— EI, PESSOAL — Luffy acenava animado enquanto o navio se aproximava da ilha.

— Luffy? — perguntou Usopp com os olhos arregalados.

— É um idiota mesmo... — Sanji acendeu um cigarro.

O navio ancorou ao lado do Sunny. Luffy nem esperou os outros, apenas pulou de um navio para o outro usando sua habilidade de se esticar, sorrindo como se estivesse encontrado um tesouro.

— Encontrei eles antes de vocês — riu com gosto.

— Espera, você está falando sério? — o atirador duvidou.

— Claro, olha eles ali... ELES SUMIRAM DE NOVO!

— Quem sumiu? — perguntou Nami subindo no navio, sendo seguida por Chopper e Zoro.

— Pensei que vocês tivessem sumido de novo...

— Nem todo mundo é feito de borracha igual você para pular de um navio para o outro — retrucou com uma gota na cabeça.

— NAMI-SWAN, VOCÊ ESTÁ BEM, MINHA DEUSA? — tentou se aproximar.

— Cai fora, pervertido — Zoro aponto a espada para ele.

— O que disse, Marimo?

— Está ficando surdo?

— Vai ter briga? — Penélope subiu no navio animada.

— Você só pensa nisso? — perguntou Nami.

— Na verdade não, mas ainda não saciei minha vontade de ver uma luta épica...

— Pessoal, VAMOS COMEMORAR! — gritou Luffy animado, já puxando Sanji para a cozinha.

— Droga... — Penélope abaixou a cabeça.

— Tenho certeza que você ainda vai ver a luta que merece — a ruiva a consolou.

— Sim...

— Vamos, quero que conheça o resto da tripulação.

A festa foi geral e a bagunça também. Luffy era o mais animado, estava feliz por ter sua tripulação unida novamente sem ninguém estar ferido ou ainda desaparecido.

Penélope ficou encantada quando conheceu o resto da tripulação e os achou loucos, mas ela adorou isso e rapidamente se enturmou, principalmente com os mais bagunceiros do bando. Quando menos esperavam lá estava ela, dançando com Luffy, Chopper e Usopp, fazendo os Mugiwaras rirem e sua própria tripulação quase se esconder embaixo da mesa.

Quando perguntaram para ela qual era sua Akuma no Mi o navio “virou de cabeça para baixo”, ela fazia o cabelo das pessoas crescerem e divertia todos com seus truques e penteados malucos. A parte que mais fez todos rirem foi quando ela tentou fazer o cabelo de Zoro crescer, mas ele desviou e ela acabou encostando em seu queixo e sua barba cresceu alguns bons metros. Luffy riu tanto que se engasgou com a comida e precisou ser socorrido por Chopper .

A noite chegou rapidamente para as duas tripulações que continuaram a festejar até a madrugada, só então decidiram parar por um motivo maior conhecido como álcool que os obrigou a deitarem e a dormirem.

Na manhã seguinte todos já estavam um pouco melhores e poderiam voltar para seus afazeres. Os bandos precisavam se separar, afinal Penélope tinha uma ilha para comandar e os Mugiwaras prosseguiriam com sua viagem atrás do One Piece. A loira “afogou-se” em lágrimas quando despediu-se de Nami.

— Está tudo bem, Penélope. Você sabe que pode me ligar sempre que quiser — Nami abraçava a loira.

— Eu sei, mas não queria me despedir — sorriu enxugando as lágrimas. — Adorei conhecer você, Nami.

— Digo o mesmo, me mande notícias sempre que possível, sim?

— Com toda certeza.

Cada uma subiu em seus próprios navio e partiram em direções diferentes. Estavam tristes, pois tinham criado uma bela amizade, porém sabiam que independente de onde estivessem elas manteriam contato afinal é isso que amigos fazem.

—— // ——

Duas semanas depois.

Nami acordou animada, não tinha nada de especial para fazer naquele dia, mesmo assim gostava de acordar e saber que estava navegando em alto mar.

