La bataille finale escrita por shadowhunter


Capítulo 2
Últimas vontades de Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore


Notas iniciais do capítulo

Hey, esse é o último capítulo do ano!!! Um feliz ano novo pessoal, que 2018 seja mil vezes melhor que 2017.
Aproveitem



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POV Lotte

A perda de Moody pairou sobre a casa nos dias que se seguiram, era como se esperassem que ele fosse aparecer pela porta nos atualizando da situação e dizendo “vigilância constante”, mas infelizmente a sua morte era real. O trio de ouro, nesse meio tempo, parecia estar tentando planejar a sua missão, mas, com Molly Weasley em sua cola não permitindo que os três passassem muito tempo juntos, era difícil. Eu também andei ocupada, constantemente buscando planos de defesa e resistência, também sendo constantemente perturbada por vozes e sonhos que resultavam em nomes sendo escritos quase todos os dias.

Durante esses dias acabei notando uma certa aproximação entre Gina e Harry, os vendo cochichando algumas vezes, o que causou um certo ciúme. Confio em Harry completamente, mas eles parecem estar tão próximos que não consigo evitar de pensar que talvez eles tenham sido feitos um para o outro e eu estou só atrapalhando que eles estejam juntos.

A noite, quando estrava na cozinha conversando com o sr. Weasley, Kingsley e Gui, vi os dois conversando e trocando sorrisos, pararam no momento em que me viram. Tinha se tornando frequente que membros da Ordem jantassem na Toca, já que a nossa última sede havia sido comprometida, pois pensão que Severo iria entregar a localização. Na hora do jantar a cozinha estava mais apertada do que nunca, causando com que eu me espremesse ao lado de Harry e ele se espremer entre Gina e eu.

— Prrecisamos rresolverr o disfarrce que você vai usarr, Arry – disse Fleur depois da sobremesa. – No casamente – acrescentou, quando ele pareceu não entender. – Naturralmente, nam tam Comensais da Morte entrre nosses convidades, mas nam posse garrantirr que nam falem demais depois de tomarrem champanhe.

— Fleur está certa – falo – Precisamos garantir a sua segurança, irei pensar em algo, não se preocupe – falo sorrindo.

Depois me voltei para Fleur e começamos a decidir pequenos detalhes do casamento, em francês, e logo havíamos nos retirado para a sala, onde iriamos terminar nossa conversa. A sra. Weasley estava mais do que feliz em me deixar fora das tarefas, contanto que eu mantivesse Fleur ocupada o bastante e longe dela.

No dia seguinte, as onze horas, a família de Fleur chegou e com eles vinha a sua prima e minha melhor amiga, Juliet. Harry, Rony, Hermione e Gina não pareciam muito felizes com as visitas, mas eu tinha dito que seria responsável por eles só para evitar qualquer tipo de confusão que pudesse acontecer.

— Chartlotte – falou Madame Delacuor - Comment allez-vous, mon cher? (Como está, querida?)

— Je vais très bien, et vous? (Estou bem e a senhora?) – respondo sorrindo.

— Magnifique (Magnifica) – ela responde sorrindo.

Então eles se dirigiram aos outros enquanto eu os observava. As apresentações foram feitas e logo seguimos para dentro da Toca. Os Delacour, eles não tardaram a perceber, eram hóspedes prestativos e agradáveis. Mostravam-se satisfeitos com tudo e desejosos de ajudar nos preparativos do casamento. Monsieur Delacour considerou tudo, desde a distribuição de lugares até os sapatos das damas de honra, “charmant!”. Madame Delacour era muito talentosa com feitiços domésticos e deixou o forno limpo em segundos; Gabrielle seguia a irmã mais velha pela casa, tentando ajudar no que pudesse, tagarelando em um francês muito rápido. Julie também ajudava no que podia.

Embaixo, A Toca não fora construída para acomodar tanta gente. O casal Weasley agora estava dormindo na sala de visitas depois de calar os protestos de Monsieur e Madame Delacour e insistir que os dois ocupassem seu quarto. Gabrielle, Julie e eu iriamos dormir com Fleur no antigo quarto de Percy, e Gui dividiria o quarto com Carlinhos, seu padrinho de casamento, quando ele chegasse da Romênia.

