P.O.V. Amara.

 Fui chamada diante do Rei para responder a uma acusação.

—Posso saber do que estou sendo acusada?

—De atacar Lorde Lestat.

—Por acaso, ele mencionou que se esgueirou no meio da noite para dentro de meus aposentos e tentou me desvirtuar?

—Como se declara?

—Inocente.

A Princesa me defendeu.

—Eu apoio Amara. Acredito nela.

—Exijo um julgamento por combate!

—Você não tem dinheiro para pagar um cavaleiro.

—Não pagarei um cavaleiro. O seu cavaleiro vai enfrentar a minha ira!

Todos no recinto riram.

—O senhor aceita meu desafio? Ou vai correr pro colinho da mamãe?

—Desafio aceito.

—Pois muito que bem. Amanhã terá seu julgamento por combate.

Decretou o Rei.

 Acordei e fui me aprontar para o combate. Vesti minha armadura, amarrei meu cabelo em um coque para que meu adversário não pudesse puxá-lo, peguei minha espada e o meu escudo. Fiz minha maquiagem de gatinho minha marca registrada e fui.

Quando cheguei á Arena havia uma plateia e tanto. E o meu adversário era o triplo do meu tamanho.

Vi Lorde Lestat dar um sorrisinho. 

Assim que o Rei deu o seu aval a batalha começou.  Fiquei enrolando uns vinte minutos, até que cansei-me e rapidamente desarmei e decapitei meu adversário. Olhei para Lorde Lestat e dei-lhe um sorrisinho sacana.

A multidão ficou em silêncio. Aquele silêncio mortal, sepulcral. Todos chocados.

Eu levantei a minha espada e gritei:

—Eu sou Amara!

 Passei o sangue da espada no meu rosto e soltei um urro.

Passado o choque, o Rei se pronunciou:

—Eu declaro Amara inocente!

 Lavei a espada com sabão, meu rosto, minhas mãos e fui até o Rei.

—Onde aprendeu a lutar assim?

—Eu sou uma dama do escudo, uma Valquíria.

—Isso não responde a pergunta.

—Quando você é sozinha no mundo e tem que lutar pra sobreviver, aprende a ser a melhor. É aprender ou morrer.

—Aprendeu a lutar sozinha?

—Sim.

Não podia dizer que aprendi a lutar com Lady Sif e os três guerreiros.

—Eu aprendi a lutar quando encurralada num canto. É o que eu faço Majestade, eu luto.

Voltei aos aposentos da Princesa Claire, estava preparando-a para dormir quando ela diz:

—Ensine-me. Ensine-me a lutar.

—Porque você precisaria lutar? Vós sois uma Princesa, vive cercada de guardas para protegê-la, além do mais aprender a lutar é um processo lento e doloroso. A sua linda pele de porcelana vai ficar toda marcada.

—Você não tem cicatrizes.

—Mas, eu sou eu. Veja.

Eu arregacei as mangas e mostrei a ela a minha marca.

—Um pássaro.

—É a marca das Valquírias, as melhores guerreiras e amazonas que já foram criadas. Protetoras do Trono de Asgard, a minha casa. O meu Trono. A cidade dourada.

—Doeu para fazer?

—Não. Mas, doeu pra ganhar. Os treinos eram tão intensos que eu ia direto para a sala de cura quando eles acabavam, minha mãe não queria que eu ficasse com cicatrizes, ela não queria que eu fosse uma Valquíria, mas respeitou a minha decisão.

—Pensei que nunca tivesse conhecido seus pais.

—Digamos que... eu não sou daqui. Nasci aqui, porém eu não cresci aqui. Passei muito pouco tempo da minha infância em Midgard. Mas, minha mãe é daqui.

P.O.V. Claire.

Os termos que ela usava me eram estranhos. Asgard, Midgard, Valquírias. Então, decidi pesquisar. Passei horas e horas na biblioteca do palácio, mas finalmente achei. Asgard, o Reino Eterno. Haviam pastas e mais pastas de desenhos no quarto de Amara, os desenhos eram iguais aos do livro só que bem mais detalhados.

Haviam quadros, todos assinados.

Amara Foster Odinson.

—Odinson, filho de Odin.

—Sim.

Ela pegou-me de surpresa. Não sabia que estava me observando.