Perdas e Ganhos escrita por Lucca, alegrayson


Capítulo 15
"Se eu não te amasse tanto assim... talvez não visse flores dentro do meu coração"


Notas iniciais do capítulo

Tem nosso casal favorito fazendo o que a gente mais gosta? Tem. Então, não leia se não curtir isso.
Tem momento Pattata (Friendship)? Tem.
Tem pitadas de angústia? Tem também.
Boa leitura



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Kurt entrou no quarto apenas para pegar seu pijama e então se dirigir ao quarto de hospedes para passar à noite. Ele sabia que Remi precisava de tempo e espaço para digerir todas as informações que recebeu dele a pouco. E havia mais a esclarecer, as partes mais doloridas dos últimos três anos ele não ainda não havia compartilhado com ela.

“Um passo de cada vez...” ele pensou antes de bater à porta e entrar.

Remi estava parada próxima à cômoda, olhando as fotos. Ele se junto à ela apenas com a intenção de pegar suas coisas na gaveta.

— Kurt...

— Sim...

— Eu quero tentar fazer isso dar certo... podemos?

Por um minuto, ele se perdeu do raciocínio dela:

— Você está falando exatamente de que, Remi?

A resposta veio rápida e certa:

— Nós. Essa família. Eu quero isso para nosso filho._ e olhou para as fotos.

Kurt precisou puxar o ar para tentar colocar seus pensamentos em ordem. Toda vez que ele parecia ter recuperado o controle de sua vida e traçado um caminho tranquilo e seguro, ela conseguia derrubar completamente seus muros lançando-o num novo labirinto cheio de armadilhas. Era tentador ter sua esposa de volta, mas ela não estava dizendo que o queria de volta porque o amava. Entretanto, Jane também sempre teve formas tão particulares de demonstrar seus sentimentos... Os dois escolhiam momentos e formas singulares de declarar seu amor...

— Remi, isso não me parece certo. Não se sinta pressionada a fazer isso apenas pelo bebê...

— Não é só pelo bebê... Weller, você sabe que me sinto atraída por você e... apesar de eu só me lembrar de uma de nossas noites de amor, bem... foi bom o bastante para eu querer mais.

Seu lado racional exigia que ele pegasse suas coisas e deixasse o quarto para as coisas seguirem um ritmo mais sensato. Mas seu corpo gritava o contrário.

— Vamos lá, agente Weller. Podemos deixar esse caso mais... interessante._ Ela apimentou ainda mais sua fala e fechou a distância entre eles mordendo o lábio inferior.

Ele não conseguiu sorrir ou pensar. Sua mão voou para seu rosto gentilmente puxando seus lábios para os dele. Foi o que bastou para ela se permitir quebrar ao seu toque, enredando suas mãos pelos cabelos dele. O beijo intenso que se seguiu foi fruto da necessidade que os dois compartilhavam depois daqueles últimos dias tão fortes que viveram.

As mãos dele deslizavam pelas costas e cintura dela, querendo cobri-la por inteiro, garantindo que nenhum pedaço sequer pudesse lhe escapar. Quanto mais o beijo explodia em intensidade menos parecia que era suficiente. Remi o empurrou para a cama, forçando-o a sentar-se e montou em seu colo sem quebrar o beijo.

 Kurt gemeu enquanto ela se acomodava sobre ele. Mesmo com todo o tecido que ainda separava seus corpos, ele podia sentir um calor intenso vindo dela. Então, sua mão subiu através dos cabelos dela para suavemente puxá-la para trás e ser capaz de separar seus lábios. Conseguindo a distância que precisava, ele queria falar, ele tinha tanto a dizer, mas ela sempre o deixava completamente sem palavras.

Ele buscou a bainha da blusa dela para finalmente livrá-la daquela peça. O arrependimento foi imediato. Ver a pele nua dela, coberta pelas tatuagens e ainda com o mesmo soutien transparente usado no streaptease da missão era enlouquecedor. Ele não queria pensar, só sentir e se deixar guiar pela explosão de desejo que pulsava no seu corpo, exigindo cada centímetro dela. Ela observava a reação dele com um olhar totalmente vitorioso no rosto.

Droga, Remi, você planejou isso!”

Mas as marcas da violência da última missão também estavam ali, com hematomas se mesclando à tinta das tatuagens. Ele precisava ser cuidadoso. Causar qualquer tipo de dor à ela não era algo aceitável para ele. Como conduzir isso?

