Equinox escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 27
Capítulo 107


Notas iniciais do capítulo

fotos do capítulo 107:
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15 de março de 2008

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Recebi alta do hospital e voltei para casa hoje.

Já tinha em mente a primeira coisa que eu faria quando chegasse e procuro meu caderno na escrivaninha até que o encontro:

— Mamãe! – imediatamente ela está atrás de mim quando eu me viro para entregar meu diário do ano passado para ela.

— O que é isso, querida?

— Eu prometi que iria deixar você ler meu diário e é isso que estou fazendo.

— Não precisa, Carol. Não posso ler suas memórias, o que você escreveu aqui é pessoal – há meu irmão lê meu pensamento e sabe de tudo. Ela também merece saber.

— Sim, mas eu quero compartilhar com você. Você é minha mãe agora e precisa me conhecer.

— Eu já conheço você muito mais do que qualquer pessoa, querida – ela se refere sem duvida ao fato de ter sido minha psicóloga e eu ter confidenciado coisas para ela que não disse a mais ninguém..

— Eu sei, mãe. E sou muito grata por isso. Mas é por isso mesmo que você precisa ver minhas memórias.

— Filha, há coisas que nós não contamos nem para nossas mães. Eu não posso aceitar.

— Não me recuse Esme, por favor.  Eu quero que você saiba o que eu escrevi – não há nada tão comprometedor assim como ela pensa.

— Então me conte o que você quer que eu saiba filha.

— Eu não tenho uma memória como a sua mãe, e não me lembro de tudo que eu relatei. Então é melhor que você leia.

— Tem certeza, sweetie?

— Absoluta mãe.

— Obrigada, vou ler com muito respeito.

— Eu sei, mamãe. Confio em você.

...XXX...

 

16 de março de 2008

                Acordo nos braços de Esme, ela coloca um livro ao lado da cama assim que percebe que eu despertei:

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— Bom dia querida!

— Bom dia mamãe!

Levanto e vou ao banheiro me arrumar para tomar o café-da-manhã. Sempre penteio meus cabelos logo que acordo, pois eles estão bagunçados. Escovo os dentes e jogo um pouco de água no rosto. Uso o vaso sanitário e lavo as mãos, em seguida e desço para encontrar mamãe na cozinha com a minha refeição já pronta, apenas aguardando a minha chegada.

— Querida precisamos conversar... – engulo um pedaço de pão tão grande que quase me engasgo. O que ela quer falar comigo?

— Não se assuste sweetie. Eu só quero esclarecer uma coisa que eu li ontem no seu diário.

— Você já leu tudo?

— Sim. Fiquei a noite toda e já terminei de ler.

Que rápida! Fico pensando que desse jeito vou poder ler todos os livros que quiser em tempo recorde. Afinal tempo é uma coisa que não falta para os vampiros, ainda mais quando não precisamos dormir e nem comer tão frequentemente quanto os humanos.

— E, então, o que achou? – paro de comer para não correr o risco de me afogar com a comida.

— Termine de comer depois conversamos, querida – ela percebe que o que disse me incomodou a refeição.

— Perdi a fome. Agora eu quero saber o que você leu.

— Coma, meu bem, depois eu direi. Não devia ter dito nada antes de você desjejuar, me desculpe – ela abaixa a cabeça.

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Termino minha refeição mais depressa do que o normal e nem sinto o gosto da comida na ânsia de ouvir o que Esme viu que a deixou alarmada. Só quero me libertar logo disso. Mamãe me observa com atenção para que eu não engasgue.

— Acabei! – digo como se tivesse ganhado uma maratona.

— Está bem, vou dizer o que eu vi que me preocupou. Estou vendo que você está curiosa.

— Sim, mãe. Fale eu quero saber: o que foi?

— Eu vi em seu diário que você já tentou cometer suicídio três vezes, por quê? Eu sei que eu não sou a pessoa certa para ficar falando isso, uma vez que eu mesma sou uma suicida, mas...

Lembro-me exatamente de cada palavra que eu escrevi sobre isso.

— Ah isso? – eu faço uma expressão de alívio que Esme interpreta como descaso.

— Carol, isso é muito sério, não é brincadeira. Você poderia ter conseguido como eu quase consegui. De certa forma eu consegui mesmo. Queria acabar com aquela antiga vida de sofrimento e comecei uma nova – se ela conseguiu mudar de vida eu também consegui, por isso eu parei de tentar me matar. Agora a vida tem sentido para mim.

— Mãe, eu não a julgo.

— Claro que não, você sabe exatamente o que eu passei. Eu não imaginava que você me conhecesse tanto e que tivesse chegado ao mesmo ponto que eu. A diferença é que eu consegui, por assim dizer, e você felizmente não teve êxito.

