Across The Frontline escrita por overexposedxx


Capítulo 31
Capítulo 31 - Complicações


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores! Espero que estejam bem.

Como prometido, pra continuar compensando a demora, mais um capítulo novinho (e longo) pra vocês.

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/750596/chapter/31

 

Mais tarde, a casa dos Cullen estava, sob a visão e atmosfera, completamente diferente de horas antes: Carlisle e Esme haviam, com uma boa desculpa, saído para comprar decorações e outras coisas para dar uma festa surpresa à Rosalie, que contava também com a presença de Jasper e a esposa, Edward, Mercedes, a família Denali e Isabella com os pais.

 

Isso, é claro, fizera a alegria da loira que, desde pequena, nunca deixara de adorar festas em seu aniversário e, ainda mais, de surpresa - principalmente agora, com tantas coisas pesando em sua cabeça naquela data que, na verdade, devia ser toda sobre leveza e alguma diversão.

 

Haviam coisas favoritas de Rosalie a toda volta: vozes familiares por todos os lados; sanduíches cortados em triângulos à mesa; rolinhos de canela e torta de maçã; milk-shake gelado contra com o Sol quente; as cores nos balões e o sabor do bolo recém cortado; o vestido longo favorito em seu corpo e o colar em seu pescoço. 

 

E ela, enfim, estava também sob a luz do Sol e o cheiro de grama daquela tarde convidativa, longe de quase tudo que não fosse sobre a alegria de ser a aniversariante do dia - longe dos papéis, agora assinados, sobre a mesa do escritório de Carlisle.

 

Mas, não tanto de outras vontades vãs e pensamentos que a levavam para longe, quando as pessoas saiam da sua volta. 

 

Deslizando as pontas dos dedos pelo tecido da pulseira com que fora presenteada naquele mesmo dia, mas tantos anos antes, a loira estava agora com a ideia de Francine - a mulher que havia lhe dado aquele presente - na cabeça, tentando montá-la, assim como às respostas pras próprias perguntas: ela queria se lembrar de como a mulher costumava ser, de como soava e fazia coisas, do que mais gostava e ensinara à Emmett. 

 

E Jared também estava em sua cabeça, pra ser sincera, sobretudo pela memória mais vívida, odiosa e recente que tinha dele. Ela queria saber como ele chegara àquele ponto e talvez outras coisas, mas apenas as que significassem ou explicassem alguma coisa sobre Emmett e sua infância. 

 

Ainda assim, era diferente: não havia tanta curiosidade sobre ele, porque as coisas que presumia dele e sua semelhança com figuras como Royce, por exemplo, já diziam a ela o bastante. 

 

Mas, de Francine, nada dizia o bastante. E Rosalie queria saber mais, saber o que ela gostava de fazer junto ao filho e do que ela acharia se soubesse que ele havia partido outra vez, agora para a Aeronáutica. E se soubesse que eles estavam juntos, talvez, também. Quanto disso será que ela sequer havia cogitado, àquela distância do futuro em que agora estavam, sem ela? 

 

Coisas que a fariam sentir mais segura, talvez, e próxima de Emmett - além de, em certa medida, de si mesma, num "antes" muito distante e genuíno. 

 

Mas, também, coisas que sua memória não a deixava lembrar, sequer complementar, como Emmett também não faria - porque estava longe e porque se recusava a falar sobre isso, como nos últimos dias em que estivera naquela casa.  

 

Às vezes, Rosalie se perguntava se estava certa de querer saber. Se deveria deixar-se alimentar esse ímpeto, agora que Emmett parecia estar cada vez mais desentrelaçando-se de sua vida, e vice-versa. 

 

Ela não sabia quanto daquilo era uma pista para dar o fora de uma vez, ou uma chance de colocar-se para dentro logo - como Emmett insinuara que ela temia fazer. 

 

—Sabe, deveria ser divertido fazer 24 anos. - Carlisle surpreendeu a filha, aparecendo e sentando-se na cadeira ao seu lado, um prato de torta vermelha deixado na mesa. 

 

Com a surpresa, Rosalie sobressaltou-se de leve e ergueu os olhos para o loiro, antes de desarmar a expressão num sorriso breve. 

 

—É divertido. Está sendo, quero dizer. - ela sorriu, tentando convencer ambos daquilo, quando fitou a pulseira nas mãos outra vez. Carlisle a olhou com um sorriso acolhedor. 

 

—Algo em que eu possa ajudar? - ele quis saber, indicando a pulseira com a cabeça. Rosalie pausou um pouco com a pergunta, levemente pega de surpresa.

 

—Eu não sei. - ela disse simplesmente, sorrindo consigo mesma pela incerteza honesta. - Suponho que sim, na verdade, mas meio que queria saber... Por outra pessoa. - e encolheu os ombros, como pedido de desculpas, ao que o mais velho sorriu, dispensando, e a viu emendar num murmúrio. - O que, na verdade, realmente nem faz sentido, já que ele não está aqui pra dizer.

