Harry gritou para que Duda ficasse quieto, esperando o ataque iminente, mas antes que pudesse planejar sua defesa, Duda enfiou um soco no garoto. Harry caiu no chão e sua varinha rolou de sua mão, desesperado procurou em volta no escuro, mas era impossível enxergar algo, engatinhou e tateou o chão achando a varinha a poucos metros dele, quando se levantou notou que Duda não estava mais ao seu lado estava indo na escuridão direto para o Dementador, notou também que um segundo Dementador vinha pela travessa do outro lado, o Dementador encostou Harry na parede a fim de dar-lhe o beijo, o garoto foi invadido por uma enorme culpa pela morte de Cedrico e a volta de Voldemort, sentiu que havia chegado sua hora que nada podia fazer ele nem ao menos pode ajudar Alina ou saber o que estava acontecendo com ela, quando pensou na garota lembrou da sensação de seus lábios nos seus e de seu sorriso, foi invadido pela vontade de ver a garota novamente, preenchido pelo pensamento feliz de vê-la, ele recuperou seu fôlego e produziu o patrono, fazendo com que o Dementador sumisse da travessa, quando se virou na direção de Duda, viu que o primo estava no chão com as mãos sobre seu rosto, as mãos podres e enegrecidas do dementador tentavam sem sucesso afastá-las, Harry mandou seu patrono para o segundo Dementador que largou Duda e sumiu.  

Harry com dificuldade arrastou Duda para casa e ao chegar foi acusado pelos tios de ter enfeitiçado o primo, o garoto tentou explicar o que tinha acontecido, que na verdade só usar magia para salvar a vida dele e não ao contrario mais seus argumentos foram em vão, quanto mais argumentava mais o tio o acusava, enquanto tentava se explicar uma coruja adentrou o local fazendo Tio Valter urrar enfurecido, largou uma carta nas mãos do garoto e voou janela afora. Harry pegou a carta e viu que o ministério havia lhe expulsado pelo uso indevido de dois feitiços seguidos no dia, sentiu que estava sendo acusado injustamente pois havia feito somente o feitiço do patrono, enquanto se preparava para fugir da casa dos Dursley mais cartas chegaram pedindo que ele ficasse onde estava, Tio Válter viu a chance ali de se livrar do garoto, exigiu que ele explicasse o que fez ao seu  filho, o garoto tentou mais uma vez falar ao  tio que não havia feito nada, mas ele não acreditou pediu que Harry saísse da casa dele e nunca mais voltasse, mas no instante que ele levantou para arrastar ele para fora uma terceira coruja chegou, dizendo que Harry não havia sido expulso e que teria uma audiência disciplinar no dia 12 de agosto, ao mesmo tempo uma quarta coruja adentrou a sala trazia um berrador para tia Petúnia que imediatamente mandou que Harry fosse para seu quarto e não quis dizer de quem era o berrador.  

O garoto foi para o quarto desanimado seu dia não podia piorar, se deitou completamente vestido e repassou como a algumas horas atrás ele poderia estar beijando Alina e agora estava à beira da expulsão de Hogwarts, seu verdadeiro lar, demorou para pegar no sono mais quando dormiu sonhou com a audiência, as duas horas da manhã, foi acordado por um grito de dor, se colocou em pé desperto tentando ouvir de onde vinha, olhou pela janela e viu que a luz da sala dos Pierce estava acesa, um novo grito mais alto cortou a noite, ele reconheceu a voz de Alina por trás do grito, sem pensar duas vezes o garoto saiu do seu quarto para o corredor nas pontas dos pés rezando para que os tios não o ouvissem, quando chegou na frente da casa espiou pela janela, Alina estava ali jogada no chão usando apenas uma camisola, o Sr. Pierce estava em pé olhando sério para a garota, não havia sinal da Sra. Pierce por perto, o homem se aproximou da garota levantando ela pelo braço com violência.

— Sua traidorazinha de merda – ele disse aplicando um forte tapa no rosto da garota, Harry ofegou, um filete de sangue desceu pelo canto da boca da garota que olhou furiosa para o padrasto que a ainda a segurava próximo a seu rosto – Eu dou de tudo para você e é assim que me agradece, saindo com aquele garoto Potter pelas minhas costas, não mandei que você ficasse longe dele?