Ela não deu tempo aos seus conflitos interiores. Já estava colada à ele, mordiscando sua orelha e fazendo um caminho de beijos molhados por pescoço enquanto arrancava sua camisa e balançava o quadril exigindo mais e mais dele. O mundo inteiro parecia girar quando as mãos quentes dela tocavam voluptuosamente seu peito e desceram pelo abdômen buscando desabotoar sua calça.

— Remi... você está ferida...precisamos ir com cuidado...

Ele só teve noção de que foi capaz de falar porque ela não estava mais sobre ele quando sentiu ela puxando para cima para se livrar de suas calças.

Roçando seus lábios nos dele, ela sussurrou:

— Eu confio em você.

Em segundos, se livraram das roupas, mas ela manteve a lingerie. Os dois queriam aquilo. Precisavam transformar o incômodo e os medos da última missão num momento só deles.

Ela o jogou na cama e acomodou-se sobre ele. As mãos de Kurt começaram por seu rosto. Eram toques carregados de carinho que a fizeram se derreter contra cada um deles. A delicadeza com a qual os dedos dele rodearam os hematomas numa promessa de cuidado contrastava com a rigidez e força de seu pênis roçando suas coxas.

Quando o calor das mãos dele cobriram seus seios, ela arqueou para trás com os olhos fechados e seu quadril buscou instintivamente uma forma de se saciar contra ele. E as mãos dele desceram mais. Uma parou em sua cintura, a segurando firme, enquanto a outra desceu até seu coxa para começar uma subida lenta até tocar suavemente a renda da sua calcinha.

Remi gemeu alto e enterrou os dedos nas coxas de Kurt que sorriu ao se sentir novamente no controle da situação. Ele afastou o tecido, moveu o polegar suavemente sobre seu clitóris e afundou o dedo entre suas dobras, disposto a enlouquecê-la. Mas o gemido alto que ecoou foi o dele ao sentir o quanto ela estava quente e pronta para ele.

Ela o conduziu para dentro, mas nenhum deles moveu. Havia a necessidade latente de se entreolharem. Era mais que desejo, era uma entrega e uma cumplicidade total que só encontravam um no outro.

Kurt estendeu a mão para ela e Remi entrelaçou seus dedos aos dele compreendendo aquela declaração silenciosa. Então, deixaram seus corpos os guiarem através do prazer que tanto precisavam.

SIOC – no dia seguinte, pela manhã

Tasha estava observando Patterson há muitos dias, levantando provas suficientes para abordar a amiga sem deixar espaço para desculpas sem nexo. Era óbvio que a loira estava apaixonada. A empolgação ao falar do futuro como algo promissor, os olhos brilhantes quando sugeriu assistirem um romance ao invés dos tradicionais filmes de ficção científica, os ocasionais desaparecimentos nunca justificados, o sorriso bobo enquanto olhava para a rua dentro do carro enquanto Tasha a levava pra casa na noite anterior. Patterson poderia até tentar se esquivar, mas a latina estava disposta a fazer um cerco minucioso. Seria uma forma divertida de começar o dia após a tensão. Ser feita de refém em campo e ver Remi levar dois tiros tinha sido uma péssima forma de terminar o dia anterior.

Zapata bateu na porta do laboratório e já entrou chamando por Patterson com voz baixa para não interromper nada importante. Sem respostas, ela adentrou no interior das instalações à procura da amiga. Patterson estava sentada à frente de um dos monitores, com aquele olhar bobo.

Um sorriso maroto se formou no rosto da latina.

“Xeque-mate, Patterson!”— Zapata pensou enquanto se aproximava sorrateiramente para surpreender a amiga antes dela ser capaz de tirar a imagem da tela. A curiosidade crescia mais e mais a cada passo. Seus olhos não saiam da tela, tentando focar mesmo quando a distância tornava impossível ver com nitidez.

Quando seus olhos finalmente distinguiram a imagem, a respiração de Tasha ficou muito mais difícil. A tela mostrava quatro ângulos diferentes da cela de Roman. Ele estava sem camisa, fazendo flexões.

Ela venceu a distancia que a separava da amiga sem qualquer forma de discrição:

— Por favor, me diz que você não está apaixonada pelo Roman!_ o tom da sua voz demonstravam uma forte preocupação que beirava o desespero.

Patterson deu um salto na cadeira e desativou a imagem no monitor.

— Apaixonada? Não, claro que não. _ tentou argumentar sem olhar nos olhos da amiga.

Zapata começou a andar de um lado para o outro enquanto passava a mão pelos cabelos.

— Eu não posso acreditar nisso. Poxa, eu estava tão feliz por você ter encontrado alguém...