Depois que se despediram de Penélope o bando já tinha desembarcado em duas ilhas diferentes, agora estavam seguindo em direção à outra. Fazia sete dias que navegavam e ainda não tinham encontrado nada.

O tempo estava mudando aos poucos, indicando que estavam se aproximando da próxima ilha que, muito provavelmente, teria o clima frio.

A navegadora tomou café com todos que pareciam muito animados para desembarcar e falavam “pelos cotovelos”, mas ela não prestou muita atenção nisso. Saiu da cozinha direto para seu quarto, ainda precisava terminar três mapas e não queria chegar em outra ilha sem ter feito pelo menos dois completos.

Trancou a porta e sentou na cadeira começando a trabalhar, já tinha avisado que não desceria na ilha por enquanto então podia se concentrar sem interrupções.

Pela janela do quarto conseguia ver a neve começando a cair, apesar de já ter visto ela outras vezes isso não diminuiu a beleza. Ver os pequenos flocos de neve caindo lentamente sempre era um show diferente o qual ela adorava apreciar sem se preocupar com mais nada. Depois de admirar um pouco voltou a focar-se no papel à sua frente, mantendo o foco.

Três horas foi o tempo que Nami levou para terminar os dois mapas planejados, por já estarem bem encaminhados demorou menos do que o esperado. Espreguiçou-se na cadeira e levantou, agora sim poderia visitar a ilha. Pegou um bloco de notas e uma caneta, vestiu uma roupa mais quente e saiu.

— Nami, você vai na ilha? — perguntou Chopper que estava no meio do corredor.

— Vou sim, já terminei o que tinha para fazer.

— Posso ir com você? Eu preciso comprar esparadrapo.

— Claro, vamos.

Os dois avisaram que iam sair e desceram do navio. A ilha tinha um grande porto onde vários navios estavam parados e ninguém parecia estranhar um navio pirata no meio dos outros. Logo atrás do porto estava a cidade com grandes construções.

Caminhar com Chopper era muito divertido, ele era sempre muito animado e paciente para andar pela ilha sem pressa, facilitando o trabalho da navegadora que olhava tudo minuciosamente.

O tempo foi passando e eles continuavam andando e se divertindo, entraram em lojas e comeram em uma cafeteria. Quando não encontraram mais nada de interessante para fazer voltaram para o navio.

Estranhamente ninguém estava do lado de fora quando chegaram, talvez estivessem com muito frio o que era incomum, a essa hora era para estarem brincando na neve.

— Onde será que todo mundo se meteu? — perguntou a ruiva.

— Não sei, talvez na cozinha... Sinto cheiro de chocolate quente — sorriu animado. 

— Chocolate quente, vamos logo — puxou a pequena rena.

Aproximaram-se da cozinha, nada indicava que alguém estivesse ali. A luz estava apagada, não tinha nenhuma barulho e, ao tentar abrir a porta, Nami descobriu que a mesma estava trancada.

— O que está acontecendo? Será que fomos atacados?

— O navio está inteiro, Nami.

— Outro sequestro?

— Duvido que seriam levados sem resistir.

— Então eu não sei o que pensar... — olhou para o lado ao ouvir o barulho da porta destrancando. — Estão de brincadeira com a minha cara. Vem, Chopper — abriu a porta e não viu nada por causa do escuro.

— SURPRESA — todos gritaram quando Usopp acendeu a luz.

— Hã? É seu aniversário, Chopper?

— É o seu, Nami!

— Mas o meu não é só semana que vem?

— Eu disse que ela nem ia perceber que mudamos o calendário — Robin sorriu.

— Essa foi uma super ideia.

— Sinceramente, você são incríveis. Muito obrigada por isso — sorriu emocionada. 

— Não chore, Nami-san. Vou acabar chorando também, se bem que não tenho olhos, pois sou um esqueleto. Piada da caveira! — riu com gosto.

— Anda logo, Nami. Estou com fome — reclamou Luffy querendo “atacar” o bolo.

