalmente havia acabado e ele e Ron finalmente estavam ativamente em missões, fato que não deixava Hermione e Gina nem um pouco felizes. Gina, sorriu ao lembrar da ruiva que povoava sua mente e seu coração. Os jornais sempre viviam fazendo especulações sobre um possível romance dos dois, principalmente agora que ela se destacava no quadribol, mas com a quantidade de perigo ainda os rondando, ameaças sendo feitas a todo momento e o risco que eles passavam cada vez maior a cada missão, o relacionamento dos dois se mantinha em segredo de família apenas. Fato que o fazia sentir uma pequena inveja de Ron e Hermione, eles podiam andar de mãos dadas na rua, trocar beijos rápidos e declarar abertamente que estavam juntos, eles não viviam separados e os dois eram ameaçados de forma igual pelos comensais, por terem o mesmo “peso” de importância na derrota de Voldemort, bem diferente de Gina que estava longe e podia ser usada como o ponto fraco de Harry Potter.

A sua coruja piou no poleiro perto da janela, era uma reclamação de fome, Harry sorriu e foi até ela le dando comida.

— Bom dia Luz, como você está hoje? – recebeu como resposta um virar de cabeça e um pio, ele a adorava, Luz era linda, branca como Edwirges, mas tinha penas pretas pelo corpo que a deixavam toda rajadinha, os grandes olhos azuis fizeram que ele lhe desse o nome de Luz, porque pareciam que podiam iluminar qualquer escuridão.

Sorriu ao lembrar de quando a ganhou, no natal anterior, de Gina, com um bilhete de aquecer o coração:

 “Sei que nada substituirá o que Edwirges foi para você, mas eu queria te dar um presente especial pelo nosso primeiro natal juntos e quando a vi soube, você precisa de uma nova coruja e companheira, ainda não escolhi o nome dela, é uma fêmea também.

Espero que tenha gostado.

Com amor,

Gin”

Gostado? Ele amou o presente, Gina tinha receio de que ele ficasse ressentido com o fato de ganhar outra coruja branca, tinha medo que ele achasse que ela queria substituir Edwirges, mas ele jamais achou isso, só entendeu que ela queria devolver, pelo o menos uma parte de algo que tanto amou.

Sentiu os olhos se encherem de lagrimas ao lembrar dela, porque tinha tido a brilhante ideia de a deixar ir pra longe? A questão é que jamais impediria, a felicidade dela era prioridade pra ele, e ele sabia que ela estava fazendo algo que amava, porém ele se deixava sentir saudades, muitas saudades, toda a vez que ia para Londres ela ficava com ele no Largo, Molly fazia de conta que não via e eles fingiam que não faziam nada, mas a verdade era que o perfume dela estava impregnado no seu travesseiro, quarto, sala, nas suas roupas, era capaz de sentir tanta falta dela que lhe parecia loucura e o fazia se perguntar se ela se sentia da mesma forma. Como pode ser tão burro e demorar tanto a nota-la? Gina representava tudo para ele, inclusive esperança. A morte de seus pais deixou um vazio, ser criado de forma tão desprezível acabou deixando um buraco no seu peito e ele ansiava desesperadamente por uma família. Há encontrou nos seus amigos e principalmente nos Weasleys, mas o fato de ter Gina, o fazia ansiar por mais, queria dormir e acordar com ela, queria uma família, queria filhos.

Suspirou com a saudade que o cercava, mais seus devaneios foram interrompidos pela chegada da coruja do ministro, com uma carta de poucas palavras, mas com um peso enorme.

“O julgamento dos Malfoy será amanhã. Como pedido sua entrada em Azkaban foi autorizada. A guarda será aumentada. Não sei o que pretende com isso Harry, mas te peço um favor, cuidado.

Kingsley”

Ele suspirou, seria um longo dia, levantou para se arrumar, iria direto para Azkaban, não queria ver ninguém que tentasse fazer com que ele mudasse de ideia, ou seja, Ron e Hermione.