— Tasha, do que você está falando?

— Seu olhar meloso, sorriso bobo, os desaparecimentos do laboratórios... Aff. É tão óbvio. É claro que é ele.

— Tash, acho que você está fantasiando...

— Qual é, Patterson, você vai fingir pra mim? Poxa, sou sua melhor amiga.

Patterson deixou a cabeça cair sobre a mão apoiada na mesa tentando controlar seus batimentos cardíacos para que sua cabeça fosse capaz de encontrar uma forma de sair daquela situação de forma satisfatória.

— Ok. Ok. Você me pegou olhando o cara fazendo flexões. Sou humana, tá? Ele é um gato. Só isso. _ numa tentativa final que exigiu todo seu esforço, Patterson religou o monitor e respirou fundo buscando sangue frio pra continuar _ Quer ver?

Tasha olhou para a tela com o canto dos olhos. Cruzou os braços e encarou Patterson, esperando a confissão. Olhou novamente para a imagem antes de falar:

— Por favor, desliga isso. Sim, ele é um gato, mas se você está apaixonada por ele é mais um bom motivo pra eu não olhar.

Patterson se deu por vencida e desligou o monitor. Então, balançou a cabeça enquanto gesticulava com as mãos em sinal de confissão:

— Aconteceu...

— Ele é perigoso, Patterson.

— Remi também é, mas Weller confiou nela e isso a fez mudar.

— Remi ainda nem sabe do que aconteceu com ela enquanto foi Jane. Depois que souber, ela pode até enlouquecer, lembra?

— Mesmo assim, estamos torcendo por eles, não é? Ela é Roman são irmãos e têm muito em comum. Eu tenho conversado muito com Roman. Acredite, Tasha, ele é um cara incrível. Só precisa de apoio para deixar seu lado bom falar mais alto.

— Ele aprendeu a manipular pessoas, Patterson. Você vai se machucar...

— Eu não sou uma criança que precisa de proteção, Tasha. Sei me cuidar. Sei com quem estou lidando. Se você não pode dar crédito nenhum à ele, dê a mim!

— Não posso concordar com algo que pode fazer mal à você.

— Eu teria te apoiado...

— Com Roman?

O silencio deu todas as respostas.

Tasha resolveu sair do laboratório e caminhou em direção à porta.

— Tasha..._ Patterson chamou.

— Sim.

— Você ainda é minha melhor amiga.

Tasha voltou e as duas se abraçaram. Após sair do laboratório, a latina pensou: “Eu vou te proteger. Ninguém pode te machucar novamente.”

Enquanto isso no apartamento dos Wellers

Kurt se espreguiçou na cama antes de abrir os olhos. A claridade mostrava que o dia já havia começado há algum tempo. Mas foi a falta do calor de Remi na cama que fez seus olhos se abrirem rapidamente. Droga! Ele queria ter um sono mais leve. Foram tantas noites que Jane passou em claro sozinha na sala sem que ele despertasse. E agora, com Remi grávida, a história se repetia.

Ele se sentou na cama esperando ouvir o barulho do chuveiro o que lhe traria algum conforto. Nada. Mas um som chamou sua atenção. Vozes familiares pareciam vir da... TV?

Kurt já estava com a mão na maçaneta da porta quando seu cérebro fez a conexão: Remi estava assistindo ao vídeo do casamento deles. Gratidão e esperança encheram seu peito. Ela estava mesmo disposta a resgatar o relacionamento dos dois. A conexão entre eles na noite anterior enquanto faziam amor foi intensa e exatamente como sempre foi com Jane.

Ele andou devagar pelo corredor que dava acesso à sala buscando se aproximar em silêncio para observá-la. Chegou a tempo de ver Jane na tela deixando sua declaração.

Remi parecia hipnotizada pela cena. A medida que as falas avançavam, ela se encolheu e abraçou os joelhos sem tirar os olhos da TV. A entrada de Kurt na cabine e o momento que os dois compartilharam no vídeo pareceu afetá-la ainda mais. Ela pegou o controle e pausou a imagem.

Kurt entrou na sala e se aproximou:

— Foi um dia muito importante para nós. _ disse de forma suave.

Remi não se moveu, continuou olhando fixamente para a tela.

— E eu sequer me lembro.

Ele chegou mais perto e roçou as costas dos dedos nas mãos dela que continuavam abraçadas aos joelhos.

— Talvez o tempo traga as lembranças de volta... Se não trouxer, construiremos novos momentos importantes.

Remi continuava presa à imagem congelada na TV.

