Inesperado escrita por Clementine Patricha


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora e até as notas finais :)



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~Capítulo betado por true

Naruto estava em casa. E isto era de grande alívio para Hinata, apesar de se sentir sozinha, uma mera dona de casa e apenas um singelo objeto do Hokage nas vistas de grande parte das meninas jovens da vila. Ela se preocupava acima de tudo com a saúde mental de Naruto. Ser Hokage exigia muito da pessoa, porém sabia que ficar vendo papéis e mais papéis não era lá muito saudável.  

—– Tadaima – Gritos infantis foram ouvidos junto com passos apressadas na escada em direção ao primeiro andar. Hinata sorriu pela animação das crianças e nem se preocupou em responder porque o barulho da porta se fechando chamou mais sua atenção. 

—– Tadaima – Uma voz mais cansada foi ouvida e ela se dirigiu na entrada que separava o corredor de início da cozinha.  

—– Okaeri. – Observou contente Naruto tirar as sandálias ninja e calçar as surippas. — Como foi o treino? Boruto deu trabalho? 

—– Hina, e quando Boruto não dá? – Ela riu e Naruto se virou em sua direção com um sorriso sem graça. Tinha um ar meio estranho entre eles, desde que Hinata acordou e encontrou seu marido esparramado na cama. Ela tentava fingir que esse clima não lhe incomodava, mas era difícil – Sasuke fez um bom trabalho. 

—– Hãm— disse depois de perceber que não estava prestando atenção – Desculpa Naruto–kun, mas não prestei atenção. 

—– Eu disse que Sasuke fez um bom trabalho com Boruto. Seu rasengan está evoluindo desde a batalha contra Kinshiki. – respondeu sorrindo e se aproximando de Hinata.  

—– Isto é uma boa notícia – disse com as bochechas ganhando uma coloração avermelhada pela aproximação de Naruto. Hinata se crucificava por ainda se sentir vergonhosa na frente se seu marido, depois de anos ela ainda não conseguia mudar isto em sua personalidade. – Himawari? 

—– Ficou incentivando Boruto o treino todo, não quis participar de um treino mais leve.  

—– Ela gosta apenas de observar. 

—– Como você. – Naruto disse e sorriu sem graça colocando a mão atrás do próprio pescoço na sua típica pose envergonhada.  

—– Sim, – sussurro se aproximando mais de Naruto e deixando seus corpos juntos – como eu. –– fechou os olhos e depositou um beijo simples nos lábios de seu marido.  

A vergonha junto com o rosto borbulhando em chamas, de forma literal, foram sentidas depois de um segundo. Hinata se afastou e Naruto abriu os olhos, se dando conta de que esperava por isto tanto quanto ela.  

Naruto estendeu sua mão para se entrelaçar junto com a mão de Hinata. Eles estavam sem graça, mas era de se esperar. Hinata ficava surpresa com as suas atitudes e Naruto também não ficava atrás, desde o começo do relacionamento raramente Hinata tomava uma atitude que envolvia ambos. 

—– Vocês estão namorando? – Uma voz infantil os tirou da bolha que estavam e ambos olharam para o meio da escada, no qual se encontrava Himawari com uma cara de dúvida.  

—– Himawari... 

—– Olá, Hima, papai só estava conversando com sua mãe, mas agora meu dever me chama! Estarei no escritório – Naruto depositou um beijo na testa de Hinata e subiu as escadas apressado, sem antes bagunçar os cabelos de sua filha e sumir pelo corredor do andar de cima. 

—– Por que está vermelha? – Himawari perguntou descendo as escadas. 

—– Porque estou com calor. 

Himawari aceitou a resposta de sua mãe e se dirigiu para sala, provavelmente para assistir mais de um dos seus programas infantis. Hinata apenas observou o topo da escada na esperança de Naruto descer e sugerir algo somente para os dois fazerem, como no começo do relacionamento, chama-la para subirem juntos pro escritório e apenas ficar apreciando a presença do outro enquanto Naruto se descabelava com os estudos para ser um Hokage.  

******  

Era certo que Hinata estava feliz por Naruto estar em casa, mas tudo que ela menos esperava era que seu marido ficasse dentro do escritório ao invés de passar um tempo com a família 

Ao terminar de arrumar o quarto das crianças se dirigiu para o escritório do Uzumaki. Bateu na porta e esperou silenciosamente Naruto dar sua permissão para entrar, porém, como não ouviu nada, decidiu abrir a porta mesmo assim. 

