Tudo ou Nada! escrita por karol_kinomoto


Capítulo 8
Beijos


Notas iniciais do capítulo

Ei meninas, nem demorei! Eu to tão ansiosa com essa fic... É a minha primeira fic grande!!!!
Quero agradecer a: Helo Pontas B, Kriss Black e Juma Callwater por sempre comentarem
E também a todos os que leem!



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Capítulo 8: Beijos

— Desculpem-me se atrapalho, mas creio que eu e a Senhorita Malfoy tenhamos um assunto a resolver. — Harry que acabara de entrar no recinto, disse sem emoções.

Rony soltou-se do abraço de Pansy, mas agarrou sua mão. Não sabia o porquê de se sentir assim.

Aproximou-se do ouvido da mulher, e disse apenas para que ela ouvisse.

—Não gosto dele.

Pansy sorriu e rodou os olhos.

— Você nunca gosta de ninguém. — Disse apenas pro ruivo ouvir.

— Mas amo você. Não gosto de te ver magoada.

—Sei me defender. Pare de fazer drama. — Harry já estava ficando impaciente com aquele cochicho.

— Mas me diga por que você não gostou do Harry? — A curiosidade dela falou mais alto

— Porque você gosta dele. — Rony respondeu seco.

—O que? Você está louco? — "Como, Rony, seu melhor amigo poderia afirmar isso?"

— Quer dizer que não gosta dele?

— Não, claro que não.

Mentiu. "Bom, acho que não" completou em pensamento.

— O pior cego, minha querida, é aquele que não quer ver. Só prometa não se afastar de mim. — Disse abraçando-a com carinho e em seguida passou por Harry, encarando-o de cima abaixo.— Qualquer coisa é só gritar. Vou ficar por perto. — Rony olhou diretamente pra Harry, mas com desconfiança.

— Não se preocupe o maníaco homicida aqui vai tentar se controlar. — Respondeu o moreno irônico lançando-lhe um olhar superior.

— O que você disse? — Perguntou Rony já avançando contra Harry.

— Disse que...

— Sem problema. — Interrompeu Pansy, sem graça, se colocando entre os dois homens.

Rony virou o rosto indignado e Harry fez o mesmo. Ela estava preocupada com aqueles dois... Pareciam estar prontos para se matar.

— Feche a porta quando sair, Rony. — A morena pediu enquanto se virava para Harry. — O que deseja, Potter?

*~*~*~*~*~*~

Pilhas de correspondência espalhadas sobre a escrivaninha, projetos pendurados no barbante e montanhas de documentos pertencentes ao arquivo jogados sobre o sofá compunham uma verdadeira desordem na recepção da construtora.

Gina estivera ausente somente por uma tarde, e o escritório encontrava-se tão anarquizado quanto sua vida. Soltou um suspiro e dirigiu-se à mesa, desviando das caixas que jaziam pelo chão.

A porta da sala de Draco permanecia entreaberta, permitindo que ela o ouvisse falando ao telefone.

— Não, Tom, Virginia não foi embora. Francine a substituiu por um dia apenas. — Silêncio. — Claro. Concordo plenamente. Ninguém está apto a ocupar o lugar de Virginia.

Gina hesitou.

Sentiu culpa por estar bisbilhotando, porém a curiosidade era maior. Draco conversava com Tom Riddle, um grande empresário de Boston que tencionava construir um novo shopping Center e uma sala de teatro em Londres.

Tom Riddle era exigente e muitas vezes dificultava as negociações. Embora Gina nunca o tivesse visto, gostava de trabalhar com ele a despeito de sua maneira rude em se fazer entender.

Talvez as flores que Tom lhe enviara, havia alguns dias, após perder a calma no telefone, fosse uma maneira de atenuar a aparente falta de educação. Ou então, um agrado que refletia um interesse real. Tom Riddle era um viúvo solitário, cujo único filho “solteiro” ele mencionara diversas vezes com intenção de bancar o cupido.

— Não se preocupe, Tom — Draco continuava. — Virginia não vai a lugar algum. Ela é muito valiosa para a construtora.

Saber quão valiosa era para a construtora a envaidecia a ponto de deixá-la orgulhosa e feliz. Mas por que sentia aquela súbita vontade de chorar?

Devia ser a emoção do momento, refletiu.

Como não se sentir emocionada?

Em menos de vinte quatro horas, pedira demissão, expusera os seios ao patrão e ficara “noiva”. Nenhuma mulher suportaria tantas modificações!

Tinha de ir embora.

