Uma Noite No Motel escrita por Marina Louise


Capítulo 6
Capítulo 6




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                                       Capítulo 6


Apesar da escuridão, e de Lisbon não deixar escapar um som sequer, Patrick sabia que ela estava chorando, e ele sentiu como se seu coração estivesse sendo esmagado com tal conhecimento. 


“Por favor, Teresa, não chore.” Não aguentando mais se conter, ergueu uma das mãos e colocou sobre o braço dela, iniciando uma carícia suave. 


“Me deixe em paz, Jane.” Lisbon se encolheu, afastando-se de seu toque. “Só me deixe em paz.” Ela implorou, soltando um pequeno soluço. 


“Eu não posso, Teresa.” Patrick disse com a voz trêmula. “Me machuca te ver assim. Eu não consigo suportar a ideia de te perder.” 


“Claro, porque eu sou sua melhor amiga.” A morena ironizou, desgostosa. 


“E porque você é tudo pra mim.” O loiro sussurrou, incapaz de continuar escondendo seus verdadeiros sentimentos dela e vê-la tão triste. 


Lisbon permaneceu em silêncio, tentando processar o que Patrick acabara de dizer. Ele sussurrou tão baixo que ela ficou em dúvida se ele realmente tinha dito aquilo ou não. 


“O que você quer dizer com isso?” Ela perguntou, insegura, virando-se na cama para ficar de frente para ele, e, mesmo com o quarto escuro, pôde ver os olhos azuis do consultor brilhando em lágrimas. 


“Você sabe o que eu quero dizer, Teresa.” O loiro enxugou carinhosamente uma lágrima teimosa que escorria pela face dela. “No fundo, você sempre soube.” 


“Eu preciso que você me diga, Jane.” A agente fechou os olhos, soltando um longo suspiro. “Eu estou cansada de fazer suposições sobre você e sempre terminar me magoando.” 


“Eu nunca quis magoar você, Teresa.” Patrick se inclinou para frente, encostando a testa na dela. “Eu sempre quis te proteger.” 


“Proteger de quê, Jane?” 


“Do Red John.” Ele levou novamente a mão para o rosto dela, acariciando sua bochecha. “De mim.” 


“De você?” Teresa questionou, surpresa. 


“Olha o que aconteceu com minha família, Teresa.” Jane explicou com a voz carregada de dor. “Eu sou tão quebrado que acabo destruindo tudo que eu amo e mais prezo!” 


“Isso não é verdade, Jane!” Lisbon replicou de imediato. “Não foi culpa sua. Quantas vezes vou ter de te dizer isso?” Seu coração batia tão rápido que parecia que ela tinha acabado de correr uma maratona. Ele finalmente tinha dito que a amava. Não da forma como ela sonhara ou esperava, mas ele correspondia aos seus sentimentos, e era isso que importava. 


“Foi sim, Teresa. Eu o provoquei. Por causa do meu egoísmo, da minha ambição e da minha arrogância, elas estão mortas. Eu não quero que aconteça o mesmo com você.” A dor em sua voz era evidente e Lisbon jogou um braço sobre a cintura de Patrick, abraçando-o desajeitadamente. 


“Você não vai me machucar, Jane.” Ela enterrou a cabeça no peito dele enquanto ele correspondia ao abraço, apertando-a conta si. 


“Você merece coisa muito melhor, Teresa.” O loiro depositou um suave beijo em sua testa. “Alguém digno dos seus sentimentos.” 


“Mas você é digno!” Ela praticamente gritou enquanto afastava o rosto do tórax dele para que pudesse olhá-lo, mesmo a luz estando apagada. “Apesar de você não acreditar, você é o melhor homem que eu já conheci, Jane. Apesar dessa máscara que você coloca na frente de todos, por dentro você é uma pessoa incrível e maravilhosa. Eu te amo do jeito que você é.” Lisbon declarou, e, tomada por uma emoção que nunca sentira antes, se inclinou para frente, colando os lábios aos do consultor, como sempre sonhara em fazer. 


Patrick foi pego totalmente de surpresa ao sentir os lábios macios de Teresa contra o seus, numa carícia lenta e suave, e mandando seu lado racional para o inferno, ele se entregou aos seus sentimentos por ela, puxando-a pra cima dele e aprofundando o beijo, ao que ela correspondeu com entusiasmo, soltando um profundo gemido enquanto sua língua duelava com a dele. 


“Eu estou apaixonado por você, Teresa.” Jane sussurrou, sem fôlego. “Eu não devia estar te dizendo isso, mas é a verdade sobre como eu me sinto.” 


“Então não diga.” Ela se ergueu, sentando-se sobre a cintura dele. “Mostre-me.” Lisbon pediu, levando as mãos à barra da camisa que usava, tirando-a e jogando de qualquer jeito pelo quarto, em seguida voltando a se deitar sobre o consultor, os seios se achatando contra o peito dele enquanto ela o beijava no pescoço, fazendo-o estremecer. 