 

O mais velho sorriu brevemente, baixando os olhos para as próprias mãos e de volta para a filha. 

 

—Você fala como se ele não fosse voltar mais. - ele devolveu, franzindo levemente o cenho, e depois instigou, embora com pouca dúvida. - Alguma mudança de planos que nós não estejamos sabendo? 

 

—Não, não é isso. - a loira negou na mesma hora, fechando a pulseira numa mão e piscando muitas vezes, antes de levantar o olhar. - Quero dizer, eu não sei mais ao certo. Sei tanto quanto vocês, imagino. - e fez uma pausa, reunindo ar. - De toda forma, é só que acho que não faria diferença. Ele evita falar, agora, sobre essas coisas. - e deu de ombros, pra falar mais baixo. - O que quer que sejam.

 

—Foi por isso que vocês brigaram? Discutiram, no outro dia? - ele perguntou com sinceridade e, por isso, a surpresa de Rosalie o lembrou de explicar. - Eu fiquei sabendo, querida, sinto muito se isso foi... - e procurou as palavras, baixando os olhos e voltando a ela, rapidamente. - Invasivo de alguma forma. 

 

Rosalie processou um pouco a informação mas, mesmo diante daquela outra espécie de surpresa - que, pensando bem, era bastante previsível -, deu de ombros com sinceridade, sorrindo reconfortantemente para o pai, que prosseguiu. 

 

—O que quer que tenha sido, não importa agora. - ele deu de ombros também. - Só acho que faria bem a você saber: - e fitou os olhos iguais aos seus, firmemente. - Emmett nunca foi de falar muito sobre essas coisas. Mesmo quando pequeno, vindo aqui com Francine, muito antes que ela falecesse, ele nunca falava demais sobre as coisas da casa dele, e ainda menos sobre Jared. 

 

—É claro, - continuou, sob o silêncio da filha, que havia parado de remexer as mãos, atenta à conversa. - Jasper ouvia um pouco mais dele, acredito; nós os víamos conversando muito, de longe. 

 

—Mas, nos conformamos com o fato de que, pra maioria de nós, ele não falaria essas coisas, porque aqui era um lugar para esquecer outro; - e pausou de novo, sorrindo com o próprio entendimento. - para esquecer a casa dele. Quem sabe até para substituir por algumas horas essa ideia de lar que ele tinha, estando aqui com a mãe, ambos felizes e todo o resto, sem as partes ruins. - ele refletiu, numa pausa. - E eu acho que isso só está se repetindo, agora que tantas coisas, memórias, novas e dolorosas vieram junto da partida para a Aeronáutica. 

 

—E também - o loiro continuou ainda, num pensamento de última hora. - é por isso que talvez até seja bom que ele esteja lá agora, e não aqui. Quem sabe pode fazer alguns amigos e, senão falar sobre essas coisas, pensar sobre elas sem se sentir sob nossas expectativas. 

 

—Sim,talvez... - Rosalie começou depois de um silêncio breve, e acrescentou, pensando. - Talvez seja isso. Mas, - ela não pôde evitar de pontuar, dando voz à pergunta gritante em sua cabeça. - por que nós continuamos sendo só de passagem nessa história toda? 

 

Diante disso, Carlisle franziu o cenho, tentando entender, e recostou-se na cadeira. 

 

—Quero dizer, - ela tornou a falar, gesticulando mais apressada. - veja só como tem sido desde o começo: ele costumava estar aqui, acolhido e bem; e então centenas de coisas aconteceram, até que ele e Francine foram embora, desapareceram. - e Carlisle assentiu levemente, entendendo o que ela dizia, apesar do resumo e palavras diferentes. 

 

— Em seguida, entre o que devem ter sido anos de acontecimentos, ele foi para o Exército e outras coisas ruins aconteceram, até que ele estivesse aqui de novo, bem; e completando o ciclo, depois disso, milhares de novas coisas aconteceram e agora ele se foi, outra vez. 

 

Com a profundidade do próprio raciocínio, e a forma como estava tão certa dele, a loira inspirou fundo, gesticulando em silêncio, sob o olhar impassível e atento do pai, que a ouviu completar ainda, com o tom de algo inevitável. 

 

—E se nem mesmo ele sabe, mas isso for o que nós somos na história dele: - ela paus ou e o olhou, desarmada. - um meio pra outros fins? Uma passagem? 

 

Carlisle refletiu por segundos, suspirando silenciosamente enquanto fitava as próprias mãos - como se entrasse em acordo consigo mesmo, antes de dizer algo em voz alta. 

 

—Bem, - e então começou, se reajustando na cadeira e olhando ao redor. - se por "nós" você quer dizer essa casa, aquelas paredes e esses terrenos então: talvez, sim, pode ser que sejamos isso. Mas, nós, de verdade? Eu, você, sua mãe, seus irmãos? - e perguntou, com tom de obviedade, rindo levemente antes de manear a cabeça, categórico. - Não, querida.

