23 de janeiro de 2008

Uma questão me intriga há mais de um mês, só saberei como foi realmente se pedir, e por fim eu decido perguntar para minha mãe. Eu pergunto para Esme de repente:

— Mamãe, você pode dizer como foi quando Alice e Jasper apareceram?

— Claro que sim, sweetie. Foi um dia de outono de 1950.

— Era abril ou maio, não é mamãe?

— Não querida, era setembro.

— Ah claro! – digo compreendendo, primavera aqui outono lá no hemisfério norte. – Outono, Outubro.

— Isso só faz sentido em português.

— Eu sei disso, mãe.

— Mas continuando...

“ De repente eu percebi a presença de outro vampiro em nossa casa e vi as coisas do quarto de Edward aparecerem na garagem. Eu estava com muito medo de interpelar o intruso ou a intrusa, pois eu estava sozinha. Até que ele, ela na verdade, parou de correr, acho que tinha acabado de colocar as coisas do meu filho para fora do quarto dele. Um pouco petulante, eu acho que não precisava tanto.”

“ Esme – ela me chamou pelo meu nome certo, sem titubear. Meu nome não era muito comum naquela época e muito menos hoje, eu nunca conheci outra mulher com o mesmo nome que eu.”

— Você é única mamãe.

— Obrigada, querida.

“A vampira me disse para não ter medo que não iria me machucar. Ela era pequena e certamente se lutássemos não seria muito difícil, mas eu não sou uma lutadora e evito um confronto sempre que posso, e eu não queria brigar com ela apesar de ela ter invadido minha casa e feito uma bagunça.”

“Como você se chama? – perguntei nervosa, mas sem esquecer as boas maneiras.”

“Eu me chamo Alice – gostei do nome. Sempre imaginei ter uma filha com esse nome, se eu pudesse. Eu sorri para ela e ela me sorriu de volta.”

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“De repente um garoto loiro e com o corpo repleto de cicatrizes apareceu do lado dela e meu espanto deve ter ficado evidente em meu semblante. Eu fiquei com mais medo ainda que eles me matassem. Agora eles eram dois e eu apenas uma, seria fácil para eles.”

“Claro que essa não foi a primeira vez que nós encontramos outros da nossa espécie, mas agora eu estava sozinha em casa e apavorada, pois Edward e Emmett saíram para caçar, Carlisle estava trabalhando e Rosalie foi fazer compras na cidade.”

“Este é meu companheiro Jasper – disse Alice ao perceber meu estado de choque. – Não se assuste, não faremos nenhum mal a você, mãe – a menina me chamou de mãe e eu fiquei instantaneamente comovida. Ela já havia me adotado antes mesmo de nós a aceitarmos. Ela já sabia que a aceitaríamos, é claro, isso não é tão espantoso quanto eu pensei naquela época.”

“Os olhos dela eram dourados e me encaravam de uma maneira ao mesmo tempo segura, convencida e afetuosa. Mas os olhos dele eram de um estranho tom de amarelo-avermelhado que me deixava hesitante. Alice percebeu que eu os estava observando então explicou:”

“Jasper está começando a tentar viver de forma vegetariana enquanto eu já treinei muito e estou a bastante tempo, praticamente desde que acordei, pois eu sabia que iria encontrá-los.”

“Você já sabia, como?”

“Eu posso ver o futuro. Por isso já conheço todos vocês.”

“Fiquei admirada e de boca aberta.”

“E ele também tem um dom? – pergunto mais por curiosidade porque eu estou me sentindo estranha mesmo sendo pacífica eu acho que deveria estar mais nervosa devido essa situação estranha.”

“Sim Esme, eu posso sentir e manipular as emoções das pessoas ao meu redor – disse o rapaz.”

“Você está fazendo isso comigo agora?”

“Sim”

Carlisle apareceu ao meu lado e se colocou em posição de defesa contra os intrusos.