***  

Eu estava andando pelos corredores da A Mui Antiga e Nobre Casa dos Black, que parecia mais sombria e abandonada do que nunca. Não fazia ideia do que estava fazendo ali e nem para onde estava indo, mas continuei meu caminho até para em uma porta que continha R. A. B. escrito. O quarto estava mais limpo do que nunca, aparentava ter alguém o habitando, as paredes verdes e pratas, que antes estavam descascando, pareciam que tinham sido pintadas recentemente, a cama de casal estava bem arrumada.

— Quem está ai? – pergunta uma voz atrás de mim.

Me viro lentamente e dou de cara com o meu pai. Ele aparentava ser tão novo... seus cabelos negros meio bagunçados, seus olhos verdes azulados brilhando com uma certa curiosidade. Eu queria abraça-lo, chorar em seu colo, chama-lo de pai e dizer que o amo, mas eu não sabia se ele me conhecia ou se eu só era uma estranha.

— Você... – ele fala olhando em meus olhos – Eu conheço você...

— Conhece? – pergunto esperançosa.

— Reconheço esses olhos em qualquer lugar – ele diz se aproximando – Mas você era tão pequenina, um bebê.

— Eu cresci – falo sorrindo com lagrimas nos olhos.

— Sim, você cresceu – ele fala sorrindo – E se tornou uma bela mulher, senti sua falta princesse.

— Papai – falo o abraçando.

Eu me sentia uma criança outra vez, aquela criança que constantemente buscava pelo carinho do pai, que queria ser abraçada toda vez que tinha um pesadelo. Me permiti chorar em seu colo, me permitir ser vulnerável e frágil. Aquele era o meu pai e que precisava dele mais do que nunca.

— Por que está tão triste? Por que choras? – ele pergunta preocupado.

— Porque sinto sua falta, porque tenho medo, porque não sou forte o suficiente, porque estou passando pelo pior.

— Não tenha vergonha de chorar, eu a entendo, a situação é complicada – fala limpando minhas lagrimas – Também já passei pelo pior, sei como é. Eu já fiz coisas horríveis e sentia medo todos os dias. Mas eu te garanto que estarei ao seu lado, mesmo que você não me veja, e não deixarei que ninguém a machuque.

— As vezes parece que estou segurando o céu e esse peso pode me esmagar a qualquer minuto, tudo o que eu queria era ter alguém com quem eu pudesse desabafar e dividir esse peso, mas eu preciso ser forte o tempo todo e isso está me matando.

— Não guarde tudo isso dentro de você, não lhe fará nenhum bem, você pode falar comigo sempre que quiser, estou em seu coração e certamente estarei lhe ouvindo. Nós somos muito parecidos, sempre tentando ser mais forte do que preciso, nunca querendo demonstrar vulnerabilidade. Quando Sirius foi embora, eu fiquei devastado, já fazia anos que eu havia perdido o meu irmão, mas quando ele passou a morar com James percebi que era ali que qualquer resquício de relação que tínhamos acabou, passei anos fingindo que não me importava e que ele não era o meu irmão e essa foi uma das coisas mais difíceis que já fiz em toda a minha vida.

— Por que não contou a ele a verdade? – pergunto curiosa.

— Já era tarde demais – responde simplesmente – Não deixe que seja tarde demais para você também, não carregue esse peso sozinha.

— Irei tentar – então mudo de assunto – Pai... tem orgulho de mim?

— Muito orgulho – fala me olhando nos olhos – Você é tão forte, tão inteligente, tão corajosa... Eu te amo tanto.

— Eu também te amo, mais do que tudo.

***  

Acordei me sentindo feliz e triste ao mesmo tempo, o sonho tinha me deixado meio abalada, mas havia me dado forças para continuar. Hoje era 31 de Julho, Harry estava fazendo 17 anos e Molly havia planejado uma festinha para comemorar, então decidi dar uma pequena ajuda na cozinha e chamei Angel, minha elfo doméstica, para ajudar. Na mesa da cozinha tinha uma pilha de presentes para Harry, mas o meu estava em minhas mãos para que pudesse ser entregue pessoalmente. Estava começando a comer quando Harry e Rony entraram na cozinha, sorri para os dois e continuei comendo.

