Frozen Skies escrita por Lady


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Olá~
Olha quem reaparece com uma continuação pra Deep In Sea.... rsrs.
Eu gostei do universo daquela one, por isso voltei com a versão da Juvia, futuramente eu posso vir a fazer outras ones com outros personagens que vivem em outros areas =3
Enfim, boa leitura.



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Frozen Skies

 

Você não faz ideia de como é difícil olhar todo dia em seus olhos sabendo que jamais o terei.

 

No mundo existem quatro estações que sempre chegam bem recebidas por todas as criaturas que caminham sobre a terra, e mesmo por aquelas que vivem nas profundezas dos oceanos.

A Primavera tinge campos com as mais belas tonalidades que a flora dispõe.

O Outono colore as folhas próximas a sua queda, anunciando a chegada do frio e das grandes festividades.

O Inverno trás a doçura dos casais que se aconchegam as lareiras e a felicidade para as crianças que se deliciam a neve branca.

E por fim, o Verão cujo calor transforma neve em agua e alimenta as plantas e o solo, nutrindo para que mais uma vez as belas flores renasçam.

Existem muitos lugares no mundo que são habitados pelas mais diversas e inimagináveis criaturas; lugares esses que humanos nunca cogitaram habitar; lugares que humanos sequer chegaram a explorar.

Nos mares ternos e mornos do Oeste um clã semi-humano, dotado de características piscianas, habita com alegria e prosperidade, e irmandade. Todos possuem caldas longas, delgadas e elegantes enquanto deslizam com proeza e velocidade pelas camadas da água, desviando de corais e fazendo mergulhos acrobáticos para o próprio deleite e diversão; e enquanto a dança se segue, belas vozes eclodem; utilizando-se dos sons das ondas quebrando como acompanhamento, as beldades elegantes ressoam com distinção e amabilidade, suas vozes capazes de encantar e derreter o coração mais duro dão brilho e prazer a maré e ao céu resplandecente.

Sentadas sobre pedras cobertas de musgo, as beldades penteiam seus longos e exóticos cabelos, enquanto cantam seus corações para o mundo que as rodeiam; suas caldas longas, delgadas e elegantes brilham enquanto recebem os raios do sol e se umedecem nas cristalinas águas salgadas dos recifes multicoloridos.

Aquilo era apenas mais um mundo inexplorado.

Entre tantas beldades etéreas, uma se encontrava mais afastada dos recifes mornos; sentada sobre uma pedra, os cabelos longos e azuis-céu caindo sobre os ombros em madeixas gordas e a calda de um azul-profundo estirada sobre a pedra onde apenas metade dela encontrava-se submergida, a jovem sereia apreciava o horizonte distante. A imensa quantidade d’água que seguia por uma imensidão e que, diferente das águas mornas e cristalinas de seu lar, eram frias e escuras, mas carregavam incontáveis aventuras, incontáveis e inconcebíveis criaturas que a moça nunca havia visto ou ouvido falar.

Juvia. Era seu nome, único, como a si própria. A mais bela e, no entanto, a mais solitária. Aquela cuja voz trazia a chuva e as tempestades.

Com um suspiro apoiou o queixo sobre os cotovelos, deixando sua mente se perder nas milhares de possibilidades que poderia ter naquele mundo inexplorado.

 

F.S

 

O corpo deslizou rápido e suave por entre as camadas gélidas da água, a escuridão que a cercava tampouco lhe dava algum receio, pelo contrário, o sentimento de liberdade por estar ali era mais do que apreciado enquanto avançava mais e mais em direção ao desconhecido.

Vagou por incontáveis lugares, por numerosos dias, deparara-se e conheceram peixes que nunca sequer havia imaginado a existência com formas e tons que a surpreendera, e uma cordialidade que não fazia jus a aparência grotesca – Elizabeth, um peixe lua muito charmosa e educada, era prova disso. E havia também os salmões que a acompanharam por alguns dias, as tartarugas – Juvia nunca havia visto tantas juntas – que a guiaram pouco tempo depois de ela separar-se dos salmões; e ela também encontrara um grupo de viajantes de sua espécie, primos distantes – muito distantes – que migravam a cada seis meses entre dois recifes, ela prometeu visita-los um dia em meio a sua jornada exploratória.

Aquele grupo em particular a fez lembrar-se de seu lar, daqueles que ficaram para trás sendo ignorantes do mundo imenso que os rodeavam, presos a uma vida estagnada, a regras antiquadas. E, enquanto observava as nuvens dispersas que exibiam o grande céu escuro onde milhares de estrelas cintilavam, a azulada tinha mais do que certeza de que fizera a escolha certa, afinal, era apenas uma pária naquele lugar, nunca teve pais, irmãos ou amigos, deixar tudo aquilo para trás fora o melhor a se fazer, era o que seu coração e sua alma diziam.

Seguindo pelas águas gélidas distantes, depois de ter tipo uma conversa longa com um casal de caranguejos briguentos e alguns camarões curiosos, e pego algumas referencias com uma grande baleia azul, deixou-se ser carregada por uma corrente marítima, esta que a levou para um lugar gélido, ainda mais do que a profundidade dos oceanos. Sobre o mar grandes pedras brancas e gélidas flutuavam, e aquilo a deslumbrou, nunca vira nada como aquilo, apesar de ter ouvido de Camus – a baleia – que se chamavam geleiras e que algumas criaturas viviam sobre elas.

