Concessões escrita por Marina Louise


Capítulo 1
Concessões


Notas iniciais do capítulo

Essa fanfic foi escrita para o [Desafio] Mentalizando do fórum Need For Fic.



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Já estava de madrugada e Lisbon ainda estava presa na CBI devido a mais uma das confusões que Jane aprontara. Patrick definitivamente era o tipo de homem que não sabia se comportar. 


Assinando no final da página de relatório que estava terminando de escrever, a Agente colocou a folha por cima da pilha de papéis que estava ao seu lado direito, e, em seguida, começou a preencher um novo formulário. 


Ela queria estrangular Jane com suas próprias mãos por colocá-la nessa situação. Depois de passar a tarde toda em uma reunião com Bertram e LaRoche, escutando as reclamações dos dois sobre o problemão que seu consultor causara ao acusar o prefeito de ter um caso com a assistente na frente de toda a imprensa, agora estava presa ali, preenchendo a papelada, quando o que mais queria era poder ir para casa. 


“Você vai fazer um buraco na folha se continuar pressionando a caneta com tanta força.” Jane parou na porta de sua sala, as mãos enfiadas nos bolsos laterais do terno. 


“Vai pro inferno, Jane.” Ela rosnou. 


“Ainda está com raiva de mim.” O loiro afirmou. “Se seu olhar fulminante matasse, eu já estaria estatelado no chão.” 


“Meu olhar pode não matar, mas a minha arma mata.” Lisbon disse, com raiva, enquanto observava o consultor fechar a porta, caminhar tranquilamente e se deitar no sofá. 


“Você não atiraria em mim, isso geraria muita papelada.” Ele zombou. 


“É um preço pequeno a pagar se for pensar toda a amolação que eu vou evitar futuramente.” Lisbon lançou-lhe um olhar desafiador, ao mesmo tempo em que voltava a se concentrar em seus papéis. 


Não teve nem cinco segundos de sossego antes que Jane recomeçasse. 


“Sabe, Rigsby, Van Pelt e Cho já foram embora faz horas.” 


“É sério? Eu nem tinha reparado.” Respondeu em um tom sarcástico. 


“Você está tão mal humorada, Agente Lisbon.” Patrick disse, sentando-se. “Eu acho que você está precisando ir pra casa, na companhia de uma pessoa agradável, para poder relaxar.” 


“Você acha?” Perguntou, arqueando a sobrancelha. 


“Eu tenho certeza.” Ele lhe lançou um olhar sugestivo. 


“Talvez eu deva te lembrar que eu estou presa aqui com todos esses papéis para preencher por sua culpa?” Lisbon recostou-se na cadeira, desistindo de conseguir escrever qualquer coisa enquanto Jane estivesse presente reclamando sua atenção. 


“Não é minha culpa o cara ser um idiota.” O consultor automaticamente se defendeu. 


“Talvez ele não tivesse sido um idiota se você não o tivesse ofendido.” Ela pegou a caneta que segurava e lançou em sua direção com raiva. 


“Ele me irritou!” Patrick exasperou-se. 


“E eu posso saber exatamente o que foi que o homem fez pra te irritar?” Ela perguntou desdenhosamente. “Porque eu estive o tempo todo do seu lado, e até onde eu me lembre, ele não fez nada.” 


“Ah, por favor, Lisbon, você não vai defender aquele pilantra agora, não é?” Patrick se levantou do sofá e apoiou as mãos em sua mesa, se inclinando para perto dela. 


“Eu não estou defendendo ninguém, só não acho que você tenha motivos válidos para fazer o que fez.” 


“Ele estava dando em cima de você, Lisbon. Praticamente te despindo com os olhos. O filho da mãe estava até mesmo tentando imaginar qual era a cor da sua lingerie.” Ele disse entre dentes. 


Lisbon sentiu o coração acelerar com as palavras dele. 


“Isso não é justificativa, Jane. Você não pode simplesmente sair ofendendo a torto e a direito as pessoas que tiverem pensamentos que não lhe agradam sobre mim.” Ela disse em tom de reprovação, mas, no fundo, estava se sentindo lisonjeada. 


“Acontece, Agente Lisbon, que eu sou extremamente possessivo, e eu não gosto de dividir o que é meu com ninguém.” Ele deu a volta, indo até a cadeira em que ela estava sentada, apoiando as mãos em seus ombros. “E você é minha.” Ele sussurrou em seu ouvido, causando uma trilha de arrepios em sua espinha. 


“Eu não sou sua propriedade, Jane.” Ela disse em tom repreensivo, mas sua voz saiu baixa e rouca.


“Você pode não ser minha propriedade, mas é minha namorada. E eu não vou dividir você com ninguém, nem mesmo em pensamentos.” Ele deu um beijo em seu pescoço e ela lutou para conter um gemido. 


“Seus ciúmes não são desculpas aceitáveis, Jane.” Ela forçou-se a se concentrar na conversa, ao invés das coisas incríveis que os lábios dele estavam fazendo no ponto sensível logo abaixo de sua orelha. “Já passou pela sua cabeça, pelo menos uma vez, não causar nenhuma confusão durante um caso?” 


Patrick parou de beijar seu pescoço e virou sua cadeira para que ela ficasse de frente para ele. 


“Eu tenho me comportado, Teresa. Nos casos anteriores a esse eu não te causei nenhum problema.” Ele ressaltou. “Agora, por que você não deixa toda essa papelada de lado e encerra a noite? Eu sei um jeito ótimo pra te fazer esquecer todos os problemas e aliviar o estresse do dia.” O consultor depositou um leve beijo em seus lábios. 


