Confissão Comunal escrita por LadyB


Capítulo 1
Psicodélico


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira vez no fandom de Harry Potter... nem preciso dizer que estou um pouco ansiosa, não é? Espero que gostem.

Lollallyn, não revisei a história (ainda), então você verá alguns erros de mesóclise e proclise, assim como alguns erros de digitação, mas achei que seria melhor postar logo para não parecer que eu te deixei na mão.

Boa leitura.



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“Com quantos tragos desfaço os estragos que você fez em mim?”

A lareira do salão comunal crepitava com suavidade, fazendo um calor acalentador tomar conta do ambiente. O silêncio deixava tudo com um aspecto um tanto tenebroso e, por mais que fosse vergonhoso admitir, se não estivesse tão alto, aquilo poderia fazê-lo ir dormir com um de seus amigos.

Dias de jogos eram sempre efusivos e faziam o sangue de Sirius rugir durante toda a partida, principalmente quando ganhavam e ele tinha a desculpa perfeita para exagerar com atos duvidosos e, claro, com a bebida. Naquele dia, o resultado fora uma perda humilhante — se fosse para um rival comum, até que saudariam com respeito à própria incapacidade —, mas fora para os bastardos da sonserina, o que tornava tudo tão ruim que muitos cogitaram fugir na calada da noite para evitar as piadinhas que seguiriam pelo resto do mês.

 Depois de tentar diferentes tipos de bebidas e algumas ervas com sabores peculiares, Sirius estava quase desistindo dos entorpecentes trouxas, pois nenhum parecia fazer muito efeito depois de certo tempo de consumo. Até que escutou certo burburinho no ministério da magia sobre uma nova droga trouxa que estava causando dor de cabeça para os dois governos. Claro que foi averiguar o fato e perguntou ao maior especialista que conhecia no assunto: Arthur Weasley.

Confirmado à eficácia da droga, ele foi logo garantindo vários adesivos sublinguais coloridos — pessoas comuns eram tão extravagantes! Estava esperando o momento certo para usá-las, porém achou que aquela era a hora ideal, talvez conseguisse, assim, tirar o amargor da boca. Provou logo cinco, porque duvidava que apenas um ou dois fosse o suficiente para deixá-lo aéreo.

A priori, nada parecia muito diferente; a sensação agradável de letargia e de felicidade chegava aos poucos, fazendo todos os problemas parecerem insignificantes. A vida parecia mais colorida e... os objetos mudavam de forma toda vez que olhava para eles. Que cômico!

As cores verdes e vermelhas começaram a se sobressair e tudo parecia parcialmente desfocado e parcialmente vivido. Aquela, sim, era uma droga digna do seu tempo.

Sirius não tinha ideia de quanto tempo passou olhando a lareira com extremo interesse, cheio de planos mirabolantes na mente, mas sabia que alguém se aproximava, e que era alguém conhecido. Só não sabia quem... talvez uma garota apaixonada?

Remus não conseguia dormir por mais que tentasse, o que era estranho. Na maioria dos dias era muito dorminhoco. A lua cheia havia acabado há cerca de seis dias, e sua insônia era completamente infundada. O ronco dos seus amigos o irritava cada vez mais com o passar dos minutos e das horas.

Segundo alguns especialistas — que embasaram suas teses nos costumes dos povos antigos —, as cores exerciam mais influência no temperamento dos seres vivos do que era mensurável. Azul tem o poder de acalmar, verde de curar, equilibrar e revitalizar, amarelo de alegrar e vermelho de trazer força de vontade, e também de inflamar ainda mais alguém irritado. Considerando que grifinória parecia ter nove de cada dez partes vermelhas, talvez isso fosse uma das explicações possíveis.

Querendo ver se a tese tinha algum resultado real, levantou-se da cama, colocou um casaco felpudo e rumou para a floresta, um lugar com verde suficiente para tranquilizar até um megalondon.

Andou tranquilamente até o salão comunal e se deparou com uma cena, infelizmente, comum: Sirius estava rindo e falando sozinho, enquanto gesticulava para a parede com efusão.