— Arthur me pediu para lhe desejar felicidades pelo seu décimo sétimo aniversário, Harry – disse a sra. Weasley abrindo um radiante sorriso. – Precisou sair cedo para o trabalho, voltará para o jantar. O presente de cima é o nosso.

Harry se sentou, apanhou o embrulho quadrado que ela apontara e abriu-o. Dentro havia um relógio de pulso muito parecido com o que a sra. Weasley e o marido tinham dado a Rony aos dezessete anos: era de ouro e tinha estrelas girando no mostrador em vez de ponteiros.

— É tradição dar a um bruxo um relógio quando ele atinge a maioridade – explicou ela, observando-o ansiosamente do fogão. – Não é exatamente novo como o de Rony, pertenceu ao meu irmão Fabiano, e ele não era muito cuidadoso com os seus pertences, tem um amassado na parte de trás, mas...

O resto do discurso se perdeu; Harry se levantou e abraçou-a. Sorri com a cena, o moreno a via como uma mãe para ele, imagino que tenha ficado feliz com o presente. Logo Hermione chegou o desejando parabéns e entregando o seu presente, um novo bisbilhoscópio. Os outros embrulhos continham um barbeador encantado de Gui e Fleur (“Ah, sim, isse vai lhe darr o barrbearr mais suave qu’ você já fez”, assegurou-lhe Monsieur Delacour, “mas você prrecisa dizerr exatamente o que querr... de outre mode vai se verr com menos pelos do que gostarria...”), bombons do casal Delacour e uma enorme caixa com as últimas Gemialidades Weasley, de Fred e Jorge.

— Acho que agora é a minha vez – falo sorrindo e estendendo o meu presente – É um diário magico – explico quando ele abre e faz uma cara de confuso – O que você escrever irá aparecer em um diário igual a este que é meu, assim poderemos nos comunicar quando você estiver longe.

— Incrível – ele fala sorrindo.

— Queria muito ir com vocês para essa missão, mas não posso, esse foi o jeito que eu achei para não morrer de preocupação – conto – Feliz aniversário.

— Eu amei – ele fala – Eu te amo – fala me dando um beijo rápido nos lábios.

— Eu também te amo – falo sorrindo – Melhor ir com Rony, mais tarde conversamos mais – falo reparando no ruivo impaciente a minha frente.

Ele sorri e segue o amigo.

POV Harry

Quando estávamos subindo para o quarto de Rony, fui parado por Gina que queria falar comigo. Fiquei um pouco nervoso, ultimamente ela tem andado muito carinhosa comigo e fazendo certas insinuações sobre ficarmos juntos, sempre que ela fazia isso eu tentava falar sobre Lotte para lembra-la que eu tenho uma namorada, muito ciumenta, que tanto amo. Tentei não ficar sozinho com Gina, mas Rony e Hermione pareciam não ter notado a ruiva me chamando e seguiram sem mim. Me vi obrigado a segui-la até o seu quarto.

Em uma parede, havia um grande pôster da banda bruxa Esquisitonas e, na outra, uma foto de Guga Jones, capitã do time de quadribol Harpias de Holyhead. A escrivaninha ficava de frente para a janela aberta, por onde se via o pomar onde tinhamos certa vez jogado quadribol em duplas com Rony e Hermione, e que agora acolhia uma tenda branco-pérola. A bandeira dourada no alto alcançava a janela de Gina. A garota ergueu o rosto para mim, tomou fôlego e disse:

— Feliz décimo sétimo!

— Ah... obrigado— falo sem graça.

Na verdade, eu não faço ideia do que dizer e de como agir, tenho medo de falar algo que a leve a entender que quero ser mais do que seu amigo. Então prefiro desviar o olhar para a janela e ficar calado.

— Não consegui pensar no que lhe dar – começou.

— Você não tinha que me dar nada – falo rapidamente.

