Até o Fim de Todo o Café do Mundo escrita por Ace and Joker


Capítulo 1
Capitulo 1


Notas iniciais do capítulo

Caso gostem deixem nos comentários, para que eu prepare uma continuação.



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— 3…2…1… FELIZ ANO NOVO!!

E assim termina-se mais um ano.

Meia noite e meia e a festa não parecia nem perto de ser finalizada, mas algumas pessoas já estavam indo embora. Ao que parece, assim como eu, elas não conseguiram tirar uma folga no feriado do dia primeiro.

Ia me despedindo de Alice, a anfitriã da festa e uma grande amiga de infância, quando comecei a sentir o efeito do álcool no meu sistema. Ao sair do local da festa decidi não ir dirigindo e logo peço um táxi pelo aplicativo no meu celular. Não me sinto confiante em ir pegar o meu carro, durante a festa havia tomado pelo menos três taças de champanhe e um copo de whisky, não gostaria da ideia de acordar pela manhã e encontrar um arranhão desconhecido no meu carro.

Vou caminhando pela rua até o ponto de encontro com o taxista, aparentemente ele não conseguiria chegar até a frente do condomínio por conta do tráfego.

Sinceramente, esse malditos turistas, por que não pegam logo um avião de volta pra suas casas e me deixam pegar um maldito táxi até a minha casa. Como eu disse antes, nem todos nós tem um dia de folga amanhã, mas pelo menos terei a chance de tirar um cochilo no caminho.

Sim, eu tenho coragem de dormir no táxi, estou bêbado, cansado e eu conheço muito bem o taxista. Seu nome é Magnus e mora no apartamento abaixo do meu, sei que ele vai cuidar bem de mim no caminho pra casa.

Quase chegando ao ponto de encontro.

Cambaleio um pouco até conseguir localizar o carro que Magnus estacionou há alguns metros da esquina de onde eu havia acabado de sair. Ele desce para a abrir a porta para mim, que doce.

—  Como sempre um cavalheiro. - Digo a ele, que me olha meio torto, como eu pensei, ele ainda se sente incomodado com esse tipo de comentário, isso me faz sorrir e ao notar isso ele sorri também.

— O quanto exatamente você bebeu? - Ele pergunta. Deve ter notado pelo meu jeito de falar, que eu passei do meu limite de álcool.

— Hum…Três…Quatro taças de champanhe e um whisky…? - Faço uma pausa para bocejar, realmente bebi demais dessa vez - Não me lembro. Casa… Agora…

— Sim, senhor. Mas se você vomitar no meu carro eu não vou deixar barato desta vez.

— Huuummm…

Ele fecha a porta com cuidado e entra.

Assim que começamos a nos mover eu adormeço. Não tive nenhum sonho, apenas cai no sono e quando acordei demorei para perceber que não estava na minha casa, me viro na cama e encontro ele, Magnus, com seus lindos olhos me encarando.

Ele sorri.

— Bom dia. Dormiu bem? - Ele me pergunta.

— Por que você não me acordou? Sabe que eu não gosto de passar a noite aqui sem preparar uma muda de roupa.

— Eu sei, mas você não acordava de jeito nenhum e eu não achei as suas chaves pra poder te levar até a sua cama. - Diz ele de forma brincalhona e piscando um dos olhos. Seu sorriso ainda é o mais lindo que eu já vi em minha vida, não consigo ficar bravo com ele.

— Ok, ok. Já entendi. - Respondo já me levantando de sua cama. - Vou indo nessa, não quero me atrasar.

— Ta bem. Tem café na mesa, caso queira - Ele me conhece bem demais pra saber que sim, eu quero o café. - Bom apetite, e a propósito eu já estou de saída, só estava esperando que você acordasse. Pode trancar a porta por mim?

— Claro. Tenha um bom dia de trabalho - Digo lhe dando um breve abraço e um beijo de despedida. - E não se esqueça de comprar os pães e a ração dos gatos. Vou estar de volta pro almoço.

— Vou deixar anotado. - Disse, já escrevendo em seu celular a lista de compras do dia. Ele nunca perde esse hábito de anotar as coisas assim que as ouve, pois sabe que não vai se lembrar depois. - E você não se esqueça de marcar um horário para cortar o cabelo, já fazem duas semanas que você está me enrolando dizendo que vai fazer isso mas nunca faz. Peter! Você está ouvindo?

— Hã? Que? - Me viro para encará-lo. Estava totalmente distraído com o café. - Me desculpe, você sabe como eu amo o seu café. - Digo segurando uma caneca cheia como se fosse a coisa mais preciosa do mundo, me esforçando para dar o sorriso mais fofo que eu conseguia.

— Sabe que isso não funciona comigo desde o dia em que você me deixou esperando duas horas no consultório médico apenas para ir comprar um café.

— Poxa, não precisa me lembrar disso toda vez. Bom, pelo menos eu tentei. Assim que você sair eu prometo ligar lá no salão para marcar um horário, não se preocupe. - Tento acalmá-lo, após tomar um grande gole do divino café.

Não sei exatamente o que ele põe, ou o que ele faz de diferente no preparo, mas eu sou capaz de apostar a minha própria alma quando digo que ele faz o melhor café do mundo. Se ele tivesse vindo até mim com uma xícara no primeiro dia em que nos vimos, eu teria aceitado namora-lo no mesmo instante, talvez até o teria pedido em casamento.  

— Até mais tarde. - Ele ia saindo, quando se virou novamente como se tivesse se esquecido de algo. - Peter.

— Sim?

Me surpreendo quando o vejo se aproximando rápido como um raio. Quando já está perto o suficiente, ele coloca uma de suas mãos na lateral do meu rosto e me beija. Assim que nos afastamos ele me olha nos olhos e diz:

— Feliz ano novo. - E lá estava aquele sorriso de novo, se formando nos lábios da pessoa que eu amava e que sabia de fato fazer um bom café. - Eu te amo e espero que possamos continuar juntos, não só nesse ano mas em todos os próximos que virão.

— E eu amo o seu café - Desta vez ele realmente parecia bravo.

— Tente se esforçar um pouco mais.

— Ta bem. - Reviro os olhos, mas ele sabe que eu estou brincando, meu sorriso já deve ter me entregado. Recomeço - Eu também te amo e lhe garanto que se você continuar a fazer este ótimo café e a me mostrar este seu lindo sorriso, vamos ficar juntos até o fim dos tempos, ou de todo o café no mundo.

— Claro. Devia ter lhe oferecido café no dia em que me vi apaixonado por você, teria sido bem mais rápido. - Após verificar as horas no relógio ele me da um beijo na testa, se dirige até a porta e olha pra mim uma última vez e diz - Agora eu estou mesmo indo. Tchau.

— Tchau.

E então a porta se fecha.

Agora eu estou sozinho em casa, na casa de Magnus. Esse pensamento me fez ter um leve arrepio, não de medo ou de solidão, mas sim de felicidade e de animação.

Posso sentir que este ano vai ser de fato um ano de mudanças e realizações. Quem sabe a casa de Magnus, não passe a ser chamada de nossa casa.


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Notas finais do capítulo

Agradeço a preferência. E não vamos nos esquecer da minha beta, Bruna C.
Novamente, eu agradeceria se vocês comentassem.



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