De um lado um cosmo dourado pujante e imponente, do outro um cosmo maligno carregado de ódio e terror.

Albert de Capricórnio…

Queen de Alraune…

— Albert… seu maldito, você se tornou um cavaleiro de Athena?! E ainda por cima um Cavaleiro de Ouro?!

— A Constelação de Capricórnio me escolheu; Athena faz parte do meu destino…

— Então essa é nossa mazela, Albert?

— Queen, eu não posso permitir, mesmo você sendo meu amigo, eu não posso permitir que alguém ouse ameaçar a paz e o bem-estar na Terra. E você agora é um Espectro, um soldado fiel de Hades que quer a morte de toda a humanidade…

— O Imperador Hades, não quer a morte apenas. Ele quer que a humanidade seja purificada, conceder a salvação a essas almas desgarradas dos mortais através de sua misericórdia divina.

— Eu… eu não consigo acreditar que estou ouvindo tais palavras vindas de vocês, Queen.

— Já chega Albert, suas palavras não irão me tocar jamais!

— Queen… se este é o meu Karma eu enfrentarei um amigo…

Santuário

— O cavaleiro de Capricórnio foi eleito…

— Eu não tinha dúvidas de que este dia chegaria, as doze casas estão quase completas, Itia.

— Restam apenas duas casas ainda sem um Guardião… Áries e Câncer…

— Existe um destino entrelaçando estas constelações, estou certo?

— Hakurei… Sage… Gateguard…

A conversa de Itia e Krest fora interrompida quando os cavaleiros de Leão e Gêmeos adentraram ao Salão do Grande Mestre.

— Mandou nos chamar, Mestre Itia. - Cészar se ajoelhou diante do Papa sentado em seu trono; acompanhado do Cavaleiro de Gêmeos.

— Preciso que vocês investiguem algumas manifestações suspeitas que estão acontecendo em determinados lugares.

Ambos ergueram a cabeça olhando para o Grande mestre.

— Cészar, sua missão será um pouco mais distante, na Itália em Roma. Quero que investigue uma movimentação suspeita acontecendo na região, relatos nos informaram que podem se tratar de Espectros, mas eu não consegui ver que se tratava disso.

— Sim, Grande Mestre.

— Junte mais um ou dois cavaleiros de Prata e sigam em comboio, por ser uma missão investigativa peço que não vá só.

O leonino afirmou com a cabeça.

— Damien, no seu caso, sua missão será em outro lugar… fora do continente…

— Fora… do continente, Senhor?

— Sim. Quero que se dirija até a Ilha da Rainha da Morte.

— Porque… este lugar…?

— Peço desculpas antecipadamente, mas acredito que você seria o único capaz de chegar aquele lugar com a velocidade que necessitamos.

— Do que se trata, Mestre Itia?

— O Selo da Ilha, está sendo atacado…

Ambos avançaram com extrema velocidade, quando seus punhos se encontraram a onda de choque reverberou e estilhaçou os rochedos em volta, agitando o mar.

— Eu vou acabar com vocês, Albert, seu maldito!

A cosmo energia de Queen se elevou formando a imagem de uma guilhotina.

— Sinta a fúria de Alraune!

Uma cápsula de energia envolveu o corpo do espectro, disparando a energia concentrada ele criou um raio cortante que vociferou contra Albert.

— Blood Flower Scissors (Guilhotina da Flor Sangrenta)!

A energia dourada que circundava o corpo de Albert se concentrou sobre o seu braço direito lembrando uma labareda de chama, ele esticou o membro destro o erguendo na direção do céu.

—  Excalibur!

— Krest, você sabe para que preciso de você certo?

— Sim Itia, pendências nossas ao longo dos séculos.

— Não podemos deixar que os resquícios de nosso passado tragam problemas para esta geração.

— Quando você regressar é provável que as 12 Casas estejam já protegidas.

— O que é dessa vez?

— Acredito que seja atividade divina…

— Uma divindade?

— Talvez um Semideus.

Os ataques cortantes estavam em embate, a liberação da energia de Espectro e cavaleiro era algo impressionante.

— Eu vou retalhar seu corpo, Albert. Partirei para o Imperador Hades levando sua cabeça como gratidão a ele.

— Queen, você jamais vai me vencer!

A energia explodiu lançando os dois para trás.

— Maldito!

Queen avançou novamente com o punho em riste. Albert desviou se esquivando para baixo e golpeando o adversário no estômago. O poder do golpe fora tão intenso que uma quantidade grande de sangue foi expelida pelo Espectro.

— Queen!

— Albert!

Os dois garotos se encontraram frente ao penhasco do Cabo Sunion.

— Vamos mesmo?

— Sim, Queen, eu posso sentir em minhas veias, este é o meu destino e você como meu igual também irá resplandecer como um Santo de Athena.

— Hoje é nosso primeiro dia no Santuário.

— Está com medo?

— Não, eu só não me sinto pronto como você…

— Queen, você é um lutador nato, de habilidades, talvez superiores às minhas.

— Não seja exagerado. Você tem… você tem a espada.

Albert olhou para o próprio braço segurando o pulso.

— Ela é minha força, mas também é minha queda.

Agora ele olhou para o outro braço sob faixas que cobriam dos nós dos dedos até o ombro.

— O Grande Mestre do Santuário te ajudou com isso?

— Sim. Ele disse que por enquanto não é aconselhável que eu flerte com esse poder. Pode ser perigoso para o meu corpo…

Gotas de sangue respingaram sobre as marcas no braço de Albert.

— Eu não vou te perdoar, maldita seja, Albert!

O punho do Espectro atingiu o peito do Santo de Ouro. Ele sentiu o baque surdo do impacto direto em seu coração.

As manchas de Sangue no braço tatuado começaram a reagir, fazendo com que a marca brilhasse com intensidade. O selo na forma do símbolo astrológico de capricórnio desapareceu, as marcas começaram a caminhar como uma animação viva no braço de Albert. Descruzando-se como correntes soltas de uma jaula.

Sob a armadura a marca que circundava o braço subiu se concentrando no ombro e finalmente regrediu até o peito onde o selamento se originava.

Um selo a partir do seu coração, se por qualquer motivo seu coração se corromper, nada estará entre você e a Espada Corrompida.

O Grito de Albert reverberou sob as palavras de Itia em sua memória. A explosão lançou Queen para vários metros de distância.

Uma energia densa formava um pilar ascendente em volta do corpo do garoto que caíra de joelhos, a cabeça tombada para trás ainda com um grito explosivo na garganta, como se fúria e dor se misturassem para formar aquele poder.

— Itia! O que esse poder nos arredores do Santuário? - perguntou Krest.

— Só existe uma coisa capaz de liberar uma energia tão estranha. Merodach, o Pecado Original.