O Mito das Guerras Santas - O Legado dos Gêmeos escrita por Waulom Amarante


Capítulo 42
Capítulo XLII: Câncer e Altar


Notas iniciais do capítulo

Anteriormente em O Mito das Guerras Santas - O Legado dos Gêmeos:
As Erínias, deusas filhas de Hades, atravessaram o Yomotsu em busca de invadir o Santuário, porém não esperavam se deparar com cavaleiros naquele local. Sage, Hakurei e Gateguard tentaram alertar a todos, mas já era tarde demais, o Santuário havia sido profanado pelas forças de Hades.



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Os cavaleiros de Prata simplesmente pareceram parar. Seus corpos começaram a levitar no ar, com semblantes catatônicos, se contorcendo como se a dor que os acometesse não pudesse ser suportada por nenhum humano.

— Não ultrapassem! - alertou Sage estendendo os braços para impedir o avanço de Hakurei e Gateguard. - Aqui fica o limite do poder dela.

Que percepção incrível ele tem… é um poder sensorial absurdo.

— Os cavaleiros de prata…

— Hakurei se acalme! - Sage se interpôs frente ao irmão.

— Temos de salvá-los!

— Nossa missão é neutralizar a divindade… - disse friamente Gateguard.

— Eles são nossos companheiros! Não podemos deixar que percam suas vidas dessa forma!

— Não teriam caído no poder da deusa se tivessem mais poder.

Hakurei se virou para o Dourado de Áries com um olhar carregado de fúria.

— Se Sage não tivesse nos parado nós também estaríamos ali agora. - vociferou apontando para a direção dos prateados.

— Vocês dois estão perdendo o foco! - Sage interveio - Aquela é Tisífone, uma deusa filha de Hades!

O punho de Hakurei se fechou ao lado do corpo de forma tão apertada que era possível ver os nós dos desdos esbranquiçarem. Gateguard em contrapartida apenas deu de ombros.

— Precisamos de um plano para agir.

—Eu vou acabar com essa maldita! Sinta as chamas espirituais do Seikishiki!

Hakurei lanço uma rajada de fogo fátuo na direção da deusa, a chama foi se espalhando, porém, ao alcançar a deidade apenas resvalou como se houvesse ali uma parede invisível.

— Minhas chamas espirituais…

— Sage, Hakurei… montem logo um plano eu vou a segurar…

— Gateguard! - Sage tentou impedir mais não teve tempo, Gateguard atravessou o limite do poder de Tisífone.

Seu cosmo formava uma aura dourada intensa e grandiosa em torno de seu corpo.

— Você ousa mesmo se chamar de deusa? Armando uma armadilha tão vil ao invés de encarar seus inimigos?

— Mortal idiota, mais atenção a quem se dirige.

— Não seja tola deusa!

— Eu vou mostrar a você o verdadeiro poder da minha Zona de Castigo.

A movimentação dela foi rápida mesmo para os olhos aguçados de Gateguard.

PUNISHIMENT PRISON (PRISÃO DO CASTIGO)!

Uma esfera de energia atingiu o corpo de Gateguard lançando sobre seu sistema nervoso uma onda de choque poderosa para paralisá-lo. Em seguida ela se expandiu formando uma estrutura esférica que abrigava o corpo do cavaleiro dentro. Ela oscilava a luminosidade piscando periodicamente, deixando amostra o corpo do ariano, que parecia se contorcer de dor.

— Droga! Gateguard.

— Hakurei fique frio, eu tenho um plano, mas preciso que você esteja imensamente concentrado.

O irmão mais velho confirmou ao mais novo com a cabeça.

Sage abriu uma fenda interdimensional, atravessando junto do irmão.

 

Yomotsu Hirasaka

— O que estamos fazendo no Yomotsu? Esse era seu plano? Fugir como covarde…

— Não seja idiota! Vamos abrir fenda dessa dimensão para o Mundo dos Vivos, e puxaremos os Santos de Prata para cá, libertando-os.