— Ela parece... eu pareço... tão feliz.

— Você estava.

— Não, Kurt. _ ela fechou os olhos por alguns segundos _ Eu nunca vou poder viver isso com você. A felicidade não é pra mim. Tem muita coisa horrível aqui dentro _ bateu a mão no peito.

Kurt se sentou ao lado dela e colocou a mão sobre seu joelho.

— Ontem à noite você disse que queria essa família para o nosso filho, mas é um pacote completo. Essa família e todo o amor que vem com ela será para ele e para você também.

Remi olhou pra cima e suspirou desacreditada antes de voltar a fixar os olhos na TV.

— Ela estava livre de tudo que eu vivi. Porque isso foi acontecer? Porque eu voltei? Olha, se tiver alguma forma de trazer ela de volta e me apagar, eu quero tentar...

Essa última declaração deixou Kurt realmente preocupado. Então, ele apoiou os joelhos sobre o sofá para ficar de frente pra ela e tomou seu rosto entre as mãos:

— Nunca mais repita isso, Remi. Você e Jane são a mesma pessoa e em hipótese alguma vou permitir que você seja usada como cobaia pra qualquer tipo de experiência. Eu sei que tudo que você viveu deve ter te machucado demais. Mas você não está mais sozinha. Devagar nós vamos construir uma vida com bons momento que se sobreponham à todas as coisas horríveis que aconteceram. Eu prometo.

— Não dá. Eu já tentei... eu tentei tantas vezes e tantas formas....

— Não comigo. Não por nossa família com nossos filhos. _ ele a puxou para seus braços e ela, relutante, se acomodou contra seu peito embaixo do queixo dele ainda insistindo em olhar para a TV. Kurt continuou_ É você ali. Pode parecer que tudo foi simples para Jane, mão não foi. Os últimos três anos foram repletos de obstáculos que você superou. Depois que você saiu daquela bolsa na Times Square, a vida te quebrou mais uma porção de vezes. Algumas coisas que aconteceram foram tão horríveis que eu gostaria que você não se lembrasse nunca mais.

Ela imediatamente se afastou para encará-lo.

—O que mais eu não sei, Kurt.

Ele fechou os olhos e buscou coragem para continuar:

— Depois que eu te prendi, você passou três meses num black site da CIA.

Remi ficou em choque com a informação. Quando ela finalmente achava que conhecia Weller, tudo parecia vir abaixo. Ela saiu dos braços dele, buscando o canto do sofá. Mas ele insistiu em manter a mão sobre sua perna, como se o contato impedisse que tudo entre eles se esfarelasse.

— Então esse foi seu jeito de me fazer pagar pelos meus crimes?_ sua respiração ficou descompassada.

— Não! Eu jamais faria isso com você. A CIA te levou durante a noite, logo após a sua prisão. Eu tentei te encontrar para garantir um julgamento justo, mas...eu falhei com você.

— Você só me tirou de lá porque queria me infiltrar na Sandstorm?

— Não, Remi. Eu sequer te encontrei. Você escapou do black site sozinha. Sempre vou carregar essa culpa. Então, Nas nos procurou. O plano de te infiltrar foi dela. Mas ela sabia que você só confiaria em nós. E fomos atrás de você._ ele teve que fazer uma pausa para limpar o rosto das lágrimas_ Você queria provar que tinha sido sincera conosco. Nós não facilitamos tudo pra você. A confiança tinha sido rompida. A dor pela morte da Mayfair ainda era muito forte...

— Eu estive envolvida na morte dela?

— Você não nos contou a verdade sobre Oscar depois que Mayfair foi acusada pelo assassinato de Tom Carter. Ela acabou indo atrás de Oscar e ele a matou. Você tentou pegá-lo sozinha, mas ele te prendeu e tentou usar o ZIP novamente para apagar sua memória. Vocês dois lutaram e você o matou.

— Eu matei Oscar... Que final lindo pra uma história a dois, não? _ a ironia tentava esconder a dor e a decepção que ela sentia.

— Você carregava o medo de seu passado, as mortes de Mayfair e Oscar, os três meses de tortura no black site da CIA, convivia com um team que não te acolhia mais e ainda enfrentava missões suicidas orquestradas por Nas. E você superou, Remi. E ainda esteve lá por mim quando precisei: quando eu estava indeciso sobre ser pai, quando eu estava destruído porque Allie ia se mudar para o Colorado. E eu estava lá por você, apesar de tentar construir as barreiras mais absurdas pra te deixar de fora. Até com Nas eu me envolvi tentando me afastar de você.

