Tudo ou Nada! escrita por karol_kinomoto
Notas iniciais do capítulo
Enfim, um novo cap!
Quero agradecer e dedicar esse cap a Kriss Black!
Musica do cap é Trouble da Pink... quem quiser ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=yBLD2GUQl38&feature=fvst
Sem advogados
para pleitear meu caso
Sem órbitas
Para me mandar para o espaço sideral
Noivo?
Draco encarou-a, piscou algumas vezes e voltou a fitá-la. Ela havia dito aquelas palavras em alto e bom som, no entanto, ele acreditava não ter entendido direito.
— Como disse?
— Você é meu noivo. — Gina olhou o copo vazio, e os óculos escorregaram até a ponta do delicado nariz. Empurrou-os com o dedo e franziu o cenho. — Por esse motivo, tive de me demitir. É humilhante demais, entende?
Ele não entendia nada, de fato, estava completamente atônito. Devia ser o drinque, decidiu. O alto teor alcoólico confundia a mente da mulher.
E a de Draco também, embora não estivesse embriagado.
E meus dedos
Estão enfeitados
Com diamantes e ouro
Mas isso não vai me ajudar agora
— É humilhante ser minha noiva? — perguntou.
— É claro — ela retrucou, exasperada.
Qual era o problema, afinal? Por que ela se sentiria tão constrangida de ser sua noiva? Muitas mulheres o achavam atraente e, mais de uma vez, tentaram levá-lo ao altar. O fato de ele e Gina serem diferentes e nunca se sentirem atraídos não era razão suficiente para humilhações.
Mas que pensamento era aquele? Não estavam noivos, tampouco possuíam um relacionamento íntimo. Draco sacudiu a cabeça e riu consigo mesmo. Virginia Weasley tinha acabado de ferir seu orgulho masculino.
Sou encrenca
Sim, encrenca agora
Sou encrenca, pessoal
Eu perturbo a minha cidade
*~*~*~*~*~*~
Ouviram outra batida na porta, dessa vez mais alta e urgente. Ele saltou da cama, pegou a calça jeans e vestiu-a no mesmo instante em que ouviu Dan, chamar seu nome.
Então a porta se abriu.
— Desculpe-me por entrar assim, Harry— apressou-se Dan Malfoy, tentando entrar no quarto, os sapatos fazendo ruído no chão de madeira.
— O que está acontecendo? — Potter deu um passo à frente bloqueando o caminho do outro homem, esperando impedir que Dan visse Pansy.
Tivera tempo apenas para fechar a calça, e não o suficiente para subir o zíper, assim, ficou paralisado com as mãos em frente ao corpo.
— Não encontramos a Pan em lugar algum. — O rosto do louro demonstrava preocupação. — Ela não voltou para casa na noite passada, e Narcisa está muito preocupada com ela. Pan não é mais nenhuma criança, mas ainda assim nos preocupamos com...
As palavras morreram naturalmente quando o movimento na cama chamou sua atenção.
— Droga, Potter, sinto muito, não deveria ter entrado em seu quarto sem avisar. — Começou a virar-se para ir embora quando viu um vestido azul familiar no chão aos pés da cama. Ele franziu a testa, e virou-se novamente para o moreno.
Não disse nada nos segundos que precisou para compreender o que se passava, então seu olhar passou por Harry e encontrou sua irmã, que estava sentada na cama com o lençol puxado até o pescoço.
Sou encrenca
Sim, encrenca agora
Sou encrenca, pessoal
Eu tenho problemas na minha cidade
— O que está acontecendo aqui? — perguntou Dan, seu olhar aos poucos registrando a cena íntima: Harry não estava completamente vestido, roupas jogadas pelo chão. Sua irmã nua! A raiva explodiu em seus olhos, dizendo: — Seu maldito... — Atirou-se sobre o Potter, o punho cerrado voando pelo ar.
Harry recuou e tentou desviar, mas não foi rápido o suficiente para conseguir evitar o soco de Dan. A poderosa força no queixo de Harry jogou-o para trás, fazendo-o cambalear.
*~*~*~*~*~*~
Encostou-se na cadeira e tentou não notar que Gina, além de tirar o casaco, havia desabotoado boa parte da blusa. O decote revelava a inconfundível protuberância dos seios.
Deus, ele jamais atinara que sua secretária possuísse seios
Pegou a caneca de cerveja e, antes de beber, focalizou a atenção no rosto corado da ruiva.
Não conseguia lembrar-se de qual era o assunto que discutiam. Oh, sim! Ela sentia-se humilhada por ser noiva dele.
— Gina, odeio lhe dizer isso, mas não estamos noivos.