 

E sob o olhar curioso e inicialmente defensivo de Hale, ele prosseguiu, explicando de bom grado. 

 

—Lugares podem ser, e quase sempre são, de passagem. Mas, pessoas nunca são. Pessoas são permanentes porque, todos nós significamos algo por si só, apenas existindo... Então, é inevitável deixar um pouco disso, de quem somos, nas pessoas pelas quais passamos. - ele expôs e acrescentou ainda, dando de ombros. Mesmo que seja a coisa mais mínima e trivial de nós: sempre fica. O que muda é a capacidade, de quem está ao redor e de nós, de admitir ou perceber isso. 

 

Diante das últimas palavras, para o que parecera uma conclusão, Rosalie piscou muitas vezes e, fitando da pulseira de volta ao pai, piscou muitas vezes: ela achava estar entendendo aonde ele queria chegar, mas, a verdade daquele raciocínio, para o efeito que precisava, ainda estava achando lugar em suas ideias. 

 

—Veja por você: - ele continuou, então, entendendo a expressão dela. - mesmo Royce, que foi parte absolutamente dispensável da sua vida, significou tantas coisas, e não necessariamente boas, que você não poderia dizer que ele só esteve de passagem na sua história. Ele foi uma parte grande, de muitos significados, pra não marcar. - e pausou, vendo a filha parecer parar, entendendo seu ponto. - E isso foi o exemplo mais tênue, tenho certeza que você consegue pensar em alguém mais fácil, de melhores significados, que não esteja aqui agora ou nos últimos dias e que, ainda assim, você não chamaria de "passageiro".

 

Rosalie permanecera em silêncio durante toda a fala do pai, e certo tempo após a mesma também. 

 

As ideias que ele propusera, muito sabiamente por sinal, a haviam levado de volta às fases de sua vida e às respectivas pessoas nelas - especialmente às amigas que costumava ter.

 

Na escola, haviam muitas: o bastante pra formar um grande grupo que, no entanto, só manteve contato até certo ponto depois da formatura. E a partir de então, ainda haviam algumas que, porém, desapareceram com o tempo - embora tivessem de fato, como o mais velho mencionara, deixado impressões em sua vida.

 

E à exceção do sumiço e das impressões comuns, tendo permanecido, de todas as formas, por mais do que a média, estivera em quem ela não podia evitar de pensar: Vera Barnett.

 

Vera costumava ser sua melhor amiga - aquela quem sabia todos os segredos e detalhes da vida, assim como ela sabia os seus; e que estava com ela para todo lado, mesmo depois de ter se casado e, incrivelmente, desde que entrara na escola, ainda pequena.

 

E apesar de, atualmente, não ter mais nem mesmo Vera por perto - o que já fazia algum tempo, desde que se casara com Royce -, aquele exato momento entre ela e o pai - que não tocara em nome algum para fazê-la se lembrar da amiga - provava que, de fato, Vera não fora passageira - assim como ela secretamente esperava não ser para Emmett, e como Carlisle estava tentando provar.

 

—É, eu... - a de olhos castanho-claros os piscou muitas vezes, fitando as próprias mãos antes de sorrir, sem jeito, para o pai. - Acho que você está certo de novo. 

 

Carlisle então sorriu com graça, uma risada abafada conforme analisava as feições rendidas da filha e recuou na cadeira, encostando-se tranquilamente - como se esperasse uma próxima discussão, pacientemente e de bom grado.

 

Mas, tudo o que ouviu fora um riso também abafado e breve de Rose, que emendou apenas:

 

—Sabe, isso está ficando chato. - ela disse, com falso tom de tédio, cruzando os braços em frente ao peito. - São 24 anos e contando. 

 

E a reação de Carlisle, que entendeu a brincadeira em instantes, deu-se numa risada genuína, negando com a cabeça.

 

—Quem dera, querida. - ele disse, ainda sorrindo e se movendo para a ponta da cadeira, de onde disse mais baixo. - Só continuo dando muita sorte com as minhas crianças. - e piscou um olho só para a filha, afagando a mão dela que estava no próprio joelho antes de se levantar.

 

A loira acompanhou a figura dele com o olhar e um sorriso afetuoso, o vendo parar ao lado da própria cadeira, fitando a mesa.

 

—Se tem uma coisa que eu realmente sei, no entanto, - ele continuou, inesperadamente. - é que tortas de maçã fazem uma pessoa em especial muito feliz. - e empurrou o prato de torta que havia deixado sobre a mesa, na direção da loira- Você devia comer enquanto está fresca.

 

Com o conselho, a mão do mais velho afagou o topo da cabeça da filha, aonde os cabelos idênticos aos seus reluziam com o Sol, e o sorriso dele se refletiu em seu rosto como uma cópia.