Em suas fantasias chegara a acreditar que seria fácil encará-lo e conversar com ele com naturalidade. Ledo engano. E no momento solene em que recebera a aliança, ela sentira uma corrente elétrica percorrer-lhe o braço. Fitou o anel e a mesma onda de satisfação a envolveu. Como conseguiria ter uma conversa amistosa e desinteressada com ele quando uma lembrança tão poderosa dominava sua mente?

— Virginia? Ela deu um salto ao escutar o som daquela voz. Draco a observava à soleira da porta.

Presa em devaneios não reparou que ele havia desligado o telefone.

— Oh, olá.

— Pensei que fosse levar suas tias para passear pela cidade.

— Disse a elas que precisava resolver uns assuntos no escritório. — Na tentativa de evitar o olhar penetrante de Draco, ela fixou a atenção na tela do computador. Ficou apavorada ao ver a mensagem Erro Fatal no monitor. — Elas me deixaram aqui na empresa e foram passear em meu carro.

Draco sorria quando cruzou os braços e apoiou-se no batente da porta.

— Precisamos alertar alguém?

— A cidade inteira, imagino. — Para se manter ocupada, a ruiva pegou uma pasta cheia de papéis, ajeitou-os e guardou-a dentro do arquivo. — Se seguirem a rota que lhes ensinei, não irão se meter em encrencas.

— Algo me diz que suas tias não seguem mapas ou rotas.

— Suponho que não. — ela imaginava as duas, dirigindo em uma rua estreita e deserta pelo prazer de se aventurar. No mínimo iriam parar em alguma fazenda.Fechou a gaveta do arquivo e virou-se para enfrentá-lo. — Sr. Malfoy, quanto ao anel… — Tocou a aliança. — Não devia ter se incomodado. Insisto em reembolsar o valor da jóia.

— Não é necessário. Eu o aluguei por duas semanas. Você gostou?

— É lindo. — Era a peça que teria escolhido. Admirou o diamante e a moldura de ouro que o prendia, então sentiu novamente um nó no peito.

Jamais ganhara um presente tão significativo. O fato de o noivado não passar de uma farsa, criava intensas emoções e expectativas. Gina piscou para afastar as lágrimas.

— Obrigada — disse. — Pela aliança e pelo almoço. Sei quanto foi difícil.

— Interessante seria a palavra mais adequada.

Pronto, pensou já se preparando para o pior.

Desde a infância, Gina fora vítima de chacotas e insultos acerca de sua família tão incomum. Ao atingir a idade adulta aprendera a ignorar o ridículo, e soubera viver fingindo não se incomodar com a opinião alheia.

Porém, no fundo, ainda se sentia magoada.

Quando criança, rezava para que pudesse chegar em casa sem ser notada na rua a fim de evitar pilhérias, de outras crianças.

Londres foi o primeiro lugar no qual se viu segura, onde ninguém zombava dela ou da família. Até aquele dia. Após o espetáculo das tias e da prima durante o almoço, todos na cidade estariam rindo dela e caçoando pelas costas.

Que assim fosse, concluiu de queixo erguido.

Não pretendia importar-se, a despeito da vergonha que vivera, amava as tias e a prima. Não permitiria que ninguém, muito menos o sr. Malfoy, fizesse comentários depreciativos a respeito das tias ou ainda, do fato de Luna ter flertado com seu irmão, Blaise.

— Peço desculpas pelo constrangimento que minha família causou. Garanto-lhe que não se repetirá.

— Por que acha que fiquei constrangido? — ele perguntou.— Bem, você podia ter me prevenido de que elas fariam um número musical. Apesar disso, achei-as adoráveis. Blaise também tem a mesma opinião, principalmente em relação à Luna.

Graças as três Weasley os clientes permaneceram mais tempo no restaurante.

— Ele já as convidou para comparecer ao jantar. Sem despesas, desde que cantem algumas canções.

Gina gemeu em silêncio.

Não levaria muito tempo para que todos em Londres ouvissem falar de Muriel e Ariel Weasley. A companhia de dança de Luna, já era famosa nos EUA. Assim como as tias. Era questão de tempo para que elas dominassem a Europa.

E, em questão de horas, a cidade inteira saberia que Draco Malfoy e Virginia Weasley estavam noivos.

Alasca não era longe o bastante. Uma ilha deserta, talvez. Desde que ninguém a conhecesse.

Aproximou-se da mesa e olhou a tela do computador.

A mensagem Erro Fatal parecia um presságio.

— Não vai funcionar.