—– Naruto-kun? – Naruto levantou o olhar por alguns segundos e logo abaixou a cabeça voltando para as papeladas.  

—– Sim, Hime? – perguntou calmamente tentando o máximo possível se concentrar entre sua esposa e o trabalho que estava acumulando em sua mesa. Ser Hokage não era fácil. 

— Você não acha que deveria dar uma pausa? — falou calma colocando todo seu corpo finalmente naquele escritório limpo e arrumado, diferente do escritório oficial que se localizava no meio da vila. 

—– Hm... Trenei com Boruto e Himawari praticamente a manhã toda. Se eu não rever esses documentos de IwagakureShikamaru irá me matar. Além de que acabei de enviar Boruto para uma missão. – Desviou sua visão das folhas em cima da mesa e abriu a gaveta que guardava algumas coisas, como as missões que seu filho cumpria ou teria que fazer. Quando achou a folha estendeu para Hinata que entendeu prontamente e a pegou dando uma olhada rápida, para fingir que estava interessada em algo que ela mesma já sabia. 

Hinata suspirou cansada e se sentou na poltrona de frente a sua mesa. O cheiro dele era embriagante e isso a desnorteava um pouco, porém se manteria firme. 

—– Você não acha que está trabalhando demais? 

—– Hina, você sabe que ser Hokage é difícil e nesses novos tempos de tecnologia e avanços, eu tenho que prestar atenção com... 

—– As pequenas nações que vivem especialmente para a guerra — completou a análise dele que sempre era posta quando ela queria discutir alguma coisa. Isso a chateava, pois na mesma hora ela desistia do que queria falar e saia da sala deixando-o com suas papeladas extensas, porém quando recebeu um olhar contido do mesmo sentiu seu peito se aquecer. Ele estava ouvindo-a. 

—– O que está acontecendo, Hinata— Apoiou totalmente seu corpo na cadeira e suspirou aliviado por sair da posição incômoda que fazia sua cara praticamente estar colada com a mesa. Suas costas que reclamava. 

—– Nós realmente precisamos conversar. — suspirou cansada e devolveu a folha que descrevia a missão de seu filho para Naruto.  

Naruto fez um gesto com a cabeça indicando para ela continuar sua linha de fala. 

—– Você...você não acha que está esquecendo de algo? Ou alguém especificamente? - perguntou novamente com um certo receio. Ela estava com esperança de Naruto entender suas indiretas e finalmente pudessem passar um tempo junto. 

—– Hm, – Olhou o calendário que estava na parede próxima – apenas me lembro que amanhã terei uma conferência importante com Gaara. Ainda bem que me lembrou disso, Hina. Não há esposa melhor que você. — Sorriu e abriu o notebook na sua frente, que tampava parcialmente sua visão para com o rosto de Hinata. 

—– Sim sim, mas... 

— Shikamaru sempre fala que eu sou esquecido e um tapado para as coisas, mas ser Hokage é realmente difícil e minha memória sempre anda em provações nessas horas.  

—– Naruto-kun! – brandou saindo do seu tom normal e fazendo o loiro parar de tagarelar o quanto ela era especial para ele – você está trabalhando muito, eu preciso...preciso de atenção. 

—– Hina, – suspirou finalmente entendo o porquê de sua esposa entrar em seu escritório naquele horário. Certamente não era sobre Gaara que ela queria discutir, pois querendo ou não, Shikamaru que era seu conselheiro e o lembrava dessas coisas. Sua esposa precisava de atenção –– você sabe que é difícil conciliar família e o posto de Hokage, pois a minha família não é só vocês e sim, Konoha inteira, que eu faço questão de servir e proteger... – E voltou a fazer um discurso extenso que Hinata já conhecia de cor. –– E eu espero que você entenda isso. – Terminou seu discurso suspirando cansado.  

—– Naruto-kun, faz tempo que não fazemos...hum...programas de casais— Soltou rapidamente fazendo que adquirisse uma coloração avermelhada próxima das bochechas, o que fazia Naruto achar graça em uma situação tão discutível como aquela. 

—– Hina, eu prometo que te darei atenção, mas agora não posso. Que tal sairmos... – olhou rapidamente o calendário e voltou a atenção para sua esposa –– dia 23 de outubro? 

—– Isso é daqui dois meses – respondeu chocada o olhando nos olhos. 