— Hoje eu estou feliz que não tenha conseguido. Você sabe quais os motivos que levam uma pessoa a querer acabar com a própria vida. E mesmo se não tivesse vivido isso você leu meu diário e sabe quais as causas que me levaram a tentar.

— Filha, nunca mais quero que pense nisso. Não é nada legal. Não faço propaganda do que eu fiz. Quase ninguém sabe disso e eu não quero incentivar outros a essa prática.

— Eu sei mãe, me desculpe. Você sabe que a adolescência é um período conturbado da vida e se não temos um apoio nessa fase, dificilmente conseguimos passar por isso sozinhos.

— Sim, querida. Os pais precisam ficar mais atentos com os adolescentes. Tem que ser uma vigilância sutil, porque os jovens, você sabe, não gostam de se sentir vigiados pelos mais velhos.

— Eu sei mãe. Agora eu sei que a pessoa que faz isso não quer acabar com a vida, mas acabar com o sofrimento. Não se preocupe, você foi minha psicóloga e sabe que agora eu não faria mais isso.

— Eu sinto muito que você tenha chegado a sequer pensar nessa alternativa. Acabar com a própria vida não deve ser considerado solução, nem eu deveria ter me suicidado.

— Seu caso foi diferente, mãe. Você teve um motivo. Você não era apenas uma adolescente desesperada como eu...

— Mas se eu não tivesse feito isso, não teria reencontrado Carlisle. Mas eu não morri como queria, não exatamente. Eu estou meio morta e meio viva.

— E eu agradeço por isso. Se você não tivesse sobrevivido, eu também não teria resistido muito tempo. Tenho certeza que iria acabar morta de qualquer jeito, ou assassinada ou iria me suicidar.

— Não pense nunca mais nisso, querida.

— Eu prometo mãe. Enquanto você e papai me tratarem com respeito e carinho que eu sempre quis e sempre pensei que merecia não vou sequer cogitar essa possibilidade.

— Você é uma garota maravilhosa, filha, merece ser bem tratada. Não fazemos mais do que você merece.

  Nesse momento a porta da sala se abre – aprendi a identificar, os ruídos dos carros na rua que antes eram abafados agora ficam mais claro. A voz de Carlisle chega antes dele:

— Cheguei meus amores!

  Papai encosta a porta e vem correndo em velocidade de vampiro, abraça mamãe e os dois trocam um curto beijo, mas ardente. Eu não posso evitar sorrir e solto um suspiro. Meus batimentos cardíacos aceleram e eu me sinto como uma menina de cinco anos vendo os pais se beijarem.

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— Olá, querido. Como foi sua noite? – Esme diz quando se afastam.

— Bem, e a sua?

— Boa, como pode ser sem a sua presença.

— Mas ao menos você tem a nossa filha para lhe fazer companhia. Eu só tenho sua lembrança.

Fico corada com a referência a mim.

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— Espero que isso seja o suficiente – diz Esme um pouco segura de si.

— É sim o bastante para eu ficar contando os minutos para voltar para casa e para seus braços minha rainha – nunca tinha ouvido Carlisle ser tão explícito no carinho com a esposa e elogiá-la assim.

  Ele sempre foi afetuoso, mas não de demonstrar abertamente. Ele olha para mim e depois volta a encarar a esposa:

— Mas eu posso saber o que vocês diziam quando eu cheguei?

  Fico mais vermelha que uma pitanga madura:

— Não se incomode, papai. Mamãe já me deu um sermão, não preciso que você também faça – não gostava quando acontecia isso com meus pais humanos, ao invés deles dois conversarem e me dizerem uma vez só, eles repetiam a mesma coisa que o outro já havia dito e isso me deixava francamente irritada.

— Não se preocupe, filha. Não vou brigar com você. Só queria saber, se puder, o que vocês diziam.

— Não é segredo – Esme diz e olha para mim como se pedindo permissão e eu faço um gesto consentindo. – Nós duas falávamos das vezes em que nossa filha havia tentado se suicidar.

  Carlisle reflete nas palavras da esposa e diz:

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— Não me admira que ela tenha chegado a esse ponto com os pais que tinha. Você também chegou a esse extremo por causa das violências que sofreu, querida - ele olha para trás na direção da esposa.

— Você não está bravo comigo, papai? – pergunto surpresa.

— Não; não é com você que devemos ficar indignados, é com seus pais humanos. Eles fizeram tantas coisas erradas que você não pode ser culpada por ter pensado que seria melhor deixar de existir.

— Naquele tempo eu não via porque deveria continuar vivendo. Eu sofria e se eu continuasse viva eu iria sofrer mais e eu queria acabar com isso. Agora eu conheci vocês e não tenho mais motivo para desejar morrer. Minha vida é de vocês dois agora, me dedicarei a ser a filha que você e mamãe merecem.

— Oh minha princesa! – papai me levanta nos braços. – Eu te amo!

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— Eu também te amo muito papai! Também amo muito você mamãe!

...XXX...


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