 

—Devia mesmo, e antes que acabe também. - ela de repente ouviu uma terceira voz ressoar por perto, e se virou para ver Kate, sua prima, se aproximando. - Está realmente maravilhosa. - ela indicou a torta com a cabeça, sorrindo ao parar bem perto de onde Rosalie se sentava.

 

—Bem, se até você está dizendo, acho que não há mesmo o que hesitar. - a aniversariante brincou, e tomou nas mãos o prato e o garfo que vinha com ele. Antes que Carlisle, que mencionava se afastar, o fizesse por completo, ela chamou a atenção dele. - E obrigada, pai!

 

Assim, o loiro piscou pra ela de novo e se deixou afastar de vez, indo na direção da esposa, que conversava com Carmen e Eleazar, um pouco adiante.

 

—Então, como está indo? - Kate começou, se sentando na cadeira, agora vazia, em frente à prima, um sorriso curvado em seu rosto animado. - Ser aniversariante ainda é tão bom quanto há 15, 20 anos atrás? 

 

—Algo parecido com isso, sim. - Rosalie respondeu, rindo um pouco pela brincadeira enquanto maneava a cabeça, como uma meia concessão. - E vocês? Estão se divertindo? - ela quis saber enquanto via, à sua direita, o marido de Kate tentando pegar grãos de amendoim à distância, daqueles que conseguia convencer a atirá-los em sua boca. A imagem a fez comentar, rindo. - Garrett parece estar. 

 

Kate virou-se para olhá-lo, embora não tivesse dúvidas da resposta que daria, e negou com a cabeça, sem poder evitar de sorrir contrariada.

 

—Garrett está sempre se divertindo. - ela riu então, levemente, o que fez Rosalie acompanhar e concordar com a cabeça, mastigando mais uma fatia da torta, antes de voltar a dizer. - Mas, sim, está sendo uma ótima festa. Só pensei em vir aqui e ver se você gostaria de pegar um drinque comigo, e conversar um pouco. - ela propôs e, ao silêncio de surpresa da outra, lembrou. - Já faz um tempo desde que fizemos isso, não? 

 

—Com certeza faz. - Rosalie concordou, sorrindo então, agradavelmente surpresa com o convite e o desejo de aproximação que Kate expressara. - Vamos, deve ter algo na cozinha pra nós. - ela continuou, dispensando o prato vazio sobre a mesa e fechando a pulseira melhor numa mão, antes de se levantar e gesticular para que Kate a seguisse.

 

****

 

Emmett havia passado todo o dia repensando muito na conversa que tivera com Seth.

 

Por mais que o jantar e a preparação para ele, envolvendo sempre algumas conversas e distrações no processo, o tivessem mantido ocupado por grande parte do tempo, ainda houvera momentos suficientes à sós para pensar.

 

E ele pensara, entre muitas coisas, sobre a resposta que havia dado ao garoto sobre Jared; sobre a história de Seth, que agora imaginava, intrigado pelo pouco - e aparentemente trágico - que soubera; e é claro, sobre Rosalie.

 

A parte implícita, evidentemente - porque nunca falara sobre ela com Seth, e ainda menos com qualquer outro ali.

 

Não que isso mudasse alguma coisa na insistência das ideias em sua cabeça: pelo contrário, o assunto a envolvendo era tão (ou até mais, para ser honesto) insistente em seus pensamentos quanto os outros.

 

E talvez isso fosse uma coisa de quem estava muito confortável, obrigado, em não pensar, por ora, nas outras partes; partes que tinham potencial para desestruturá-lo mais do que o permitido para aquele local e, consequentemente, fase de sua vida.

 

O ponto era que, desde então, dezenas de ideias sobre Rosalie, Francine e a pulseira relacionando as duas, estiveram ocupando sua cabeça - como se a data marcada no calendário atual (31 de julho), por si só, não o estivesse fazendo o suficiente por aquela manhã. Espremendo seu cérebro sob as dezenas de maneiras como aquilo - a ideia de Seth, sobre manter-se mais perto do pai através do amuleto - condizia com o ânimo inesquecível da loira ao encontrar a pulseira que sua mãe, Francine, dera a ela quando pequena.

 

Mas, não só isso.

 

Era o fato de que ele havia pego essa animação, bem entre seus dedos, e a estilhaçado em dezenas de pedacinhos; ele e suas complicações a haviam esmagado como um tanque sobre campo minado, e a explosão, como devia ter imaginado, não fora bonita - era a discussão duradoura entre ele e Rosalie. 

 

E agora era ele quem estava estilhaçando aos poucos, diante da lembrança, recentemente recuperada, da pequena Rosalie recebendo aquele presente de suas próprias mãos, anos mais novas, que o levava ao paralelo desastroso com as cenas seguintes faziam, no passando mais distante e o mais recente.

 

A admiração sempre espontânea no rosto perfeito, e a aproximação do corpo dele - ainda mais bem-vinda com o salto de tempo, em tons diferentes - no segundo seguinte. Uma constância que a reação dele se encarregara de quebrar com maestria, acendendo o primeiro e, agora tão longo, desentendimento entre eles.