Patrick percorreu as costas desnudas da morena com as mãos, fazendo todo o caminho até enterrar os dedos nos cabelos castanhos e macios, puxando o rosto dela de volta ao seu, beijando-a novamente e finalmente se permitindo explorar e mostrar a ela todo o amor e carinho que sentia enquanto perdia-se totalmente nela.


~.~


Lisbon estava deitada, com os braços de Jane apertados firmemente em torno de sua cintura, e nada poderia lhe roubar a sensação de alegria, satisfação e paz que estava sentindo ao estar com ele. Se aquilo fosse um sonho, não queria acordar jamais. Nunca imaginara que ela e Patrick fossem ficar juntos, ainda mais daquela forma e em um lugar como aquele. Mas sentia-se tão completa e realizada que, tinha certeza, se tivesse acontecido de outro jeito, não teria sido tão perfeito. Aquele colchão em forma de sanduíche viera bem a calhar, afinal, pensou com um pequeno sorriso nos lábios. 


“... sabe, pra uma adulta você consegue ser bem irresponsável quando quer.” Patrick continuou com seu monólogo. Ele estava reclamando desde que ela molhara o cabelo quando estavam dentro da banheira. “Lavar o cabelo a uma hora dessas da madrugada, francamente! Você vai acabar doente desse jeito. Se você ao menos se alimentasse direito, não teria tantos problemas, pelo menos teríamos a certeza de que seu sistema imunológico é forte, mas não, você vive em função de beber café e pular refeições...” 


“Meu sistema imunológico está muito bem, obrigada!” Ela o interrompeu com um sorriso carinhoso adornando os lábios, o que contradizia seu tom impaciente. 


“Vou acreditar no dia que você me mostrar o exame de sangue com o nível de suas plaquetas, leucócitos, eritrócitos...” 


“Pelo amor de Deus, Jane!” Ela sacudiu a cabeça, bufando. “Não é a primeira nem a última vez que eu lavo a minha cabeça à noite e deito com o cabelo molhado, e, se eu nunca fiquei doente antes, não vai ser agora que vou ficar.” 


“Você tem o costume de fazer isso?” Jane a questionou, horrorizado. 


“Às vezes.” Ela deu de ombro, fechando os olhos e se aconchegando melhor contra ele. Seu corpo estava finalmente se rendendo ao cansaço das atividades que andaram praticando recentemente. 


"Pelo visto vou ter que te vigiar quanto a isso também." Ele resmungou sob a respiração.


"Se você continuar falando disso eu vou chutar o seu traseiro." Ameaçou, sonolenta. "Agora, você pode, por favor, apagar a luz para podermos dormir?" 


"Dormir é para os fracos, Teresa. Eu tenho planos muito melhores em mente." Ele declarou, aproveitando a mudança de assunto e subindo uma das mãos por baixo da camisa dela, em direção aos seios. 


"Dormir é para aqueles que trabalharão amanhã cedo e não têm o privilégio de passar o dia todo cochilando no sofá do serviço." Ela puxou a mão dele para fora de sua blusa.


"E você vai ter coragem de me deixar assim?" Jane apertou os quadris contra os dela, fazendo-a sentir sua excitação, e Lisbon lutou para conter um gemido. “Além disso, eu realmente acho que nós deveríamos aproveitar a oportunidade pra você experimentar seu novo uniforme de garçonete.” 


“Que uniforme?” Teresa o encarou, confusa, franzindo o cenho. 


“O que nós ganhamos do recepcionista.” Patrick respondeu com a voz rouca, se levantando da cama e indo até a mala pegar a roupa para mostrar à morena. 


Você tem que estar de sacanagem comigo!” A agente arregalou os olhos assim que ele lhe mostrou o uniforme. 


“Eu não estou de sacanagem com você, Teresa. Mas eu quero fazer muitas sacanagens com você.” Ele disse, malicioso, engatinhando sobre a cama até chegar a ela. 


“Jane, eu não vou usar essa coisa!” Ela pegou a saia de sua mão, olhando-a como se fosse uma doença contagiosa. 


“Vamos lá, Teresa. Eu prometo fazer o que você quiser em troca se você vestir essa roupa pra mim.” Ele murmurou, mordendo o lóbulo da orelha dela. 


“O que eu quiser?” A morena questionou com a voz rouca, prendendo o lábio inferior entre os dentes. 


“Qualquer coisa.” Patrick afirmou com um brilho malicioso no olhar. 


“Bem, existem algumas coisas que eu adoraria experimentar com você, Patrick.” Ela sussurrou no ouvido do loiro, provocando-o. “E eu vou te mostrar o quanto nós podemos ser incríveis juntos.” 


“Eu mal posso esperar por isso, Teresa.” Jane inclinou o corpo sobre o dela, fazendo-a se deitar na cama enquanto a beijava profundamente. 


Agora que finalmente tinha se aberto a esse relacionamento, havia se dado conta de que o sentimento que compartilhava com Lisbon era o que tinha de mais precioso, e isso lhe dava a certeza de que, junto dela, teria força e coragem suficiente para enfrentar qualquer obstáculo que aparecesse. 


FIM! 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! :)



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