—– Eu sei, me desculpe. Eu realmente estou tentando, droga — Ele respirou fundo, visivelmente cansado e frustrado bagunçou seus cabelos —– Você é uma ótima esposa, mas Konoha está em uma situação preocupante. Eu posso pensar nisto depois? Eu realmente irei me esforçar com você, mas agora... – Ela levantou e deu a volta na cadeira indo em direção para a porta suspirando. De novo, ela desistia de tentar fazer que seu marido enxergasse o quanto ela necessitava dele. –– Ei, Hina — chamou-a e ela se aproximou cabisbaixa. 

Naruto pegou em suas mãos e as apertou em um sinal de carinho e conforto. 

—– Eu sou péssimo com isto, em ser marido, mas eu prometo melhorar. Eu sei que você entende e que também está cansada, mas só aguente mais um pouco e tudo irá se ajeitar. Eu sou Hokage e você sabe... 

—– Sim, Naruto–kunser Hokage é importante. – Interrompeu seu discurso e aquelas palavras doeram tanto por dentro quanto ao expressa-las. Sentiu um bolo se formar em sua garganta, mas olhou para cima encontrando o teto branco e formidável – Desculpa atrapalhar você, prometo não te interromper com meus assuntos banais. 

Abriu a porta e saiu rapidamente, ouvindo seu marido se despedir alegremente dela, o que a deixou ainda mais triste. 

Quando a porta se fechou atrás de si, saiu correndo em direção ao seu quarto e se permitiu desembrulhar em lágrimas salgadas. Estava tão cansada daquilo tudo. 

Ela entendia que ele era muito ocupado e quando sobrava tempo, estava tão cansado que a única coisa que ele fazia era dormir para recuperar a energia; mas ela era sua esposa e queria um pouco de atenção, não precisava necessariamente tirar um dia para ficar juntos. Acordar e ter ele na cama já seria ótimo ou apenas uma ligação para saber se estava tudo bem. Hinata só precisa saber que Naruto se importava, e esses gestos poderiam ser esclarecedores para ela. 

Enquanto Hinata se fervilhava em lamentações, Himawari assistia tudo através da porta entre aberta. Himarawi, ao ouvir os primeiros soluços, escancarou a porta e ficou a olhando de costas. 

—– Mamãe? – Himawari se aproximou de sua mãe e subiu na cama com dificuldade. 

Hinata estava deitada de lado, com um dos braços apoiados na cabeça, como ela estava de costas para sua filha, Himawari decidiu se aproximar e fazer carinho nos cabelos escuros que tanto adorava. Hinata virou para o outro lado ao sentir mãos pequenas no seu cabelo e inclinou ainda mais a cabelo. Sentiu-se mais tola ainda por estar pedindo carinho por uma criança, mas naquele momento se permitiu se embalar pelos dedos de Himawari e pela risada fofa que a mesma emitia pela sua carência. 

***** 

Acordou com um peso em seu pescoço e ao respirar fundo identificou shampoo infantil. Era Himawari e aos poucos as memorias dos eventos antecedentes a despertaram por completo. Passou a mão nos cabelos da filha e moveu o corpo da mesma afastando de si para sair da cama. Jogou as pernas para fora e levantou se espreguiçando.  

Foi até a enorme janela do quarto que dava uma vista parcial de uma das ruas de Konohagakure e espiou entre as cortinas para apenas confirmar que já era noite e, se não falhava o seu sensor de shinobi, deveria ser umas sete horas. 

Se espreguiçou mais uma vez e virou em direção a cama, apenas para ter uma visão maternal de Himawari coçando as bochechas enquanto dormia. Nessas horas batia saudades de Boruto pequeno também, ele era a coisa mais fofa.  

Andou até a cama e cobriu Himawari com o cobertor fino que sempre ficava na ponta. Viu a menina suspirar e abrir um sorriso tentando se aconchegar na fonte de calor que o cobertor proporcionava.  

Deu uma última olhada na menina e saiu do quarto, estranhando ver o escritório de seu marido vazio ao passar por ele.  

—– Naruto–kun? – Desceu as escadas apressada e se dirigiu para a cozinha encontrando ela vazia. 

Passou por todos os cômodos do piso térreo e teve ideia aonde seu marido poderia estar. Na sala oficial do Hokage. Trabalhando.  

Suspirou cansada e se jogou no sofá, fechando os olhos e deitando a cabeça em uma das várias almofadas que compunham o sofá. 

Ela deveria estar muito cansada, porque não se passou minutos e ela já dormia em um sono profundo.  

******* 

Sasuke tentava se conciliar como marido e pai, mas era difícil. Se arrependia amargamente por ter perdido anos de Sarada e ter traumatizado o primeiro encontro dos dois na cabeça da menina, apesar de ela já ter esquecido do ocorrido. A relação entre eles era bem sólida e foi construída rapidamente, mas não se podia falar o mesmo com Sakura. Apesar de estarem bem e não brigaram ou algo do tipo, sabia que faltava algo para completar aquela relação. 