 

Um fósforo impossivelmente longo e resistente ao fogo que ardia nele, se alastrando, sem fim. 

 

Como um licor amargo e bebido há dias que, no entanto, ainda queimava toda vez que engolia a seco. 

 

Porque apesar de não arrepender-se por inteiro das coisas que havia dito, os dias de distância - em todos os sentidos - haviam feito Emmett chegar àquela conclusão. 

 

Ele não tinha mesmo as coisas que ela queria ouvi-lo dizer sobre sua mãe, sua infância, ou o que quer que fosse - ao menos não naquele momento. Mas, admitia que poderia ter soado, talvez, mais de acordo com o ânimo dela naquele achado, ou talvez mais grato, ao menos, pela vontade de saber mais que brilhara nos olhos dela aquela tarde - a última tarde entre eles, em um longo tempo. 

 

E para dizer a verdade: mais condizente também com o que, em retrospecto, apostaria ter sido sua reação há algum tempo atrás, ou sob outras circunstâncias - o que também era uma parte difícil em que pensar.

 

Então, finalmente, todas esses afins o faziam inclinar muito para a ideia de telefonar à casa dos Cullen àquela noite, durante o tempo que restava de seu período livre diário - que, por sinal, entre outras opções, existia justamente para aquele tipo de coisa, que vinha negligenciando há dias.

 

Até que, agora, fazê-lo de novo parecia mais decisivo do que antes, com o lembrete de que era o aniversário de Rosalie.

 

E se isso, por um lado, o inclinava ainda mais a ligar, ao ponto de quase tentar sua vez na fila do telefone à sala de convivência do alojamento, por outro, servia ainda mais como um recuo, ao lembrá-lo que ele nem mesmo sabia o que iria dizer.

 

Afinal, como poderia fazer aquilo com tantas ressalvas? Ligar e dizer:

 

"Olá, Rosalie! Desculpe não ter escrito ou ligado todo esse tempo, é só que eu estive ocupado fazendo meu trabalho por aqui e, claro, remoendo a nossa discussão. Mas, veja, é seu aniversário! Então, estou suspendendo os ressentimentos e a vontade de resolver isso de uma vez, para desejar os parabéns e dizer o quão importante você é pra mim. Ah, e também, que sinto sua falta todos os dias! Se cuide e até mais!"

 

O que era realmente a coisa mais sincera e, ao mesmo tempo, a pior em que ele conseguia pensar; talvez fosse sua melhor ironia nos últimos tempos, uma verdadeira zombaria que vinha fazendo de si mesmo ao exercitar aquele diálogo impossível - e isso resumia bem o quão ruins as chances soavam para ele.

 

O que, em suma outra vez, o levava de volta à estaca zero - e o veterano suspirou com esse pensamento, impaciente, largando o corpo no batente da porta dos dormitórios, que dava para a sala de convivência.

 

Em uma mão, servindo de afago para seu polegar inquieto, que ia e vinha num movimento insistente, estava a pequena foto que vinha fitando há alguns minutos, com intervalos, que revelava a imagem harmoniosa dele entre os Cullen (especificamente, numa ponta, ao lado de Rosalie) no mais recente aniversário de Edward.

 

Ele pensara que recuperar a foto de suas coisas trazidas e guardadas, para tê-la um pouco sob sua vista e reflexão, o faria pensar melhor e decidir o que deveria, como decisão certa e última, fazer. 

 

Agora, depois do que pareciam infinitos instantes, não tinha certeza se isso era verdade; suspeitava que, ao invés disso, a foto, tanto quanto a ideia dela, fossem feitas para, na verdade, convencê-lo de fazer o que já queria há muito - e para o qual só precisava de um pretexto, e talvez coragem, maiores.

 

Sob olhar da Rosalie da foto em sua direção, ele desistiu por um momento: levantara o olhar à frente, o azul recebendo a luz alaranjada da sala e as imagens dos garotos por todos os cantos. O banal, em tantos níveis e ocupações diferentes, aliviando suas ideias por segundos.

 

Alguns ali estavam jogando bilhar, tornando indiferente o som pontual, e às vezes estridente, do jogo; outros à mesa com algumas cartas, vozes e risadas altas enchendo o lugar; outro no telefone, com mais alguns oportunamente por perto; e alguns apenas parados a cantos diferentes, como ele.

 

O de olhos claros sorriu com a ideia de que, apesar dos poucos dias e as tantas diferenças - gritantes e, talvez, decisivas - que enxergava entre si e aqueles garotos, realmente já começara a se sentir parte do lugar, e da equipe - ou classe, o que quer que fosse.

 

—Pensando em mim, McCarty? - Danny, um dos garotos com quem vinha fazendo amizade nos últimos dias, o tirou do transe, dando-lhe seu olhar esverdeado sarcástico e brincalhão, à beira da mesa de bilhar, apoiando-se no taco. - Estou vendo o sorrisinho.