Sabendo que o animago estava meio temperamental pela perda para sonserina, resolveu usar uma abordagem mais suave do que a de costume.

— Padfoot, você não deveria maneirar na cachaça? O N.I.E.M.s está aí na porta. — Remo aproximou-se do amigo, com cautela, e sentou-se ao lado dele.

Sirius sorriu para o amigo largamente. Era tão engraçadinho essa mania de Remo quebrar o clima com um sermão sobre responsabilidades escolares.

— Vamos lá, monny, não seja um estraga-prazeres. — Sirius observou o amigo com um pouco mais de atenção e percebeu o cenho franzido e sombrio que ele estava. — Aconteceu alguma coisa? Você parece tenso. Não vai me dizer que também está puto?

A voz de Siríus estava embolada, como se a língua estivesse indo para direções completamente erradas. Ao perceber o pensamento bizarro, Remo analisou que o amigo não era o único que estava fora de sí.

— Escutei um louco proclamando sandices ao levantar para tomar água — respondeu, sabendo que aquilo deixaria o clima mais suave. — Eu fico muito mal humorado quando não durmo bem, você sabe.

Sirius deu uma batidinha de solidariedade no ombro dele e percebeu que haviam três Monny’s. Rezou para que tivesse acertado o ombro do amigo. Soltou uma gargalhada sem motivos.

— O que você tomou desta vez? — perguntou Remo. Sirius estava completamente afobado e revira os olhos, fazendo ele temer um pouco pelo amigo. Não gostaria de parar outra vez na enfermaria e ter que encarar Dumbledore perto do feriado. — Hein?

Sirius apontou para a brilhante árvore de natal, que flutuava e parecia se mesclar com as milhares de velas.  

— Eu amo o natal. Ele sempre me faz comer muito, a ponto de eu não conseguir fechar a calça. — Fez uma pausa contemplativa. — E odeio o natal por todo o clima saudosista que toma conta do ar. Penso na frieza da minha própria casa, na distância entre minha família e eu. Penso em como eu quero ter lembranças agradáveis na velhice, e se um dia eu vou ter uma família pra chamar de minha, com milhões de netos correndo pela casa e todos os amigos reclamando de dor nas costas. Coisas básicas, que deveria ser direito pra qualquer um. — suspirou. — Ainda bem que eu tenho vocês, né? E os Potter’s, que provavelmente arrumarão uma bebida deliciosa só pra eu não ficar mórbido. — Sirius mudou o tom de melancolia para uma expressão feliz em uma piscada. — Ah, o do ano passado foi maravilhoso. Será que eles conseguirão me surpreender ainda mais?

Remo calou-se antes mesmo de soltar as primeiras sílabas. Palavras vazias e cheias de receio adiantariam?  O final de ano era doloroso pra ele também. Seus pais sempre tinham nos olhos um quê de temor por ele. Seu pai, principalmente, pois nunca conseguiu parar de culpar a si mesmo pelo o que aconteceu . Desejava ir pra casa nas férias, onde o clima era de alegria, e sua mãe gritava pra ele comer direito, falar direito, sentar direito; seu pai o levaria pra pescar sob o sol agradável de julho e comeriam um bolo alemão de fazer qualquer um chorar de alegria.

 — Eu estava indo à floresta — começou ele, sem saber direito o que estava fazendo. —  quando te vi aqui. Dizem que verde acalma a alma irritada e que vermelho pode piorar a situação, segundo os cromoterapeutas.

— Eu não estou irritado, eu feliz — rebateu Sirius, embora achasse engraçado que Monny acreditasse no misticismo com tanto fervor. — Muito, muito feliz.  — Virou-se em direção a Remo para alfinetá-lo, mas sentiu as palavras morrerem.

Sirius olhou para o amigo e se surpreendeu em como ele era  bonito. Ali, naquela sala pouco iluminada, com milhares de velas crepitando, jurou que ele era o cara mais bonito do mundo. Jurou, também, que uma sinfonia de Beethoven começou a tocar. Aquilo era o que chamavam de música do amor?