 A garota ignorou.

 – Não sabia o que poderia ser útil. Nada muito grande, porque você não poderia levar na viagem.

Então ela começou a se aproximar, me deixando nervoso do que poderia acontecer se ela continuasse assim.

— Então, pensei que gostaria de lhe dar uma coisa que fizesse você se lembrar de mim, sabe, se encontrar uma veela dessas quando estiver fora, fazendo seja lá o que vai fazer.

— Bom a minha namorada é metade veela – falo enfatizando “namorada” – E acho que as oportunidades de sair com garotas vão ser mínimas nessa viagem, para ser sincero.

— Esse é o lado bom que estive procurando – sussurrou ela, ignorando a parte em que mencionei minha namorada, e, em seguida, beijou-me. Não correspondi e imediatamente a afastei, isso estava errado. A sim que a afastei, a porta se escancarou e uma Charlotte furiosa nos encarava.

— Estou atrapalhando algo? – ela pergunta ironicamente.

— Bem... – começa Gina, mas eu a interrompo rapidamente.

— Não- praticamente grito – Na verdade, eu já estava indo te procurar.

— Não foi o que pareceu – fala irritada – E ia me procurar para quê?

— Para isso – falo a puxando pela cintura e a beijando.

A beijo como nunca a tinha beijado antes. Por meio do beijo transmiti tudo o que sentia, para ter certeza que ela não duvidasse do meu amor. Senti uma felicidade que me fez esquecer todo o resto, como se só houvéssemos nós dois no mundo, a sua mão em meus cabelos, o seu corpo colado no meu. Eu poderia ficar a beijando para sempre, mas uma hora precisamos respirar e nos separar. Sorriamos que nem bobos, tínhamos esquecido completamente da presença de Gina até a ouvirmos bater a porta com toda força que tinha. Lhe dou um selinho e vou ne juntar a Rony e Hermione.

Gina não buscou outro encontro a sós pelo resto do dia, nem, por olhar ou gesto, demonstrou que tivessemos tido mais do que uma conversa cordial em seu quarto. A chegada de Carlinhos foi um alívio. Divertiu-me observar a sra. Weasley forçar o filho a sentar em uma cadeira, erguer a varinha ameaçadoramente e anunciar que ia lhe fazer um corte de cabelos decente.

Como o meu aniversário teria feito a cozinha d’A Toca explodir de tanta gente, mesmo antes da chegada de Carlinhos, Lupin, Tonks e Hagrid, foram colocadas várias mesas ao comprido, no jardim. Fred e Jorge conjuraram algumas lanternas roxas, enfeitadas com um grande número 17 para pendurar no ar sobre as mesas. Graças aos cuidados da sra. Weasley, o ferimento de Jorge estava sarando, mas ainda não me acostumara com o buraco escuro em sua cabeça, apesar das muitas piadas dos gêmeos sobre a mutilação.

Hermione fez irromperem da sua varinha serpentinas roxas e douradas e arrumou-as artisticamente sobre árvores e arbustos.

 – Bonito – comentou Rony, quando a garota, com um floreio final da varinha, dourou as folhas da macieira-brava. – Você realmente tem gosto para esse tipo de coisa.

 – Muito obrigada, Rony! – disse Hermione, parecendo ao mesmo tempo contente e um pouco envergonhada.

— Abram caminho, abram caminho! – cantarolou a sra. Weasley, passando pelo portão com algo que lembrava um pomo de ouro do tamanho de uma bola de piscina flutuando à sua frente. Levei alguns segundos para entender que era o meu bolo de aniversário, que a sra. Weasley trazia suspenso com a varinha, para não se arriscar carregá-lo pelo terreno acidentado. Quando o bolo finalmente aterrissou no meio da mesa, elogiei:

 – Fantástico, sra. Weasley!

— Ah, não é nada, querido – respondeu-me a bruxa carinhosamente. Por cima do ombro da mãe, Rony ergueu o polegar e murmurou: “Beleza.”