— É óbvio que não. — Ela riu. — Mas tia Ariel e tia Muriel não sabem disso
.
Você pensa que está certo
Mas você estava errado
Você tentou me levar
Mais eu sabia o tempo todo
Draco começava a ter medo de tentar desvendar aquele mistério.
— Tia Ariel e tia Muriel?
— Elas chegam amanhã para passar alguns dias comigo e depois farão um cruzeiro pelo Caribe. — O sorriso se dissolveu. Ela respirou fundo e fechou os olhos. — Não acha que está calor aqui?
Quando ela abriu outro botão da blusa, expondo ainda mais os seios e parte do sutiã rendado, Draco sentiu a garganta ressecar.
Gina tinha razão, o clima parecia ferver de tão quente.
Você pode me levar
Para um passeio
Não sou uma tola
Então é melhor correr e se esconder
Precisava tirá-la do Bar, pelo bem dela e pelo dele. Tia Ariel e tia Muriel e o noivado teriam de esperar por enquanto.
*~*~*~*~*~*~
Harry conseguiu evitar o soco seguinte com o antebraço, e empurrou Dan com força suficiente para ganhar tempo para se recuperar.
— Espere aí, Dan! — rosnou, erguendo as mãos abertas.
Pansy gritou novamente, detendo o movimento de Dan, os punhos cerrados, os olhos demonstrando o forte sentimento de proteção que sentia em relação a ela. Os dois homens estavam ofegantes, olhando um para o outro com más intenções.
— Espere, dê-me uma chance para explicar — pediu o Potter. Esfregou o queixo dolorido com as costas da mão e movimentou o maxilar para frente e para trás. Não estava quebrado, mas doía demais. Não fazia a menor idéia de como poderia explicar o que realmente havia acontecido para Dan. Ele mesmo ainda não entendia como tinham ido para a cama juntos, e com certeza não gostaria de admitir para o irmão de Pansy que fora um engano de uma noite apenas.
O olhar de Dan desafiava-o a explicar-se. Ele praguejou, usando palavras nada educadas.
— O que você estava pensando? — perguntou Dan. Seu olhar inquisitivo não desgrudava dos olhos de Harry, exigindo uma explicação, enquanto abaixava os punhos cerrados ao lado do corpo.
— Dan! — Pansy ajoelhou-se na cama, o corpo enrolado no lençol. — Não preciso que defenda minha virtude! — exclamou, sentindo que começava a ficar irritada.
— Fique fora disso! — gritaram os dois homens ao mesmo tempo.
— Se é assim que querem... — Pansy enrolou o lençol de modo que o mesmo lhe cubrisse a nudez, levantou-se da cama e saiu do quarto.
Tanto Dan quanto Harry ficaram parados, vendo a morena se retirar.
Alguns segundos se passaram até que ouviram a porta da sala ser fechada com toda a força.
E nesse momento perceberam que Pansy, estava saindo da casa só de lençol.
Sou encrenca
Sim, encrenca agora
Sou encrenca, pessoal
Eu perturbo a minha cidade
*~*~*~*~*~*
Draco levantou-se, pegou o casaco de Gina e segurou-a pela cintura para erguê-la. A pele sob a blusa parecia ferver e a fragrância feminina invadiu-lhe os sentidos. Nunca havia reparado que ela usava perfume, concluiu enquanto ajeitava o casaco nas costas dela.
Gina arregalou os olhos castanhos e suaves. Aquele brilho peculiar ele também jamais notara.
— Sr. Malfoy, o que está fazendo?
— Vou levá-la para casa.
— Não é necessário. — A ruiva recuou e arrumou o casaco. Ele não sabia o que dizer.
— Quero que saiba quanto lhe sou grata por ter me deixado trabalhar na empresa, sr. Malfoy…
— Draco.
— Draco— ela pronunciou o nome com ternura. Então olhou-o por um longo momento e sussurrou: — Desculpe-me.
Ele podia jurar que divisou lágrimas nos olhos castanhos. Mas Gina chorando? Não. Ela não chorava, era sempre tão… moderada.
Com exceção daquele dia. Observou-a cambalear até os fundos do Bar e entrar no toalete masculino.
Sou encrenca
Sim, encrenca agora
Sou encrenca, pessoal
Eu tenho problemas na minha cidade
*~*~*~*~*~*~
A residência de Gina ficava a três quadras do Bar. A pequena casa era rodeada de rosas. Draco não imaginava sua secretária em um lar tão feminino, mas, na verdade, nunca se dera ao trabalho de ponderar sobre a vida dela.