Tudo parecia ainda mais desfocado ainda, o que significava que logo o efeito estaria passando. A sensação quase vertiginosa de fazer o que desse na telha era muito tentadora. Sirius sabia que Remo continuava falando alguma coisa em tom manso, querendo confortá-lo, porém não conseguia entender nada. Piscou e olhou para o teto, querendo um controle do próprio corpo por apenas um segundo.

Queria beijá-lo até perderem os sentidos, assim como queria saber se o corpo dele era tão quente e agradável como nos seus sonhos. Queria dormir recebendo um cafuné e acordar todas as manhãs com um sorriso caloroso, enquanto era xingado por sua desorganização. Entretanto, não queria isso com qualquer um… queria com seu Monny.

Remo parou de falar ao ver que a expressão de Sirius era meio vidrada, com os olhos pesados e a respiração acelerada. Ficou assustado, achando que poderia ser algum efeito colateral e colocou ambos os braços nos ombros dele. Aferiu a temperatura da testa com a mão e sentiu a pulsação no pescoço, percebeu que o coração de Sirius estava muito acelerado, mas nada que fosse anormal, dado o uso de entorpecentes.

— Sirius, você está bem? — Remo tentou erguer Sirius quando ele colocou a cabeça no seu pescoço e deu uma fungada.

— Não, me deixa aqui. Quero dormir. — A voz dele estava abafada pelo seu pescoço e seus braços o rodeavam. Um arrepio passou por todo corpo de Remo, fazendo com que ficasse horrorizado.

Que diabos! Aquilo não poderia acontecer, mas também não tinha tempo pra surtar naquele momento. Não era hora pra ficar excitado pelo melhor amigo. Aquilo não era um sonho.

— Vamos, levante! — ordenou, temendo pela proximidade excessiva. A respiração quente de Sirius lhe causava sensações muito perigosas.

— Argh! — Sirius jogou-se no chão, emburrado. — Você é chato pra caralho.

Pegou mais alguns adesivos — aqueles eram laranja? e verde — e tentou colocar na boca, mas foi prontamente impedido por Remo.

Qual o problema dele, afinal? Não dava pra ver que aquele era o seu jeito de resolver as coisas? Saco.

Remo pegou os finos adesivos e os olhou com curiosidade. Sirius estava prestes a colocá-los na boca há alguns segundos. Como não havia nenhuma bebida por perto, nem mesmo o cheiro dela, concluiu que aquilo deveria ser o que causou o estado eufórico do amigo.

— O que é isto?

Sirius olhou-o de esguelha.

— Ácido lisérgico — comentou casualmente.

— Ácido? — perguntou Remo, com descrença. — Você está tirando uma com a minha cara?

Sabia que os trouxas chamavam substâncias corrosivas de ácido. Não era possível que Sirius que fosse tão burro e inconsequente assim. Ouviu coisas terríveis sobre entorpecentes a base de ácidos de Lilian. Será que imprudência era a chave para ser um Black ou a genética que tinha vez?

Sabia que discutir naquele momento não adiantaria, então tentou acalmar a voz:

— Por que você não continua bebendo aquela coisa ruim? Cerveja, certo?

— Porque não faz mais efeito. — suspirou pesadamente. — Única coisa chata de consumir coisas de trouxa, parece que o corpo acostuma. Você deveria provar. Aqui. — Sirius ergueu-se e pegou mais alguns adesivos. — Pegue. A sensação é maravilhosa.

— Estou vendo — rebateu Remo, com azedume.

— Vamos lá, Monny, só hoje. Acho que posso contar nos dedos de uma mão quantas vezes você ficou louco.

Sirius sabia, em algum lugar de sua mente, que o que estava fazendo era sujo. Não deveria passar na cara de Remo que ele não era um adolescente normal. O amigo odiava a sensação de perder o controle das próprias ações. Odiava ter que se esconder para não machucar ninguém. Odiava que não poder ser um cara despreocupado que enchia a cara e falava coisas banais e sem sentidos.

Acho que, além de cretino, eu sou tão odiável quanto o resto da minha família” O sorriso amargo de Sirius não combinava com seu rosto.

— Pare! — pediu Remo, ao ter que empurrar a mão dele para longe do próprio rosto.