Por volta das sete horas, todos os convidados tinham chegado e sido levados ao interior da casa por Fred e Jorge, que os esperavam no fim da estradinha. Hagrid enfatiotou-se para a ocasião com o seu melhor, mas medonho, terno peludo marrom. Embora Lupin sorrisse ao apertar sua mão, achei-o com um ar bastante infeliz. Era muito esquisito; ao seu lado, Tonks parecia simplesmente radiante. Lotte estava sorrindo com a amiga observando a irmã adotiva. Malia e Marlene também tinham aparecido, a morena pediu perdão por não ter participado da missão, mas aparentemente minha namorada a tinha dado uma outra missão.

— Acho que é melhor começarmos sem o Arthur – anunciou a sra. Weasley para os convidados no jardim, depois de alguns momentos. – Ele deve ter sido retido... ah!

Todos viram ao mesmo tempo: um rastro de luz cortou o jardim e parou sobre a mesa, onde se transformou em uma doninha prateada que se ergueu nas patas traseiras e falou com a voz do sr. Weasley:

— O ministro da Magia está vindo comigo.

POV Lotte

Rufo Scrimgeour estava aqui. Dora e Remo tinha ido embora e o silencio recaiu sobre o jardim. Assim que ele apareceu, tomei a liderança e segui em direção ao ministro que tinha os olhos fixados em Harry.

— Ministro – o recebi com um sorriso.

— Desculpem a intrusão – disse Scrimgeour – Principalmente porque posso ver que estou penetrando em uma festa para a qual não fui convidado.

 O seu olhar se demorou por um momento no gigantesco pomo de ouro.

— Muitos anos de vida.

— Obrigado – disse Harry.

 – Preciso dar uma palavrinha com você e a srta. Black em particular – continuou Scrimgeour. – E também com o sr. Ronald Weasley e a srta. Hermione Granger.

— Nós?! – exclamou Rony em tom surpreso. – Por que nós?

— Explicarei quando estivermos em lugar mais reservado. Há na casa um lugar assim? – perguntou ao sr. Weasley.

— Naturalmente – disse o sr. Weasley, parecendo nervoso. – A... a sala de visitas, pode usá-la.

 – Mostre-me onde é – disse Scrimgeour a Rony. – Não haverá necessidade de nos acompanhar, Arthur.

O ministro não falou quando passamos pela cozinha desarrumada e entramos na sala de visitas d’A Toca. Embora o jardim estivesse iluminado por uma luz noturna suave e dourada, já estava escuro ali dentro: Harry apontou a varinha para os lampiões, ao entrar, e fez-se luz na sala gasta mas aconchegante. Scrimgeour sentou-se na poltrona de molas frouxas que o sr. Weasley normalmente ocupava, deixando que Harry, Rony e Hermione se apertassem lado a lado no sofá, enquanto eu sentava no braço da cadeira. Uma vez acomodados, o ministro falou:

— Tenho algumas perguntas a fazer aos três, mas acho que será melhor fazê-las separadamente. Se vocês três– ele apontou para mim, Harry e Hermione – puderem esperar lá em cima, começarei pelo Ronald.

 – Iremos a lugar nenhum – disse – O você tiver que falar irá falar com todos juntos ou não falar com nenhum.

Scrimgeour lançou-me um frio olhar de avaliação. Não me importei, continuei firme e o encarei de volta.

 – Muito bem, então, juntos – disse ele, sacudindo os ombros. E pigarreou. – Estou aqui, como bem sabem, por causa do testamento de Alvo Dumbledore.

Harry, Rony e Hermione se entreolharam.

— Pelo visto é surpresa! Vocês três não sabiam que Dumbledore tinha lhes deixado alguma coisa?

— A... aos quatro? – perguntou Rony. – A mim e Hermione também?

 – A todos...

Harry, no entanto, interrompeu-o.

— Já faz mais de um mês que Dumbledore faleceu. Por que demoraram tanto para nos entregar o que ele nos deixou?

— Não é óbvio?! – exclamou Hermione, antes que Scrimgeour pudesse responder.

— Queriam examinar seja lá o que ele tenha nos deixado. O senhor não tinha o direito de fazer isso! – sua voz tremia levemente.