Raramente passavam um tempo juntos, apenas os dois. Sakura vivia em função de ajudar o hospital principal de Konoha avançar em seus estudos médicos e Sasuke vivia nas missões sombrias que era encarregado. Quando voltava para casa e se encontravam, a atenção se baseava em Sarada, independentemente da menina já ter uma certa autonomia por ser ninja, e nos treinos com Boruto.  

Sakura não reclamava e não dizia nada, apenas sorria o olhando e isso era confortável para Sasuke, ele não iria suportar ser cobrado. Sabia que não era um bom marido, mas o que menos esperava daquela relação era cobranças e foi bom em escolher Sakura por isto. Ela era compreensiva e uma ótima esposa e se formos falar de Sasuke, tudo o que cerca ao seu redor tem que ser compreensivo. Ele era um homem difícil de se lidar.  

—– Querido? – Sakura apareceu na sua frente, enquanto ele chegava de mais um treino com Boruto. 

Antes que Sasuke pensasse demais, ela se aproximou e deu um beijo tímido sobre seus lábios. Sakura sorriu e se afastou um pouco, tentando esconder o leve avermelhado que começava a preencher suas bochechas. 

Sasuke decidiu ignorar o gesto anterior de sua esposa, afinal não sabia porque ficava incomodado ainda com os gestos românticos de sua esposa, e a observou, compreendendo no mesmo momento o porquê de Sakura estar com suas habituais roupas de ninja. 

—– Irá para alguma missão? – perguntou vendo a mulher abrir um sorriso mínimo e cansado. 

—– Sim, irei para Takumi. Estão precisando de mim para encontrar um antídoto para uma epidemia que está acarretando a população. – Ela disse com um olhar triste, mas Sasuke sabia que ela estava animada para mostrar suas habilidades médicas. Em aldeias pequenas e fechadas, o reconhecimento era grande e eles raramente precisavam de médicos porque tudo se resolvia na base de tradições e curandeiros locais. Então era uma missão que testaria muito das suas habilidades – Me desculpa te deixar aqui em sua primeira semana de chegada. – disse abandonando um pouco sua pose determinada. 

—– Somos ninjas, Sakura. Nada como uma vida corrida. 

—– É, – Ela concordou contraditória e olhando Sasuke de uma maneira estranha – vidas corridas.  

No mesmo momento, Sarada desceu as escadas e olhou estranho para os dois adultos ali. 

—– Oka–sanotosan? Tudo bem? — Ela perguntou mais para certificar se era uma boa hora para intervir entre eles ou se deveria subir e ficar no quarto. 

—– Sim, Sarada, estou avisando apenas seu pai que estou saindo em missão.  

—– A claro, boa missão, mama. Boa noite para vocês. – E assim como ela apareceu, Sarada sumiu. 

 –– Eu tenho que ir — Ela disse e depositou um selar em sua bochecha, passando por ele e indo até a porta. – Vejo vocês em breve.  

Antes de ir, ela o olhou uma última vez.  


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Notas finais do capítulo

CHEGUEI E DESCULPEM A DEMORA, SEM JOGAR PEDRA NESSE BEBEZINHO AQUI KKKKKKKKKK
Olá bonitos, tudo bem? Eu estou ótima.
Queria me desculpar pela demora porque esse capítulo foi difícil de sair a caixola e além do mais ele passou por uma grande revisão, demorou um mês pra chegar desse jeito que entreguei a vocês. Eu amei o jeito como ficou e vocês? Me dizem o que estão achando da história é importante.
Só para avisar que acabou o arco mogalenga que estava e no próximo capítulo terá a aproximação dos personagens, nesses três eu só queria deixar claro a relação que tinha entre os casais e a família.
Capítulo que vem tem muita coisa e está grande, está em processo ainda porém eu creio que não vai demorar.
Aviso importante: Estou sem beta, então demora muito mais a entrega dos capítulos para vocês, ainda estou na procura de um. Então por favor tenha paciência comigo, eu estou me esforçando.
Agora queria agradecer quem está acompanhando e minha beta que me ajudou nesta caminhada. Eu cresci muito como escritora por causa dela, ELA É O BIXO RAPAZ.
E eu não consegui agradecer no capítulo passado quem comentou o primeiro mas nesse eu agradeço do fundo do coração pelos comentário. Eu amei. Obrigada amores ♥



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