Estacionou seu carro à beira da calçada, grato por ela ter fornecido o endereço com clareza suficiente. Desligou o motor e saiu do carro para ajudá-la a descer.
Ao mesmo tempo em que agarrava a bolsa, Gina saiu do veículo e acabou caindo nos braços de Draco. Colado ao corpo quente, ele a observou, estático.
— Desculpe-me — ela murmurou.
Deus, como a secretaria era macia, Draco pensou.
Se você me vir chegando
Descendo a rua
Você sabe que é hora de
Ir (e você sabe que é hora de ir
Porque aí vem confusão)
Ela lhe tocou o tórax e se afastou. Então ajeitou os óculos. Algumas mechas ruivas haviam escapado do coque e emolduravam o rosto corado.
— Obrigada pela carona, sr. Malfoy. Adeus.
Draco observou-a caminhar em direção à casa. Adeus? Ora, ele não pretendia ir embora. Aliás, não tinha a menor intenção de perdê-la de vista, especialmente naquele estado.
Então a seguiu até a porta, reparando que o gramado estava cortado, os arbustos podados e entre as flores não havia nenhuma erva daninha. Ela parou diante dos degraus do terraço, como se estivesse à frente de um precipício.
— Virginia. — Draco segurou-lhe o braço e ajudou-a a subir os degraus. — Precisamos conversar.
— Estão aqui. — Ela retirou as chaves da bolsa e sorriu.
— Que tal eu preparar um café para nós? — Draco sugeriu e pegou as chaves para abrir a porta.
Sou encrenca
Sim, encrenca agora
Sou encrenca, pessoal
Eu perturbo a minha cidade
— Você sabe fazer café? — Ela soltou uma gargalhada. — Sou eu quem deve fazer café, lembra-se? É meu trabalho.
Irritado, Draco a fez entrar na casa. A sala de estar era aconchegante. O sofá de três lugares fora revestido com motivos florais; nas paredes havia pinturas de paisagens diversas. Um tapete azul-marinho, estampado com flores cor-de-rosa, encontrava-se no assoalho, e um pequeno vaso de flores enfeitava a mesa de centro.
A casa era tão limpa e organizada quanto Gina era no trabalho. Mas Draco surpreendeu-se com a decoração florida. Havia imaginado que o lar seria mais… simples. Modesto.
Imaculado foi à palavra que lhe veio à mente.
Era um lar de verdade, confortável e acolhedor. De súbito, ele se deu conta de que tinha muito a conhecer sobre Virginia Weasley, mas pensaria nas variadas facetas de sua secretária mais tarde. Agora pretendia solucionar o mistério da repentina demissão, do estranho noivado e das tias que chegariam à cidade.
Onde estava a ruiva?
Sou encrenca
Sim, encrenca agora
Sou encrenca, pessoal
Eu tenho problemas na minha cidade
Draco escutou um ruído na cozinha e seguiu-o. Descalça, ela encontrava-se diante da pia, servindo-se de vinho.
— Virginia, pensei que fossemos tomar café.
— Não — ela respondeu, derramando um pouco de vinho na pia. — Você faz o café. Eu vou tomar vinho.
— Não costuma beber, certo?
— Nunca. Não gosto do sabor e, além disso, o álcool me afeta profundamente.
Sem dúvida, ela pecava por coerência. Draco pegou o copo de vinho e provou o líquido. Horrível. Preferia cerveja gelada a vinho branco.
— Obrigado.
— Pensei que quisesse café.
— Mudei de idéia. — Ele tomou o segundo gole. Quando Gina fez menção de pegar outro copo, Draco guiou-a à mesa da cozinha.
— Você ainda precisa me explicar por que se demitiu.
Puxando uma cadeira, ele a fez sentar-se. O movimento, quase desajeitado, revelou pernas tentadoras. A mulher que ele conhecia teria puxado a barra da saia.
No entanto, aquela nem sequer notava o que acontecia. Draco desviou o rosto e arriscou mais um gole de vinho. Felizmente ela havia vestido o casaco.
Então se você me vir chegando
Descendo a rua e
Você sabe que é hora de
Ir (ir-oh-oh...eu tenho)
Manteve a atenção somente no rosto da secretária.
— É tão humilhante — ela murmurou, cobrindo o rosto com as mãos.
— Já chegamos a essa conclusão. — Draco sentou-se ao lado dela. — Você e eu estamos noivos. Por que não começa pelo noivado?
— Não me sinto bem. Podia me dar um copo de água, por favor.
Água não resolveria o mal-estar de Gina, Draco refletiu, mas se quisesse obter alguma informação a melhor alternativa seria animá-la. Pegou um copo no escorredor de prato, encheu-o no filtro e voltou à mesa.