Draco caminhou até ela e fitou o monitor.

— Vou chamar um técnico. Não, se quiser, comprarei outro computador para você.

— Não foi ao computador que me referi. Fingir que estamos noivos não vai funcionar. A cidade inteira saberá. Não posso permitir que se submeta a isso.

— Você não me pediu nada, ruiva. A idéia foi minha, lembra-se? Conseguimos superar o almoço, certo? Mais alguns dias não será complicado.

Mais alguns dias? Como ela suportaria mais alguns dias quando nem sequer havia se recuperado do almoço? A proximidade de Draco a deixava zonza.

Quente.

— Sr. Malfoy…

Ele a segurou pelos ombros e a fez encará-lo.

— Gina, temos de chegar a um acordo. Tente outra vez. Diga meu nome? Naquela posição, sob o olhar fixo, ela não era capaz de raciocinar. Seu nome…

— Draco— disse. Ao vê-lo sorrir, repetiu com mais suavidade: — Draco. O sorriso se desfez.

Ele massageou-lhe os braços.

— Agora só precisa relaxar.

— Estou relaxada.

— Está tão dura como um poste de concreto. — Os dedos hábeis começaram a trabalhar os músculos dos ombros. — E cada vez que eu a toco, você fica apavorada. De que tem medo, ruiva?

As pernas bambearam quando ele começou a massagear-lhe o pescoço.

Ondas de calor percorriam seu corpo e a faziam estremecer.

*~*~*~*~*~*~

— E então? O que você quer Potter?

— Quero saber se fui apenas um brinquedo em suas mãos mesmo, uma despedida de solteiro!

— Talvez tenha sido só isso. — Pansy respondeu paralisada diante daquela declaração. Ele pensa tão mal de mim— afirmou, fitando-o com intensidade e determinação. Seu tom de voz foi tão obstinado quanto o dele, mas continha outro significado nas entrelinhas.

— Talvez? — O perigo estava estampado naqueles olhos verdes.

— Por que se importa tanto? Nós nem gostamos um do outro!

— Gostamos um do outro o suficiente na noite passada — lembrou-a, o calor de seu olhar aquecendo-a como a luz do sol. Pansy teve a sensação de ter sido tocada.

— Aquilo foi apenas sexo — desafiou-o.

— Sexo ardente, querida. A melhor noite de amor que tive em muito tempo.

Ela arregalou os olhos enquanto absorvia o impacto daquelas palavras, e uma sensação agradável invadiu o corpo dela.

— Mas foi um engano! Só aconteceu por causa das circunstâncias da noite passada — Ela comentou, a voz trêmula.

— Um engano? — Riu sem vontade.

Harry sabia quando uma mulher respondia a ele naturalmente, e a Malfoy estava muito receptiva na noite anterior.

— Algumas cervejas e champanhe foram às razões pelas quais você se mostrou tão ardente quando fiz amor com você? — Ele se aproximava perigosamente dela, a tensão entre o corpo masculino e o feminino estava cada vez mais evidente.

Ressentiu-se do silêncio dela e lutou para controlar seu temperamento.

— Então agora me diz que sob a luz do sol e sem o efeito do álcool não responderia da mesma maneira?

— Estou dizendo que isso não importa. — Sua voz perdeu um pouco da ousadia enquanto tentava desviar o olhar dos dele.

— Não mesmo? — Ergueu uma sobrancelha.

— A noite passada terminou. Como você já sabe, estou noiva! — Suspirou aliviada por seu cérebro funcionar rapidamente.

Harry recuou.

— Mas o noivado não a impediu de transar comigo. — Ele respondeu a altura.

— Foi um deslize. Já passou.

— Estava fingindo na noite passada? — perguntou o moreno, ainda aborrecido por ela insistir em descartar o que havia acontecido entre eles com tanta facilidade.

— Eu...

— Está me dizendo que estava fingindo quando me pediu para possuí-la?

— Harry, por favor... — Mais uma vez ele se aproximou, mas Pansy recuou. Como não percebera que estava quase para ser imprensada contra a mesa do escritório?

— Ou quando gritou meu nome e entregou-se em meus braços? - indagou, estudando-a com atenção, a voz rouca entorpecia a mulher. — Pan, querida, você está mentindo!

— Oh, não, não estou — declarou, cruzando as mãos para evitar que tremessem. Como permitira que ele a encurralasse daquela maneira? Não queria discutir com ele.

Ela não queria se sentir atraída, física ou emocionalmente, por Harry Potter.

— Prove.