Vagou por aquelas águas com alegria e antecipação. Fez amizade com uma mãe urso polar chamada Eclair depois de ter salvo o pequeno Juja – um dos filhotes - de ficar preso entre grandes rochas congeladas, e chegou mesmo a ficar de olhos nos filhotes dela por alguns instantes enquanto a mesma pecava. Conheceu um grupo de focas gordas e preguiçosas chamadas Mel, Muli e Dudi que adoravam escorregar o gelo junto aos pinguins Ralf e Rufus. A própria Juvia tomou um gosto por escorregar no gelo.

Um dia enquanto passeava com Mel, brincando entre geleiras, avistou um monte que muitas vezes antes tomara sua atenção, mas que nunca teve coragem de perguntar a respeito. Ele reluzia a pouca luz do sol que abençoava aquele lugar, suas pontas afiadas pareciam intimidantes aos outros, mas para a sereia, que já vira tanto do mundo e conhecera criaturas ainda mais intimidantes – e eram todas muito educadas, obrigado -, via aquilo com beleza, as paredes lisas eram exuberantes e apaixonantes, e nunca antes ela desejou ter pernas para poder explorar aquele lugar por si mesma, mas sabia que era impossível para si subir lá. No entanto, Mel lhe contara que aquele lugar era a residência do Rei de Gelo e que diziam que o mesmo era uma criatura aterradora e que mataria qualquer um ao mínimo olhar, e se fosse possível a foca teria se arrepiado diante daquela afirmação. Após a breve declaração ela fugira de volta as geleiras distantes, a fim de esquecer que mencionara o temível Rei.

Juvia não se intimidara e esperara um dia poder vê-lo, o que não sabia era que tal dia estava mais próximo do que esperava.

Era um dos dias mais frios que já presenciara desde que se instalara temporariamente no extremo norte – como haviam lhe dito se chamar -, as focas e os pinguins saíram para procurar comida, os ursos estavam tendo algum descanso depois do dia de brincadeiras que tiveram e Juvia apenas vagava pelas águas congeladas fazendo pequenas acrobacias para desviar dos icebergs. Após longas horas sentara-se sobre uma pedra próxima de um penhasco, os sons da água quebrando contra as paredes de pedra negra congelada ecoavam pela imensidão e, enquanto observava o céu noturno exibir a lua e as estrelas num show boreal único, a moça sentiu a ânsia por algo que pensou a muito ter perdido, por algo que não fazia desde sua infância quando fora proclamada audazmente como mulher-chuva.

Ela sentou sob a rocha fria, os dedos deslizaram pelos fios cor de céu e fechando os olhos, ela cantou seu coração, como todas as sereis faziam. Com notas que se mesclavam aos sons das ondas que quebravam, ela cantou para o céu, para o mar e para o gelo que a cercava; e o mundo parou para ouvi-la, para ouvir a voz que por décadas ficara trancafiada dentro de seu coração. As letras eram suaves e falavam do mundo como um todo, daqueles que conheceu, dos amigos que fez e que prometeu reencontrar, cantou sobre a família que nunca conheceu e daqueles que a acolheram nos recifes do oeste; e antes que pudesse se dar conta, as gotas mornas da chuva escorriam das nuvens, banhando o extremo norte com uma chuva cálida e acolhedora. Sorriu para aquilo, pode antes nunca ter aceitado aquele fato, aquele nome que lhe deram, mas ela gostava da chuva, a fazia sentir próxima do céu, a fazer crer que alguém lá em cima a ouvia e zelava por ela. E então, num impulso, virou-se para fitar o castelo, um costume que adquirira no passar daqueles dias, fora então que o viu parado a sacada uma capa longa sobre seus ombros, suas vestes claras eram belas e combinavam com o porte imperioso que o homem tinha, seus cabelos eram negros e, mesmo com a distância, ela podia identificar as orbes negras infinitas como o céu que eram os olhos dele, a palidez de sua pele era um contraste magnifico naquela noite de beleza inesquecível.

Sentiu-se tímida diante do olhar do homem sobre si e o calor sobre suas bochechas era algo que ela nunca antes sentira – mas admitia ter visto varias moças no antigo clã ter tons róseos sobre as bochechas quando estavam com seus amantes. O coração pulsou fortemente em seu peito e não hesitou mais em retornar ao mar congelado, não afundara, permanecera próxima da superfície, sabendo que ele não poderia vê-la, mas que o contrario era possível, e enquanto continuava a observa-lo, o viu sorrir e fora algo tão doce e único que desejava poder eternizar aquele momento. Após alguns minutos o homem se retirou para dentro do castelo e ela deixou-se afundar, as mãos pequenas sobre o peito buscavam eternizar em seu coração aquela imagem etérea daquele homem, daquele Rei. Por que ela sabia, de alguma forma, que aquele homem era o tão temível Rei de Gelo, mas ele não era temível, não para ela, nunca para ela, ele era... Deslumbrantemente eterno, apaixonante.

E com um sorriso largo nos lábios, as bochechas rosadas e a certeza de que retornaria novamente em breve, a sereia seguiu seu caminho deslizando suavemente e com velocidade por entre as pedras de gelo, dançando ao ritmo de seu coração e guardando as canções mais belas para que pudesse cantar para o Rei o mais breve possível.

Fim


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Notas finais do capítulo

Então, ficou bom?
Ainda preciso dar uma revisada na historia, mas minha net ta muito ruim, então farei depois.
Bjoss.



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