 

Emmett não pôde evitar de rir com a graça que Danny, como sempre, estava tentando fazer e, sem incômodo, desencostou-se do batente.

 

—Droga, estou sendo óbvio assim? - ele fingiu desapontamento, cruzando os braços na altura do tronco. O outro respondeu com um riso satisfeito, olhando de relance para a mesa.

 

—Não lamente, está fazendo um ótimo trabalho... - Scott Harper, outro rapaz perto da mesa e, evidentemente, mais amigo de Danny, fez um suspense divertido antes de emendar, num fôlego só. - Em distraí-lo, porque está levando uma sova do verdadeiro jogador nessa mesa! - e espalmou a mesa com empolgação, se exibindo depois, de braços abertos.

 

—Oh, feche a boca, Harper. Nós mal começamos. - Danny retrucou na mesma hora, embora segurasse um sorriso contrariado. Emmett os assistiu, rindo com gosto.

 

—E é exatamente por isso. - Scott voltou a dizer, como se fosse óbvio. - Mal começamos e eu já sou o melhor.

 

Com essa constatação, veio um riso baixo e a expressão silenciosa de divertimento de Tyler, outro amigo dos garotos - e, pouco a pouco, de Emmett também - que estava recostado à janela com seu taco.

 

—O que é, Tyler? Algo pra dizer? - Danny foi quem instigou, arqueando as sobrancelhas e, de repente, completamente distraído do assunto anterior com o veterano.

 

—Ah, não, nada. - o rapaz ao canto respondeu, com um leve tom de riso, a voz mais baixa e discreta que dos demais. - Só que vocês deviam falar menos e jogar mais, se querem ser os melhores nessa mesa. - ele deu de ombros, e casualmente se inclinou para fazer sua jogada.

 

—Oh, você não acabou de dizer isso, Luisini. Juro por Deus...! - Scott exclamou, indignado, mas rindo entre as palavras, antes de olhar para Danny, apontando Tyler. - Está ficando mais ousado a cada dia, dá pra acreditar?

 

—Eu acho que tenho que parar de deixá-lo ganhar por pena, você não acha? - o outro sugeriu, após negar com a cabeça, em tom de descrença, e olhou num falso tom de ameaça para Tyler, que os interrompeu.

 

—Bom, vamos ver se é isso mesmo depois que um novo membro se juntar a nós. - e apontou com a cabeça para a direção do veterano, que ria quietamente deles. - Não é, McCarty? Venha, tem um taco e um lugar pra você. - ele convidou, gesticulando para a mesa.

 

—É verdade, McCarty, vamos! - Danny concordou, o chamando também, e uma zorra de vozes se fez entre os rapazes que, ao mesmo tempo e de formas diferentes, o chamavam.

 

—Precisamos de você. - Scott murmurou em meio aos gritos, numa expressão de falso desespero que, no entanto, funcionou para fazer todos rirem em diferentes medidas.

 

Emmett, que ainda estava com muitas coisas na cabeça - apesar da distração momentânea que aquele divertimento com os rapazes havia proporcionado - e, nas mãos, a mesma foto de segundos antes, enfim olhou uma última vez para a imagem e ergueu os olhos, com um tom mais decidido.

 

Lentamente, o veterano vira a si mesmo ceder àquelas ideias sobre coisas distintas mas que, de alguma forma, se complementavam em sua cabeça - na medida em que eram o que, apesar de todos os poréns e resistências que colocasse no caminho, eram exatamente o que queria e o que sua intuição (ou o sentimento gritando em seu peito, contra a razão, toda vez que ela queria lhe falar muito alto) o dizia para fazer.

 

—Certo, guardem isso pra mim. - ele concluiu, afinal, e explicou com um sorriso inevitável, sob os vivas dos rapazes. - Preciso fazer uma ligação antes, mas volto em um minuto.

 

Assegurou e, virando a fotografia em uma das mãos, caminhou até o telefone vazio na outra parede, mais distante, e quando parou à frente do aparelho, tirou-o do gancho sem olhar - os olhos claros, de uma vez, estavam muito presos ao número de telefone ao verso da foto, sob a legenda de letra apressada:

 

Casa / Casa dos Cullen

 

Ligue.

 

****

 

Com a caminhada até a cozinha, houve algum silêncio apenas entre Kate e Rosalie - já que o jardim estava repleto de vozes, conversando e rindo, aqui e lá.

 

—Então, está sendo tão boa pra você quanto pra nós? - Kate instigou e, com a distração visível da mais nova, explicou. - A festa? - e pausou para acrescentar. - Você parecia pensativa ali, sentada. 

 

—Ah, parecia? - a aniversariante questionou, retórica, franzindo o cenho enquanto adentravam a sala de jantar, que foi quando Kate lhe deu um olhar de "por favor, poupe essa parte.", a obrigando a dizer.