— O quê? — Harry percorreu o corpo dela com os olhos. — Venha até aqui e prove, querida — pediu, mais determinado por causa da obstinação dela em afirmar que o que acontecera entre eles havia sido um acidente.

Ela recuou um passo e, em silêncio, praguejou.

— Não provarei nada!

— Venha até aqui agora, Pansy — ordenou, os olhos fixos nela. As bocas a apenas milímetros de distância.

— Não.

Ele comprimiu o maxilar enquanto admirava o nariz empinado dela. Sem dizer nem uma palavra sequer, tocou-lhe o queixo com o dedo e ergueu-lhe o rosto para que pudesse fitá-la.

— Vamos, querida, mostre-me quanto você não me quer. — Aproximou-se mais. Encurralada, Pansy sentiu a mesa atrás de suas pernas, impedindo-a de recuar mais. Harry ergueu a mão e gentilmente acariciou-lhe o pescoço com as costas dos dedos. Ela fechou os olhos quando o prazer se espalhou por seu corpo, torturando-a.

— Beije-me — ordenou Harry.

— Não — respondeu, abrindo os olhos devagar e fitando-o. Sua resposta não demonstrava convicção, e a tensão entre eles aumentava. O ar no ambiente tornou-se pesado, dificultando a respiração.

Ela se inclinou na direção dele, os mamilos rígidos sob a roupa, a respiração ofegante.

— Beije-me — pediu novamente, afastando a mão que a acariciava. Apesar de as palavras dele serem um comando, estavam carregadas de desejo.

Pansy entreabriu os lábios para dizer "não" novamente e sentiu o hálito quente junto a sua pele. Seus pulmões pareciam ansiar por oxigênio.

Ele não a tocou, mas ela desejava ardentemente que o fizesse. Seu corpo todo estava tomado pelo desejo, sendo invadido pelo calor da pele dele, atraindo-a para mais perto.

Pansy mordeu o lábio inferior ao olhar para os lábios dele. Ela não entendeu como Harry conseguiu aproximar-se ainda mais, colando seus corpos do peito aos joelhos, e, inconscientemente, passou a língua pelos lábios, umedecendo-os.

— Mostre-me — sussurrou, e então inclinou a cabeça em direção a ela. Pansy entreabriu os lábios, e Harry mordiscou-lhe o lábio inferior, gentilmente, e depois a libertou. — Mostre-me, querida — sussurrou novamente.

— Potter. — A morena ergueu uma das mãos, mas ao invés de usá-la para afastá-lo, afagou-lhe o peito e depois o rosto, segurando-o junto ao seu. — Isso é loucura — murmurou.

Percebendo que ele não desistiria, ela se entregou e roçou os lábios nos dele.

O que começou com um beijo simples transformou-se tão de repente que ela não teve tempo de raciocinar. Tudo o que compreendia era o desejo insaciável que a consumia enquanto a língua dele invadia sua boca.

Alguém gemeu.

Pansy achou que tinha sido ela, mas não tinha certeza de mais nada exceto a sensação provocada pelos lábios dele e a pressão do corpo forte enquanto ela se aproximava ainda mais.

Ela afastou os lábios por um instante, respirou e voltou a beijá-lo.

Suas mãos enlaçaram-lhe o pescoço e, na ponta dos pés, Pansy aprofundou o beijo maravilhoso.

Por fim, Harry afastou-se dela, abriu os olhos.

Tudo dentro dela havia mudado de lugar.

Seus desejos, suas vontades e suas perspectivas.

O que havia acontecido?

Apesar da sensação de ter sido devastada, ela percebeu que Harry nem a tinha tocado. As mãos dele estavam imóveis ao lado do corpo. Ela ficou chocada e embaraçada ao perceber que tomara a iniciativa do beijo ardente.

— Isso não prova nada — afirmou, afastando-se dele e recolhendo o resto de dignidade que lhe restava.

Dando um passo para trás, Harry sorriu sedutor.

— Sim, está bem. — Oh, ele estava com um grande problema. Se a beijasse mais alguns segundos, não se controlaria jogá-la-ia na mesa e fariam amor novamente.

Furiosa com a própria reação de seu corpo, ela se endireitou, e, saiu enfurecida pelos corredores de casa. Pensando no porquê de todo aquele calor.

Já Harry se perguntava o quanto Pansy realmente amava o noivo?!

Aquele noivado era estranho.

E Harry estava disposto a descobrir o porquê da noiva, ser tão solicita a seus beijos.

Riu pra si mesmo.

E passou a mão pelos lábios, ainda quentes.