— Não apresse minha Mellorine.

— Eu já falei que ela não é sua, sobrancelhas estranhas.

— O que você disse, cabeça de grama?

— Só vocês mesmo — Nami juntou-se a mesa.

A festa foi feita ao estilo Mugiwara. O primeiro passo foi a comida, todos estavam comendo civilizadamente até Luffy começar a roubar a comida de todo mundo, provocando a ira de Sanji que começou a gritar com o Capitão. Zoro ficou sem paciência com a gritaria e resolveu reclamar, gerando uma briga entre os três.

Luffy escapou rapidamente da confusão que ele mesmo causou e voltou a comer e a fazer palhaçadas com Usopp enquanto a rena ria sem parar. Brook não perdeu a chance de tocar uma música ao lado de Frank que testou uma nova máquina que fazia alguns sons, tentando combinar com a melodia.

A arqueóloga como sempre olhava para tudo como se fosse a cena mais normal do mundo e para eles realmente era, já a aniversariante não sabia o que sentir. Por um lado estava brava pela briga, mas por outro agradecia pelo esforço de todos em a agradar com uma festa. Com toda certeza não tinha lugar melhor no mundo para ela viver além desse, junto de seus amados companheiros.

Pouco tempo depois, após algumas gritos por parte da ruiva, a paz voltou à cozinha. Luffy novamente foi apressado e começou a falar sobre os presentes para a navegadora, dessa vez quem brigou com ele foi Usopp. Sem alternativa Nami começou a abrir os presentes que eram dos mais variados, seus companheiros com certeza tinham muita criatividade nas escolhas.

O presente favorito com certeza foi o de Zoro por motivos óbvios, ela caçava aquele Log Pose como o Luffy caça o One Piece, não se importava de entrar em algumas enrascadas atrás dele, mas não precisava mais já que ele estava bem na sua frente. Quando ela o viu só conseguiu pular em cima do esverdeado o abraçando com todas suas forças.

Comemorar seu aniversário deixou de ser importante com o passar dos anos, agora ela tem certeza que pode esperar ansiosamente por essa data todos os anos, pois ela não estava sozinha.

A noite chegou rapidamente, alguns dormiam nas cadeiras, outros no chão, tinha gente até em cima da mesa. Nessa confusão de dorminhocos só Nami e Zoro estavam acordados. Ambos aproveitaram para “fugir” dos demais e foram para fora.

— Então, o que achou?

— Sendo sincera, eu não esperava por isso adorei. Algo me diz que você quem deu ideia...

— Por que acha isso? — perguntou a abraçando.

— Intuição.

— ...

— Zoro?

— Hum?

— Sou só eu ou você também está vendo aquela coisa brilhante vindo na nossa direção?

— Onde? — olhou para o lado.

— Ali — apontou para a direita.

— Aquilo não é...

— Um navio da Marinha. Droga, logo agora. Chama o pessoal, precisamos sair daqui!

Zoro correu para a cozinha e chamou todos. No começou ignoraram e continuaram dormindo, mas no momento em que ouviram “Marinha” levantaram-se o mais rápido possível e correram para o lado de fora seguindo as ordens de Nami para saírem da ilha.

Felizmente não foram vistos e conseguiram se afastar ilesos da ilha, mesmo assim não poderiam voltar já que o navio da Marinha estava parado justamente no porto onde eles mesmo estavam antes.

— Belo jeito de terminar um aniversário — Zoro olhou para trás se certificando que ninguém os seguia.

— Com certeza, não tem jeito melhor — Nami sorriu segurando a mão do amado.

— Para qual ilha vamos agora?

— Não faço ideia, mas tenho certeza que vai ser divertido.

Nami não se importava em qual ilha iriam desembarcar, pois tinha certeza de que em qualquer lugar que parassem o navio teriam uma nova aventura, principalmente se fosse longe de qualquer sequestrador maluco fã de cabelos prestes a fazer um sequestro cabeludo, literalmente.