“Tem razão.” Ela disse, levantando-se e apanhando a arma que estava dentro da gaveta e prendendo-a no coldre. “Mas nem pense que você vai vir junto comigo, Patrick.” 


“O quê?” Jane perguntou, surpreso.


“Você não pode simplesmente aprontar uma coisa dessas e achar que eu vou permitir que você durma ao meu lado.” Lisbon pegou sua bolsa, apagou a luz e começou a sair da sala. 


“Você não pode estar falando sério, Teresa.” Patrick choramingou, seguindo-a para fora da sala. 


“É claro que estou. Vai ser bom você tirar essa noite pra pensar sobre o que fez.” Ela lhe disse enquanto apertava o botão do elevador. 


“Você não pode fazer isso.” Ele lamentou. “Além disso, você tem vontade de atirar em todas as mulheres que se interessam por mim que eu sei.” 


“Nos seus sonhos.” Ela soltou uma risada sarcástica enquanto entrava no elevador, sendo seguida por ele. 


“Seus lábios dizem que não, mas seus olhos dizem o contrário toda vez que elas me assediam.” Ele disse com um sorriso no rosto enquanto observa-a dar um passo a frente e apertar o botão do térreo. 


“Me morda, Jane.” Lisbon bufou, soltando um grito agudo ao sentir o consultor cravar os dentes em seu ombro. 


“Mas que diabos, Jane!” Ela deu um tapa no braço nele. “O que é que você pensa que está fazendo?” 


“Cumprindo suas ordens, oras!” Patrick esfregou o braço com uma careta. “Eu descumpro suas ordens e você briga comigo, eu faço o que você manda e você me bate. Francamente mulher, isso é violência doméstica!” 


A morena estava prestes a lhe dar um pedaço de sua mente quando o elevador parou e Jimmy, o vigia noturno, lhes cumprimentou.


“Agente Lisbon, Senhor Jane.” 


“Boa noite, Jimmy.” Disseram em uníssono enquanto passavam por ele. 


“Eu não acredito que você mordeu meu ombro, Jane.” Lisbon sibilou baixinho enquanto caminhavam lado a lado para o estacionamento. 


“Deixe-me ir para sua casa e você vai descobrir o que mais eu vou morder.” Ele murmurou em seu ouvido. 


“Se não quiser perder os dentes, é melhor não morder mais nada.” Ela parou ao lado de seu carro, destravando a porta. 


“Você não teve objeções as minhas mordidas noites atrás.” Patrick lhe disse, os olhos brilhando maliciosamente, e ela corou ao lembrar-se das marcas ainda presentes em suas coxas e seios. 


“Fala baixo, Patrick, alguém pode te escutar.” 


“Relaxe, não tem mais ninguém por aqui, o estacionamento está completamente vazio.” Jane se aproximou, prendendo o corpo dela entre ele e a porta do carro. 


“Me deixe ir pra casa com você, Teresa.” Ele pediu, esticando uma das mãos para o pescoço dela e começando a massageá-lo. 


“Não. Pare com isso, Jane.” Ela disse, tentando afastar sua mão. Mas ele logo a colocou de volta onde estava. 


“Por favor! Eu prometo a você que vou me comportar pelos próximos três casos como um perfeito anjo.” Ele se inclinou, os lábios praticamente roçando os dela. “E eu prometo que vou preparar o jantar e um daqueles banhos de espuma que você tanto gosta e vou te fazer uma bela massagem.” 


Lisbon sentiu sua determinação ruir assim que olhou nos olhos azuis cheios de desejo. 


“Cinco casos.” Ela ronronou, passando a mão pelo colete cinza que ele vestia. “E se você descumprir sua parte no acordo, vai passar o próximo mês dormindo no seu sofá.” 


“Fechado.” Patrick respondeu. “Eu vou te mostrar que eu posso me comportar muito bem quando sou bem recompensado.” Ele lhe olhou com malícia, de cima a baixo, e ela sentiu um frio no estômago em antecipação. 


“Agora, que tal irmos embora ao invés de ficar perdendo mais tempo?” Ele perguntou, dando um passo para trás. 


“Tudo bem. Mas você vai no seu carro. Não vou correr o risco de que alguém nos veja chegando juntos amanhã.” Ela lhe avisou. 


“Como você quiser.” Ele disse com um grande sorriso. “Eu prometo que você não vai se arrepender por ter feito esse acordo, Teresa.” O loiro disse enquanto caminhava em direção ao seu Citroen. 


“Por que será que eu não consigo acreditar nisso?” Lisbon murmurou para si mesma, entrando no próprio carro, ligando-o e saindo do estacionamento com o Citroen de Jane colado em sua traseira. 


Ao observar o carro do consultor pelo espelho retrovisor, a agente sacudiu a cabeça e um pequeno sorriso adornou seus lábios. Patrick sempre dava um jeito de conseguir o que queria. De uma forma ou de outra, ele a convencia a ceder. Ela definitivamente estava perdida, deliciosamente perdida num incrível mundo chamado ‘Patrick Jane’. 


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Notas finais do capítulo

Esse texto foi apenas uma loucura da minha cabeça. Sempre tive vontade que Jane desse uma bela mordida na Lisbon toda vez que ela dizia isso na série durante as brigas. Foi aí que essa ideia me surgiu. Achei um pouco OOC. Mas Lab e Chelle não concordaram, então resolvi postar. Espero que tenham gostado