Após oferecer o copo de água reparou que ela havia bebido quase todo o vinho.
— Virginia!
Com as mãos sobre o colo, ela o encarou. Os óculos estavam na ponta do nariz e a expressão do rosto era de completa inocência. De súbito, por mais estranho que fosse, Draco achou-a bonita.
Encrenca
Sim, encrenca agora
Sou encrenca, pessoal
Eu perturbo a minha cidade
Em um impulso, ele retirou os óculos dela e colocou-os sobre a mesa. Ela piscou algumas vezes, arregalou os olhos grandes e brilhantes e então soltou um soluço.
— conte-me por que pediu demissão.
— Foi preciso. — Ela baixou os olhos. — Caso contrário, tia Muriel e Tia Ariel descobririam tudo.
— Tudo o quê?
— Que não estamos noivos.
— Por que suas tias pensamque estamos noivos?
— Ora, porque eu disse isso a elas. Que outra razão as faria pensar que estamos noivos?
“Oh, claro, que tolice a minha!” Draco contou até cinco e respirou fundo.
— E por que disse a elas que estávamos noivos?
— O que mais eu podia fazer? Minhas tias teriam cancelado o cruzeiro e talvez viessem morar comigo aqui. Eu precisava fazer alguma coisa.
— Elas deixariam de viajar e viriam morar aqui se não estivéssemos noivos? — A história parecia cada vez mais complicada. — Por quê?
Aproximando-se dele, Gina sussurrou:
— Elas acham que eu preciso de um homem. Ali, agora ele começava a entender… quase.
— Acham?
Sou encrenca
Sim, encrenca agora
Sou encrenca, pessoal
Eu tenho problemas na minha cidade
— Sim. Depois que meus pais faleceram, quando eu tinha 11 anos, fui morar com elas em Nova York. Tive sorte por ela me acolherem e principalmente por poder conviver mais com minha prima, Luna. Mas quando completei 18 anos a situação ficou tão insustentável que resolvi me mudar para cá.
— Que situação?
— Os homens. A cada semana minhas tias apareciam em casa com um novo pretendente. Às vezes, quando não se coordenavam, traziam dois homens na mesma hora. — Gina ergueu dois dedos para enfatizar. — Imagine ter mulheres a sua volta todas as semanas. Como você se sentiria?
Por um instante, Draco considerou a idéia, mas achou que ela não gostaria de ouvir a resposta.
— Por que não pode dizer a verdade a suas tias?
— Oh, você não as conhece. Elas me tratam como filha desde a morte de minha mãe, a irmã delas. Não vão sossegar enquanto eu não me casar e formar uma família. O único motivo de me deixarem em paz até agora é você.
— Eu?
— Nosso noivado.
— Ah, sim. — Daniel havia esquecido esse detalhe. — E o que a fez me escolher como noivo?
Encrenca
Sim, encrenca agora
Sou encrenca, pessoal
Eu tenho problemas na minha cidade
Sou encrenca
— Bem, eu tinha de arranjar alguém — ela respondeu. Como se fosse óbvio. — Não conheço ninguém mais.
Que lisonjeiro saber que fora o escolhido porque não havia ninguém mais.
— Você devia ter me contado. — Draco segurou-lhe as mãos. Eram macias e quentes. — Juntos, poderíamos encontrar uma solução.
— Você me acha patética.
Oh, não, Draco replicou em pensamento. A mente feminina quando sóbria já era perigosa. Contudo, após uma boa dose de bebida alcoólica os riscos multiplicavam-se.
— Claro que não a acho patética.
— Acha, sim. — afastou as mãos, constrangida. — Sou uma puritana patética.
Ela se levantou, indignada. Já estava a meio caminho da sala quando ele segurou-a pelo braço.
— Virginia, por favor…
— Para sua informação, sr. Malfoy, se eu quisesse um homem, poderia facilmente encontrar um — ela esbravejou. — Não sou tão puritana quanto imagina.
— Gina, eu não…
Ela tirou o casaco e jogou-o no chão.
Sim, encrenca agora
Sou encrenca, pessoal
Eu tenho problemas na minha cidade
Eu tenho problemas na minha cidade
Eu tenho problemas na minha cidade
Fim do cap
N/a: aii está o capitulo agora... Eu sei que não aconteceu nada ainda, mas prometo que o proximo promete emoções fortes... Bjos a todos e todas que leem!
Agora ai vai um pedaço do proximo cap:
— Tenho um corpo razoável. — Desabotoou a blusa e abriu-a.
— Virginia…
— Viu? — Ela olhou para baixo. O sutiã de renda era de seda verde. — Meus seios não são feios.
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