— Você não é meu pai – a garota respondeu limpando a boca com as costas da mão – Eu não faço o que você manda, achei que isso já estava claro!

— Não me responda – ele disse atirando ela contra a parede e fazendo com que a garota batesse a cabeça –  Eu já faço muito em aturar você do jeito que é embaixo do meu teto!

Harry sentiu a raiva se apoderar de seu corpo, como aquele homem poderia tratar Alina daquela forma? Ele mal pensou no que estava fazendo quando viu já havia chutado a porta dos Pierce com violência e adentrado a casa, tateou o bolso a procura da varinha mais na pressa deixou a em seu quarto, partiu com a armas que tinha para cima do homem, suas mãos, que só notou sua presença quando ele acertou um soco em seu rosto com força.

— Harry não! – Alina gritou se levantando de onde havia caído.

— Quem você acha que é? – Vociferou o homem.

— Você não pode tratá-la dessa maneira! – o garoto disse entre dentes.

— E quem é você para me dizer o que eu posso ou não posso fazer? – Harry sentiu de perto o cheiro de vodca barata que saia da boca do homem.

O Sr. Pierce era muito maior que o garoto o agarrou pela frente da camisa, aproximando ele de seu rosto furioso em seguida arrastou Harry pela sala e estava pronto para joga-lo porta afora quando Alina se atirou contra o padrasto furiosa, a garota pulou nas costas do homem que largou Harry de imediato, tentou arrancar a garota dali mais não obteve sucesso, ela saltou das costas do padrasto e quando ele se aproximou urrando de raiva o chutou deixando ele desorientado, pegou o abajur que estava próximo e bateu com força contra a cabeça do homem que desmaiou em seguida.

— Será que está morto?  – Ele disse se aproximando do homem e tomando sua pulsação.

— Seria bom se estivesse – respondeu Alina ofegante – Você deve me achar uma pessoa horrível por querer isso, não?

— Eu não posso te julgar – ele disse lembrando que muitas vezes desejou o mesmo secretamente aos Dursley – Ele sempre foi horrível assim?

— Sempre que bebe, me desculpe por não ter tido nada mais cedo.

— E sua mãe, onde está? – ela soltou um longo suspiro encarando os olhos verdes do garoto – Ela toma remédios fortes para dormir, a casa pode cair em sua cabeça e ela não acorda

 Harry olhou do homem desacordado que agora soltava forte roncos para Alina preocupado, os dois arrastaram o corpo inconsciente de Nicolas Pierce para o sofá, Alina foi até o quarto e trouxe uma manta para cobrir o homem corpulento, enquanto isso Harry arrumava a bagunça, quando os dois terminaram chegaram à conclusão que se alguém chegasse agora na casa dos Pierce não conseguiria notar que a poucos minutos uma briga furiosa havia acontecido no local.

— Não se preocupe, amanhã ele não se lembrará de nada – Alina disse.

—  Como eu não posso me preocupar com o que acabei de ver? – Harry perguntou encarando a menina, que encarou os próprios pés envergonhada.

— Vem Harry –  ela disse o pegando pela mão, pegou um roupão e calçou seus chinelos e saíram por afora, para o jardim dos Pierce.

Sentaram lado a lado em silêncio, a noite estava fresca, a lua estava enorme, brilhante e cheia, iluminava os dois, Harry se sentiu feliz e completo pela primeira vez na Rua dos Alfeneiros,sentiu seu coração acelerar que sentimento era esse que tomava conta de tudo? Sem dizer nada Alina deitou sua cabeça no ombro do garoto, que passou sua mão por trás de seus ombros e a puxou para mais perto, ele sentiu seu perfume e o cheiro dos seus cabelos tão próximos e foi tomado por uma vontade louca de beijá-la, como se adivinhasse seus pensamentos ela o encarou ela o beijou, passado vários minutos ou tardes ensolaradas, eles se separaram, Alina encarou ele com seus olhos negros brilhantes e lágrimas desceram por seu rosto.

— Você não deveria ter feito isso Harry – ela disse indicando a casa com a cabeça, as lágrimas brilhando a luz da lua – Eu odiava esse lugar, você está me fazendo gostar daqui!