 

— Não, na verdade, não é nada importante. Só algumas ideias normais sobre a vida, sabe? Coisas de aniversário. -Rose mentiu, ao menos em parte, enquanto entregava um copo à Kate, em frente à travessa de ponche.

 

—Hum, posso imaginar. - a outra cedeu um pouco, embora nada convencida daquilo, e deixou o silêncio se instalar enquanto a prima se servia, só para continuar, assim que ela lhe passou a vez de servir.  - Bem, se ajudar, o que eu posso dizer é que você se acostuma. - disse então, dando de ombros.

 

À essa continuação incógnita, Hale se virou com confusão e, ao mesmo tempo, surpresa - uma diferente daquela há instantes; era mais desprevenida e cheia de adrenalina -, franzindo o cenho e maneando a cabeça para o lado, enquanto encarava a outra inquisitivamente - e que, por sinal, continuou como se não tivesse visto essa expressão.

 

—Não exatamente com o fato de estarem distantes um do outro e a falta de contato, mas com o sentimento, entende? - ela completou, absolutamente certa de que a outra estava acompanhando, e se moveu para recostar em uma cadeira, bebericando o ponche em seu copo. - Parece mais triste do que é, acredite: só significa que você verá que as coisas fluem ao redor apesar disso, e vai conseguir se mover de acordo, até que ele esteja de volta, todas as vezes.

 

Aqui, Kate ergueu os olhos devidamente, passando os lábios um pelo outro e deixando neles um sorriso satisfeito, enquanto perscrutava o rosto da aniversariante com diversão. Ela sabia exatamente o que Rosalie estava pensando àquela altura, e o que iria dizer em resposta, ao invés de seguir a conversa.

 

—Como você...? - a outra interviu, de fato como Kate havia previsto, e seus olhos estavam levemente arregalados, seguindo as sobrancelhas arqueadas.

 

Hale ainda fez parecer que iria dizer alguma coisa, tendo deixado a boca entreaberta, mas nada saiu dali, dando brecha para que a mais velha continuasse.

 

—Ninguém nos contou nada, Rose, fique tranquila. - a Denali a acalmou de pronto, rindo um pouco. - Só ficou meio óbvio desde que estivemos aqui a última vez, e depois no casamento de Jasper. O jeito como ele olhava pra você, e você de volta, e como começaram a parecer à vontade perto um do outro. - e com essa observação ela sorriu diferente, com admiração, o que calhou com a forma como as bochechas de Rosalie coraram, e ela desviara o olhar.

 

—O importante é - Kate prosseguiu, se colocando mais de costas para a porta e consequentemente mais perto, de frente com Rosalie, que bebeu um gole exagerado do ponche, a encarando. -, eu sei que fica melhor porque é como acontece comigo e Garrett. Ele sai bastante em viagens com essa coisa de ser militar... Às vezes são dias, às vezes semanas. 

 

—E claro, é sempre um alívio na volta porque sinto a falta dele, apesar da casa ficar realmente mais arrumada quando ele não está, - ela emendou, rolando os olhos sinceramente, ao que Hale não pôde evitar de rir baixo. - mas agora, quando ele parte, não há tanto mais sofrimento do que no início. Nunca fica mais difícil do que a primeira vez. - ela disse, categórica e sorrindo com conclusão.

 

Diante disso, e da algazarra que se fazia lá fora sem a percepção da figura principal, Rosalie se manteve em silêncio e assentiu, querendo dizer alguma coisa, também com tom de finalização - a tempo, porém, que Kate intervisse com o que queria dizer e que, claro, não à toa, cairia muito bem para o efeito de calar os arredores novamente.

 

—E também tem Irina, - ela continuou, vendo a outra loira erguer as sobrancelhas ao nome da prima que não via há tempos. - com quem passamos o mesmo, já que ela está lá na França junto de Laurent. Quero dizer, ela não passa isso com ele: é conosco a coisa de partir e sentir falta, mas é igualmente difícil. Afinal, somos irmãs, crescemos juntas e agora já faz alguns anos que ela mora lá, o que nos custa, às vezes, ficar meses sem vê-la. - e suspirou, dando de ombros. - Mas, também se resume a isso: nunca é mais difícil do que a primeira vez. Se serve de algum consolo.

 

—Obrigada, Kate. - Rosalie disse, finalmente, assentindo com a cabeça, um sorriso afetuoso mas, também breve, nos lábios, quando franziu o cenho, dizendo um pouco mais baixo. - É mais complicado do que posso explicar mas, isso serve pra ajudar, sim. 

 

E ela sorriu novamente, embora milhares de sentimentos distintos da alegria cruzassem seu peito naquele momento, entrelaçados demais para diferenciá-los, assim como os pensamentos e novas perguntas que haviam surgido sob aquela discussão.