— Você e Nas? Então, ela é a mulher que você amava... Ela me disse que existiu alguém...

— Não. Eu sempre amei você. Você e Nas se encontraram?

— Ela queria um interrogatório numa máquina estranha para confirmar as coisas que eu já havia dito a você.

— Na manhã em que você desapareceu?

— Sim. Ela me contou outra versão de tudo isso.

Remi olhou de volta para a TV compreendendo cada vez menos como ela podia parecer tão feliz ali. Kurt não desistiu e continuou:

— A avalanche de problemas que te soterrou nunca te impediu de continuar tentando fazer o que é certo. Mesmo em Orion ou na Sandstorm você queria combater o que considerava errado. É essa essência que te move. Mesmo com a memória apagada, você não perdeu isso.  Mesmo sozinha, você não desistiu e superou tudo reconquistando a confiança e o amor de todos nós. E agora estou aqui pra te ajudar a vencer os obstáculos que restam. Por nós.

Remi continuou olhando para a tela, mas desceu a mão até tocar a dele. Compreendendo a necessidade dela, Kurt envolveu sua mão com a dele e recebeu um suave aperto de volta. Encorajado, ele a puxou devagar para seus braços sentindo cada reação para ver se teria permissão de continuar.

Uma vez que ela já estava totalmente envolta em seus braços, ele pegou o controle e desligou a TV. E sussurrou no ouvido dela:

— Tudo o que você viveu, fez de você a mulher maravilhosa que você é. _ e estreitou o abraço ao redor dela.

Remi se aconchegou e suspirou:

— Eu não entendo de onde veio a ideia de aceitar me casar com você, Kurt.

Ele levou a mão até o peito dela e respondeu:

— De todas as coisas boas que sobreviveram aqui dentro e que te dizem que você pode ser feliz, Remi.

No meio do caos que parecia cercar sua vida, a coragem foi ganhando corpo. Não havia sido sempre em meio ao caos que ela renasceu? Um sorriso determinado e travesso brotou nos lábios de Remi. Ela não chegou até aqui para desistir.

— E essa vontade insana que tenho de confiar em você?_ ela sussurrou.

— É seu maior defeito, mas também a razão de toda a felicidade na minha vida.

— Podemos ficar um pouco aqui e assim?

— Hum... acho que um pequeno atraso no trabalho é bem justificável._ ele se acomodou no canto do sofá e puxou ela para seu colo, entrelaçando as pernas nas dela.

Kurt ficou observando enquanto Remi parecia cada vez mais relaxada nos seus braços, com a respiração ficando compassada e quase adormecendo. Sutilmente, ele levou a mão até sua barriga para sentir se já era perceptível qualquer sinal do bebê ali. A saliência era tão nítida que seu coração bateu mais forte.

Remi sorriu e apertou levemente o braço dele demonstrando que apesar de manter os olhos fechados, estava atenta aos batimentos cardíacos dele. Kurt encostou os lábios em sua testa para um beijo suave e demorado.

Os dois poderiam ficar ali por horas, desfrutando a presença um do outro se um pequeno acontecimento não tivesse sacodido suas vidas de forma mais violenta do que um terremoto. Um leve tremor na barriga de Remi a fez abrir os olhos imediatamente e procurar no olhar de Kurt a confirmação de que ele também havia sentido. Os olhos cheios de lágrimas olhando atonitamente para ela deram a resposta que ela precisava.

— Foi ele, não foi?_ Kurt perguntou.

O sorriso no rosto dela seria inesquecível:

— Ou ela. Foi sim!

Uma sequencia de beijos se seguiu, entrecortadas por frases curtas:

— Ele gosta quando você está no meu colo.

— Hum... Essa criança joga no meu time, Weller. Você está perdido! Acho que teremos que repetir isso com frequência _ Remi disse olhando para o alto com expressão travessa no rosto.

— Todos os dias...Eu posso falar com ele ou ela?

Remi assentiu e então Kurt deslizou para fora do sofá e se colocou de joelhos ao seu lado sussurrando uma longa conversa com sua barriga. Dezenas de promessas sobre brincadeiras, passeios com as irmãs e outras bobagens cotidianas. Ela tentou reagir da forma marota como sempre fazia com caras e bocas, mas foi se emocionando a cada detalhe que Kurt acrescentava. Ela amava tudo isso: seu bebê, sua família... ela amava Kurt Weller e não abriria mão disso.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Precisamos dar alguns momentos felizes pra esse casal, né?
Sugestões? Críticas?
Muito obrigada pela leitura.



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