— Então me dê a droga, merda! — Sirius engatinhou até Remo e parou na frente dele sem falar nada. Estava tão imóvel que qualquer um acreditaria se dissesse que não estava respirando. — Você não entende? — A voz soou desesperada.

Queria ficar lúcido logo para recuperar o controle, mas queria, ainda mais, ficar tão alto pra esquecer quem era e assim fazer acontecer todos os seus desejos mais secretos. Queria só fazer o estrago pra acabar com aquele vai-e-não-vai. Era melhor viver no inferno de vez, do que na incerteza do purgatório.

“Com quantos tragos te trago pra mim?”

— Acho que já foi o suficiente por hoje — afirmou Remo, com firmeza.

Os episódios de instabilidade de Siruis estavam ficando mais comuns, até mesmo sóbrio ele aparentava estar desnorteado. Remo passara o mês inteiro procurando uma solução para ajudá-lo, porém era difícil ajudar quem não queria. Pensou em arranjar um encontro duplo, até quase falou com  Lilian à respeito, mas, na hora de procurar uma garota no perfil dele, sentiu o estômago retorcer de modo incisivo, até que abandonou a ideia.

Não sabia o que estava acontecendo com ele. Sempre tratou todos os amigos sem diferenças, embora se identificasse mais com James. Mas, ultimamente, começava a sentir mais sintonia com Sirius, o que era um tanto bizarro pelo antagonismo das personalidades.

Tudo havia começado quando encontrou na sua forma de cão o esperando acordar depois de uma lua cheia particularmente violenta. Remo acordara quase sem roupas, coberto apenas com um sobretudo e calças de um pijama, que eram de Sirius, afinal, raramente um bruxo usava calças — atrapalhava a circulação e ficava muito quente! Mais tarde descobriu que rasgara todas as suas roupas e sirius foi o único que conseguiu contê-lo em sua forma de animago. Ele ficara à noite inteira ao seu lado, uivando reconfortantemente.

Entretanto, não foi àquilo que os uniu mais, e sim a conversa franca e cômica que tiveram depois do episódio. Sirius o reconfortara de tal modo que não existiu espaço para culpa ou arrependimento. A partir daquele dia, Remo começou a enxergar, e até apreciar, o estilo leviano do amigo, que tinha tantos demônios quanto ele.  Foi inevitável a aproximação dos dois, que começaram a passar cada vez mais tempo juntos, porém em alguns momentos era difícil ser tão próximo assim dele, como naquele momento.

Sonhos estranhos e perturbadores envolvendo Sirius, palavras lascívias carícias demoradas e enlouquecedoras estavam se tornando tão comuns que colocava um feitiço para bloquear seus sons e até embaçar seu corpo. Não seria fácil explicar o porquê estava gemendo o nome do amigo com uma expressão, muito provavelmente, de deleite.  

Remo sabia que deveria ir embora e chamar alguém mais capaz de lidar com a embriaguez dele, só que não conseguia sair, muito menos chamar alguém para escutar uma confissão tão dolorida, sabendo que era porque era ele que Sirius fazia isso.

Era pedir muito tentar entender os próprios sentimentos?

— Não foi o suficiente. Não chegou nem perto — refutou Sirius. — E você não estava falando não sei o que das cores. Aqui tá tudo bem colorido, você vai ficar mais animado que um ponney. — Riu da própria piada sem nexo. — Ei, você sabe que a bandeira gay é da cor do arco-íris? Quem sabe eu não viro purpurina.

Sirius percebeu que, no momento que falou sobre a bandeira, Remo ficou um pouco tenso. Seu coração apertou um pouco com a angústia que recaiu sobre si. Talvez fosse hora de parar de fantasiar e, porque era Sirius Black, resolveu tirar sarro da própria desgraça:

— Eu não acredito que você é… qual o termo mesmo? Ah, homofóbico! Tcs Tcs, esperava mais de você, Monny. — Balançou a cabeça freneticamente, fazendos os fios baterem repetidas vezes dentro dos olhos. Estava na hora de apará-los. — Você acha que eu ficaria atraente de cabelos curtos? — pestanejou, fazendo uma daquelas caras que as meninas faziam nos filmes. Vai que…

Remo piscou algumas vezes, desnorteado com o rumo da conversa. Teria dado algum indício do que pensava…?  Não... se bem que Sirius era muito perspicaz e poderia saber e estar o testando, ao mesmo tempo que poderia ser sua paranoia , muitas vezes infundada. Sentiu a cabeça latejar pelos questionamentos sem respostas.