— Tinha todo o direito – disse Scrimgeour sumariamente. – O Decreto sobre Confisco Justificável dá ao ministro o poder de confiscar os bens de um testamento...

— A lei foi criada para impedir os bruxos das trevas de legarem seus objetos – retorquiu Hermione –, e o Ministério precisa ter fortes provas de que os bens do falecido são ilegais antes de apreendê-los! O senhor está nos dizendo que julgou que Dumbledore estivesse tentando nos passar objetos malditos?

— Srta. Granger, está pretendendo fazer carreira em Direito da Magia?

— Não, não estou – retrucou Hermione. – Tenho esperança de fazer algum bem no mundo!

— Chega! – interrompi a discursão – O que você tiver que entregar, entregue logo, eu gostaria de comemorar o aniversário do meu namorado – ordeno.

— Você diria que era íntimo de Dumbledore, Ronald? – perguntou o ministro ao ruivo.

— Eu? Não... muito... era sempre Harry quem...

 Scrimgeour fez cara de quem acabara de ouvir exatamente o que tinha esperado e queria ouvir. Avançou na deixa de Rony como uma ave de rapina.

 – Se você não era muito íntimo de Dumbledore, como explica que tenha se lembrado de você no testamento? Ele deixou excepcionalmente pouco a indivíduos. A maior parte dos seus bens... sua biblioteca particular, seus instrumentos mágicos e outros pertences... foram legados a Hogwarts. Por que acha que mereceu destaque?

— Eu... não sei – respondeu Rony. – Quando digo que não éramos íntimos... Quero dizer, acho que ele gostava de mim...

— Você está sendo modesto, Rony – interveio Hermione. – Dumbledore gostava muito de você.

Isto era exagerar a verdade quase ao ponto de ruptura; Rony e Dumbledore nunca tinham estado a sós, e o contato direto entre diretor e aluno fora mínimo. Contudo, Scrimgeour não parecia estar escutando. Meteu a mão sob a capa e puxou uma bolsa de. Da bolsa, tirou um rolo de pergaminho, que abriu e leu em voz alta.

 – “Últimas vontades de Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore...”, sim, aqui está, “a Ronald Weasley, deixo o meu desiluminador, na esperança de que se lembre de mim quando usá-lo.”

Scrimgeour tirou da bolsa um objeto que eu conhecia muito bem: parecia um isqueiro de prata, mas tinha, eu sabia, o poder de extinguir toda a luz de um lugar e restaurá-la com um simples clique. Scrimgeour se inclinou para a frente e passou o desiluminador a Rony, que o recebeu e examinou entre os dedos com ar de perplexidade.

— Isto é um objeto valioso – comentou Scrimgeour, observando Rony. – Talvez seja único no mundo. Com certeza foi projetado pelo próprio Dumbledore. Por que ele teria lhe legado algo tão raro? – Rony sacudiu a cabeça, aturdido. – Dumbledore deve ter tido milhares de alunos – insistiu Scrimgeour. – Contudo, os únicos de que se lembrou em seu testamento foram vocês quatro. Por que será? Que uso ele terá pensado que o senhor daria a esse desiluminador, sr. Weasley?

 – Apagar luzes, suponho – murmurou Rony. – Que mais eu poderia fazer com ele?

Evidentemente Scrimgeour não teve outras sugestões a dar. Depois de observar Rony com os olhos semicerrados por um momento, voltou sua atenção para o testamento de Dumbledore.

— “Para a sra. Hermione Granger, deixo o meu exemplar de Os contos de Beedle, o bardo, na esperança de que ela o ache divertido e instrutivo.”

Scrimgeour apanhou, então, na bolsa um livrinho que parecia tão antigo quanto o Segredos das artes mais tenebrosas. A encadernação estava manchada e descascando em alguns pontos. Hermione recebeu-o do ministro em silêncio. Segurou o livro no colo e contemplou-o. O título estava escrito em runas. Uma lágrima caiu sobre os símbolos gravados em relevo.

— Por que acha que Dumbledore lhe deixou esse livro, srta. Granger? – perguntou Scrimgeour.