Os passos ecoavam pelos corredores silenciosos daquele lugar horrível. Era, frio, triste e angustiante, ele tinha um auror a sua frente e outro as costas e atrás deste dois guardas também o seguiam, quando passava por alguma cela com algum preso, maldições e xingamentos eram proferidos em sua direção ou simplesmente alguns corriam e gritavam de puro medo. Quando o auror parou, sabia que tinha chego ao corredor que procurava.

— É aqui Harry, estaremos aqui como pediu, mas devo lembra-lo que é perigoso – Augusto era um Auror mais velho, mas um dos que Harry mais gostava, pois o tratava normalmente independente do nome que carregava ou seus feitos. Ele apenas acenou a cabeça em concordância e seguiu os deixando no início do corredor.

— Draco – sua voz baixa chamou o loiro que estava sentado com  cabeça nas mãos de costas para as grades na primeira cela do corredor, imediatamente ele o olhou, seus olhos escuros e sem vida logo se arregalaram e o rosto que já estava pálido, ficou mais branco se é que era possível.

— O que você tá fazendo aqui? – sua voz não saiu mais que um sussurro.

— Eu vim... conversar – o moreno colocou a mão nos bolsos visivelmente incomodado, Draco se surpreendeu mais ainda – onde está sua mãe?

— Está mais a frente, virando o corredor – ele disse numa voz sem emoção

— Ok, eu já volto.

Harry girou nos calcanhares e se encaminhou para onde Draco havia indicado, ao virar o corredor, já na primeira cela encontrou a mulher dormindo deitada no chão, toda a classe e educação que viu quando a mesma estava em liberdade ali naquela cela, deitada no chão sujo, com olheiras fundas abaixo dos olhos e os cabelos presos num coque mal feito, parecia nunca ter existido, ao lado da sua cela Lucius Malfoy encontrava-se acordado, visivelmente aturdido o olhando. Harry decidiu não falar com ele ainda, se havia um culpado nessa história, com certeza era aquele homem.

— Srª Malfoy? Srª Narcisa Malfoy! – Ele chamou e ela aos poucos foi abrindo os olhos e ao ver Harry claramente se sentou sobressaltada.

— Potter! O que faz aqui? – Ela não acreditava no que seus olhos estavam vendo. Ele mais uma vez se incomodou, colocou novamente a mão nos bolsos, trocando o peso das pernas.

— Vim conversar, tenho perguntas a fazer – ela assentiu, os olhos fixos nele o incentivando a continuar – preciso saber ...porque me salvou?

Diferente de qualquer reação que Harry pudesse esperar, Narcisa lhe deu um sorriso tímido, os olhos se iluminaram, mas Harry os achou mais tristes ainda, ela se levantou e foi até ele, uma mão segurava a grade e a outra timidamente colocou a mão em seu rosto, ele não se afastou nem se assustou com o toque, olhos nos olhos e toda a sinceridade expressa em palavras.

— Durante todo aquele inferno e toda a perseguição de Voldemort contra você e a pressão exercida sobre o meu filho eu só conseguia pensar na sua mãe, em como eu a entendia, em como eu queria poder fazer algo para tirar ele da situação que o pai dele o havia colocado – ela fechou os olhos deixando as lagrimas rolarem e Harry viu de canto de olho Lucius baixar a cabeça chorando – queria poder livrar Draco do inferno assim como Lilian fez com você, só que eu não podia, o juramento que fiz com Severo tirou um peso enorme de mim ao imaginar as consequências que Draco sofreria ao não conseguir matar Dumbledore – fechou os olhos novamente respirando fundo ciente de que Harry sabia toda a história – eu sabia, sabia que só você poderia derrota-lo, quando fui verificar se você estava realmente morto naquela floresta, em cada passo meu, eu pedia mentalmente a Merlin que aquilo não tivesse acabado da pior forma, que o esforço da sua mãe não tivesse sido em vão – ela fez uma pequena pausa – então quando vi que estava vivo, que Draco estava vivo, eu sabia, tinha acabado, você venceria e aquele inferno teria um fim. – ela finalmente soltou o rosto dele e se apoiou na grade se permitindo chorar, quando Harry resolveu falar novamente notou que também chorava.