 

Será que uma vida como aquela, como a de Kate, era o que realmente queria? Sempre de prontidão e à espera, do retorno e da próxima partida do marido, sem mais nada constante em sua vida, a não ser isso? Sacrificando, em nome dessa rotina, coisas que um dia quis, como uma família? 

 

Porque ela se lembrava desse desejo de Kate, desde pequena, e agora cá estava ela, chegando aos 30 anos sem sequer um primeiro filho - e para quem desejava uma família grande, isso era algo fora da rota. 

 

E talvez, Rosalie pensou, estivesse se precipitando em perguntar-se esses tipos de coisas - não só porque, talvez, Kate tivesse mudado de ideia, ou só estivesse tudo bem por ela viver como estava, ao lado de Garrett. 

 

Talvez valesse mais do que à pena mas, não só por isso: porque ela e Emmett, de fato, não estavam nem perto - agora, ainda menos do que há semanas atrás - de um compromisso tão sério quanto àquele; de planos como esses. 

 

Mas, pensava ela, sua história, a de Emmett e as duas combinadas eram, de fato, muito mais entrelaçadas, complicadas e peculiares do que da maioria: era óbvio que o caminho de volta ficaria muito mais difícil, senão impossível, uma vez que decidisse relevar as complicações entre eles, ou passar por elas e seguir em frente sozinha; então, isso devia lhe dar carta branca para considerar todos os pontos que soavam tão antecipados.

 

—Essa é a última coisa pela qual você teria que me agradecer. - Kate disse, enfim, a tirando dos pensamentos e não podendo evitar de sorrir, porque vira figuras muito familiares se aproximando animadamente, pelo vidro da porta atrás de Rosalie. - Lembre seus irmãos disso depois, também. - ela brincou e, com a nova confusão que torceu seu rosto, a aniversariante quis olhar por sobre o ombro, seguindo o olhar da prima.

 

Mas, o tempo que ela levou para isso foi maior do que o que os garotos levaram para chegar, abrindo a porta sem qualquer delicadeza ou aviso, e levemente diferentes do que estavam antes.

 

—Aí está ela! - Jasper exclamou, um boné branco e listrado de azul na cabeça, ao passo que se aproximava da irmã, antes de dar um olhar cúmplice para Edward. 

 

O caçula tinha um boné parecido nas mãos e uma camisa de estampa similar no corpo, no lugar da que vestia antes, e estava ao outro lado da loira. 

 

—A nossa apanhadora! - o mais velho completou ainda, sorridente. 

 

Depois de dizer isso, três no ambiente sorriram e Rosalie, que sobrou desentendida entre eles, ganhou, pelas mãos do caçula, um boné mal colocado na cabeça e depois foi tirada do chão desprevenida pelos braços unidos dos dois irmãos, formando uma espécie de banco detrás de suas coxas. 

 

Com a ajuda de Kate e desse mecanismo, os dois a levantaram rápido até a altura de seus ombros unidos - aonde Rose se sentou involuntariamente.

 

—Vocês dois, meu Deus! O que é isso? - a aniversariante exclamou em meio a um grito de surpresa, além do riso espontâneo que escapou de seus lábios, e assistiu Kate rir junto, abrindo as portas para que eles passassem, e depois assumindo lugar atrás dos três, fazendo apoio para as costas da prima.

 

—Vamos, hora do jogo! - Edward anunciou, entusiasmado, e gesticulou rápido com a mão livre para as pessoas no jardim, que receberam-nos sob uma salva de palmas e vivas. 

 

Todos também com adereços de beisebol da família Cullen, e alguns com tacos: uma certa quantidade em posições típicas do jogo, e outra reunida a um canto visível - todos ao longo do jardim que, naqueles mínimos minutos, tivera sua decoração quase que completamente transformada para abarcar, como parte especial da comemoração à Rosalie, partidas do esporte pelo qual a família toda - e especialmente a aniversariante, com suas atitudes competitivas - sempre tivera muito gosto.

 

E assim, de repente, as preocupações de Rosalie sobre tudo - todas as coisas difíceis, de minutos e dias atrás, complicações e ideias que antecipara até ali -, foram varridas para o fundo de sua cabeça, com a intensidade da alegria, além da sensação de amor genuíno, que as arrebataram naquele instante - e dali em diante. De repente, a fazendo alheia a qualquer coisa que não fosse sobre aquele cenário, com aquelas pessoas em sua frente e a diversão a que se propunham agora.

 

O que, numa ironia imprevsível, a fizera igualmente alheia ao telefone tocando ao longe - na sala de estar.

 

E que, ao soar sozinho, a tornara também desavisada do quão impossivelmente mais complicadas as coisas, que envolviam a ela e ao veterano do outro lado da linha - jamais atendida -, haviam acabado de ficar.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Expectativas? Ideias do que vem por aí?

Me deixem saber nos comentários - é mesmo muito importante e significante ❤️.

Beijos, se cuidem e até o próximo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Across The Frontline" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.