— Ele... ele sabia que eu gostava de ler – respondeu a garota com a voz empastada, enxugando os olhos nas mangas da roupa.

— Mas por que esse livro em especial?

— Não sei. Deve ter pensado que eu gostaria de lê-lo.

— Alguma vez discutiu códigos ou outros meios de transmitir mensagens secretas com Dumbledore?

— Não, nunca – disse Hermione, ainda enxugando as lágrimas na manga. – E se o Ministério não encontrou nenhum código secreto nesse livro em trinta e um dias, duvido que eu vá encontrar.

 A garota engoliu um soluço. Os três estavam sentados tão espremidos que Rony teve dificuldade em puxar o braço e passá-lo pelos ombros de Hermione. Scrimgeour tornou a consultar o testamento.

 – “A Harry Potter deixo o pomo de ouro que ele capturou em seu primeiro jogo de quadribol em Hogwarts, para lembrar-lhe as recompensas da perseverança e da competência.”

Quando Scrimgeour tirou a bolinha de ouro do tamanho de uma noz, suas asas de prata esvoaçaram levemente.

 – Por que Dumbledore lhe deixou este pomo? – perguntou Scrimgeour.

— Não faço a menor ideia – respondeu Harry. – Pelas razões que o senhor acabou de ler, suponho... para me lembrar o que se pode obter quando se... persevera e o que mais seja.

 – Então você acha que é apenas uma lembrança simbólica?

— Suponho que sim. Que mais poderia ser?

— Sou eu quem faz as perguntas – disse Scrimgeour, puxando sua cadeira para mais perto do sofá. A noite caía lá fora; a tenda vista da janela se elevava fantasmagoricamente branca acima da cerca. – Reparei que o seu bolo de aniversário tem a forma de um pomo de ouro – disse o ministro. – Por quê?

Hermione riu ironicamente.

— Ah, não pode ser uma alusão ao fato de Harry ser um grande apanhador, isso seria óbvio demais. Deve haver uma mensagem secreta de Dumbledore escondida no glacê!

 – Não acho que haja nada escondido no glacê – retrucou Scrimgeour –, mas um pomo seria um esconderijo muito bom para um pequeno objeto. A senhorita certamente sabe por quê.

 – Porque os pomos guardam na memória o toque humano. – respondo, depois de muito tempo calada – Mas como você pode ter visto, nada aconteceu quando ele tocou no pomo, eu agradeceria se continuasse – falo quando Harry pega o pomo.

— “ A Charlotte Black deixo minha fiel companheira, Fawkes, na esperança que ela cuide muito bem desta incrível criatura e a deixo um belo colar que pertencera a minha falecida irmã, para mostrar o tamanho do meu carinho e amor.”

Então ele tira do bolso uma bela caixa e a abre relevando um belo colar, então ele faz uma gaiola se materializar e dentro dela encontra-se Fawkes.

— A senhorita poderia me dizer o motivo desses presentes? – ele pergunta curioso.

— Sempre tive uma grande conexão com Fawkes e o colar... sempre fui como uma filha para Dumbledore, faz sentido ele ter me deixado algo tão significativo.

— Fênix costumam ser animais livres, quando os seus donos morrem elas simplesmente se vão, a esta fênix em particular parecia estar a nossa espera quando fomos no escritório de Dumbledore a sua procura.

— Como já lhe disse, temos uma forte conexão, agora se me dão licença, preciso ir – falo me levantando e apertando a mão do ministro, pego a gaiola e o colar e subo para despachar Fawkes para a França.

Chego no quarto e abro a gaiola, fazendo com que a fênix voasse pelo quarto.

— Preciso que vá para aquela casa que Dumbledore me mostrou uma vez, a casa da minha mãe – falo esperando que ela entenda.

Parecendo me entender perfeitamente, Fawkes faz um tipo de reverencia e sai pela janela, me deixando sozinha com o colar. O observo atentamente e lembro-me do sonho que tive com Ariana... espero estar à altura de tal colar. Respiro fundo e volto para a festa.

 


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Não deixem de cometar!!!
Bjs ♥ ♥ ♥



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