— Srª Malfoy, o julgamento da Srª e de sua família será amanhã, as provas estão com o ministro, assim como todos os depoimentos de acusação, porém eu, Ron e Hermione daremos nossas declarações somente amanhã, vim aqui, informalmente, apenas para ouvir a sua versão da história e entender porque fugiram.

Ela o olhou desesperada, sabia que a fuga tinha sido um erro, mas ela queria proteger Draco, e seu filho e marido queriam poupá-la da prisão por ela nunca ter sido a favor das decisões do marido. Eles fugiram para a Russia, porém a localização deles foi descoberta pelo ministério e fazia um mês que estavam dentro daquelas celas, pagando por tudo que haviam feito. – Eu precisava tentar proteger meu filho, sei que foi um erro Harry, mas ele é só um menino, tentei de todas as formas não deixa-lo fazer parte daquilo, mas falhei, durante a guerra tentei preservar a sanidade do meu filho e após, fugimos para tentar mantê-lo longe de pagar por crimes que não cometeu, falhamos miseravelmente em todas as tentativas – ela olhou ressentida para o marido que mantinha a cabeça abaixada e se negava a olhar pra eles – mas Draco nunca foi uma pessoa má, nunca, apenas iludido pelas ideias do pai, ele nunca fez mal a ninguém, eu só quis protege-lo! – ela voltou a chorar, o corpo magro pulando com os soluços.

— Obrigado por responder as minhas perguntas Srª Malfoy – ele a olhou e sorriu, ela lhe deu um sorriso tímido, e Harry se encaminhou até a cela de Lucius.

— Algo a declarar Srº Malfoy? – Sentia pena daquele homem por todas as escolhas erradas que ele tinha feito, mas compaixão nunca, existia maldade dentro daquele coração. Porém o olhar do homem que se levantou foi de completo desespero e tristeza, por mais fria que a sua suplica tenha sido.

— Liberte-os, é tudo culpa minha! – e voltou a abaixar a cabeça dando aquela conversa como terminada. Harry apenas voltou a cela de Draco.

— Draco? – o garoto que chorava completamente desesperado olhou pra ele esperando que continuasse – Porque não me entregou quando estávamos na sua casa? Você sabia que era eu...

— Você era a única esperança para o fim daquele inferno – ele declarou o olhando nos olhos.

— Porque fugiram, você sabia que ao se entregarem não passariam por isso? – ele olhou em volta, fazendo o loiro entender que estava se referindo a Azkaban.

— Minha mãe – nessa hora ele se levantou, mas não se aproximou - eu queria me entregar, queria que meu pai pagasse por tudo que fez e queria pagar por ter sido tão covarde e ter feito coisas que não quis, mas ela, ela nunca participou daquilo Potter, só se manteve ao lado do meu pai porque ela sabia que se saísse, ele a mataria – Harry sabia que ele estava se referindo a Voldemort – e ela nunca concordou com nada e sempre tentava me livrar de qualquer missão, mas ele era um monstro. – ele não conseguiu continuar e se deixou levar pelas lagrimas, os ombros chacoalhando tamanho desespero que sentia

— Amanhã é o julgamento de vocês, eu, Ron e Hermione daremos a nossa declaração sobre os fatos, mas quero que entenda uma coisa Malfoy, a sentença não é nossa e o ministro é quem irá decidir o futuro de vocês.

— O que irão falar? – Se tivesse que descrever a expressão do rosto e das palavras de Draco naquele momento, seria pânico. Draco sabia que não merecia nenhum tipo de compaixão do trio por tudo que fez a eles.

— A verdade, toda ela – e dizendo isso foi embora, o peso de condenar um inocente parecia cada vez mais presente em seu ombro, o coração lhe batia na garganta e o estomago revirava.

Quando entrou no ministério tudo que ele podia sentir era alívio de sair daquele local tão sombrio e se sentindo melhor agradeceu aos aurores e se encaminhou à procura de Ron e Hermione.


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Notas finais do capítulo

Booooom, a gente sabe que os Malfoy foram absolvidos, maaaaaaas, eu simplesmente não acredito que as coisas tenham sido muito fáceis pra eles não, então ai está um pouquinho da minha ideia.

comentem!!



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