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“Olá Carlisle – disse Alice apesar da maneira como meu marido estava. Acho que foi intencional para mostrar que não estão me ameaçando. – Sou Alice e este é meu parceiro Jasper. Viemos nos unir a sua família. Eu sei que vão aceitar.”

“Carlisle relaxa sua posição de guarda ao meu lado.”

“Você sabe como Alice? – pergunta meu marido dando um passo para a frente. – Se vocês não querem nos machucar, são muito bem vindos.”

“Jasper ficou atônito, pois nunca havia conhecido um vampiro assim. Todos que ele conheceu até então sempre foram agressivos, Carlisle o deixou admirado com sua personalidade pacata.”

“Jasper, não faça nada com meu marido – eu ouso pedir.”

“Marido? – pergunta Alice confusa.”

“Sim, nós dois somos casados desde 1921.”

“Há quase 30 anos – diz Carlisle de uma forma que eu só posso compreender como orgulho e satisfação. Que bom que ele se sente assim e demonstra para mim.”

“Você e ele não são casados? Peço para ela.”

“Não como os humanos – responde Alice.”

“Podem entrar para nossa família sim – diz Carlisle – mas vocês precisam se casar formalmente. - O pastor nele pede que seja assim, afinal meu marido foi criado de forma muito religiosa.”

“Por quê? – pergunta Jasper”

“Tudo bem – diz Alice. – Jazz querido, só oficializar a nossa união. Nada de mais.”

“Certo – ele por fim cede.”

“O que você quis dizer antes, querida? – Carlisle me questiona olhando interrogativamente.”

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“Jasper pode fazer os outros sentirem o que ele quiser e eu não queria que ele fizesse algum mal a você.”

“Ah meu amor, obrigado por se preocupar comigo – Carlisle beijou minha testa. – É um dom interessante – diz meu marido pensativo.”

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“Agora vamos procurar Edward e Emmett – diz Alice segura e nos dando as costas, Jasper ficou um pouco tenso com a atitude dela e a protegeria se fossemos atacar, mas ele não precisava se preocupar com isso. Ele não sabia que nós não éramos perigosos na época, não atacamos se não formos atacados, eu não o culpo. Ele não poderia adivinhar e muito menos supor, tendo a experiência que teve.

Ela e Jasper desapareceram antes que nós pudéssemos dizer mais alguma coisa.”

— E assim eles entraram para a família.

— É uma boa história mãe... Mas eles abandonaram vocês ano passado. Como foi isso? Por que eles fizeram isso?

— Jasper e Alice escolheram nossa família, não foram criados por eu ou meu marido e eram livres para sair quando quisessem.

— Mas se eles escolheram ficar e depois deixaram vocês no momento em que corriam perigo de vida, isso é uma deslealdade, uma deserção. É uma grande covardia.

— Jasper saberia muito bem disso, filha, ele foi do exército antes de ser transformado. E durante muito tempo da sua nova vida também, você sabe. Mas eles não fugiram. E mesmo se fosse assim eu não os obrigaria a ficar sabendo que poderíamos ter morrido, eles dois tinham a chance de escapar e eu não negaria esse direito.

— Mamãe, você é muito nobre!

— Oh filha, não é bem assim. Não tem nada de nobreza eu apenas penso que se eu estivesse no lugar deles talvez faria o mesmo. Eu iria salvar minha vida. Ou o que quer que seja o que temos.

— Eu lutaria com vocês.

— Você ficaria mesmo?

— Sim. Não teria motivo para continuar se você e papai morressem. Eu sou imensamente grata que vocês dois não foram assassinados, nem posso dizer quanto. É muito.

— Eu certamente tentaria proteger você, como Bella faria com Renesmee. Ao menos alguém de nossa família poderia sobreviver.

— Eu preferia ficar ao seu lado, mamãe.

— Talvez você teria que ficar. Demetri poderia rastrear você e encontrar você depois... Você teria que ficar porque não escolheu ficar conosco você é parte da família.