— Você está sendo completamente ridículo — desconversou. — Já está na hora de irmos dormir. Vamos — disse, se levantando.

— Não vamos mais para floresta proíbida? — Sirius ostentava uma expressão infeliz. — Você está tentando me enganar, Monny. — Balançou os dedos, como se tivesse feito a descoberta do século.

Enquanto Remo tentava se recompor para carregá-lo até o quarto, Sirius chegou de mansinho por trás e sussurrou:

— Então eu estou errado?

Uma lufada de ar quente invadiu o pescoço de Remo, enviando uma sensação flamejante e luxuriosa por todo seu corpo. Subitamente, a mente dele foi invadida com imagens de Sirius falando com aquele tom de voz enquanto o imprensava na parede com uma expressão divertida, até o cheiro de nicotina e hortelã sentiu com uma precisão assombrosa.

Remo engoliu a seco, tentando controlar a comichão que tomou suas mãos.

— O que? — perguntou, com a voz tremula. — Acho que você não está fazendo sentido algum.

— Humm... — Sirius o rodeou com um olhar penetrante e indecifrável. —…. engraçado, acho que nunca fiz tanto sentido como agora. — Ele deu três passos gatunos até a direção de Remo e parou tão próximo que suas respirações estavam se fundindo. — Monny.

O apelido dele foi dito numa entonação completamente diferente.

Sirius não sabia o que estava fazendo com exatidão, mas esperava que sua imitação dos galãs de cinema dos anos cinquenta funcionasse, por isso ficou  um pouco decepcionado quando Remos não segurou a risada. Bem, parecia que não.

O arquear de sobrancelhas exagerado e a voz de locutor de rádio que Sirius fez, conjuntamente com um balançar de quadril e da cabeça — e o sorrisinho debochado de lado, fez com que a atmosfera perigosa que Remo temia desaparecesse e o encanto pela sua proximidade fosse quebrado.

— Como você consegue conquistar as garotas com esse truquezinho barato? — questionou Remo, ainda com traços de riso na voz.

Sirius apenas sorriu, sabendo que a loucura deveria ser vivida, não pensada.

— Eu não preciso de palavras quando sou tão bom nos beijos — proclamou.

— Até pa…. — A frase de Remo foi cortada com um beijo.

Um beijo foi faminto, cheio de frustração. A boca de Sirius não deu espaço para questionamentos ou surpresa, tanto que Remo não ficou abalado por mais que dois segundos, correspondendo com raiva e entusiasmo. Como previra, ele tinha sabor de nicotina, mas misturado com algo levemente adocicado, que pinicava sua língua. Talvez, no fundo, já esperasse por isso. Ansiava por isso.

Se eu soubesse que seria tão bom, já teria feito antes”, divagou Remo, sentindo-se flutuar. Percebeu, no âmago dos seus pensamentos, que seus corpos se encaixavam com precisão e perfeição.

O beijo foi quebrado da mesma forma abrupta que começou.

 “Devo estar ficando louco”, pensou Sirius ao acabar o beijo que tanto ansiava.

Mas, talvez, fosse melhor parar antes que fosse tarde demais. Ele amaldiçoou a diminuição do efeito da droga. Por que estava parando logo agora?

— Espero que você tenha bons sonhos, Monny — disse ele, com um leve traço de incerteza na voz.

E antes que Remo pudesse reagir, ele saiu cantarolando à passos cambaleantes em direção ao dormitório.





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Notas finais do capítulo

Não ficou tão bom quanto eu gostaria, principalmente o final, porém tá melhor do que a outra. Eu fiz algumas adaptações para virar uma two/three-short.

Espero que gostem e até o próximo.



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