— Sage…

— Está pronto? - novamente Hakurei confirmou com a cabeça.

Postos de costas um para o outro os gêmeos esticaram seus braços com o dedo indicador em riste e forçaram sua cosmo-energia contra o tecido espacial, mas nada aconteceu.

— O que está havendo?

— Será que perdemos nossos poderes?

— Não… isso não faz sentido… Tente outra vez!

 

Entrada das 12 casas - Santuário

Gateguard ainda estava preso na técnica de Tísifone.

"Novamente ele estava sozinho. Era escuro. O barulho ensurdecedor, mas não o suficiente para sobrepor o som dos gritos, dos ossos se quebrando, da carne sendo dilacerada. O cheiro da fumaça se misturava com fuligem e o odor metálico fétido do sangue que jorrava dos corpos.

— Todas as pessoas desse vilarejo eram boas… - ele dizia com a voz embargada em lágrimas.

Ele colocou as mãos na cabeça, tapando os ouvidos para abafar mais uma explosão e os gritos que a acompanharam.

— Elas oram todos os dias a deus, por uma vida tranquila e pacata, com o suficiente para quem possam sobreviver nesse mundo sem guerras.

Gritos e choro preenchiam a atmosfera enquanto o odor sanguinário, parecia formar uma densidade palpável em torno dele.

— No entanto elas estão morrendo… morrendo de forma dolorosa. Porque permitiu isso?!

Ele sentiu a flecha atravessar seu ombro. A dor queimava e lancinava da ferida por todo o seu corpo."

 

— O espaço não se abre. Porque?

— Eu não consigo entender…

— Não somos fortes suficiente. Não temos poder suficiente! - Sage caiu de joelhos socando o chão rochoso com a lateral dos punhos enquanto lágrimas vertiam de seus olhos.

— Maldição! Eu não vou admitir que eles morram, que Gateguard se sacrifique por nossa inutilidade!

O cosmo de Hakurei começou a arder, crescer queimar com imensa voracidade.

Sage deu mais um soco no chão se apoiou num dos joelhos e se ergueu. Seguindo o irmão ele fez seu cosmo explodir com grandiosidade.

O grito que emitiam de suas gargantas fazia estremecer todo o entorno.

— Nós somos Santos de Athena!

No céu duas constelações brilharam fortemente.

 

Salão do Grande Mestre - Santuário

— Eles… - Itia sentiu o poder dos garotos crescer e se transformar.

Um pilar dourado emergiu das doze casas atravessando uma fenda no céu. Junto dele um brilho de prata rasgou as nuvens.

A fenda se abriu sobre a cabeça de Sage e Hakurei e lá estavam, ambas ressonando ao cosmo ardente e fervoroso dos garotos.

— Câncer…

— Altar…

As armaduras flutuavam diante deles.

— Venha Câncer!

— Altar, me conceda o seu poder!

As armaduras se dividiram, e peça a peça emolduraram o corpo dos cavaleiros.

 

SAGE - CAVALEIRO DE OURO DE CÂNCER

HAKUREI - CAVALEIRO DE PRATA DE ALTAR

 

Eles fizeram o mesmo processo de antes na tentativa de abrir fendas para o Mundo dos Vivos.

Dessa vez, no entanto, os rasgos interdimensionais se abriram. Do outro lado os corpos aprisionados dos prateados. Sem muito esforço eles puxaram um a um, abrindo e fechando as fendas a poucos centímetros deles, trazendo cada um deles para o lado do Yomostus da fenda.

— Vamos deixar eles descansarem aqui, precisamos voltar e salvar Gateguard. - disse Sage.

O problema é que a deusa já os aguardava e os imobilizou com seu poder.

— Vocês são meus!

PHANTOM ARROW (FLECHA FANTASMA)!

— ORION DEVASTATION (DEVASTAÇÃO DE ORIÓN)!


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo:
Capítulo XLIII: Sacrifício de Alma



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