— Eu escolhi sim, mãe. Se eu tivesse que morrer com você e com papai eu morreria. Nunca tive algo pelo que lutar e por vocês eu acho que valeria a pena.

— Oh my sweetie!

Esme me abraça e beija.

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— Mas não se preocupe que tudo foi na verdade uma estratégia. Eles dois não fugiram, nós é que pensamos que eles haviam nos deixado. Era nisso mesmo que tínhamos que acreditar.

— Como assim fazer vocês acreditarem que iriam morrer – sinto um aperto no coração. Esme deve ter sofrido horrores durante o tempo em que acreditou que toda a família iria morrer. - foi tudo um plano?

— Sim era. Tínhamos que acreditar que Alice fugiu para que Aro não pensasse que se nos matasse poderia ter ela na sua guarda como sempre quis. Ela precisava fazê-lo acreditar que não nos prezava tanto a ponto de morrer ao nosso lado.

                Agora eu compreendo que o líder dos Volturi sempre quis minha irmã com ele, na verdade, o dom dela, e ela ter abandonado a família Cullen foi para salvá-los da morte. Aro poderia ter matado eles mesmo só para ter Alice e nosso irmão Edward. Talvez até Bella. Depois ele poderia fazer com que Corin os deixasse leais aos Volturi, sem lembrar do passado.

                Aro sempre cobiçou os dons de meus irmãos e queria tê-los ao seu lado, ele não se importaria em ter que matar os Cullen para isso. Mataria até mesmo seu amigo Carlisle sem problema ou remorso algum. Isso que ele é seu amigo, imagine se não fosse! Mas aro matou até a própria irmã, o que o impediria de matar Carlisle? Nada.

Ainda bem que Bella tem seu escudo para nos proteger, mas e se ela fosse vencida pelos vampiros italianos? Por isso temos que protegê-la para nossa própria proteção. O escudo dela é só contra ataques psíquicos e não contra ataques físicos, mas já é de muita ajuda, não pode ser prescindível numa batalha como foi. Além do mais, a maioria dos dons dos vampiros são ilusões mentais, apenas poucos são manipulações físicas verdadeiras.

Tomara que eu possa proteger papai e mamãe quando for vampira também. Porém, se eu tiver um dom Aro pode invejar Carlisle ainda mais. Não que papai tenha mais do que ele, mas ainda são coisas que ele queria ter. Damn!  É um beco sem saída. Droga! Seja o que o destino quiser.

Aliás, Eleazar já disse qual será meu poder. Ele disse que eu terei um dom de telepatia e telecinese. O que isso significa? Que eu poderei erguer objetos apenas com a força do pensamento? Isso vai ser muito legal! Anoto um recado mental para pesquisar sobre isso antes de virar vampira para já me preparar...

Telepatia e telecinese estão juntas, pois telecinese precisa da telepatia embora a telepatia nem sempre precise de telecinese, como é o caso do meu irmão Edward, por exemplo. Ele é um telepata, mas não pode levitar objetos com a mente, só pode ouvir o que as outras pessoas pensam, nada mais. Mesmo que só a distância o torna diferente, isso já provoca a ganância de Aro.

E a ganância pode levar ao assassinato. Eu sempre soube disso. Assim como entre os humanos a cobiça pode levar ao crime. Sempre tive aversão a sentimentos mesquinhos como ganância, avareza e inveja e cobiça. São o pior lado da humanidade, e com os vampiros não é diferente.  Ao contrário, é pior porque somos praticamente imortais.

Aro mesmo pode ler a mente das pessoas, não apenas o que ela está pensando, mas também o que ela já pensou. Edward pode ‘ler’ apenas os pensamentos da pessoa no presente, diferente de Aro que precisa tocar na pessoa meu irmão pode ouvir de longe, e por isso Aro o inveja de papai. Tomara que ele não me queira também.

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