*~*~*~*~*~*~

— Não tenho medo. Só não o vejo como meu noivo. — Gina disse.

— Como me vê?

— Ora, você sabe. — Gina sentiu-se corar.

— O que pensa de mim? — Draco voltou a massagear os ombros. Os dedos empreendiam pequenos círculos. Ela reprimiu a necessidade de fechar os olhos e apoiar-se nele.

— É meu patrão — respondeu.

— Então temos um problema. Precisamos mudar essa imagem. Durante duas semanas, claro.

— Mas…

— Sem protestos. — ele tocou-lhe os lábios. — Está com medo de novo. Muriel e Ariel vão desconfiar se ficar apavorada cada vez que eu a tocar.

A mulher estava em pânico. O coração batia tão apressado que ele talvez pudesse ouvir. A essência masculina, o calor da pele e a textura dos dedos em seus lábios eram de enlouquecer. Se Draco não a estivesse segurando, ela tinha certeza de que iria desfalecer.

Piscou algumas vezes, obrigando-se a lembrar de que era adulta e que Draco somente queria ajudá-la a resolver a situação embaraçosa com as tias. Talvez se sentisse atraída por ele.

Não, na realidade, sentia-se atraída.

E daí?

Draco Malfoy não se interessava por ela, a não ser profissionalmente.

Logo, aquela farsa não causaria danos.

Que mal haveria em fingir por alguns dias? Mudar sua rotina seria até divertido.

— Não tenho medo — ela sussurrou sem saber diferenciar o medo de outra emoção. — E não vou entrar em pânico.

— Precisamos ter certeza. — Draco tirou-lhe os óculos e deixou-os sobre a mesa. — Pelo bem de suas tias.

— Sim. Pelo bem de minhas tias.

Ele fitou os lábios trêmulos e, devagar, começou a se aproximar.

Gina prendeu a respiração, certa de que era uma experiência.

O tempo pareceu congelar.

A ruiva entreabriu os lábios, antecipando, esperando que ele fizesse o contato.

Draco não pretendia beijá-la.

Queria apenas que ela se sentisse tranqüila em sua presença.

E a melhor maneira de obter êxito seria tocá-la e ouvi-la sussurrar seu nome.

Essa tática sempre funcionava com outras mulheres.

Contudo, ao percorrer a pequena distância entre ambos, sentir aquela boca tentadora tão próxima, deixou de pensar em outras mulheres. A verdade era que não estava raciocinando.

Tinha de beijá-la.

No restaurante havia sido um simples roçar de lábios.

Agora precisava senti-la, era uma necessidade.

Tocou os lábios com extrema gentileza. O impacto prazeroso reverberou pelo corpo até se concentrar em seu estômago.

Espantado, abraçou-a pela cintura e aprofundou o beijo.

Virginia correspondeu ao gesto e, embora ele pretendesse controlar a situação, o instinto adquiriu vida própria.

O beijo era tão contraditório quanto à mulher: selvagem, porém inocente; doce, mas exótico. Nunca vivera nada parecido. Gina abraçou-o e pressionou os seios contra o tórax.

O contato dos seios macios que ele divisara na noite anterior era maravilhoso.

As mãos queimavam com o desejo de tocá-los.

Os lábios ardiam para beijá-los.

O gemido suave o trouxe de volta à realidade.

Era Gina, lembrou-se.

Não podia aproveitar-se dela, sua secretária não sabia o que estava fazendo.

Apesar de o corpo clamar satisfação, Draco concentrou forças para resistir.

Relutante, interrompeu o beijo e cometeu o erro de olhar para ela.

Os olhos continuavam fechados, as faces coradas, os lábios inchados e úmidos.

Oh, que Deus me ajude!

Quando fez menção de beijá-la novamente a porta se abriu e Dan entrou.

Seu irmão ficou estático por alguns segundos, então deu meia-volta e retirou-se.


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Notas finais do capítulo

Por que sempre é o Dan que pega todo mundo no ato??? Primeiro é a Pansy e o Harry, e agora a Gina e o Draco... Ele está precisando arranjar algo melhor pra fazer... Quem sabe um amor?!

Vocês perceberam que se o Dan não tivesse entrado na sala o Draco teria continuado os beijos?! Acho que a resistencia dele acabou..

E ai, o que acharam?
Please, digam-me!
Bjos e até o próximo capitulo, que eu acho que só vai sair na quarta a noite ou na quinta-feira. Porque eu tenho prova e tenho que estudar!
Bjos a todas
Fui!